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sábado, 20 de dezembro de 2014

O Deus Altíssimo tornou-se um de nós


 

O Deus Altíssimo tornou-se um de nós




Por John Starke

Tenho certeza de que você já ouviu essa pergunta antes: qual é o pecado fundamental por trás de todo pecado? É uma questão que busca chegar ao centro de toda rebelião humana. As respostas comuns são orgulho ou idolatria. Ambas as respostas parecem convincentes. Eu já ouvi glutonaria, uma vez que o primeiro pecado envolveu comida. Isso pode ser uma extensão dele. Não importa como você o chame, a promessa da serpente – vocês serão como Deus (Gn 3.5) – parece ser decisivo para a decisão de Eva de comer o fruto.
A tentação da serpente significava mais que simplesmente ser divino. Adão e Eva já eram a coroa da criação, a imagem de Deus. Eles eram, por assim dizer, os governantes do mundo e co-regentes de Deus. A tentação era uma tentativa de embaçar a distinção Criador-criatura. Ia fundamentalmente contra como Deus descreve seu relacionamento com tudo mais: “Eu sou o Senhor, e não há nenhum outro; além de mim não há Deus” (Is 45.5). Ela confunde quem Deus é e quem somos em relação a ele. A ilusão é mais significante que Pinóquio querendo ser Gepeto. Eva, a criatura, queria ser como Deus, o Criador e Incriado.
Essa distinção é profundamente clara nos governantes das nações durante a queda e exílio de Israel. Note a pretensão do rei da Babilônia em Isaías 14.14: “Subirei mais alto que as mais altas nuvens; serei como o Altíssimo”. Ele não reinava apenas sobre a Babilônia, mas havia conquistado o mundo e procurava ser algo mais:

Subirei aos céus;
erguerei o meu trono
acima das estrelas de Deus;
eu me assentarei no monte da assembleia,
no ponto mais elevado do monte santo.
Subirei mais alto que as mais altas nuvens;
serei como o Altíssimo”. (Is 14.13,14)

Ele não estava contente em ser o apenas o conquistador da nação. Ele queria reinar sobre céus e terra. Essa presunção pseudodivina é a mesma da tentação de Eva. Ambos perderam de vista a identidade singular de Deus e seus lugares como criaturas. Ambos são exemplos de alta traição. São figuras da rebelião humana.
Enquanto a rebelião humana é o anseio do homem de ser como Deus, é a gloriosa graça do Evangelho que Deus tenha se tornado homem. Deus Filho montou sua tenda conosco e se tornou como nós em todos os aspectos. Isso é a Encarnação, os tijolos da obra salvífica de Deus em Cristo: ele é tanto Senhor Todo-Poderoso quanto nosso Irmão. O Deus eterno tornou-se pequeno por aqueles que queriam subverter sua grandeza. Ele assumiu o lugar daqueles que queriam tomar o seu. O Bendito tornou-se uma maldição por nós. Ele aceitou o julgamento por pecados cometidos contra sua pópria glória. Mais ainda: nós, os orgulhosos, rebeldes, caçadores de glória pessoal, recebemos sua postura perfeita. Não somos apenas perdoados de nossas transgressões, mas as mesmas palavras ditas a Jesus no seu batismo pelo Pai: “Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo” (Lc 3.22) agora são atribuídas a nós! Como uma flor que nasce de seu terreno fértil, assim o Evangelho de Jesus Cristo flui da verdade da encarnação do Filho de Deus.
A história do Natal tem algo a dizer àqueles que desejam ser grandes. Há Alguém que é gloriosamente maior que qualquer coisa nos céus ou na terra. Ele se tornou amaldiçoadamente pequeno, a fim de que em Cristo nos tornássemos maiores do que jamais pudemos imaginar. Não precisamos pecaminosamente desejar amor e adoração, porque fomos muito amados por Deus, cujo amor nos satisfaz mais que a admiração dos outros. Nisto está o amor: embora quiséssemos obstinadamente ser como Deus, Deus se humilhou e tornou-se como nós.

Traduzido por Josaías Jr | iPródigo | Original aqui


 
 
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