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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Lição 6 - O Dia da Expiação


2 a 9 de novembro





Sábado à tarde

Ano Bíblico: Jo 12, 13



VERSO PARA MEMORIZAR:

"Quem, ó Deus, é semelhante a Ti, que perdoas a iniquidade e Te esqueces da transgressão do restante da Tua herança? O Senhor não retém a Sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia. Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar" (Mq 7:18, 19).



Leituras da Semana:


O Dia da Expiação, ou Yom Kippur, conforme revelado em Levítico 16, é o ritual mais solene do Antigo Testamento. Ele foi intencionalmente colocado no centro do livro de Levítico, que está no centro dos cinco livros de Moisés, para ilustrar o "santíssimo" caráter desse ritual. Mencionado também como o sábado dos sábados (Lv 16:31, International Standard Version), o dia requeria a cessação de todo trabalho, o que é único para um festival israelita anual. Esse fato coloca esse dia justamente dentro do conceito do sábado, um tempo para descansar no que Deus, como Criador e Redentor, fez (e fará) por nós.

Nesta semana, estudaremos o que acontecia no Dia da Expiação no santuário terrestre, especificamente os rituais com os dois bodes, que nos ajudam a entender melhor verdades mais profundas a respeito da salvação e eliminação final do pecado.







Domingo

Ano Bíblico: Jo 14, 15



A purificação anual


1. Leia Levítico 16:16, 30. O que era purificado no Dia da Expiação?

Ao longo do ano, todos os tipos de pecados e impurezas rituais eram transferidos para o santuário. O Dia da Expiação era o tempo para sua remoção. Havia três partes principais no Dia da Expiação:

1. A oferta da purificação pelo sacerdote. O sumo sacerdote sacrificava um novilho por seus pecados, certificando-se de que ele (o sacerdote) estaria puro ao entrar no santuário e realizar o ritual para purificá-lo.

2. A oferta de purificação do bode "para o Senhor" (Lv 16:8). Durante o ano, as ofertas de purificação levavam todos os pecados dos israelitas para o santuário. O Dia da Expiação era o momento de remover esses pecados do santuário. Esse processo era feito mediante o sangue do bode "para o Senhor".

3. O ritual da eliminação com o bode vivo para Azazel. Deus queria afastar os pecados de Seu povo para longe do santuário e do acampamento. Portanto, outro bode vivo era enviado ao deserto.

2. Leia Levítico 16:15. O que acontecia com o bode mencionado nesse texto, e o que ele simbolizava?

Visto que não havia confissão do pecado nem imposição de mãos envolvidas com o bode para o Senhor, seu sangue não era portador de pecado. Assim, ele não contaminava, mas, em vez disso, purificava. O efeito é claramente descrito nos versos 16 e 20. O sumo sacerdote fazia expiação com o sangue do bode do Senhor, purificando todo o santuário. O mesmo procedimento também efetuava a purificação do povo para que, quando o santuário fosse purificado de todos os pecados das pessoas, elas também fossem purificadas. Nesse sentido, o Dia da Expiação era único, pois somente nesse dia tanto o santuário quanto o povo eram purificados.

O Dia da Expiação era a segunda etapa de uma expiação em duas fases. Na primeira fase, durante o ano, os israelitas eram perdoados. Seus pecados não eram apagados, mas confiados ao próprio Deus, que havia prometido cuidar deles. A segunda fase não se relacionava tanto com o perdão, porque as pessoas já estavam perdoadas. Na verdade, o verbo "perdoar" não ocorre em Levítico 16 nem em Levítico 23:27-32. Isso nos mostra que o plano da salvação lida com algo mais do que apenas o perdão dos nossos pecados, um ponto que tem ainda mais sentido quando compreendido no contexto mais amplo do grande conflito.







