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sábado, 10 de junho de 2017

De publicador do Reino das Testemunhas de Jeová a adventista do sétimo dia

Fonte http://www.criacionismo.com.br/2017/06/


De publicador do Reino das Testemunhas de Jeová a adventista do sétimo dia

ex tjNascido em um lar testemunha de Jeová, meus pais sempre me ensinaram a importância de educar segundo os caminhos de Deus (Provérbio 22:6). Desse modo, fui treinado para expandir meu ministério desde criança, colocando no coração e na mente a importância de ser um missionário zeloso. Os métodos que meus avós e pais utilizaram para eu crescer segundo a vontade de Deus consistiram em me instruir ensinando princípios bíblicos e histórias vívidas e interessantes, como as que se encontram na Bíblia. Com 14 anos de idade, após ter estudado vários livros e passado por vários treinamentos ministeriais, aceitei a doutrina da organização Sociedade Torre de Vigia e fui batizado. Após doze anos como “publicador das boas-novas” das Testemunhas de Jeová (mais conhecido como missionário), deparei-me com erros graves ao comparar alguns textos da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (TNM) com outras traduções da Bíblia, principalmente textos que se referem à divindade de Jesus Cristo e ao Espírito Santo, muitos dos quais foram alterados propositalmente para rebaixar a pessoa de Cristo e colocar o Espirito Santo como uma “força ativa”, não como um agente divino para nossa salvação.
É importante destacar que não é a sinceridade nem a fé de cada testemunha de Jeová que está em questão, mas, sim, que a TNM é uma paráfrase e não uma tradução literal dos idiomas originais. É uma obra deturpada, tendenciosa e cheia de interpolações. Creio que a Comissão da Tradução do Novo Mundo mudou o texto bíblico para se adequar à sua própria doutrina.
Quando percebi que não estava pregando a verdade sobre a pessoa de Cristo e o Espirito Santo, tomando como base a TNM, escrevi uma carta para a comissão judicativa de superintendente e ancião qualificados das testemunhas de Jeová para debater sobre o assunto. Uma semana depois de terem recebido a carta, marcaram uma reunião comigo. O encontro durou oito horas, e ao perceberem que estavam se deparando com verdades bíblicas descritas em Apocalipse 22:18 e 19, não tiveram argumentos convincentes. Logo depois mostrei o texto de Colossenses 2:9 que sofreu alteração na TNM: a palavra original “divindade” foi trocada por “qualidade divina”, para rebaixar a pessoa de Jesus Cristo. A comissão da TNM perverteu e adulterou essa passagem na “Bíblia” deles, retirando a real força de Cristo como divino.
Ora, “qualidade divina” não é a mesma coisa que “divindade”, visto que qualidade divina todo homem mortal tem, ao passo que divindade se refere diretamente a Deus.
Depois de muito debate, não só em torno de um texto, mas de vários, a comissão judicativa das testemunhas de Jeová me desassociou, e logo em seguida assinei um documento segundo o qual a partir daquele eu não mais seria testemunha de Jeová. Naquele mesmo dia, comecei a orar a Deus fervorosamente, pedindo que Ele me revelasse a Verdade. Passei então a frequentar e estudar algumas igrejas da cristandade, porque sempre tive em mente que a Bíblia é regra de fé e prática, e que eu devia estudá-la diariamente, mantendo um estudo regular da Palavra de Deus e muita oração.
Em junho de 2014, resolvi visitar uma igreja batista para frequentá-la, sendo que estava com o desejo de pertencer àquela denominação. Mas não sabia o que Deus estava guardando para a minha vida. Quando estava indo visitar a igreja batista da Olaria, na cidade de Porto Velho, RO, em um culto de domingo, ao caminhar, estava em frente a uma igreja adventista do sétimo dia (central de Porto Velho), que se encontra na mesma rua da igreja batista. Quando eu estava passando na frente do templo adventista, senti que o Espírito Santo estava me guiando e me chamou para entrar naquele templo adventista. Daquele momento em diante, comecei a perceber que Deus estava agindo na minha vida (Romanos 8:14).
Assisti ao culto e permaneci observando tudo, sendo que eu nunca tinha visitado um templo adventista. O que mais me chamou a atenção naquela reunião de Classe Bíblica Novo Tempo foi a segurança do orador em suas palavras, tomando como referência textos bíblico em tudo o que dizia.
A cada minuto que passava eu ficava mais convencido de que o Espírito Santo estava naquela igreja, porque não vi o orador dialogando com pseudodemônios e, muito menos, esses demônios incorporando em pessoas. Quando terminou o culto, sai da igreja adventista do sétimo dia convencido de que naquela igreja estava a verdade. Logo em seguida, resolvi aceitar um estudo bíblico. Depois de alguns meses de estudo, aceitei o dom de salvação, e no dia 19/10/14 fui Batizado por imersão nas águas, tornando-me membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Hoje sou ancião da Igreja Adventista Areal Central de Porto Velho, trabalho também como diretor do Ministério Pessoal da minha igreja, faço parte da equipe distrital de Mordomia e pretendo seguir a “carreira” de pastor. Sabe qual é a minha missão hoje? Evangelizar as testemunha de Jeová, porque sei que existem lá pessoas sinceras que precisam conhecer a verdade que eu conheci.
Um ano depois da minha conversão, recebi outra benção do Criador: conheci e casei na igreja adventista com uma mulher virtuosa chamada Noêmia Carvalho, diretora do Departamento de Saúde da nossa igreja.
Agradeço a Deus por ter ouvido minhas orações e guiado minha vida por meio da Igreja Adventista e de Seu santo Espírito.
(Elison Ferreira é ancião da Igreja Adventista Areal Central de Porto Velho)

