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segunda-feira, 20 de abril de 2015

O FRUTO DO ESPÍRITO: FIDELIDADE, MANSIDÃO, DOMÍNIO PRÓPRIO

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Billy Graham
O  FRUTO  DO  ESPÍRITO: 
FIDELIDADE,  MANSIDÃO,  DOMÍNIO PRÓPRIO

A vida cristã autêntica tem sua própria escala de prioridades: Primeiro Deus, depois os outros, por último nós mesmos. Por isto ao falarmos do terceiro cacho do fruto do Espírito focalizaremos nossa atenção no homem interior. O Espírito Santo atua em nós para poder atuar através de nós. "Ser" é mais importante que "fazer". Mas quando somos interiormente o que devemos ser, então produziremos fruto, mais fruto, muito fruto. Este é o objetivo final do apóstolo Paulo ao escrever: "É Deus quem efetua em nós tanto o querer como o realizar, Segundo a sua boa vontade" (Filip. 2:13). Ele diz também: "Aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus" (Filip. 1:6).
O terceiro cacho do fruto espiritual trata do homem interior. Inclui fidelidade, mansidão e domínio próprio.

O Fruto do Espírito: Fidelidade

A fidelidade de que se fala aqui não é uma referência à fé do crente, mas à fidelidade que o Espírito Santo produz em uma vida cristã entregue a Ele.
A mesma palavra aparece em Tito 2:10; a Escritura elogia muito este traço de caráter. Fidelidade nas coisas pequenas é um dos teste de caráter mais seguros, como num Senhor mostra na parábola dos talentos: "Foste "fiel no pouco, sobre o muito te colocarei" (Mat. 25:21). Moralidade não é tanto questão de grandeza, mas de qualidade. Certo é certo, errado é errado, tanto nas coisas pequenas como nas grandes.
Pedro contrasta os que arcam fielmente com Deus com os que se emaranham de novo com a sujeira do mundo. Ele escreve: "Melhor lhes fora que nunca tivessem conhecido o caminho da justiça, do que, após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado. Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: a porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal!" (2 Pedro 2:21, 22).
A terceira epístola de João conta só catorze versículos. Demétrio e Diótrefes são as personagens principais. Demétrio era o discípulo fiel: "Todos falam bem de Demétrio, e a própria verdade fala bem dele" (v. 12, BLH). Ele é elogiado porque seguiu o Senhor fielmente, em palavra, em verdade, na prática e no princípio.
Uma expressão familiar na indústria é "prazo de entrega", o tempo entre o recebimento do pedida de fabricação e o dia em que ele é entregue. Muitos cristãos um dia se arrependerão do tempo que gastaram depois de Deus lhes mostrar Seu plano para eles e antes de começar a agir. Os israelitas poderiam ter feito a sua viagem do Egito até Canaã em poucos meses; mas, por causa da sua infidelidade e falta de fé (a palavra é a mesma, no grego), a viagem foi feita em não menos que 40 anos, e toda uma geração morreu.
Falta de fidelidade é um sinal de imaturidade espiritual. Um sinal de imaturidade emocional é a recusa em aceitar responsabilidade. Os jovens querem ter todos os privilégios dos adultos, mas não querem assumir responsabilidades. O mesmo princípio vale espiritualmente. Deus nos deu certas responsabilidades, como cristãos adultos. Quando somos desobedientes e nos recusamos a assumir estas responsabilidades, então somos infiéis. Por outro lado, quando somos fiéis é porque assumimos as responsabilidades que Deus nos deu. Isto é um sinal de maturidade espiritual, e é um dos frutos importantes que Espírito produz em nós.
