Seguidores

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Subamos a Betel - Sermão


Gênesis 35:3

Angústia, medo, vergonha... Eram esses os sentimentos do velho patriarca Jacó, em um determinado dia da sua vida.
Naquele dia ele orou como nunca o fizera antes.
Na situação em que se encontrava, só Deus poderia livrá-lo.
Estava rodeado de inimigos, que mais cedo ou mais tarde o atacariam, e com certeza seria dizimado com a sua família.
Esse era o motivo de sua angústia.

Quem era Jacó?

Jacó era um próspero fazendeiro que morava no município de Siquém, pequena cidade da região da Samaria.
Neto de Abraão, filho de Isaque e Rebeca, era Ele um dos três patriarcas tidos como os pais da fé.

Tudo começou quando Jacó volta de Padã-Arã, terra onde viveu, na casa do sogro, por mais de vinte anos; com medo de encontra-se com o irmão Esaú, não foi morar em Berseba, casa do seu pai, mas em Siquém, cidade dos Heveus, que ficava a cerca de 120 quilômetros de distância.
Ali comprou uma fazenda e cavou um poço, o famoso poço de Jacó, e se estabeleceu.

Depois que voltou de Padã-Arã,  Jacó chegou são e salvo a cidade de Siquém que está na terra de Canaã, e se acampou diante da cidade.
“Por cem peças de prata ele comprou dos filhos de Hamor, pai de Siquém, a parte do campo em que estendera sua tenda”. Gen. 33;18,19.4

Tudo ia bem, até o dia que aconteceu um incidente desagradável e deste, uma tragédia.
Diná, a única filha, começou a namorar o filho de Hamor, o governador do lugar.
O moço tinha o mesmo nome da cidade, Siquém.
Só que havia um sério problema.
Os dois eram de religiões diferentes.
Ela adorava a Jeová. O Deus a quem o seu pai servia. Ele era pagão. Adorava outros deuses.

E a orientação que Deus dera aos descendentes de Abraão, era que não deviam mistura-se com pagãos.
Certo dia, Diná saiu a encontrar-se com o namorado e nesse encontro ela perdeu a virgindade.
Em uma sociedade conservadora como a oriental, e mesmo entre os pagãos, um homem tirar a virgindade de uma mulher sem casar, era considerado a pior afronta.
Crime punido com morte.

Hamor o pai se Siquém, ao tomar conhecimento do fato, sabendo que por causa desse ato poderia acontecer uma guerra, resolveu contornar a situação sugerindo o casamento dos dois.
Jacó aceitou. Porém dois irmãos dela, Simeão e Levi, não aceitaram.

Resolveram vingar o ultraje feito a irmã.
Só aceitariam, disseram, se os siquemitas aceitassem a religião deles.

“Sob uma condição consentiremos; se vos tornardes como nós, circuncidando-se todo macho entre vós”. Gen.34: 15.

O que eles queriam mesmo era ver todos os homens doentes, pois para se tornar membros da igreja deles, era necessário circuncidar o homem.
E a circuncisão era uma pequena cirurgia feita no pênis, hoje, sem muitas consequências.
Porém naqueles tempos, sem anestesia, sem acompanhamento clínico, e sem antibióticos; a cirurgia causava no homem uma infecção que o deixava vários dias sem ação.
E era isto que desejava os irmãos de Diná, deixar os homens impossibilitados de reagir, para poderem se vingar.
Sem desconfiar, o velho Hamor tratou de convencer o povo a aceitar a nova religião.
Dizia: Será muito bom para nós, eles são ricos, se nos unimos a eles, poderemos casar nossos filhos com as filhas deles, e seremos tão ricos quanto eles.

“O seu gado e todas as suas propriedades serão nossos, consintamos, pois, com eles e eles habitarão conosco”.
verso. 23.

Pensando nas vantagens financeiras, aceitaram. Todos os homens foram circuncidados.

“Três dias mais tarde, quando os homens estavam doridos, dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, entraram na cidade e mataram a todos os homens”.
“Mataram também ao fio da espada a Hamor e a seu filho Siquém e tomaram Diná da casa de Siquém e saíram”.
Versos 25,26.

Mataram o velho Hamor, mataram o filho Siquém, roubaram gado, prenderam mulheres e crianças, fizeram uma barbárie; essa era a causa do desespero de Jacó.

