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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A vontade do homem e o Rei da glória

 

Fonte - http://reforma21.org/artigos

 

A vontade do homem e o Rei da glória

Quando era apenas uma jovem crente, sempre tinha alguém dizendo para mim: “você tem toda a vida pela frente”, eu me encontro, frequentemente, lutando em oração para descobrir qual é a perfeita vontade de Deus para a minha vida. Tenho certeza que muitos se identificam com isso. É uma luta constante para estar contente onde estamos e para confiar o futuro a Deus. Como Sinclair Ferguson sabiamente disse: “Não há como evitar ou substituir a, muitas vezes, longa e árdua experiência de descobrir a vontade de Deus para as nossas vidas”. O fato é que para aprender a confiar as nossas vidas a Deus leva tempo e esforço. Nós sabemos que nós estamos onde estamos porque Deus, soberanamente, nos chamou e nos colocou ali, e sabemos que estaremos onde estaremos já que Deus, soberanamente, nos colocará lá. Mas somente quando começarmos a enxergar Deus em Cristo como nosso Rei é que iremos aprender descansar verdadeiramente em Sua vontade.
Se entendermos genuinamente que Deus é Rei, nós não nos indignaremos com os malfeitores (Salmo 146.3) e não colocaremos nossa confiança em príncipes nem dependeremos da ajuda humana (Salmo 146.3). Em vez disso, como corpo de Cristo, iremos sorrir no futuro porque confiamos verdadeiramente em seu gracioso e justo reino (Salmo 2.4; Provérbios 31.25).
É realmente possível cultivar esse espírito dependente e confiante em Deus cujo Reino é infindável (Salmo 145.13), enquanto assistimos ao mundo ao nosso redor se destruir em rebelião e futilidade? Com certeza é! É quando tiramos tempo para conhecer o nosso Deus, olhar sua beleza e cultivar intimidade com Ele que nós começaremos a ver um espírito confiante se desenvolvendo em nós. Só então ele ajustará a vontade de nosso coração à Sua vontade.
Quem é o Rei? O salmista nos diz que Ele é: “O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso nas batalhas… O Senhor dos exércitos, Ele é o Rei da Glória” (Salmo 24.8, 10)! O Deus a quem adoramos e servimos é o “Rei eterno, imortal, invisível, Deus único (1 Timóteo 1.17a) “que habita em luz inacessível” (1 Timóteo 6.16). Ele está assentado em Seu trono. Seu manto enche o templo. Querubins o cercam e nunca cessam de cantar louvores a Ele, clamando dia e noite: “Santo, Santo, Santo é o Deus dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória (Isaías 6.3).
Enquanto há o prazer em conhecer a Deus, também é penoso buscar conhecê-lo. À medida que começamos a conhecê-lo, a contemplar a Sua glória e admirar Sua majestade, Ele começa a revelar os pecados de nossos corações (Lucas 5.1-8, especialmente o v. 8).  Muitas vezes falhamos em confiar nele, em adora-lo como devemos e em depender dele como nosso Rei. Isso tudo é uma parte necessária de nosso aprendizado em depender Dele.
Ele odeia o nosso pecado. Ele fica descontente, como nosso Pai, quando falhamos com Ele. Mas ele nos adotou à sua família por meio do seu Filho amado. Ele nos fez seus filhos. Ele nos vestiu com justiça e o manto real de seu Filho. Que Ele iria derramar seu amor sobre criaturas pecadoras, que ele iria nos fazer “sacerdotes reais e Nação Santa” e que ele nos chamaria de filhos é algo espiritualmente humilhante e inspirador. Por que ele faria isso por nós? A única resposta é que ele é o Rei e, por isso, faz o que bem entender. Em sua misericórdia e graça, Deus Pai quer uma noiva pra seu Filho, o Rei. Jonathan Edwards resumiu o propósito de Deus na criação, queda, redenção e consumação:
Deus criou o mundo para o seu Filho, e procurará para ele uma esposa ou noiva a quem irá outorgar o seu amor, pois o mútuo prazer entre a noiva e o noivo é o fim da criação.
E como Samuel Rutherford belamente também expressou:
Nem os olhos da noiva, nem sua vestimenta, mas a face do seu querido esposo. Não olharei para a glória, mas para a graça do meu Rei. Não para a coroa dada, mas para a sua mão perfurada. O Cordeiro é toda a glória da terra do Emanuel.