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Jesus e Jeová

Jesus e Jeová 

Prof. Gilson Medeiros

Lembro de certa ocasião, há alguns anos, quando eu estava saindo de casa e fui abordado por um jovem (aparentava uns 15 anos de idade), que me entregou um folheto com o chamativo título: "Quem é Jeová?".

O jovem, e seu companheiro (de uns 10 anos de idade) - assim como o folheto - são membros de uma denominação religiosa conhecida como "Testemunhas de Jeová", que surgiu quase que paralelamente aos Adventistas do 7º Dia.

Uma das coisas que admiro nos "TJs" é esta disposição em fazerem um trabalho missionário persistente, de casa-em-casa e em duplas (nunca sozinhos). Já li alguns comentários de ex-integrantes desta denominação alegando que este "espírito missionário" dos TJs é fruto de uma intensa "lavagem cerebral" feita por parte dos dirigentes, para que os membros distribuam (vendam) as literaturas preparadas pela "Torre de Vigia" (editora da denominação).

Mas... isso não tira a minha admiração por vê-los tão ativos no esforço de fazerem a sua mensagem peculiar (e sectária, segundo alguns críticos) difundida na sociedade. Tenho amigos TJs, e sei que a grande maioria é de pessoas sinceras em sua fé, e que fazem o trabalho missionário com amor e dedicação.

Ao recordar este evento, decidi trazer este tema sobre a Pessoa de Jesus, que, na visão dos Testemunhas de Jeová, não é Divino da mesma forma como o "Pai".

Então, quem é Jeová?

O "nome" de Deus aparece pela primeira vez em Gên. 2:4, que diz:

"Esta é a gênese dos céus e da terra quando foram criados, quando o SENHOR Deus os criou".

A palavra que, em nossa língua, foi traduzida por "SENHOR", aparece no texto original hebraico da seguinte maneira (transliterado):

HWHY

Em português, seria YHWH (escrito da equerda para a direita). Um fato curioso a se observar é que o hebraico antigo (conforme foi escrito o livro de Gênesis) não possuía vogais, as quais foram colocadas séculos depois por um grupo de escribas chamados de "massoretas".

Mas, como se pronuncia uma palavra sem vogais? 

Tente pronunciar o "tetragrama" acima e você verá como é difícil. Devido a esta dificuldade, e com o temor de pronunciarem o nome do Senhor em vão e de forma errada (em obediência ao Mandamento), os hebreus não o pronunciavam. Quando eles liam o texto bíblico e se deparavam com o tetragrama (YHWH), eles pronunciavam outro nome de Deus: Adonai (cf. Prov. 30:10). Com o tempo, a pronúncia correta do nome de Deus (YHWH) se perdeu.

Posteriormente, quando os massoretas foram colocar as vogais no texto bíblico, eles colocaram no tetragrama as vogais de ADONAI, fazendo com que a pronúncia ficasse parecida com o que hoje conhecemos em português por JEOVÁ. Mas, a bem da verdade, não podemos "bater o martelo" e dizer que este é o verdadeiro nome de Deus, porque, como mencionei acima, não se sabe como este era pronunciado originalmente.

Portanto, uma crença que se apega a este nome "aportuguesado" (Jeová) para condenar as demais que não usam este título em sua identificação, não tem uma base muito sólida para sustentar suas declarações dogmáticas.

Jesus é "Jeová"?


Um outro ponto característico da doutrina dos TJs é o fato de que eles não creem que Jesus é Deus, ou seja, na teologia Jeovista, Jesus é um "deus" menor em relação ao Pai. Para ver isto, basta dar uma lida nos primeiros versos do Evangelho de João, na versão Novo Mundo, editada pela Torre de Vigia, onde a referência a Jesus aparece com um "d" minúsculo:


"No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus, e a Palavra era [um] deus. Este estava no princípio com o Deus. Todas as coisas vieram à existência por intermédio dele, e à parte dele nem mesmo uma só coisa veio à existência" (João 1:1-3).

Fonte: Site Oficial da Torre de Vigia

É uma interpretação estranha para um grupo que é radicalmente contra a Trindade (aliás, muitos dos argumentos dos antitrinitarianos são extraídos das publicações dos TJs), por alegar que esta é uma crença politeísta (mais um equívoco da parte deles). Dizer que Jesus é "um deus" menor que o Pai, isso sim, é politeísmo explícito... e herético!