Jacó  temeu, que quando a notícia se espalhasse, houvesse, entre o povo da terra, uma confederação de forças, que o atacaria, e toda a sua família seria dizimada.
Só uma coisa ele poderia fazer. Orar. E foi o que ele fez.
Orou como nunca o fizera antes.
E Deus atendeu a sua oração.
Mandou que ele fosse embora dali.
Que fosse moram em Betel.

“Então, disse Deus a Jacó. Levanta-te, sobe a Betel, e habita ali. E faze um altar ao Deus que te apareceu quando fugias da presença de Esaú teu irmão”. Gen. 35: 1.   
Ele foi. Gen. 35,2.

Porém antes de viajar tomou uma decisão. Promoveu uma reforma espiritual na família.

“Levantemos e subamos a Betel”... Versos 3-5.

Ele nunca fora fiel. E sempre sofria por causa disso.
É certo que ele cria em Deus, orava, devolvia o dízimo, provavelmente guardava o sábado, porém faltava mais.

Ser cristão não é apenas práticas exteriores, precisa de comprometimento maior.
Mais consagração. Mais fé, mais testemunho.

Isso lhe faltava, testemunho.
- Aproveitou da fraqueza do irmão, para lhe tomar a primogenitura.
- Quando a mãe o mandou mentir ao pai, aceitou.
- Quando o sogro trocou sua esposa por outra, também aceitou, é possível que estivesse de olho nas duas.
- Quando uma das esposas sugeriu que ele fornicasse com a empregada dela, concordou.
- Depois adulterou com a empregada da outra esposa.
- Alguém lhe falou de uma simpatia; que se ele descascasse algumas varas e as colocasse no bebedouro das cabras, estas iriam parir de acordo com os desenhos das varas.

Bobagem. Isto não tem nada a ver.

Deus o ajudou por amor, e não por causa de uma simpatia sem sentido.
- E por último, quando a filha começou a namorar um pagão, permitiu; e agora estava em uma tremenda enrascada.
A filha deflorada, os filhos assassinos, uma cidade destruída, a opinião publica contra eles, e a ameaça de destruição de toda sua família.
Precisava fugir e não sabia para onde.
Perdera o bem mais precioso que alguém pode ter.
 A Paz.

Acredito que paz era algo que, ao que parece, nunca ele teve.

  • Quando criança brigava constantemente com o irmão, por inveja da primogenitura. Até que lhe tomou.
  • Saiu fugido de casa, para não ser morto pelo irmão. Foi morar com o tio, e explorado pelo mesmo por vinte anos.
Casado, o lar era um inferno.

  • Duas mulheres brigavam por causa dele, depois três e por último, quatro.
  • O sogro não gostava dele, os cunhados muito menos, pois se sentiam enganados, ao o verem ficar rico apesar se explorado.
  • Saiu da casa do sogro escondido, e foi perseguido pelo mesmo, por causa de alguns ídolos que uma de suas mulheres roubou.
  • Perdeu algumas noites de sono, com medo de encontrar o irmão que o jurara de morte.
  • Não voltou para a casa do pai, para poder ficar longe do irmão, em quem não confiava. foi para siquem, Ali comprou a fazenda, cavou os poços, se estabeleceu.
  • Quando pensava que agora tinha paz, lhe acontece aquela tragédia.
Mais uma vez tinha que fugir.
Ter que abandonar, terras, poços, roças e fugir para não ser morto.
Foi quando resolver fazer com Deus um pacto de fidelidade.
Abandonar tudo que tinha vínculo com o pecado. Consagrar a vida inteiramente a Deus.
Fez uma reforma espiritual e nesta reforma obrigou todos a abandonar a idolatria, mudar o estilo mundano de vestir, o uso de joias e enfeites pagãos.
“Então disse Jacó á sua família e a todos os que com ele estavam: lançai fora os deuses estranhos que há no meio de vós e purificai-vos e mudai as vossas vestes.
Levantemo-nos e subamos a betel, onde farei um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha angústia, e que foi comigo no caminho por onde andei”. Gen. 35: 2,3.
O povo atendeu o apelo.
Deram-lhe, os deuses, as argolas, brincos, joias, jogaram fora as roupas indecentes, Jacó cavou debaixo de uma árvore lá em meio à floresta e escondeu tudo.

“Então deram a Jacó todos os deuses estranhos que tinham as mãos, e as argolas que lhes pendiam das orelhas e Jacó os escondeu debaixo do carvalho que está junto à siquem. Então partiram e o terror de Deus caiu sobre as cidades que estavam ao redor deles, e não seguiram aos filhos de Jacó”. Versos. 4,5.