Sem dúvida muitos de nas crescem mais lentamente do que deveriam porque não querem permitir que o Espírito Santo controle todas as áreas da sua vida. Nossa obediência, permitindo que Deus Espírito Santo remova todos os maus hábitos que se desenvolvem, deveria ser imediata. Às vezes somos impacientes, porque demora tanto para sermos como Ele é, mas devemos ser pacientes e fiéis, porque vale a pena esperar até sermos como Ele é. E eu tenho certeza de que não vamos saber que somos maduros, quando o formos. Quem de nós pode dizer que já é perfeito? Sabemos que quando estivermos diante dEle na eternidade, então seremos glorificados com Ele. O Espírito Santo começará a aperfeiçoar e executar o plano de Deus em nossa vida sempre que estivermos dispostos a dizer "sim" à Sua vontade!
A Escritura está repleta com histórias de homens como Abraão (Heb. 11:8-10) que andaram fielmente com Deus. Todo o capitulo onze de Hebreus fala de homens e mulheres que Deus considerou fiéis.
É perigoso tentar Deus, como alguns homens "infiéis" fizeram nos dias de Amós. Deus disse a eles: "Eis que vêm dias. . . em que enviarei fome sobre a terra, não de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor" (Amós 8:11).
Devemos prestar atenção, isto sim, à advertência de Tiago: "Bem--aventurado o homem que suporta com perseverança a provação; porque, depois de ter sido aprovada, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam" (1:12). Mais adiante Tiago diz: "Mas aquele que considera atentamente na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar" (1:25).
Sempre de novo nós somos exortados a sermos fiéis. Eu já disse algumas vezes que no fim desta era haverá diversos julgamentos. Um destes julgamentos é chamado de o trono da justiça de Cristo. Algum dia todos os cristãos estarão diante de Jesus Cristo para prestarem contas do que fizeram depois da conversão. Nós seremos julgados não com base no quanto fomos bem sucedidos aos olhos do mundo mas no quanto fomos fiéis no lugar em que Deus nos colocou. O apóstolo Paulo indica isto em 1 Coríntios 3:9-16: a fidelidade será a base na qual Deus fará o julgamento.
O maior teste para nossa fidelidade pode ser quanto tempo nas dedicamos à leitura da Bíblia, à oração, vivendo de acordo com os princípios de justiça quando abençoados com prosperidade.
Um cristão devoto me surpreendeu recentemente, quando disse: "É tão difícil ser um cristão nos dias atuais." É tão fácil esquecer e abandonar o nosso Deus em meio à prosperidade, principalmente onde o materialismo domina. É por isto que Jesus disse que é tão difícil para os ricos entrar no reino de Deus. Os ricos podem ser salvos – mas a Bíblia fala da "fascinação das riquezas" (Mat. 13:22).
As preocupações e ocupações deste mundo muitas vezes interferem na nossa vida fiel na presença de Deus. No meio da prosperidade nós devemos nos cuidar para não cairmos na mesma armadilha que a gente de Laodicéia, que incorreu no desagrado e na ira de Deus porque pensava que não precisava de nada, já que era materialmente rica (Apoc. 3:17). "Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação e cilada, e em muitas concupiscências (desejos) insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todas os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé, e a si mesmo se atormentaram com muitas dores" (1 Tim. 6:9, 10).
Se nós pudéssemos gravar um epitáfio no túmulo do apóstolo Paulo, poderia ser este: "Fiel até à morte." Já à espera da execução Paulo escreveu sem hesitação: "Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia" (2 Tim. 4:7, 8). Sejam quais forem os fracassos de Paulo e quanto lhe faltava para a perfeição, ele sabia que tinha sido fiel ao Senhor até o fim.
Este gomo maravilhoso do cacho do fruto do Espírito – fidelidade inclui fidelidade no falar de Cristo, fidelidade na nossa entrega e no nosso chamado, e fidelidade aos mandamentos de Cristo. A recompensa final para a fidelidade está em Apocalipse 2:10: "Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida."

