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quinta-feira, 12 de junho de 2014

6 benefícios radicais de uma Cristologia robusta

6 benefícios radicais de uma Cristologia robusta

Há um hábito entre os evangélicos de se enamorarem com o que chamo de Cristianismo “passe de mágica”. Na prática, alguns cristãos crêem que si disserem ou escreverem as palavras certas – como essas do título do texto – então as coisas acontecem. É a tentação de evitar o trabalho duro de crescer em graça ao dizer que alguém é “centrado no evangelho”. É a tentação de evitar lidar com os conflitos com o cônjuge e apenas afirmar que o casamento é “centrado na cruz”. E não, não estou brincando.
A vida do Cristão é de trabalho duro. Não há passes de mágica, nenhum abra-kadabra. É o trabalho duro de aprender, estudar e confiar na pessoa de Cristo; e então conhecer sua própria vida bem o suficiente para aplicar essa doutrina corretamente. Ortodoxia e Ortopraxia são mais bonitas quando aparecem juntas na Pessoa, obra e recompensa de Cristo.
Essa é a principal razão pela qual esse site existe. Queremos te desafiar continuamente a ver os pontos de conexão entre sua vida e a vida de Jesus. E só melhoramos nisso por meio da prática. Então consideremos juntos o que o Breve Catecismo de Westminster resume os três ofícios de Cristo (perguntas 23-26).
Longe de teologia desconexa, esses aspectos da obra redentiva de Cristo são cruciais para uma vida cristã saudável.
1. Jesus, como nosso profeta, revela a vontade de Deus para nossa salvação.  Desde o protoevangelho (isso é, a primeira pregação do Evangelho) em Gênesis 3.15 em diante, Deus tem revelado seu caminho de salvação. João, falando sobre Jesus, diz que “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou” (1.19). Quando o Cristão luta contra a dúvida sobre sua salvação, Jesus está lá, na Palavra, para falar sobre o caminho de salvação pela graça por meio da fé. Quando o Cristão se pergunta se Deus pode amar um pecador como ele, a voz de Jesus ecoa nas páginas da Bíblia lhe lembrando que sim.
2. Jesus, nosso sacrifício, expia nossos pecados. Jesus provê para nós tanto sua justiça ativa como a passiva. Ele ativamente cumpriu a lei de Deus sem pecado em nosso lugar (Romanos 8.3-4). Ele passivamente se permitiu sofrer e ser morto pelos pecados de seu povo (1 Pedro 3.18).  Dessa forma, ele minou o poder do pecado e impôs a morte à própria morte. De que forma prática o Cristão pode aproveitar e se deleitar nisso? Quando o Cristão pode olhar para a obra completa de Cristo, o reconhecimento da culpa se torna um caminho para a graça, ao invés de um caminho para a autocomiseração e autojustificação. A introspecção mórbida se torna uma ferramenta inútil. E a ameaça da condenação não é mais um fator motivacional para a nova criatura em Cristo, um pecador comprado pelo sangue precioso de Jesus (1 Pedro 1.19).
3. Jesus, como nosso sacerdote, intermedia entre nós e Cristo. Em adição ao ofício histórico-redentivo do sacrifício, havia uma outra figura típica no sistema sacrifical do Antigo Testamento. Os sacrifícios não sacrificavam a si mesmos. Havia os sacerdotes, ordenados por Deus, que mediavam entre o povo e Deus. O sacerdote era um emblema, alguém que poderia comparecer perante Deus quando o crente não podia. O sacerdote era um advogado, alguém que apresentaria o caso do pecador baseado no sacrifício feito. Esse ofício de sacerdote foi cumprido por Cristo. Ele é o grande sumo sacerdote do povo de Deus (Hebreus 4.14). Quando o Cristão é confrontado com seu próprio pecado, mesmo aquelas coisas que ele disse que jamais faria novamente, o que ele faz? Quando o filho de Deus passa a noite acordado, ansioso, temeroso e preocupado, para quem ele pode ir? O cristão pode correr para Deus em oração, sabendo que Jesus está lá. Ele pode simpatizar com você (Hebreus 4.15) e vive para interceder por seu povo (Hebreus 7.25).
4. Jesus, como nosso rei, graciosamente conquista nossa rebelião e nos submete a ele. A descrição de Paulo em Romanos 3 do homem sem Deus é uma figura perturbante de rebelião obstinada. O homem, em seu pecado, aceita qualquer coisa, exceto o único e verdadeiro Deus. Seu coração é rebelde contra Ele e mesmo suas melhores ações são ofensivas. Mesmo cristãos, ainda lutando contra a carne pecaminosa, pode, às vezes, se perceberem cantando a letra de Fonte és tu de toda bênção: o meu ser é vacilante, toma e prende-o com amor. É nesses momentos que, se um homem há de ser salvo ou se lembrar de sua salvação, é por conta do poder de Deus, não das tolas ambições humanas (Mateus 19.26). O poder de Deus na salvação é conquistado por meio de Jesus, nosso rei. Quando essas pessoas fogem, ele as persegue. Quando elas amaldiçoam, ele abençoa. Quando seu pecado aumenta, percebem que a graça de Deus aumenta ainda mais.
5. Jesus, nosso rei, nos governa e nos defende. O mundo é um lugar confuso e aterrorizante. Eu não conheço nenhum cristão que em qualquer ponto de sua vida teve respostas para todas as suas perguntas. Parece que os filhos de Deus precisam sempre olhar para Deus e perguntar “o que eu devo fazer, Senhor?”. As complexidades da vida e da ética cristã só podem ser resolvidas por uma Bíblia aberta e bem amada. Mas mesmo quando o Cristão lê a Bíblia por toda sua vida, ainda há os desafios, as tragédias, as dificuldades e os conflitos de Sua providência que são difíceis de ler. Os crentes precisa saber que há alguém olhando por eles. Jesus está, como o Rei dos Cristãos, sentado à direita de Deus, governando o mundo para sua própria glória e o bem supremo de seu povo (Romanos 8.28). Não há um dia que o cristão não tenha a oportunidade de agradecer a Deus pelo cuidado real de Jesus.
6. Jesus, como nosso rei, restringe e conquista os nossos inimigos e os dele. O pecado, a morte, o diabo e os inimigos do Evangelho não descansam e não descansarão. Nesse tempo antes do retorno do Rei Jesus, nós, como seu povo, conhecemos o conflito, a perseguição e a batalha espiritual que permeiam esse mundo (João 16.33). Pode ser um pecado que não morre. Pode ser momentos de percebida oposição demoníaca. Pode ser um colega de trabalho difícil de conviver, decidido a minar e combater a fé cristã. Pode mesmo o mais maduro e mais forte cristão olhar para si mesmo e dizer “eu sou forte o suficiente para encarar essas coisas”? Não, em todas essas coisas somos mais que vencedores por meio de Jesus, que nos amou se entregou por nós (Romanos 8.37). Jesus não é apenas um rei que nos conquistou em amor, que provê sabedoria e proteção agora, mas ele também é aquele que eventualmente há de conquistar todos os nossos inimigos e acabar com a própria morte (Apocalipse 20.14).
Tire algum tempo para refletir sobre essas coisas. As verdades sobre Jesus não são pinturas em um museu. A beleza da cristologia é, na verdade, melhor vista quando demonstrada na luta ordinária da vida cristã.
Traduzido por Filipe Schulz | Reforma21.org | Original aqui

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