Na sua bondade, Deus enviou os anjos a protegê-los, e a presença dos anjos aterrorizava os habitantes das cidades, e ninguém ousou molestá-los, pelo contrário, fugiam deles.

Aplicação

Estamos em viagem para a Betel Celestial.
Á semelhança de Jacó estamos rodeados de inimigos. E nossos inimigos não são carnais, mas espirituais.

“O diabo anda em derredor rugindo como leão buscando a quem tragar”. 1 Pedro. 5:8.

Para nosso sucesso na caminhada cristã, precisamos aprender algumas lições da experiência de Jacó.

1 - Porque cometemos pecados, ou mesmo por que nos afastamos da igreja, significa que Deus nos abandona.
Jacó fazia jus ao nome, era enganador, e mesmo assim, era objeto do cuidado e amor de Deus.
Passou vinte anos, longe da igreja, convivendo com um tio pagão, e mesmo assim Deus o ajudou muito. Ficou tão rico na casa do tio, que na volta, tirou alguma coisa do que trazia para o seu irmão Esaú, um pequeno presente em gado e animais, e esse presente chegou a 580 cabeças. Gen. 32:13-21.

2 - Os sofrimentos, na maioria, são causados, por nós mesmos.

• Jacó vivia desterrado por causa de suas atitudes
• Se em casa havia conflito, ele que escolheu viver com quatro mulheres.
• Quando os filhos mentiam a ele, era porque com ele aprenderam a mentir.

3 - Satanás procura destruir os filhos de Deus. Tanto espiritualmente, quanto fisicamente. 1 Pedro 5:8.

4. Deus  não abençoa, nem aceita que alguem procure uma religião motivada por interesses financeiros

Os siquemitas, foram todos “batizados” (circuncidados) mais para Deus não teve nenhum valor.
Eram pagãos, e continuaram pagãos,
Assim como há muitos mundanos, que se batizam e continuam mundanos.

5. Para chegarmos a Betel Celestial, é necessária uma reforma espiritual.
Esta reforma envolve:

A) Tirar os deuses estranhos

·       Ideias pessoais

“Inumeráveis são as doutrinas errôneas e as fantasiosas ideias que estão ganhando terreno entre as igrejas da cristandade.
É impossível avaliar os maus resultados de remover um dos marcos que foram fixados pela Palavra de Deus. Pouco dos que se arriscam a fazer isto param com a rejeição de uma única verdade. A maioria continua a por de lado, um apos outro, os princípios da verdade, ate que se tornam efetivamente incrédulos”.

·       Pessoas (artistas, professores, políticos, etc )

Satanás se esforça constantemente por atrair a atenção para o homem, em lugar de Deus. Induz o povo a olhar para os bispos, pastores, professores de teologia, como seus guias, em vez de examinarem as Escrituras a fim de, por si mesmos, aprenderem seu dever. Então, dominando o espirito desses dirigentes, pode influenciar as multidões de acordo com sua vontade.- O Grande Conflito 520

·       Posses

O oculto egoísmo humano permanece manifesto nos livros do Ceu.
Existe o relato de deveres não cumpridos para com os semelhantes, do esquecimento dos preceitos do Salvador.
Ali verão quantas vezes foram cedidos a Satanás o tempo, o pensamento, a força, os quais pertenciam a Cristo.
Triste e o relato que os anjos levam para o Céu. Seres inteligentes, seguidores professos de Cristo, estão absortos na aquisição de posses mundanas ou do gozo de prazeres terrenos. Dinheiro, tempo e forca são sacrificados na ostentação e condescendência próprias; poucos, porem, são os momentos dedicados a prece, ao exame das Escrituras, a humilhação da alma e confissão do pecado.

B) Mudar os vestidos - 2. Timóteo 2.9

Roupas não fazem um cristão. Mas os cristãos revelam sua identidade mediante suas roupas e aparência. A Bíblia não prescreve uma roupa padronizada para os homens e mulheres usarem, mas os chama a seguir a simplicidade e o despretensioso estilo de vida de Jesus em nossas roupas e aparência.
Seguir a Jesus em nosso vestir significa ficar à parte da multidão não portando, ornamentando e "produzindo" nosso corpo como o restante faz. Isso exige coragem. Coragem de não se conformar com as imposições da moda, mas ser transformado pelas diretrizes da Palavra de Deus (Rom. 12:2). Coragem para distinguir entre a caprichosa moda que muda e o sensato estilo que permanece. Coragem para revelar a amabilidade do caráter de Cristo, não pela externa decoração de seus corpos "com ouro, pérolas ou custosos vestidos" (I Tim. 2:9), mas pelo embelezamento interior de nossas almas com as graças do coração, o manso e quieto espírito que é precioso à vista de (I Ped. 3:4). Coragem para vestir-se, não glorificando a si mesmo pelo vestir brilhantes joias e roupas sedutoras, mas para exaltar a Deus no uso de vestimentas modestas, decentes e sóbrias.
A aparência exterior é um constante e silencioso testemunho de nossa identidade cristã. Possa ela dizer ao mundo que vivemos para glorificar a Deus e não a nós mesmos.

