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terça-feira, 13 de setembro de 2011

A Babilônia atual... Quem é.


Ellen White


No capítulo 14 do Apocalipse, o primeiro anjo é seguido por um segundo anjo, que proclama: "Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição." Apoc. 14:8. O termo "Babilônia" é derivado de "Babel" e significa confusão. É empregado nas Escrituras para designar as várias formas de religião falsa ou apóstata. Em Apocalipse, capítulo 17, Babilônia é representada por uma mulher - figura que a Bíblia usa como símbolo de igreja, sendo uma mulher virtuosa a igreja pura, e uma mulher desprezível, a igreja apóstata.

Nas Escrituras, o caráter sagrado e permanente da relação entre Cristo e Sua igreja é representado pela união matrimonial. O Senhor uniu a Si o Seu povo, por meio de um concerto solene, prometendo-lhe ser seu Deus, enquanto o povo se comprometia a ser unicamente dEle. Disse o Senhor: "E desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias." Osé. 2:19. E noutro lugar: "Eu vos desposarei." Jer. 3:14. E Paulo emprega a mesma figura no Novo Testamento, quando diz: "Porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo." II Cor. 11:2.

A infidelidade da igreja para com Cristo, permitindo que sua confiança e afeição dEle se desviem, e consentindo que o amor às coisas mundanas ocupe a alma, é comparada com a violação do voto conjugal. O pecado de Israel, afastando-se do Senhor, é apresentado sob esta figura; e o maravilhoso amor de Deus, que assim desprezam, é descrito de maneira tocante: "Dei-te juramento, e entrei em concerto contigo, diz o Senhor Jeová, e tu ficaste sendo Minha." "E foste formosa em extremo, e foste próspera, até chegares a ser rainha. E correu a tua fama entre as nações, por causa da tua formosura, pois era perfeita, por causa da Minha glória que Eu tinha posto sobre ti. ... Mas confiaste na tua formosura, e te corrompeste por causa da tua fama." "Como a mulher se aparta aleivosamente do seu companheiro, assim aleivosamente te houveste comigo, ó casa de Israel, diz o Senhor"; "como a mulher adúltera que, em lugar de seu marido, recebe os estranhos." Ezeq. 16:8, 13-15 e 32; Jer. 3:20.

No Novo Testamento, expressão muito semelhante é dirigida aos professos cristãos que buscam a amizade do mundo, de preferência ao favor de Deus. Diz o apóstolo Tiago: "Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus."

A mulher (Babilônia) de Apocalipse 17, é descrita como estando "vestida de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia; ... e na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições". Diz o profeta: "Vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus." Declara ainda ser Babilônia "a grande cidade que reina sobre os reis da Terra". Apoc. 17:4-6 e 18. O poder que por tantos séculos manteve despótico domínio sobre os monarcas da cristandade, é Roma. A cor púrpura e escarlata, o ouro, as pérolas e pedras preciosas, pintam ao vivo a magnificência e extraordinária pompa ostentadas pela altiva Sé de Roma. E de nenhuma outra potência se poderia, com tanto acerto, declarar que está "embriagada do sangue dos santos", como daquela igreja que tão cruelmente tem perseguido os seguidores de Cristo. Babilônia é também acusada do pecado de relação ilícita com "os reis da Terra". Foi pelo afastamento do Senhor e aliança com os gentios que a igreja judaica se tornou prostituta; e Roma, corrompendo-se de modo semelhante ao procurar o apoio dos poderes do mundo, recebe condenação idêntica.

Declara-se que Babilônia é "mãe das prostitutas". Como suas filhas devem ser simbolizadas as igrejas que se apegam às suas doutrinas e tradições, seguindo-lhe o exemplo em sacrificar a verdade e a aprovação de Deus, a fim de estabelecer uma aliança ilícita como mundo.


A mensagem de Apocalipse 14, anunciando a queda de Babilônia, deve aplicar-se às organizações religiosas que se corromperam. Visto que esta mensagem se segue à advertência acerca do juízo, deve ser proclamada nos últimos dias; portanto, não se refere apenas à Igreja de Roma, pois que esta igreja tem estado em condição decaída há muitos séculos. Demais, no capítulo 18 do Apocalipse, o povo de Deus é convidado a sair de Babilônia. De acordo com esta passagem, muitos do povo de Deus ainda devem estar em Babilônia. E em que corporações religiosas se encontrará hoje a maior parte dos seguidores de Cristo? Sem dúvida, nas várias igrejas que professam a fé protestante. Ao tempo em que surgiram, assumiram estas uma nobre posição no tocante a Deus e à verdade, e Sua bênção com elas estava. Mesmo o mundo incrédulo foi constrangido a reconhecer os benéficos resultados que se seguiam à aceitação dos princípios do evangelho. Nas palavras do profeta a Israel: "E correu a tua fama entre as nações, por causa da tua formosura, pois era perfeita, por causa da Minha glória que Eu tinha posto sobre ti, diz o Senhor Jeová." Ezeq. 16:14. Caíram, porém, pelo mesmo desejo que foi a maldição e ruína de Israel - o desejo de imitar as práticas dos ímpios e buscar-lhes a amizade. "Confiaste na tua formosura, e te corrompeste por causa da tua fama." Ezeq. 16:15.

Muitas das igrejas protestantes estão seguindo o exemplo de Roma na iníqua aliança com os "reis da Terra": igrejas do Estado, mediante suas relações com os governos seculares; e outras denominações, pela procura do favor do mundo. E o termo "Babilônia" - confusão - pode apropriadamente aplicar-se a estas corporações; todas professam derivar suas doutrinas da Escritura Sagrada, e, no entanto, estão divididas em quase inúmeras seitas, com credos e teorias grandemente contraditórios.

Além da pecaminosa união com o mundo, as igrejas que se separaram de Roma apresentam outras características desta.

Do Livro o Grande Conflito, Pág. 281 a 384

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