O Fruto do Espírito: Mansidão

A palavra mansidão (humildade, na Bíblia na Linguagem de Hoje) vem de uma palavra grega que significa "brando; ser suave no trato com outros". Jesus disse: "Felizes os humildes, porque receberão o que Deus tem prometido" (Mat. 5:5). Em nenhum lugar da Escritura esta palavra implica em desânimo ou timidez. Nos templos bíblicos mansidão ou humildade significava muito mais do que na nossa língua hoje em dia. Continha a idéia de ser domesticado, como um cavalo selvagem que foi controlado.
Antes de Ser chamado pelo Espírito Santo Pedro era rude e explosivo. Depois toda a sua energia passou a ser usada para a glória de Deus. Moisés foi chamado de o mais manso dos homens, mas antes de Deus o chamar ele era altivo e independente, e levou quarenta anos no deserto até se submeter completamente ao controle de Deus. Um rio sob controle pode ser usado para gerar energia elétrica. Fogo sob controle pode servir para cozinhar alimentos. Mansidão é poder, força, temperamento e violência sob controle.
Em outro sentido podemos comparar mansidão a modéstia, porque é o oposto de arrogância e comodismo. Pelo contrário, ela dá atenção aos outros e torna cuidado para nunca deixar de perceber os direitos dos outros.
Mansidão abriga uma força silenciosa que confunde os que a consideram fraqueza. Esta foi a reação de Jesus depois de preso – durante as acusações, as torturas e a crucificação Ele suportou as dores físicas e emocionais que Seus algozes espectadores escarnecedores o faziam sofrer sem misericórdia. "Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha, muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a sua boca" (Isa. 53:7).
Mansidão também é chamada de amar sob disciplina. Charles Allan diz: "Deus nunca espera de nós que sejamos menos do que realmente somos .. . Autodiminuição é um insulto ao Deus que nos fez. Mansidão adquirimos por outros meios ... O orgulho vem quando nós olhamos para nós mesmos; a mansidão vem quando nós olhamos para Deus."1
Como todo o crescimento do cristão a mansidão também se desenvolve em atmosfera pesada de hostilidade. Esta estabilidade espiritual e força interior, produzida pelo Espírito Santo, não a adquirimos em um parque de diversões mas no campo de batalha espiritual.
David Hubbard dá ainda outra definição de mansidão, dizendo que ela nos faz estarmos sempre à disposição dos que contam conosco; estamos em paz com nossa força, e por isso não a usamos com arrogância ou ofendendo outros. E Dewitt Talmadge diz: "Assim como profeticamente os céus são tomados de violência a terra é tomada de mansidão, e Deus, como proprietário, não quer outros inquilinos ou não arrenda a ninguém mais que aos meigos de coração e espírito."
Dr. V. R. Edman, falando de Andrew Murray, o grande pregador de Keswick, diz assim em seu livro They Found the Secret (Eles Acharam o Segredo): "De fato este é o tipo de vida submissa que tira sua força e seu sustento da Videira. Com esta seiva refrescante e avivante do Espírito Santo percorrendo o íntimo, a oração è eficaz, a pregação é com poder, o amor é contagiante, a alegria transborda e há paz maior do que podemos compreender. É a adoração que é silêncio para conhecer Deus só para nas. É a obediência que faz o que o Senhor ordena à luz da Palavra. É a fertilidade espontânea porque permanece na Videira."2
Outra ilustração que me ajudou a compreender a mansidão é o icebergue. Quando cruzei o Atlântico vi alguns do navio. Mesmo sendo alto acima da superfície, a maior parte do icebergue está debaixo da água. Eles podem ser formidavelmente destrutivos quando entram na rota dos navios. Mas a maior ameaça aos icebergues é algo muito bom, o sol. O sol traz calor à vida e morte aos icebergues. Assim como a mansidão é uma força poderosa o sol é mais poderoso que qualquer icebergue. A mansidão ou humildade de Deus em nós permite que os solares do Espírito Santo de Deus trabalhem em nossos corações gelados, fazendo deles instrumentos para o bem e para Deus. Espiritualmente, o cristão manso e humilde, cheio do Espírito, é um prisma que dirige o espectro dos raios do Sol sobre os icebergues da nossa carnalidade.
Como você e eu podemos aplicar a mansidão a nós? Jesus pôs diante de nós o Seu próprio exemplo, dizendo-nos para sermos "mansos e humildes de coração" (Mat. 11:29).
Em primeiro lugar, não devemos reagir defensivamente quando nossos sentidos são perturbados, como Pedro fez quando cortou a orelha do soldado que foi junto para prender Jesus no jardim; ele só recebeu uma repreensão do Senhor (Mat. 26:51, 52).
Em segundo lugar, não devemos querer ter a preeminência, como Diótrefes (3 João 9). Nosso desejo é que em tudo Jesus Cristo tenha a primazia (Col. 1:18).
Em terceiro lugar, não devemos procurar reconhecimento e recompensa, ou ser considerado a voz da autoridade, como Janes e Jambres (2 Tim. 3:8). Estes magos do Egito rejeitaram a autoridade do Senhor em Moisés e se opuseram a ele pouco antes do êxodo. "Cada um de vós não pense de si mesmo além do que convém, antes, pense com moderação. . . Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros" (Rom. 12:3, 10).
Quando Jesus Cristo governa a nossa vida a mansidão pode se tornar uma das nossas virtudes. A humildade pode ser o sinal mais visível da grandeza que há em nós. Talvez você e eu nunca seremos respeitados como voz de autoridade; talvez nunca recebamos os aplausos do mundo; pode ser que nunca governemos ou tenhamos em mãos o bastão do poder. Mas um dia os mansos hão de herdar a Terra (Mat. 5:5), porque ninguém pode nos tirar a parte que nos cabe de direito da herança divina e cheia de alegria que Deus preparou para nós.