A Bíblia é muito clara em dizer que Jesus é tanto Deus quanto o Pai e o Espírito. E o mais "curioso" é que a Bíblia coloca sobre Jesus o cumprimento das profecias e declarações veterotestamentárias sobre o próprio YHWH ("Jeová"). Vejamos...

O fato de Jesus ser mais do que humano é indicado ainda pelos títulos que Lhe foram atribuídos: "Senhor" (Atos 2:36); "Deus" (Jo. 20:28); “Eu Sou” (Jo. 8:58, conf. Êx. 3:14). Agrega-se a isso o fato de haver, na Bíblia, inúmeras referências à Sua preexistência (Jo. 8:58; Col. 1:16; Heb. 1:2; etc.), pressuposta pela própria realidade da encarnação. E, se Jesus não tivesse poder divino, jamais poderia ter dito “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo. 11:25); “Eu tenho autoridade para dar a minha vida, e a autoridade para tornar a tomá-la” (Jo. 10:18); ou, então, “Quem me vê, vê o Pai” (Jo. 14:9).

A divindade de Jesus pode ainda ser atestada nos seguintes aspectos:


• Sua autoridade - Mat. 7:28-29; Jo. 5:16-18;
• A adoração que recebeu - Mat. 26:16-20; Jo. 9:35-38;
• Seus requerimentos - Jo. 10:27; 11:25; 14:1;
• Sua unidade com o Pai - Jo. 10:30;
• Seu poder de ler o coração dos homens - Mar. 2:6; Jo. 2:23-25.

Outras Declarações Impressionantes:

Isa. 9:6 (O Messias seria o Deus Forte) - Jesus foi o Messias.
Jo 5:18 (Jesus assumia ser igual a Deus)
Jo 20:28 (Tomé reconhece Jesus como Senhor e Deus)
At 2:36 (Deus fez de Jesus, Senhor Cristo)
At 3:15 (Jesus é o Autor da vida) - E sabemos que Deus é este Autor.
Rm 9:1, 5 (Jesus é o Deus bendito)
Fp 2:5-7 (Jesus tinha a forma de Deus) - o termo usado é MORPHE - uma cópia "exata.
Col. 2:9 (toda a plenitude da Divindade estava com Ele)
Tt 2:13 (grande Deus e Salvador)
2Pe 1:1-2 (Pedro reconhece Jesus como Deus e Salvador)
1Jo 5:20 (Jesus é o verdadeiro Deus)

"Curiosidades"

1. A Bíblia diz que a "voz que clamava no deserto" viria preparar o caminho de "Jeová" (Is 40:3).
E o caminho de Quem João Batista preparou? (Mt 3:3)
Portanto, JEOVÁ = JESUS

Cristalino como a água da mais pura fonte!

2.As Escrituras dizem claramente que "Deus" seria vendido por 30 moedas (Zc 11:13).
E na vida de Quem isso se cumpriu? (Mt 26:15; 27:9)
Portanto, DEUS = JESUS

Conclusão

O título do folheto que recebi indagava: "Quem é Jeová?".
Pois bem, a resposta é uma só:
JESUS É JEOVÁ!

"Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida" (1João 5:12).
Aproveite e leia os outros posts que coloquei sobre a Divindade de Jesus (e do Espírito Santo), procurando pelos termos "Cristologia" e "Trindade".
 
Fonte - http://prgilsonmedeiros.blogspot.com.br/

terça-feira, 13 de maio de 2014

Testemunhas de Jeová Estudo - N° 4 - Terceira parte


Azenilto G. Brito


V – QUERENDO “TAPAR O SOL COM A PENEIRA”


1. Há um importante achado arqueológico guardado no Museu de Berlim Oriental que merece análise cuidadosa e constitui a refutação das teses cronológicas da Torre de Vigia pela Astronomia:

A) O tablete chamado V.A.T. 4956, com texto cuneiforme do tempo de Babilônia, esboça as posições dos corpos celestes por doze meses, e inclui um eclipse, dados que podem ser facilmente cotejados com os calendários até cobrir nossa época.

B) Tal documento declara que foi no 37º ano de regência de Nabucodonosor que se deu o eclipse registrado.

Obs.: Diz um pesquisador sobre esse documento arqueológico da maior importância: “As posições dos corpos celestes naquele período de tempo podem ser identificadas precisamente sendo de abril de 568 a abril de 567 A.C. Os detalhes dados reocorreriam em apenas 40.000 anos”. E. B. Price, Our Friends: The Jehovah’s Witnesses, pág. 25.

C) Ao visitar o Museu de Berlim, E. B. Price fez questão de tirar uma foto segurando o precioso documento arqueológico, e diz em seguida no seu livro de refutação das doutrinas e cronologia das “testemunhas”: “A Torre de Vigia tem tentado desacreditar este tablete, mas autoridades destacadas declaram que ele oferece amplas informações para torná-lo completamente confiável” (Ibid.).