C) Purificar-se


A aflição purifica o povo de Deus
Logo ha de haver perturbações por todo o mundo. Cumpre que cada qual procure conhecer a Deus. Não temos tempo para esperar...
O amor de Deus a Sua igreja e infinito. Incessante e Seu cuidado de Sua herança. Ele não permite que aflição humana alguma sobrevenha a igreja senão unicamente a que e necessária para sua purificação, seu bem presente e eterno.
Purificara Sua igreja assim como purificou o templo no principio e no fim de Seu ministério na Terra.
Tudo que Ele traz sobre a igreja em forma de provações e aflições, fá-lo para que Seu povo adquira mais profunda piedade e mais força para levar a todas as partes do mundo as vitorias da cruz.Testemunhos Seletos 3:391-392.
Aflições, cruzes, tentações, adversidades e nossas varias provações, são os agentes divinos para nos purificar, santificar e preparar-nos para o celeiro celeste.Testemunhos Seletos 1:313.

D) Confiar na graça divina. (Principalmente)

Pois Deus na sua misericórdia não abandona um seu filho, mesmo que seja enganador como Jacó o foi.

Deus deseja transformar cada "Jacó" atual  em Israel espiritual.


De enganador, passa a ser aquele que lutou com Deus e venceu. 

Que seja essa a realidade na vida de cada um, hoje 

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

História da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Estado do Tocantins


        
                
        Introdução

Escrever a história do início da igreja em um determinado lugar não é tarefa fácil. Corre-se o risco de omitir fatos, esquecer pessoas, ou distorcer a própria história - principalmente quando não se vivenciou cada momento da mesma - apenas sabe de oitiva, ao conversar com pessoas que ouviram de terceiros.

Recebi a incumbência de escrever, em resumo, a história da igreja no Estado do Tocantins. Tive a petulância de aceitar. Agora, cá estou, tentando lembrar fatos, relembrar ditos a mim passados, há muitos anos, décadas mesmo, e relembrar mais de trinta anos de vivência por essas plagas.

Que Deus me ajude para que seja bem sucedido nessa tarefa. E se eu errar (e com certeza errarei) ao narrar os fatos: omitindo uns, deixando de citar outros e esquecer nomes, de antemão peço perdão. Nessa narrativa estou me valendo de lembranças por mim vividas e informações a mim passadas, ao longo de muitos anos, por pessoas que - muitas delas - nem mesmo lembro mais quem foram.

Início

As primeiras congregações da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Tocantins tiveram início, quando o mesmo ainda era o norte do Estado de Goiás. Começaram em lugares diferentes, em épocas diferentes, totalmente desassociadas. Talvez nem soubessem da existência umas das outras. Os lugares onde surgiram estes primeiros agrupamentos no norte de Goiás (hoje Tocantins) foram Araguacema, Araguaína e Ponte Alta do Bom Jesus.

Araguacema, com certeza foi a cidade dos primeiros conversos ao adventismo no Estado. Quanto às outras duas cidades, tudo leva a crer que Ponte Alta do Bom Jesus registrou a presença de adventistas antes de Araguaína.

Ponte Alta do Bom Jesus

A presença da Igreja em Ponte Alta é resultado da migração de adventistas vindo de Barreiras/BA. Alguns deles evangelizados pelo grande missionário, Plácido da Rocha Pita, que fez história na Bahia.

A antiga “Missão Goiano Mineiro”, abrangia os territórios do Estado de Goiás, Distrito Federal, Tocantins e todo o Triangulo mineiro. O Pastor Wilson Sarli, na época presidente da mesma, ao saber desses adventistas em Ponte Alta, viajou até ali com o pastor distrital (não me consta quem era), fez batismos e organizou o grupo. Não recordo a data exata, apenas que foi na década de 60. Pioneiros daquela época em Ponte Alta são: o irmão Ziraías e sua família. Família dedicada à igreja e muito querida na cidade.