Como devemos responder à obra do Rei da graça e da glória? O que podemos dar a ele? Nosso Rei “não se deleita em sacrifícios; do contrário, eu os to daria”, mas um “espírito quebrantado e um coração contrito” ele não desprezará (Salmo 51.16-17). Quando olharmos para o Rei em sua beleza, desfrutarmos de seu maravilhoso trabalho e entregarmos nossas necessidades a Ele, então começaremos a desejar o que ele quer para nós.
Aqui estão três coisas que o nosso Rei deseja para nós:
1. Ouvi-lo. Ninguém pode saber a vontade secreta de Deus, é claro; mas negligenciar ouvir o Rei revelando sua vontade por meio de Sua Palavra é uma grande rebelião. Frequentemente eu me vejo procurando o último livro cristão sobre piedade ou ouvindo o conselho de mulheres sábias antes de olhar para as palavras do Rei, “em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Colossenses 2.3). A Palavra de Deus é “viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hebreus 4.12). Nenhuma outra Palavra é verdadeira e efetiva para nos guiar em nossas vidas. Não há outro Conselheiro que nunca precisou de conselheiro (Isaías 40.13-14). Assim como James Motgomery Boice lindamente colocou em seu hino “Give Praise to God”: “Ninguém pode aconselhar a Deus, toda sabedoria e verdades estão reveladas perante seus olhos afiados. Ele guia nossos passos para frente e para trás. Ele é nosso firme conselheiro”.  Nós precisamos o conselho e a ajuda Dele. Que Deus nos dê graça para nos voltarmos às suas sábias palavras em nosso tempo de necessidade.
2. Confiar nele. Tudo sobre o nosso Rei demanda que nós confiemos nele. Não há maior ato de dependência do que se voltar a Ele em fé e oração. É muito fácil que nossos tolos corações se voltem para a sabedoria do mundo antes de olharmos para o onisciente Rei para sermos guiados. “Pois ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó” (Salmo 103.14). Nós não temos um Rei “que não possa compadecer-se das nossas fraquezas” (Hebreus 4.15).  Ele é o Filho de Deus e o Filho do Homem, “Nasceu para se entregar por seu povo, nasceu uma criança e um Rei”. Ele entende nossa fragilidade. Quando nos lembramos da grande humilhação experimentada para a nossa redenção, nós somos encorajados a confiar toda a nossa vida a ele. Quando nos lembramos que ele desceu tão baixo, a ponto de nascer sobre uma manjedoura, que ele foi a Jerusalém em um jumento e que ele se sujeitou à coroa de espinhos, como não sermos convencidos que ele se importa conosco e que “Ele sabe nossas necessidades antes que lhe peçamos” (Mateus 6.8). Ele já assegurou para nós “a linda herança” (Salmo 16.6). Quanto mais conhecemos seu caráter real e seus caminhos soberanos, mais seremos capazes de dizer: “se isso agradar ao Rei” (Ester 1.19; 3.9; 5.4; 8; 7.3; 8.5; 9.13; Ne 2. 7), quando chegarmos a Ele em oração.
3. Obedecê-lo. Se você está procurando a vontade de Deus para a sua vida, por que você não iria gostar de conhecer Aquele que deu a vida por você, de aprender o que Ele espera de você por meio de Sua Palavra e, então, obedecê-la? Essa é a resposta apropriada para uma pessoa que começa a compreender o que o Rei fez por nós. O Evangelho não é que obedecemos para conseguir algo Dele. Pelo contrário, o evangelho é que nós recebemos tudo dele e, portanto, nós lhe obedecemos em gratidão pela abundância de sua graça e misericórdia, em Cristo, para conosco.
Você quer conhecer a vontade de Deus para onde a sua vida está neste momento? Confie em Jesus. Você quer saber a vontade de Deus para o seu futuro? Então confie em Jesus. Jesus é o Rei que venceu a morte e o pecado. Nós sabemos que seu objetivo é trazer muitos filhos para a glória, subjugar os inimigos dele e os nossos e glorificar o próprio nome. E nós sabemos que ele não descansará até que seja vitorioso. Ele é o Rei da graça e da glória.
Nós não devemos descansar até que a vontade e os propósitos Dele se tornem os nossos. Que Deus nos dê graça para nos submetermos a sua vontade e batalharmos com ele até que possamos cantar um louvor incessante: “Toma minha vontade e submete-a a tua. Ela já não será mais minha. Tome meu coração para si. Ele será seu trono real. Ele será seu trono real!”
Traduzido por Victor Bimbato | Reforma21.org | Original aqui

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