D) Outro autor, Carl Olof Jonsson, um sueco que foi ancião por vários anos entre as “testemunhas” em seu país, conta como se interessou pelo assunto da cronologia e logo descobriu as contradições e problemas da “Cronologia Bíblica” da Torre de Vigia. Ele apresentou à sede da organização os problemas e dúvidas que sua pesquisa suscitara, apenas para sofrer a “cassação” por ter desafiado os ensinos tradicionais de sua religião. Em resultado, fez publicar o livro The Gentile Times Reconsidered [Reavaliação dos Tempos dos Gentios] contendo o material que reunira como fruto de suas pesquisas no campo da Arqueologia e História.

E) No segundo capítulo dessa excelente e erudita obra, o autor trata com a cronologia do período neo-babilônico onde apresenta irrefutável material histórico e arqueológico. Ao mencionar as antigas inscrições reais babilônicas, cita a lâmina cuneiforme Adda Guppi que os “cronólogos bíblicos” da Torre de Vigia se empenham em desacreditar no livro Aid to Bible Understanding [atualmente intitulado Insight on the Scriptures] págs. 326, 327 (Verbete “Cronologia”, subtítulo “Cronologia Babilônica”). O argumento da Torre de Vigia é que tal documento está muito fragmentado e as informações não são completas. Contudo, havia duplicatas dessa lâmina e outras mais não fragmentadas que confirmam os dados históricos e cronológicos tais como admitidos por TODOS os historiadores de gabarito, negando as datas infundadas da Torre de Vigia.

Obs.: De duas, uma: ou os pesquisadores da Torre de Vigia estavam desinformados de tais duplicatas e outros documentos paralelos, ou preferiram ignorar tais fatos.

F) Jonsson também discute o tablete V.A.T. 4956 oferecendo excelente prova de sua autenticidade e refutando as objeções contra a validade de tal documento que em desespero de causa a Torre de Vigia levanta para sustentar sua falsa cronologia sobre que se apoia a “data fundamental” de 1914.

2. Torcendo a história mais uma vez, eis outro fato embaraçoso para os “cronologistas” da “Sociedade”:

A) No livro Babylon the Great Has Fallen [Caiu a Grande Babilônia], pág. 134, ocorre a seguinte declaração seguida de menção de uma obra de pesquisa: “Por esta razão Nabucodonosor veio contra Jerusalém pela segunda vez, para punir o rei rebelde. Isso foi em 618 A.C.”.–Ver Harper’s Bible Dictionary, por M.S. e J. L. Miller, edição de 1952, pág. 306, vb. ‘Jehoaikim’”.

B) Contudo, quem se der ao trabalho de examinar o Harper’s Bible Dictionary na edição e página indicadas não encontrará a data 618 A.C. com referência ao acontecimento sugerido no livro da “Sociedade”, e sim outra data com diferença de quase 20 anos, que se harmoniza com os dados históricos para a desolação de Jerusalém admitidos pelos mais abalizados historiadores e arqueólogos. Mais manipulação de dados!

C) O livro Aid to Bible Understanding [atual Insight on the Scriptures, ou Estudo Perspicaz das Escrituras, em português] reconhece que Nabucodonosor reinou “quarenta e três anos” (pág. 1212). A Bíblia informa que ele destruiu Jerusalém no 19º ano de sua regência (II Reis 25:8-10). Dizem historiadores indicados pela própria Sociedade Torre de Vigia (ex.: Harper’s Bible Dictionary) que isso vai até 562 A.E.C. Assim, seu 19º ano seria 587/586 A.E.C. infalivelmente.

D) Comparando-se Caiu Babilônia, a Grande, págs. 183 e 184, e Toda Escritura é Inspirada por Deus e Proveitosa, pág. 139–rodapé [ambos da edição em inglês], que falam das regências de Amel-Marduk (sucessor de Nabucodonosor), de “2 anos”, Neriglissar, de “4 anos”, Labashi-Marduk, de “9 meses” e Nabonido, de “17 anos”, com a do último findando na “data absoluta” de 539 A.C., é só fazer as contas para apanhar a “Sociedade” em incrível erro: A partir da data reconhecida pela Torre de Vigia, 539 A.C. (o fim da regência do “último monarca supremo do Império Babilônico”–Aid do Bible Understanding, pág. 1195), a soma das regências leva, não ao ano 581 A.C., como requer a “cronologia bíblica” da Torre de Vigia, mas a 562 A.C., data do fim da regência de Nabucodonosor aceita pelos historiadores de gabarito. Senão, vejamos:

Amel-Marduk............................. 2 anos

Neriglissar.................................. 4 anos

Labashi-Marduk......................... 9 meses

Nabonido.................................... 17 anos

TOTAL....................................... 23 anos e 9 meses

Obs: Anos A.C. (ou A.E.C.) são somados para indicar o recuo dos anos a partir da data básica, e subtraídos para cálculo inverso.