Segunda

Ano Bíblico: Jo 16–18



Além do perdão


3. Leia Levítico 16:32-34. Qual era a principal tarefa do sumo sacerdote no Dia da Expiação?

A principal função do sumo sacerdote era a de servir de mediador entre Deus e a humanidade. Sua tarefa no Dia da Expiação era imensa. Administrava o sistema do Santuário e realizava diversos rituais de sacrifícios e ofertas (Hb 8:3). Ele realizava quase todos os rituais, exceto o de levar o bode para Azazel ao deserto, embora ele desse a ordem para fazer isso.

No Dia da Expiação, o "grande" sacerdote, como ele também era chamado, se tornava um exemplo vivo de Cristo. Assim como a atenção do povo de Deus se voltava para o sumo sacerdote, Jesus é o centro exclusivo de nossa atenção. Como as atividades do sumo sacerdote na Terra traziam purificação para as pessoas, igualmente a obra de Jesus no santuário celestial faz o mesmo por nós (Rm 8:34; 1Jo 1:9). Assim como no Dia da Expiação a única esperança do povo estava no sumo sacerdote, nossa única esperança está em Cristo.

"O sangue de Cristo, embora devesse livrar da condenação da lei o pecador arrependido, não cancelaria o pecado; este ficaria registrado no santuário até a expiação final; assim, no cerimonial típico, o sangue da oferta pelo pecado removia do penitente o pecado, mas este permanecia no santuário até o dia da expiação" (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 357).

De acordo com Levítico 16:16-20, o sumo sacerdote entrava no lugar santíssimo e o purificava das impurezas rituais, transgressões e pecados. Então, ele transferia todas as iniquidades, transgressões e pecados de Israel para o bode vivo e os enviava, por meio do bode, para o deserto. Assim, todas as falhas morais de Israel eram removidas, o que alcançava o único objetivo do Dia da Expiação: a purificação moral que ia além do perdão. Não era necessário um novo perdão nesse dia. Deus já havia perdoado seus pecados.

Enquanto lutamos para abandonar os pecados, como podemos aprender a depender totalmente dos méritos de Cristo como nossa única esperança de salvação?






Terça

Ano Bíblico: Jo 19–21



Azazel


4. Leia Levítico 16:20-22. O que acontecia com o bode vivo?

O ritual com o bode vivo não era uma oferta. Depois que a sorte era lançada para decidir qual dos dois bodes seria para o Senhor e qual seria para Azazel (bode emissário; em inglês, o termo muitas vezes é traduzido como scapegoat [bode expiatório]), apenas o bode para o Senhor é mencionado como oferta de purificação (v. 9, 15). Por outro lado, o bode para Azazel é chamado de "bode vivo". Ele não era morto, provavelmente para evitar qualquer ideia de que o ritual constituísse um sacrifício. O bode vivo entrava em ação somente depois que o sumo sacerdote terminava a expiação de todo o santuário (v. 20). Este ponto deve ser enfatizado: o ritual que se seguia com o bode vivo não tinha nada a ver com a efetiva purificação do santuário ou do povo. Eles já tinham sido purificados.

Quem ou o que é Azazel? Os antigos intérpretes judeus identificavam Azazel como o anjo caído, principal originador do mal e líder dos anjos maus. Nós o conhecemos como símbolo do próprio Lúcifer.

O ritual com o bode vivo era um rito de eliminação que realizava a remoção final dos pecados, que seriam colocados sobre o seu originador e depois retirados do povo para sempre. A "expiação" era feita sobre ele no sentido punitivo
(Lv 16:10), visto que o bode suportava a responsabilidade final pelo pecado.

Então Satanás desempenha um papel em nossa salvação, como alguns falsamente acusam que ensinamos? Claro que não! Satanás nunca, de nenhuma forma, carrega o pecado por nós como substituto. Só Jesus fez isso, e é uma blasfêmia pensar que Satanás tivesse alguma parte em nossa redenção.