Araguaína

Foi no início da década de 1960 que dois colportores chegaram à cidade de Araguaína. Ao adentraram em um bar, venderam o livro Vida de Jesus a dois fregueses, sendo que um deles é o irmão José Ribamar, que mora em Arapoema, Tocantins. José Ribamar ficou 50 anos, lendo livros adventistas, defendendo de maneira veemente a igreja e discutindo nossas doutrinas com pastores pentecostais, porém nunca se batizava. Quando completou 50 anos de “adventista simpatizante”, já em 2013, o pastor Arôvel, teve o privilégio de batizá-lo.
Apenas em 1968 que se organizou a igreja em Araguaína com a chegada de duas famílias: Joaquim Martins e esposa, Maria Martins, e Antônio Gabriel e família. Depois foram chegando outras famílias. João Hertel, Sebastião Silvério, e Vicência Machado. Todos estes, com seus respectivos familiares.
João Hertel é o pai do irmão Berlindes Hertel, que mora em Porto Nacional e, por sua vez, é o sogro do Dr. Jandir, Ancião da igreja central de Palmas.
As primeiras reuniões da igreja em Araguaína foram realizadas em um salão alugado, muito precário, na “Rua da Tripa”, bairro entroncamento.  Hoje essa rua tem o nome de Rua Falcão Coelho.
Depois de algum tempo, e mudanças por vários outros salões, compraram um terreno na Rua 13 de Maio, esquina com a Rua Sadoc Correia, onde fizeram um pequeno salão. O salão era apenas uma meia água, dividido em duas salas. Na sala dos fundos se reuniam as crianças.
Lembro-me bem desse salão, quando eu passava por lá, colportando.  Ali fazíamos programas animados e muito inspiradores.
Mais tarde, após ser construído o templo, esse salão se tornou a primeira Escola Adventista de Araguaína.