E) Para chegar ao ano de ascensão de Nabucodonosor é simples: 539 + 23 = 562. Daí 562 + 43 = 605 (605 - 19 = 586).

Obs.: Detalhando a “fórmula matemática”–a partir do ano 539 (que a “Sociedade” aceita sem discussão para a queda de Babilônia, no que concorda com a história secular), somem-se os 23 anos e nove meses das regências dos últimos reis de Babilônia, após Nabucodonosor, até a queda do grande império, e se chega à data 562. A partir daí, somando-se os 43 anos de regência de Nabucodonosor, conclui-se que ele assumiu o trono em 605. Sendo que foi no seu 19º, como diz a Bíblia e confirma a Arqueologia, que ele desolou Jerusalém, isto nos leva a 586 A.C. Não há por onde escapar!

G) Mas o golpe mortal às teorias cronológica absurdas da Torre de Vigia vem de Raymond Franz, o próprio coordenador do verbete “Cronologia” do livro Aid to Bible Understanding, a obra de maior peso teológico da “Sociedade” (um dicionário bíblico enciclopédico, publicado em português sob o título, Estudo Perspicaz das Escrituras). Ele é nada menos do que o sobrinho do presidente mundial da seita de 1977 a 1992 e autor da tradução bíblica ‘Novo Mundo’, Frederick W. Franz (já falecido). Raymond Franz chegou a ser, durante nove anos, membro do Corpo Governante da Sociedade Torre de Vigia, organismo de máxima hierarquia daquela entidade, mas abandonou a organização e suas crenças desiludido, ao constatar a falta de fundamento bíblico e histórico de sua cronologia, e, consequentemente, de sua teologia. Eis como ele expõe o seu “drama de consciência” no livro que escreveu após deixar a “Sociedade”:

“Meses de pesquisa foram gastos sobre este assunto de ‘Cronologia’ que resultou no artigo mais longo da publicação ‘Aid’ [referência a Aid to Bible Understanding, atualmente Insight on the Scriptures, em português Estudo Perspicaz das Escrituras]. Muito do tempo foi gasto no esforço de encontrar alguma prova, algum respaldo na história, para a data tão crucial de 607 A.E.C. para nossos cálculos relacionados com 1914. Charles Ploeger, membro do staff da sede mundial, nesse tempo estava servindo como meu secretário e ele pesquisou nas bibliotecas da área de Nova Iorque qualquer coisa que pudesse substanciar aquela data historicamente.

“Não encontramos absolutamente nada em apoio a 607 A.E.C. Todos os historiadores apontavam para uma data vinte anos posterior. . . . Conquanto eu julgasse isso perturbador, desejava crer que nossa cronologia estava correta a despeito de toda a evidência em contrário. Assim, ao preparar o material para o livro ‘Aid’, muita parte do tempo e do espaço foi gasta em tentar diminuir a credibilidade da evidência arqueológica que tornaria errônea nossa data 607 A.E.C. e dava um ponto de partida diferente para nossos cálculos e, portanto, uma data de conclusão diferente de 1914. . . . Tal como um advogado que defronta evidência que não pode superar, meu esforço era desacreditar ou enfraquecer a confiança nos testemunhos da antiguidade que apresentavam tais evidências, a evidência de textos históricos relacionados com o Império Neobabilônico. Os argumentos que eu apresentei eram honestos, mas eu sei que a intenção deles era sustentar uma data para a qual não havia suporte histórico. (Raymond Franz, Crisis of Conscience [Crise de Consciência], págs. 25, 26). Ver entrevista com Raymond Franz com este autor no Apêndice X, pág. 97.

3. CONCLUSÃO:

A) Grandes homens do meio jeovaísta têm repudiado tais ensinos, como Ray Franz, Carl O. Jonsson e Max Hatton, agora pastor evangélico na Austrália, ex-Servo da Escola de Ministério de uma congregação australiana, que após estudar por três anos o tema da Cronologia também descobriu as falsidades da religião a que dedicara tanta fidelidade.

B) Essa cronologia defendida tenazmente pela Torre de Vigia é a mesma de suas origens e serviu para sustentar datas depois alteradas pela própria Torre de Vigia, como as da criação de Adão em 4.129, os seis mil anos da Criação completando-se em 1872, a “presença” de Cristo tendo-se iniciado em 1874, o início do milênio em 1975, etc.

APÊNDICE II

FASCISMO, COMUNISMO. . . MAIS PROFECIAS QUE FALHARAM

O livro Inimigos (de 1937), escrito por Joseph F. Rutherford, segundo presidente mundial da Torre de Vigia, sugere uma sombria maquinação política para dominar os Estados Unidos de parte da hierarquia católica romana, ao acentuar que o governo dos EUA “tem um católico como diretor dos correios . . . que de fato é um agente e representante do Vaticano” (pág. 178). Mais adiante, o mesmo livro antecipa que “Quando a hierarquia católica obtiver completo controle temporal sobre a terra” a “Liga das Nações” se tornaria de fato “uma liga de fascismo ou governos fascistas combinados, dominados pela hierarquia católica romana” (pág. 292).