O ritual com o bode vivo encontra paralelo na lei da testemunha falsa (Dt 19:16-21). O acusador e o acusado se apresentavam diante do Senhor, representado pelos sacerdotes e juízes. Era realizada uma investigação e, se fosse comprovado que o acusador era uma testemunha falsa, ele devia receber a punição que pretendia para o inocente (por exemplo, o perverso Hamã que levantou uma forca para o leal Mordecai).

Graças a Deus por Seu misericordioso perdão e pelo fato de que Ele não mais Se lembrará dos nossos pecados (Jr 31:34). Como podemos aprender a nos esquecermos dos nossos pecados, uma vez que eles estão perdoados? Por que é tão importante fazer isso?







Quarta

Ano Bíblico: At 1–3




No Dia da Expiação


"Em tais condições, no ministério do tabernáculo e do templo que mais tarde tomou seu lugar, ensinava-se ao povo cada dia as grandes verdades relativas à morte e ministério de Cristo e, uma vez ao ano, sua mente era transportada para os acontecimentos finais do grande conflito entre Cristo e Satanás, e para a final purificação do Universo, de pecado e pecadores" (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 358).

5. Leia Levítico 16:29-31 e 23:27-32. O que Deus esperava que os israelitas fizessem no Yom Kippur (Dia da Expiação)? Como esses princípios se aplicam a nós, que vivemos no antitípico "Dia da Expiação"?

Se alguém no antigo Israel não seguisse essas instruções, devia ser eliminado e destruído (Lv 23:29, 30). O Dia da Expiação realmente significava nada menos do que vida e morte. Ele exigia completa lealdade para com Deus.

Imagine que alguém tivesse confessado seus pecados durante a primeira fase da expiação ao longo do ano, ou seja, por meio dos sacrifícios diários, mas não levasse a sério o Dia da Expiação. Por seu desrespeito ao que Deus desejava demonstrar nesse dia, essa pessoa teria demonstrado sua deslealdade para com o Senhor.

Isso significa que uma pessoa que professa fé em Deus ainda pode perder a salvação. Como adventistas do sétimo dia, não acreditamos na expressão "uma vez salvo, salvo para sempre", porque a Bíblia não ensina isso. Estamos seguros em Cristo apenas enquanto vivemos pela fé e nos entregamos a Ele, clamando por Seu poder para a vitória, quando tentados, e Seu perdão, quando caímos.

6. Leia Mateus 18:23-35. Que lição devemos tirar dessa parábola?






Quinta

Ano Bíblico: At 4–6



O Yom Kippur de Isaías


Em Isaías 6:1-6, o profeta viu o Rei celestial sentado em um "alto e sublime" trono no templo. A visão é uma cena de juízo que apresenta Deus como vindo para o julgamento (Is 5:16). Isaías viu o verdadeiro Rei, identificado no Evangelho de João como Jesus Cristo (Jo 12:41).

Embora Isaías fosse profeta de Deus e chamasse as pessoas ao arrependimento, entendia que, na presença de Deus, ele estava perdido. Confrontado com a santidade e glória de Deus, Isaías percebeu sua própria pecaminosidade e também a impureza de seu povo. Santidade e pecado são incompatíveis. Como Isaías, precisamos chegar à conclusão de que não podemos passar pelo juízo divino confiando em nós mesmos. Nossa única esperança é ter um Substituto.

7. Que paralelos para o Dia da Expiação aparecem em Isaías 6:1-6?

A combinação de um templo cheio de fumaça, um altar, julgamento e expiação para o pecado e a impureza, lembra claramente o Dia da Expiação. Isaías experimentou seu próprio "Dia da Expiação", por assim dizer.

Atuando como sacerdote, um serafim (que literalmente significa "aquele que arde") tomou uma brasa viva do altar, o que pressupõe algum tipo de oferta, para remover o pecado do profeta. Essa é uma imagem apropriada para a purificação do pecado, que é possível mediante o sacrifício de Jesus e Seu ministério de mediação sacerdotal. Isaías reconheceu isso como um ritual de purificação e se manteve quieto enquanto a brasa tocava seus lábios. Assim a sua "iniquidade foi tirada" e seu pecado perdoado (Is 6:7). A voz passiva no verso 7 mostra que o perdão é concedido por Aquele que está sentado no trono. O Juiz também é o Salvador.