Araguacema

O inicio da igreja em Araguacema foi dramático e comovente.
A senhora Ernestina Leite, casada com o professor Manoel Ataíde, com quem teve dois filhos, não foi feliz no casamento, e após alguns desentendimentos, separou-se do esposo e mudou-se para o sul de Goiás, indo morar em Araguari.  
Visitando alguns parentes em Goiânia, conheceu a mensagem adventista e a aceitou prontamente, tornando-se a primeira pessoa, do hoje estado do Tocantins, a fazer parte da igreja adventista.
O esposo, que ainda era jovem, com a separação da esposa, resolveu se tornar padre, para tanto, entrou em um seminário e foi estudar teologia,
Depois de formado, veio a ser o pároco da própria cidade de onde saíra. Muito empreendedor, criou um colégio, que também era um orfanato. Ali estudava alunos oriundos de muitas cidades de Goiás, inclusive de Goiânia, e o mesmo, era custeado pela igreja e pelo estado.
Havia, porém, um problema com aquele padre. Ele sonhava em ser ordenado e não podia, pois era casado. Na época não havia divórcio, e mesmo que houvesse, a igreja católica não aceita o divorcio, portanto não poderia ser ordenado.
Ele celebrava alguns ritos da igreja, mas não todos, pois era apenas diácono. Mas ele queria ser padre ordenado, mas só poderia se fosse solteiro ou viúvo.
Teve uma ideia. Reuniu algumas beatas para fazer uma novena. Rezariam nove dias pedindo que a esposa morresse. No último dia, ao terminar a última reza, um raio caiu sobre ele e ele morreu.
Com sua morte, o bispo da diocese veio para passar os bens dele para a igreja, alguns alqueires de terra, gado, casa e o colégio. A viúva, irmã Ernestina, ao saber da morte do esposo, veio de Goiânia, requerer os bens que por direito pertencia a ela e aos seus filhos. O Bispo dizia que os bens do falecido pertenciam à igreja, pois ele era padre e os bens dos padres pertencem a igreja
Ela se opôs. Ele tinha esposa e filhos, ela disse. Aqui estão as certidões de casamento e registro dos filhos, portanto, tudo que pertenceu a Manoel Ataíde (nome do esposo) pertence a mim, e aos meus filhos.
O bispo, juntamente com o Juiz da comarca, resolveu dar “um jeitinho brasileiro” para tomar os bens dela. Fariam um documento, deserdando ela do marido e dando maioridade ao filho mais velho dela, que tinha entre 15/16 anos. Ele, o filho, passaria a escritura dos bens do pai, para a igreja, e em troca, eles, os padres, enviariam o rapaz para a Europa, para estudar o que quisesse.
No dia da audiência, para fazer esse documento, reuniram-se no fórum, Juiz, advogado, o bispo, padres, escrivão e etc. proibiram ela de entrar ali, e puseram dois policiais na porta para impedi-la.
O promotor estava viajando para Goiânia, viagem de muitos dias, pois viajava a cavalo.  Porem no meio do caminho desistiu da viagem e resolveu voltar. Chegou no dia e na hora da audiência. A cidade toda comentava o fato. Uns eram contra, achavam aquilo uma injustiça, outros eram a favor, afinal, diziam, ela é protestante, não tem direito de herdar nada de um padre.
O promotor ao tomar conhecimento do fato, dirigiu-se ao fórum e a encontrou chorando na rua, e perguntou: “Por que a senhora esta aí fora?” ela respondeu: “aqueles guardas não me deixam entrar”. “Pois vamos comigo”, disse ele. Ela entrou acompanhada, do promotor.
Ao chegar à sala da audiência, o promotor se dirigiu ao Juiz e perguntou: “O senhor não se envergonha de querer tomar os bens de uma viúva, para entregar a um estrangeiro?” (o bispo não era brasileiro). Aqui está a constituição do Brasil, o senhor vai rasgar a constituição? O juiz ficou calado. O promotor pegou a pasta com os documentos e as escrituras, entregou a ela e disse: Toma. Vá cuidar dos seus bens.
Entre os bens, estava o orfanato. Ela assumiu a direção do mesmo, porem o bispo proibiu, sob pena de excomunhão, qualquer pessoa de ajuda-la. Como alimentar cerca de 60 alunos e pagar funcionários e professores, sem a ajuda do estado, da igreja e da comunidade?
O presidente da Missão Goiano Mineiro, Pastor Wilson Sarli, ao saber da situação, passou a ajuda-la, com alimentos, e dinheiro, e passou a levar os alunos que concluíam o ensino primário, para o instituto adventista em campinas. IASP.  Dezenas de alunos estudaram naquele internato e muitos se tornaram obreiros. Entre eles, Edimar Martins, que foi tesoureiro no IASP e outros campos, inclusive na Associação Brasil Central. Dr. Manoel, diretor clinico do hospital adventista de Manaus, vários obreiros na Casa Publicadora Brasileira, Pastor Diomar Cruz, sobrinho de Ernestina, e Dioi Cruz, filho do Diomar, que hoje é o Reitor do Instituto de cursos avançados e pós-doutorado nas Filipinas. Dioi não chegou a ser aluno de Ernestina, mas é neto espiritual na fé, daquela grande mulher além desses citados há dezenas servindo a obra, ou como obreiros, ou como voluntários. Entre eles, o Jonas Ribeiro, esposa da irmã Terezinha, membros da igreja central de Palmas, Luiz, que mora em porto Nacional, Zequinha, da igreja 305 Norte, Professora Josefa, em Araguacema e tantos outros.
Tive o prazer de ter conhecido Ernestina Leite, eu ainda jovem, 20 anos, e ela com mais de 70. Foi uma inspiração.
No primeiro batismo em Araguacema ocorreu em 1954. Cerca de dez pessoas estavam doutrinadas, todas pela irmã Ernestina, que foi uma grande missionária. Este foi o primeiro batismo no norte de Goiás. Entre os batizandos estava a Irmã Rute, membro até hoje da Igreja de Araguacema, que na hora de entrar nas águas, pediu para ser a primeira, e entrou antes de todos. Mas tarde, Rute se tornou nora de Ernestina. Portanto, a primeira pessoa batizada no Tocantins se encontra em nosso meio.