O que se deu, porém, é que a Liga das Nações terminou se enfraquecendo com a eclosão da II Guerra Mundial, findando em 1946. Tampouco a hierarquia católica obteve controle sobre a terra, nem parcial, quanto mais “completo”.

Outro livro da mesma organização, o Seja Feita a Tua Vontade na Terra (de 1958), trazia um cenário do fim dos tempos destacando a luta entre “o rei do norte” e “o rei do sul”, segundo o livro de Daniel, cap. 11. O moderno ‘rei do sul’ era tido como uma combinação de Grã Bretanha/Estados Unidos na pág. 263 (edição em inglês), e o ‘rei do norte’ era, continua o livro, “a União Soviética, o poder comunista que desde que arrebatou o poder na Rússia em 1917 tem mantido como sua meta o domínio mundial até o presente” (pág. 278).

O Seja Feita continua predizendo: “Até o ‘tempo do fim’ durante o Armagedom haverá coexistência competitiva entre os ‘dois reis’” (pág. 297), ou seja, a União Soviética (URSS) e a combinação das potências Estados Unidos/Grã Bretanha. E declara mais, na pág. 300: “o anjo de Jeová predisse agressões adicionais pelo rei comunista do norte ANTES DE SEU FIM NO ARMAGEDOM” (destaque em maiúsculas acrescentado).

Em Watchtower (A Sentinela) de 1º de abril de 1984, pág. 20, há menção à referida obra, destacando que a União Soviética é uma nação atéia, materialista. Contudo, se isso a levaria ao Armagedom parece que de algum modo tal rumo foi perdido. O fato é que hoje a ‘guerra fria’ não só findou, como aquele antigo regime comunista e ateu não mais existe.

Por outro lado, é sabido e notório que a religião está em plena prosperidade nas terras da antiga URSS, atual Rússia e demais repúblicas ex-comunistas associadas. Isso revela mais um fracasso da Torre de Vigia em suas antecipações proféticas à luz de suas interpretações bíblicas.



O Desafio da Torre de Vigia Pags 40 - 43

domingo, 11 de maio de 2014

Testemunhas de Jeová - Estudo N° 4 - Segunda parte



Azenilto G. Brito
III–Uma Fraude Desmascarada

1. Numa tentativa de defender a data fictícia de 607 A.C. para a desolação de Jerusalém, negando o valor histórico de 586 A.C., eis o que afirma Despertai! de 8/11/72, págs. 27 e 28:

     “A data de 586 A.E.C. baseia-se primeiramente no que é conhecido como ‘Cânon de Ptolomeu’, que atribuiu um total de 87 anos à dinastia iniciada por Nabopolassar e terminada com Nabonide, com a queda de Babilônia em 539 A.E.C. . . . Em harmonia com o número de anos assim designados a cada regente, a desolação de Jerusalém no décimo oitavo ano de Nabucodonosor (décimo nono ano se contarmos de seu ‘ano de ascensão’) cairia em 586 A.E.C.–2 Reis 25:8; Jer. 52:29.
     “Mas quão fidedigno é o Cânon de Ptolomeu? Em seu livro, The Mysterious Numbers of the Hebrew Kings (Os Misteriosos Números dos Reis Hebreus), o Professor E. R. Thiele escreve: ‘O Cânon de Ptolomeu foi preparado principalmente para fins astronômicos, e não históricos. Não pretendia fornecer uma lista completa de todos os regentes, quer de Babilônia, quer da Pérsia. . ., mas era um expediente que tornava possível a localização de certos dados astronômicos, então disponíveis, num amplo plano cronológico. Os reis cujos reinados tinham menos de um ano e não abrangiam o dia do Ano Novo não foram mencionados’. (O grifo é nosso.)
     “Assim, a própria finalidade do Cânon torna impossível por meio dele o datar absoluto. Não há meio de assegurar-se de que Ptolomeu estivesse correto ao atribuir certo número de anos a vários reis”.–Artigo, “Quando Foi Que Babilônia Desolou Jerusalém?”
     Obs.: Tal argumentação é também apresentada no Aid to Bible Understanding [livro que atualmente corresponde em português ao Estudo Perspicaz das Escrituras], pág. 327.
2. Contudo, vejamos primeiramente o que o Prof. S. H. Horn, arqueólogo, historiador e associado de Thiele explica sobre os objetivos do Cânon de Ptolomeu:

     “No Almagesto, Ptolomeu frequentemente oferece dados de observações para demonstrar suas teorias do movimento da lua e outros corpos celestes. Neste trabalho ele menciona dezenove eclipses lunares abrangendo nove séculos, datados quanto ao ano, mês, dia e hora, a maior parte em termos de ano de regência dos vários reis. Isso é de extremo valor para a cronologia porque habilita o astrônomo moderno a conferir os cálculos de Ptolomeu. Uma vez que os intervalos entre essas observações eram importantes à teoria de Ptolomeu quanto aos movimentos celestes, ele deu como uma espécie de apêndice para o Almagesto uma lista, ou Cânon, de reis, com a duração de cada regência para servir como uma escala para seus dados astronômicos”.–The Chronology of Ezra 7, S. H. Horn e L. H. Wood, Review and Herald Publ. Assn., pág. 41.
     Obs.: Fica assim explicado o verdadeiro motivo para a elaboração do Cânon de Ptolomeu. Embora não tendo específica finalidade histórica, é documento astronômico “de extremo valor para a Cronologia”.

