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domingo, 10 de janeiro de 2021

O Fim dos 2.300 Dias

 O Fim dos 2.300 Dias

Entre as profecias que formam a base do despertamento do movimento adventista na primeira década dos anos 1830 e 1840 estava a de Daniel 8:14: "Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado." Ellen White, que passou pela experiência, esclarece com respeito à aplicação dessa profecia:

Em conformidade com o resto do mundo cristão, os adventistas admitiam, nesse tempo, que a Terra, ou alguma parte dela, era o santuário. Entendiam que a purificação do santuário fosse a purificação da Terra pelos fogos do último grande dia, e que ocorreria por ocasião do segundo advento. Daí a conclusão de que Cristo voltaria à Terra em 1844. O Grande Conflito, pág. 409.

Este período profético chegou ao fim em 22 de outubro de 1844. Para os que esperavam encontrar o Senhor nesse dia, o desapontamento foi grande. Hiram Edson, um criterioso estudioso da Bíblia na área central do Estado de Nova Iorque, descreve o que aconteceu entre o grupo de crentes de que ele era parte:

Nossas expectativas haviam-se elevado alto, e assim aguardávamos a vinda de nosso Senhor, até que o relógio soou as doze horas da meia-noite. O dia havia-se passado então, e nosso desapontamento havia-se tornado uma certeza. Nossas mais profundas esperanças e expectativas desmoronaram-se, e sobre nós veio tal espírito de pranto como jamais havíamos experimentado antes. Parecia que a perda de todos os amigos terrestres não podia ter comparação. Choramos e choramos, até que o dia raiou. ...

Ponderando em meu coração, eu disse: "Minha experiência do advento tem sido a mais bela de toda a minha experiência cristã. ... Falhou a Bíblia? Não há Deus, nem Céu, nem cidade dourada e nem Paraíso? Não passa tudo isso de uma fábula habilidosamente engendrada? Não são reais nossas mais fundas esperanças e expectativas?" ...

Eu comecei a sentir que devia haver luz e auxílio para nós nesta hora de agonia. Eu disse a alguns dos irmãos: "Vamos para o celeiro." Entramos no celeiro, fechamos a porta, e dobramo-nos perante o Senhor. Oramos fervorosamente, pois sentíamos nossa necessidade. Prosseguimos em intensa oração até que nos fosse dado o testemunho do Espírito de que nossas orações eram aceitas, e luz ser-nos-ia concedida - nosso desapontamento explicado e satisfatoriamente esclarecido.

Depois do desjejum eu disse a um de meus irmãos: "Vamos sair e encorajar a alguns de nossos irmãos." Saímos, e enquanto caminhávamos através de um grande campo, fui impedido de continuar aproximadamente na metade do campo. O Céu parecia abrir-se ante meus olhos, e eu vi clara e distintamente que em vez de nosso Sumo Sacerdote haver saído do lugar santíssimo do santuário celestial para a Terra no décimo dia do sétimo mês, ao final dos 2.300 dias, Ele, pela primeira vez, entrava nesse dia no segundo compartimento daquele santuário, e que Ele tinha um trabalho a realizar no lugar santíssimo antes de vir à Terra; que Ele veio para as bodas, ou em outras palavras, ao Ancião de Dias, a fim de receber o reino, e o domínio e a glória; e que devíamos esperar Seu retorno das bodas. E minha mente foi dirigida para o décimo capítulo de Apocalipse, onde pude ver que a visão havia falado e não havia mentido. Review and Herald, 23 de junho de 1921.

Seguiu-se daí uma cuidadosa investigação das Escrituras, de todos os textos que tocavam neste assunto - particularmente os de Hebreus - por parte de Hiram Edson e dois íntimos associados, o Dr. F. B. Hahn, médico, e O. R. L. Crosier, professor. O resultado do estudo deste grupo foi escrito por Crosier e publicado, primeiro no The Day Dawn, um jornal de circulação limitada, e então reescrito e ampliado no formato num exemplar especial do Day-Star, em 7 de fevereiro de 1846. Este foi o jornal adventista mais amplamente lido, publicado em Cincinnati, Ohio. Por este meio foi alcançado certo número dos desapontados crentes do advento. A então extensa apresentação, bem comprovada pelas Escrituras, levou esperança e coragem ao coração deles, ao mostrar claramente que o santuário devia ser purificado ao fim dos 2.300 dias no Céu, e não na Terra, como haviam crido então.

Ellen G. White, numa afirmação escrita em 21 de abril de 1847, declarou sobre o artigo de Crosier a respeito da questão do santuário:

O Senhor me mostrou em visão, passado mais de um ano, que o irmão Crosier tinha a verdadeira luz sobre a purificação do santuário, etc.; e que foi Sua vontade que o irmão Crosier escrevesse a visão que ele nos apresentou no Day-Star Extra, em 7 de fevereiro de 1846. Sinto-me inteiramente autorizada pelo Senhor a recomendar este Extra a cada fiel. A Word to the Little Flock, pág. 12.

Posteriormente ela escreveu a respeito do rápido desenvolvimento da compreensão doutrinária que se seguiu ao desapontamento:

O passamento do tempo em 1844 foi um período de grandes eventos, abrindo-se a nossos olhos atônitos a purificação do Santuário que ocorria no Céu, e tendo decidida relação com o povo de Deus sobre a Terra. Manuscrito 13, 1889.

Ellen White

Do Livro Cristo Em Seu Santuário, Pags, 8 - 11

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