Pastores

O primeiro pastor a visitar o norte de Goiás, hoje Tocantins, que se tem notícia, foi o pastor José Dias Campos, que era o pastor do distrito de Anápolis. O distrito dele começava em Anápolis e se estendia até o Bico do Papagaio.
Depois o distrito foi dividido, e Uruaçu tornou-se sede, o distrito abrangia de Uruaçu, até o bico do papagaio.
Porém o primeiro distrito no território do Tocantins foi Araguaína, com a divisão do distrito de Uruaçu, Araguaína tornou-se sede e o primeiro pastor, foi Emerson Sousa Costa, e Elita a esposa, que tocava sanfona. Como era agradável, ouvi-la tocar.
O distrito de Araguaína começava em Gurupi e ia até Esperantina. Os primeiros batismos em Araguatins foram feitos pelo pastor Emerson Costa.
Depois do pastor Emerson, os distritais em Araguaína, foi: João Maximino Lelis, Carlos Enoc Polheim, Josemi Azevedo, e outros.
Tempos depois, foi criado o segundo distrito, com sede em Paraíso, e o primeiro pastor distrital foi Moisés Ribeiro, nos tornamos bons amigos.
Logo em seguida, foi criado o distrito de Gurupi, e o distrital foi o pastor João Batista Macedo.
Com a criação do Estado do Tocantins, a Associação Brasil Central, abriu mais um distrito, com sede em Miracema, que era a capital provisória do estado. O pastor enviado para esse novo distrito, tinha uma dupla função: pastorear oito igrejas e plantar igrejas na nova capital, Palmas.
Recebeu essa honrosa missão, o signatário dessas linhas, o pastor Manoel Barbosa da Silva.
Aquele pastor ficou dois anos em Miracema, pois não tinha como morar em Palmas, pois a cidade de Palmas, não havia, era só matas e cerrados. Ele viu Palmas nascer. Viu as primeiras ruas serem abertas. Plantou as primeiras igrejas da nova capital.  Palmas.

Palmas

A primeira igreja em Palmas foi Taquaralto. Começou no primeiro sábado de abril de 1990, em uma construção descoberta, pertencente ao irmão João Sabino. Nesse mesmo dia o grupo foi organizado com 16 pessoas.
Quinze dias depois, aconteceu a primeira escola sabatina no centro de Palmas.
Aconteceu assim. O irmão Lourival e esposa, recém-chegados da cidade de Fátima, não sabendo que havia um grupo de irmãos em Taquaralto, resolveu fazer a escola sabatina em casa.
Colocaram as cadeiras em forma de auditório, ele sentou ali com os filhos, que eram três, e ela foi a frente dirigir a escola sabatina com toda a formalidade da mesma, inclusive com o informativo mundial e lição geral
Depois foi a vez de ele pregar, e ela ficou com as crianças ouvindo o sermão.
Na semana seguinte, ele encontrou alguns irmãos recém-chegados em Palmas. Antônio Carneiro, Almir Maciel, Irmão Brito, e irmã Ivani.  Todos com suas famílias, portanto, a segunda escola sabatina central, foi bastante animada.
No segundo sábado de maio, o pastor organizou o grupo central de Palmas.
Depois foram surgindo outras igrejas. Cada quadra nova que surgia, fazia-se um requerimento ao poder público, conseguia-se um terreno e começavam uma nova igreja.
As primeiras igrejas de palmas foram. Pela ordem: Taquaralto, Aureny 2, Aureny 4 Aureny 3
Em Palmas: Central, 1108 Sul, 305 norte, 604 Norte.
Isso no seu primeiro período de pastorado em palmas. Ele foi pastor da igreja central oito anos. Nos primeiros quatro anos, fundou estas oito igrejas citadas. Em seguida foi transferido para Brasília, quatro anos depois retornou e no segundo período fundou mais sete igrejas na cidade.
Hoje Palmas têm mais de trinta igrejas e cerca de dois mil membros

Escola Adventista

Seu primeiro sonho para a nova capital era construir uma escola, e o primeiro terreno que ele solicitou ao governo, foi para construir a Escola Adventista. Recebeu aquele terreno, onde é o Colégio Adventista, ainda no meio da mata. Não havia as ruas ainda, apenas picadas onde seriam as ruas, e pequenas estacas entre as árvores, demarcando o terreno.
No mesmo ano começou a construção da igreja, e no ano seguinte começou a escola. Quando foi transferido para Brasília, deixou o primeiro bloco da escola, pronto, e mais de 60 alunos matriculados.
Hoje, quando ele vê o desenvolvimento das igrejas adventistas em Palmas e a pujança do colégio Adventista, sente-se realizado, e diz em alto e bom som: Louvado Seja Deus.

COISAS QUE ENTRISTECEM O ESPÍRITO SANTO


Resultado de imagem para imagens do Espirito santo

COISAS QUE ENTRISTECEM O ESPÍRITO SANTO

E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção”. Efesios 4:30.

Mais do que nunca necessitamos do batismo com o Espírito Santo. É condição indispensável para recebermos a chuva serôdia e terminarmos a pregação do evangelho. Para a nossa santificação e preparo para o céu, temos que ser batizados pelo Espírito.