3. Mas, que dizer das palavras do próprio Prof. E. R. Thiele em Os Misteriosos Números dos Reis Hebreus (Obra erudita em duas edições, a primeira impressa pela Universidade de Princeton)? Estaria ele negando o valor do Cânon de Ptolomeu como documento histórico que confirma a data 586 A.C. para a desolação de Jerusalém? É aqui que se percebe a grave fraude dos “historiadores” da Torre de Vigia: essa mesma obra, o Prof. E. R. Thiele não só atesta que a desolação de Jerusalém ocorreu em 586 A.C., como aponta o Cânon de Ptolomeu como documento do maior valor para o pesquisador dedicado, confirmado que é por outros cânones antigos (como o Cânon Epônimo dos assírios) e conferível por dados astronômicos inegáveis.

4. Eis as palavras do ilustre erudito, em outros trechos do mesmo livro (citadas num contexto distorcido no artigo de Despertai! e no Aid to Bible Understanding):

A) Sobre a data 586 A.C.: “O último evento na atribulada história do reino do sul foi o cerco e destruição de Jerusalém por Nabucodonosor. . . . O rei fugiu . . . no nono dia do quarto  mês do décimo primeiro ano de Zedequias (II Reis 25: 2, 3; Jer. 39:2; 52:5-7), 19 de julho de 586. Era aquele o décimo nono ano de Nabucodonosor (II Reis 25:8; Jer. 52:12). . . .
     “A notícia da queda de Jerusalém chegou aos cativos em Babilônia no quinto dia do décimo mês do décimo segundo ano de seu cativeiro (Eze. 33:21), 8 de janeiro de 585. A regência de Zedequias, portanto, foi de 597 a 586”.–Op. Cit., págs. 163, 164.

B) Sobre a validade do Cânon de Ptolomeu: “Sendo que o Cânon de Ptolomeu fornece dados precisos e absolutamente dignos de confiança quanto à cronologia de um período iniciado em 747 A.C., e uma vez que o cânon epônimo dos assírios nos leva a 648 A.C., ver-se-á haver um século em que esses dois importantes guias cronológicos se correspondem, pelo que podem ser usados para conferir-se um pelo outro. . . .
     “Quando o estudante tem à sua disposição material cronológico tão digno de confiança como a lista epônima dos assírios e o Cânon de Ptolomeu, pode estar em completa segurança de que tem um sólido fundamento sobre que edificar. E, se, por outro lado, encontra um padrão cronológico para alguma outra nação que esteja em perfeita consonância com o de Babilônia e Assíria conforme se acha estabelecido pela evidência de Ptolomeu e das listas limu, ele pode ter certeza de que seu padrão é plenamente exato”.–Ibid., págs. 47, 48.

5. As citações do § acima não indicam absolutamente quaisquer dúvidas, da parte do Prof. E. Thiele, quanto à validade como documento histórico do Cânon de Ptolomeu ou da data 586 A.C. para a destruição de Jerusalém.
     Obs.: O Prof. Edwin R. Thiele é autoridade indiscutível no seu campo de estudos. Foi ele quem descobriu o princípio do “ano de ascensão” na cronologia dos reis antigos, resolvendo grandes problemas e dúvidas que desafiavam há anos os estudiosos de Cronologia Bíblica.
A) A citação em Despertai! é transcrição de uma nota de rodapé, em letras pequenas, numa das últimas páginas de seu livro. Mas o conteúdo das páginas 47 e 48, em letras grandes, acima citado, expõe a medida da falsidade dos historiadores da “Sociedade”.

B) ATENÇÃO: Tendo escrito ao Prof. E. R. Thiele solicitando esclarecimentos ante a forma abusiva pela qual Despertai! valeu-se de suas palavras, recebemos do ilustre mestre (já falecido) carta e artigo em que reafirma sua posição, conforme registrada em The Mysterious Numbers of the Hebrew Kings. Em sua correspondência, E. R. Thiele protesta pela distorção que as “testemunhas de Jeová” praticaram com o seu escrito de modo aético. Ele até declara que tais pessoas lhe devem desculpas pela desonestidade de seu ato!
     Obs.: O artigo do Prof. Thiele com tal protesto apareceu, em português, na revista O Atalaia de agosto de 1975.

