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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

As Boas Novas do Natal declamadas em Cordel

 

As Boas Novas do Natal declamadas em Cordel



Este poema em forma de cordel relata a hipotética conversa entre os quatro evangelistas e o apóstolo dos gentios, terminando com o convite de Maria a que adoremos ao fruto do seu ventre.


Um dia como outro qualquer - Por Hermes Fernandes


Marcos

Um dia como outro qualquer
Sua voz ecoou pelas praias da Galileia
Não se ouvia um ruído sequer
Começava ali sua incrível odisseia

Arrependei-vos pois chegado é
o tão esperado reino dos céus
Não mais por força, mas pela fé
Que das faces caiam os véus

Mateus

Mas esta história não começa aí
Antes desta cena tantas coisas vi
E o que não vi, alguém relatou
Por isso escrevi e aqui estou

Um jovem profeta o antecedeu
abrindo o caminho para o Galileu
Seu nome João de apelido Batista
Por onde passou deixou sua pista
Em pleno deserto atraiu multidões
De longe e de perto, tocou corações

Pregou conversão dos pais aos filhos
E do coração dos filhos aos pais
Reuniu após si tantos andarilhos
Gente humilde que anelava por mais

Até Jesus foi por ele batizado
No rio Jordão, ao cumprir-se o prazo
Diante de todos por Deus aclamado:
Este é meu filho, meu filho amado
A Ele ouvi, n’Ele me comprazo

Marcos

O próprio João também deu testemunho
Se com água batizo com meu próprio punho
Com fogo e Espírito Ele vos batizará
O Cordeiro de Deus é quem vos conduzirá

Ao ouvir tais palavras muitos o seguiram
Todos te abandonam, alguém insinua
Convém que Ele cresça e eu diminua
João respondeu aos que o arguiram

Cheio do Espírito, doentes curou
A um povo faminto Ele alimentou
Sinais indicavam: seu reino chegou!
Amor verdadeiro Ele demonstrou

Lucas

Mas a história também não começa daí
De onde terá vindo o jovem galileu?
Alguém, por favor, queira me ouvir
Pois vou lhes contar como nasceu

Um anjo do céu a uma virgem apareceu
Anunciando que ela havia sido escolhida
Seu ventre hospedaria o filho de Deus
Nela se geraria o Salvador, o autor da vida

Sobre ela viria o Espírito Santo
E a cobriria com seu próprio manto
O que para muitos seria um espanto
Pro mundo inteiro, motivos de canto

Foi lá em Belém que ocorreu seu natal
Seu primeiro berço foi uma manjedoura
Embalado ao som do coro angelical
Anunciando aos homens a paz duradoura

Guiados por um astro de brilho intenso
Magos vieram prestar-lhe homenagem
Trouxeram-lhe ouro, mirra e incenso
Só de ver o menino, já valeu a viagem

João

Sinto informar, a história vem de muito antes
É anterior às minas de ouro e diamantes
Aquele menino nos braços da jovem Maria
O Verbo Divino, antes de todos os antes já vivia

Ele é a Palavra que deu origem ao universo
Que tem o direito de exercer primazia
Ele é o poema de Deus em prosa e verso
Sem Ele nada do que existe, existiria

Até Sua cruz, seu perfeito sacrifício
Se deu antes da fundação do mundo
Nem mesmo a luz acesa desde o início
Antecedeu o Cordeiro Moribundo

Nele encerrou-se toda a procura
Cessou-se de vez nosso dilema
O que a outros parece loucura
Aos que creem, sabedoria suprema

Paulo

Ei, amigos, desculpem-me a demora
É que por muito tempo estive fora
Até que um dia Ele me encontrou

Quem? (perguntam os demais)

Aquele de quem vocês falavam agora
O Cristo, o esperado por eras afora.

O Deus Criador por nós se esvaziou
E em forma humana a si mesmo se humilhou
Mas Deus, o Pai,  sobre tudo o exaltou
E por Seu sangue a todos reconciliou

Diante d’Ele joelhos se dobrarão
Seu santo nome línguas confessarão
Aos inimigos dará o Seu perdão
Ao que está destruído, restauração

O Deus menino deitado em manjedoura
Foi o mesmo fincado naquela rude cruz
Sua morte nos trouxe à era vindoura
Mas ressuscitou para ser nossa luz

Maria

Adoremos ao Deus que
para encher todas as coisas
a Si mesmo esvaziou
O Todo-poderoso cuja
fraqueza Seu amor revelou
O Deus sábio, onisciente 
                                por cuja loucura a todos salvou
                  
              Fonte - http://www.hermesfernandes.com/2014/12/ 
               
             Hermes Fernandes. - Um dos melhores blogs em 2014

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