Satanás sabe que é através desse poder que a mensagem será terminada, daí tenta por dúvidas nas pessoas sobre a personalidade do Espírito Santo. A uns, ele sugere que o Espírito Santo não existe. A outros, diz que existe, mas não como pessoa, que ele é apenas uma mera influencia. A outros ainda, ensina que Espírito é o anjo Gabriel. Satanás sabe que se alguém não crê no Espírito Santo não buscara o poder do mesmo, e sem esse poder essa pessoa será vencida.

Devemos no precaver de três coisas:

1.    A doutrina que nega o Espírito Santo, em todas as suas formas.

2.    Fanatismo.
Uma das coisas que mais atrapalham o crescimento da igreja é atitude fanática.
Toda vez que começa um movimento de Reavivamento na igreja, Satanás procura introduzir pessoas fanáticas no meio, com atitudes santarronas, autossuficientes, considerando-se melhores que os outros, condenando todo mundo e sem nenhum tipo de perdão.
Objetivo de atitudes assim é trazer descrédito a atrapalhar o progresso do Reavivamento.

3.    Falta de fé e confiança em Jesus.
Nada á mais útil a satanás que a atitude de insuficiência, de autoestima baixa, de não se considerar merecedor da graça divina e achar-se indigno para ser batizado com o Espírito Santo.
Recebemos a graça de Deus, não por que merecemos, mais porque Deus é suficiente bom para dar-nos mesmo assim.

COISAS QUE ENTRISTECEM O ESPÍRITO SANTO

·        Divertimentos impróprios
“Mais que qualquer outra coisa, está os divertimentos contribuindo para anular a operação do Espírito Santo”. CPPE pág. 253

·        Falta de sinceridade
“O Espírito é entristecido porque muitos não são sinceros de coração e na vida; sua fé professada não harmoniza com suas obras”.Testemonies vol. 2 pag. 247

·        A cobiça
“Depois, Ananias e safira ofenderam o Espírito Santo cedendo a sentimentos de cobiça”...
O mesmo pecado foi muitas vezes repetido na história da igreja, e é cometido por muitos em nosso tempo. “Mas embora possa não manifestar-se visivelmente o desagrado de Deus, não é menos desprezível à sua vista do que foi no tempo dos apóstolos”. AA pag. 72,73.

·         Dúvidas
“Quando nos inclinamos a duvidar do amor de Deus ,a desconfiar de suas promessas, nós o desonramos e ofendemos a seu Santo Espírito”. Vereda de Cristo 118.

·         Não controlar a imaginação
“Vós tendes o poder da vontade e deveis usá-la para o vosso auxilio. Não tendes feito isto, mas deixai a vossa má imaginação controlar a mente. Nisto tendes entristecido o espírito Santo”. Testemonies vol. 05. 310.
·
·         Temor
“Fazem eles bem em ser assim incrédulos? Jesus é seu amigo. Todo o céu se acha empenhado em seu bem estar, e seu temor e queixas ofendem o Espírito Santo”. OE 258.

·         Indolência
“Quando a ignomínia da indolência e preguiça tiver sido afastada da igreja, o senhor se manifestará graciosamente. Revelar-se-á o poder divino. A igreja verá a providencial operação do Senhor dos Exércitos. A luz da verdade brilhará em raios claros, fortes, e, como no tempo dos apóstolos, muitos volveram do erro para a verdade. A terra será iluminada com a sua gloria”. TS. vol. 3 pag. 308.

·         Desunião e contendas entre os irmãos.
“O Espírito de Deus não habitará onde há desunião e contendas entre os crentes. Mesmo quando estes sentimentos não são expressos, eles tomam posse do coração e expulsam a paz e o amor que deveria caracterizar a igreja cristã. Isto é o resultado do egoísmo no seu mais amplo sentido... A indulgência com o egoísmo certamente entristecerá o espírito santo”. Testemonies vol. 4 pag. 221.

·         Relaxamento na observância do sábado
“Quando vossas ocupações temporais requerem vossa atenção e violais o sábado. Quando fazeis da observância da lei de Deus um assunto de conveniência, obedecendo ou desobedecendo conforme vossos negócios ou inclinações requerem. Isto não é honrar o sábado como uma instituição sagrada. Entristeceis o espírito Santo e desonrais vosso redentor em seguir este curso negligente”. Testemonies. vol 4, 248.

·         Dureza de coração
“Enquanto estava ao lado da cama de meu esposo moribundo, eu compreendi que se os outros tivessem levado suas cargas, ele poderia ter vivido por mais tempo. Eu então implorei, com agonia de alma, que aqueles que estavam presentes não mais entristecessem o Espírito Santo de Deus pela dureza de coração”. Test. 67.

Postagens de Destaque