A divina obra de purificação nos leva do "ai de mim!" para "eis-me aqui, envia-­me a mim". Compreender a obra celestial no Dia da Expiação leva à disposição para a proclamação, porque um verdadeiro entendimento conduz à segurança e certeza. A razão disso é sabermos que, no juízo, temos um Substituto, Jesus Cristo, cuja justiça (simbolizada pelo sangue) nos permitirá ficar sem medo da condenação (Rm 8:1). Gratidão motiva a missão. Pecadores absolvidos são os melhores embaixadores de Deus (2Co 5:18-20), porque eles sabem que Deus os libertou.






Sexta

Ano Bíblico: At 7–9



Estudo adicional


"Ocorre agora o acontecimento prefigurado na última e solene cerimônia do Dia da Expiação. Quando se completava o ministério no lugar santíssimo, e os pecados de Israel eram removidos do santuário em virtude do sangue da oferta pelo pecado, o bode emissário era, então, apresentado vivo perante o Senhor; e na presença da congregação o sumo sacerdote confessava sobre ele "todas as iniquidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados", pondo-os sobre a cabeça do bode (Lv 16:21, RC). Semelhantemente, ao completar-se a obra de expiação no santuário celestial, na presença de Deus e dos anjos do Céu e da multidão dos remidos, serão então postos sobre Satanás os pecados do povo de Deus. Ele será declarado culpado de todo o mal que os fez cometer" (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 658).


Perguntas para reflexão

1. Por que a compreensão do plano da salvação seria incompleta se deixasse de fora, ou minimizasse, a obra de Cristo como Sumo Sacerdote? O que o santuário nos ensina sobre a importância da obra de intercessão no santuário para o plano da salvação? A maior parte do livro de Hebreus é dedicada à obra de Cristo no santuário celestial. Em vista disso, qual é a importância dessa obra?

2. Alguém escreveu que a obra de Cristo, desde Sua morte até Seu ministério no santuário celestial, é simplesmente parte do "método planejado por Deus" para lidar com o problema do pecado de uma forma que ajude a responder a todas as perguntas acerca de Sua justiça, honestidade e amor. Pense nas implicações desse conceito, especialmente à luz do grande conflito e o que ele ensina sobre as grandes questões envolvidas na tragédia do pecado.

3. Muitos adventistas do sétimo dia foram ensinados sobre o Dia da Expiação de uma forma que os deixou sem a certeza da salvação. Tal visão vem da falsa compreensão do propósito do Dia da Expiação. O que significa a palavra "expiação"? Como é alcançada? Quem faz a obra de expiação? Como ela é realizada? Como as respostas a essas perguntas nos ajudam a entender por que o Dia da Expiação é realmente uma boa notícia?


Respostas sugestivas: 1. No Dia da Expiação, eram purificados o santuário e a congregação. 2. O bode era imolado, como símbolo do sacrifício de Cristo em favor do pecador. 3. A principal tarefa do sacerdote era interceder em favor do povo diante de Deus. No Dia da Expiação, sua tarefa principal era fazer expiação pelo santuário e por todo o povo. 4. Os pecados do povo eram colocados sobre esse bode, que era levado ao deserto, onde morria solitário. 5. O povo devia recolher-se espiritualmente, humilhar-se, confessar e abandonar seus pecados. Hoje, Deus requer de nós que façamos o mesmo. 6. Devemos perdoar nosso ofensor, assim como somos perdoados por Deus. 7. No cenário da visão de Isaías, há um templo cheio de fumaça, um altar e uma cena de julgamento. Da parte do profeta, há reconhecimento e confissão de sua impureza e a consequente remoção dela.

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