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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Os Dez Mandamentos e a incoerência da plateia

Matéria imperdível do Michelson Borges. Vale a pena ver


Os Dez Mandamentos e a incoerência da plateia

Nas telas é tudo muito bonito
Estreou ontem nos cinemas nacionais a superprodução “Os Dez mandamentos”, produzida a partir da novela de mesmo nome, exibida com sucesso na TV Record, no ano passado. Segundo reportagem do site Extra, transformar a novela em filme foi uma tática certeira da emissora. Na pré-venda dos ingressos, só no mês de janeiro, foram vendidos mais de cem mil ingressos por dia, um total de 2,3 milhões. A arrecadação extrapola os 34 milhões de reais, só na fase inicial. Claro que os membros da Igreja Universal do Reino de Deus deram uma boa força na divulgação e na venda de ingressos, conforme apontam alguns jornalistas. Mas o fato é que o filme está na boca do povo e não deixa de ser interessante ver o público comentando sobre a saga bíblica de Moisés e assistindo a algo bem diferente do que está acostumado a ver nas salas de cinema. Mas há o outro lado da moeda – sempre há.

Muitas pessoas que estão se emocionando diante das telas e se maravilhando com os efeitos especiais aplicados nas cenas das pragas e da abertura do Mar Vermelho se esquecem de que a Bíblia anuncia, no Apocalipse, nova devastação do planeta, desta vez com pragas globais que cairão sobre aqueles que desprezaram a graça divina e viveram para praticar o mal. Muitas pessoas que encaram “Os Dez Mandamentos” como mero entretenimento acham graça quando alguém lhes prega que o mundo enfrentará novamente a ira divina e que precisamos seguir nosso libertador Jesus, não mais simplesmente para fora do Egito, mas para fora de uma vida de pecado, para fora da Babilônia mística e para uma vida de confiança total na Palavra de Deus. Mas tem mais.

Na semana passada, o testemunho de um goleiro recém-convertido ao adventismo ganhou os meios de comunicação. Vítor escolheu a fidelidade a Deus em detrimento da carreira promissora de jogador na série A. Segundo ele, os mandamentos de Deus, que incluem a guarda do sábado, estão acima de seu trabalho, do dinheiro e da fama. Vítor disse que obedecer à vontade de Deus e guardar o sábado fez dele um melhor pai, com mais tempo para a família; um melhor cidadão e um melhor cristão. Sua comunhão com Deus se aprofundou e seu testemunho dividiu opiniões.

Foi interessante ler em sites e nas redes sociais alguns comentários de pessoas que consideram a atitude do Vítor fanática, extremista e até fundamentalista. Pessoas que dizem que Deus não quer que Seus filhos percam empregos ou oportunidades. Creio que entre esses críticos deve haver quem tenha acompanhado com interesse a novela da Record ou assistido com entusiasmo o filme derivado dela. Na tela, em forma de espetáculo, é muito bonito ver um homem abrir mão da vida palaciana para viver num deserto, pastoreando ovelhas. É muito bonito ver um homem obedecer a uma ordem aparentemente absurda de enfrentar o maior império da época para libertar seu povo da escravidão. É muito bonito ver os hebreus pintar com o sangue do cordeiro a porta de suas casas. É maravilhoso ver Moisés subir o monte para receber as tábuas com a santa lei de Deus que deveria nortear a vida da humanidade, não apenas dos judeus, dos adventistas ou de qualquer outra pessoa que queira guardar todos os mandamentos bíblicos.

Mas, quando um homem de verdade, na vida real, não nas telas, decide aplicar na vida dele o sangue do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29) e resolve firmemente ser fiel à lei do Criador do Universo, passa a ser alvo de críticas e escárnio por parte de alguns telespectadores que se dizem cristãos, mas seguem uma religião conveniente, de fim de semana. Uma religião que mais parece filme feito para entreter.

Jesus voltará em breve para buscar o povo que O aguarda com perseverança e que guarda Seus mandamentos, conforme está escrito em Apocalipse 14:12. E isso não é filme. Não é novela nem ficção. É uma promessa do Criador.

Michelson Borges

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