O Fruto do Espírito: Domínio Próprio

Domínio próprio (ou temperança, em algumas versões) é a terceira parte deste cacho. A palavra grega significa senhorio forte e pesado, capaz de controlar nossos pensamentos e ações.
A mãe de John Wesley escreveu uma vez para ele, enquanto ele ainda era estudante em Oxford, assim: "Tudo que aumenta a autoridade do corpo sobre a mente é mau." Esta definição me ajudou a compreender "domínio próprio".
A falta de domínio próprio já derrubou reis e tiranos. A história ilustra isto. Alguém disse uma vez: "Existem homens que podem comandar exércitos, mas não podem comandar a si mesmos. Existem homens que com suas palavras inflamadas podem cativar multidões, que não conseguem ficar quietos diante de provocações ou insultos. O maior sinal de nobreza é o domínio próprio. Ele é mais sinal de realeza do que coroa e púrpura."
Alguém mais disse também:
"Não nos aplausos de uma multidão,
Não no clamor que entra lá de fora;
Está em nós derrota ou vitória."3
Esta história passada e presente ilustra como os excessos de um apetite incontrolado e dos desejos carnais trazem desgraça à nossa vida.
Duas são as causas do pecado da intemperança, da falta de domínio próprio : uma é o apetite físico; a outra são os hábitos da mente.
Quando alguém fala em temperança ou moderação, logo pensamos em bebidas alcoólicas. Isto se deve aos grandes defensores da moderação que durante muitos anos tentaram erradicar este veneno que prejudica tantas pessoas no mundo. Mas por alguma razão nós aprovamos a glutonaria, que a Bíblia condena tanto quanto a embriaguez. Também temos a tendência de fechar um olho diante de indelicadeza, fofocas, orgulho e inveja. Em todas estas áreas também precisamos ter domínio próprio. A Escritura diz: "Porque os que se inclinam para a carne cogitam (têm suas mentes presas em) das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito" (Rom. 8:5). Moderação ou domínio próprio, fruto do Espírito, é a vida normal do cristão na prática.
Domínio próprio em coisas de comida é moderação. Domínio próprio com respeito ao álcool é sobriedade. Domínio próprio em assuntos de sexo é abstinência para os que não são casados. Mesmo nós que estamos unidos às vezes precisamos de domínio próprio, quando nós nos abstemos da atividade sexual lícita, por mútuo consentimento, para nos dedicarmos melhor ao estudo da Palavra de Deus, à oração e às boas obras (veja 1 Cor. 7:5).
Temperança quanto ao nosso temperamento é domínio sobre ele.
Há poucos dias eu estava junto com um homem que estacionou em uma área proibida no aeroporto. Um funcionário lhe pediu gentilmente que estacionasse um pouco adiante, onde fosse permitido. Ele respondeu com nervosismo: "Se você não tem farda de policial, então cale a boca." Este cristão estava tão nervoso e tenso por causa das responsabilidades que pesavam sobre ele que tinha perdido quase todo o controle sobre seu temperamento. Ele não tinha mais temperança. O seu pecado era tão grande como se estivesse bêbado.
Domínio próprio quanto a roupas é modéstia apropriada. Domínio próprio na derrota é esperança. Domínio próprio em relação aos prazeres pecaminosos é nada menos que abstinência completa.
Salomão escreveu: "Vale mais ter paciência do que ser valente; é melhor saber se controlar do que conquistar cidades inteiras" (Prov. 16:32, BLH). A Bíblia Viva faz uma paráfrase da última parte do versículo: "É melhor ter domínio próprio do que comandar um exército." O autor de Provérbios disse ainda: "Quem não sabe se controlar é tão sem defesa como uma cidade sem muralhas" (25:28, BLH).
Paulo ensinou a importância do domínio próprio. Qualquer atleta que queira ganhar uma corrida deve treinar até controlar totalmente o seu corpo, diz ele aos seus leitores. E enfatiza que o prêmio não é uma coroa perecível, mas uma que dura para sempre: "Todo atleta em tudo se domina; aqueles para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível. ... Eu esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado" (1 Cor. 9:25, 27).
Na lista que Pedro faz das virtudes do cristão, ele diz: "Associai... com o conhecimento, o domínio próprio; com o domínio próprio, a perseverança" (2 Pedro 1:5, 6). Todos estes andam juntos. E não resta dúvida que se deixarmos nossas paixões nos governarem o resultado final será bem menos desejável do que imaginamos no momento do prazer.
Quem pode dizer onde termina o domínio próprio e começa a intemperança? Alguns cristãos têm uma consciência bem elástica quando se trata dos seus pontos fracos – e uma consciência de ferro quando se trata das fraquezas dos outros. Talvez seja esta a razão de ser tão fácil para muitos cristãos condenar alguém que toma um copo de vinho ocasionalmente, mas nunca se repreendem por comer demais, que é pecado da mesma forma.  Comer demais é um dos pecados mais aceitos e praticados entre os modernos cristãos ocidentais. É fácil condenar um adúltero, mas como o que condena tem direita para tanto, se ele mesmo é culpado de alguma outra forma de intemperança? Não deveríamos todos ter as mãos limpas e o coração puro em tudo? Um tipo de escravidão é mais errado do que outro, em princípio? Não estamos igualmente amarrados, se o que nos prende são cordas ou cabos de aço?
Os desejos que controlam uma pessoa podem ser diferentes dos que controlam outra. Alguém que deseja ardentemente possuir coisas é tão diferente de alguém que deseja sexo, jogos, ouro, comida, bebida ou drogas?
Nunca foi tão necessário ter domínio próprio em todas os aspectos da vida como hoje. É imperativo que os cristãos sejam o exemplo em uma época em que violência, egoísmo, apatia e vida indisciplinada tentam destruir este planeta. O mundo precisa deste exemplo – algo firme em que possa segurar, uma âncora em mar bravio.
Durante séculos os cristãos pregaram que Cristo é a âncora. Se nós, que temos o Espírito Santo vivendo e atuando em nós, falhamos e caímos, que esperança resta para o mundo? 

Espaço para o Fruto Crescer

Demos uma rápida olhada em cada uma destas nove facetas que perfazem o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, e domínio próprio. Eu peço a Deus que todas elas sejam parte da sua vida, e da minha.
O Espírito Santo já está no coração de cada cristão, e Ele quer produzir o fruto do Espírito em nós. Mas é preciso que haja uma mudança. Um barco não afunda quando está na água, mas afunda quando a água está nele. Se nós não temos o fruto do Espírito não é por vivermos em um mar de corrupção, mas por o mar de corrupção estar em nós.
O maior inimigo da combustão interna da máquina é o carvão que se fixa no cilindro. Ele reduz a potência e a eficiência do motor. O óleo melhorará a máquina, mas não removerá o carvão, para que o motor possa funcionar novamente com eficiência. Tem de ser feita uma "cirurgia mecânica", para tirar o carvão e deixar o óleo cumprir sua tarefa de ajudar o motor a fazer o que se espera dele. De modo semelhante, nós temos de eliminar do nosso interior as obras da carne, para que o carvão e resíduos não prejudiquem nosso rendimento espiritual. Um produtor de óleo anunciou: "Mais potência Para melhor retraimento." Espiritualmente só podemos conseguir isto submetendo-nos ao controle do Espírito Santo. Temos de deixar o holofote da Palavra de Deus nos revistar, para detectar algum pecado que permanece e qualidades infrutíferas que prejudicam nosso crescimento pessoal e nossos frutos.
Conta-se a história de um homem que estava lendo a coluna de falecimentos do jornal da sua cidade. Ficou surpreso ao ver ali o seu nome, dizendo que ele tinha morrido. Primeiro teve de rir. Mas logo o telefone começou a tocar. Amigos e parentes queriam saber o que houve e dar condolências. Irritado ele telefonou para o jornal reclamando por ter sido declarado morto apesar de estar muito vivo. O editor pediu desculpas, com embaraço, e então disse num lampejo de inspiração: "Não se preocupe, amigo, amanhã eu vou pôr tudo em ordem, colocando seu nome na coluna de nascimentos."
Isto pode parecer somente uma anedota humorística, mas é também uma parábola espiritual. Enquanto o nosso "eu" não estiver crucificado com Cristo, o novo ser em nós não pode dar o maravilhoso fruto que é característico da vida de Jesus Cristo.

Só o Espírito pode fazer com que o Cristo em nós seja visível por fora também. Nenhum esforço humano pode produzir o tipo de pessoa que Deus quer que nós sejamos. Mas quando o Espírito nos enche, Ele produz Seu fruto em pessoas cada vez mais semelhantes com Cristo, o protótipo do que nós seremos um dia. 

Billy Graham 
Do Livro, O Espirito Santo

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