C) O contexto do trecho de E A Bíblia Tinha Razão . . ., citado em Certificai-vos, pág. 140, demonstra que o período de cativeiro não pode ser considerado a partir de 607 A.C.
     Obs.: Diz textualmente o aludido trecho: “É compreensível que cinquenta anos depois da deportação, nem todos aproveitassem a licença para voltar à terra de seus pais. Era uma empresa arrojada. . .” Op. Cit., W. Keller, pág. 264 (Grifos acrescentados para realçar o fato de que o retorno, em 537/6, dava-se 50, e não 70 anos após a desolação de Jerusalém. 586/7 – 50 = 537/6, o que está em harmonia com a tese do Prof. Thiele).

6. A explicação do Prof. Thiele  para se entender o tempo exato dos 70 anos de cativeiro:

A) A desolação do Templo não teve lugar numa simples e grande destruição. Igualmente, a sua restauração e o retorno dos judeus não se deram num único momento, mas transcorreram vários anos (a partir do decreto de Ciro em 537 A.C.).***

B) Jeremias profetizou por duas vezes um período de 70 anos de cativeiro.
     Obs.: a) Sua primeira predição ligava-se ao começo da regência de Nabucodonosor, em 605 A.C. (Jer. 25: 1, 11, 12).
     b) A segunda foi dada durante a regência de Zedequias, pouco antes da desolação de Jerusalém em 586, quando muitos já estavam cativos em Babilônia, deportados em 605 ou 597 A.C. (Jer. 29:1-10).

C) A oração de Daniel referia-se fundamentalmente ao Templo que jazia desolado desde 586 A.C. (Dan. 9:17).

D) Em 537 A.C., quando os judeus retornaram após o decreto de Ciro, os fundamentos do Templo não haviam sido lançados (Esd. 1:1-3, 7 a 11 e 3:6).
     Obs.: Só no 2º ano de seu retorno é que os judeus empreenderam a obra de restauração. Isto equivaleria a 535 A.C.

7. Interpretação judaica dos 70 anos de cativeiro:

A) “Enquanto os eventos que acabamos de descrever ocorriam na Judéia, os exilados levados por Nabucodonosor estabeleciam-se na Babilônia. Quando lá chegaram, já encontraram dois outros grupos de hebreus. Um era constituído de seus amigos íntimos e parentes: era o grupo de que os babilônios tinham levado para o exílio no ano 597 A.E.C., onze anos antes da destruição total de Jerusalém. . . .
     “No ano 516 o modesto Templo foi terminado. Tinham-se passado exatamente setenta anos desde que o Primeiro Templo fora destruído e cerca de vinte e um desde que o primeiro grupo de exilados retornara da Babilônia. Deve-se notar que os judeus continuam a contar setenta anos de Exílio babilônico, pois consideram a reedificação do Templo destruído, e não o Edito de Ciro, como o evento que determinou o fim do Exílio”.–História Geral dos Judeus (Biblioteca de Cultura Judaica), Solomon Grayzel, págs. 57 e 62.

B) “Desterro–(heb. gallut). Tomado em sentido mais nacional que individual, aplica-se, tal termo, ao exílio babilônico que durou desde a destruição do Estado da Judéia em 586 A.E.C. por Nabucodonosor, até 538, em que Ciro autorizou o regresso dos judeus a Jerusalém, e em segundo lugar ao exílio romano. . . .
     “A tradição judaica conta a emigração de Jacó e seus filhos ao Egito como o primeiro exílio e considera que o segundo, ou babilônio, durou de 586 a 516 A.E.C., ou seja, até a reconstrução do Templo.
     “A deportação babilônica realizou-se paulatinamente. O primeiro grupo de desterrados se compunha do infortunado rei Jeoaquim, sua família, sua corte, 7.000 soldados escolhidos e mil artesãos (597). Em consequência de certas desordens, também os sacerdotes foram levados da Babilônia. A destruição de Jerusalém em 586 foi seguida da deportação de 40.000”.–Enciclopédia Judaica Castellana, Vol. 3, págs. 463 e 464 (México City, 1948).
     Obs.: Portanto, o Templo, centro da vida religiosa judaica, definia o período de cativeiro. Enquanto desolado, representava a própria desolação nacional na interpretação dos próprios judeus.

8. CONCLUSÃO: a) Decorreram exatamente 70 anos desde o começo da desolação da terra de Judá por Nabucodonosor em 605 A.C. até o começo de sua restauração em 536/5 (Dan. 1:1; II Crôn. 36: 5-7, cf. Esd. 3:8-12).
    b) Também decorreram exatamente 70 anos desde a completa destruição do Templo em 586 A.C. até sua completa reedificação em 516 A.C. (II Reis 25:8-11, cf. Esd. 6:15).

IV–PASSAGENS SOBRE O CATIVEIRO EXPLICADAS

1. Jeremias 25:11 12.

A) O texto simplesmente diz que as nações serviriam por 70 anos ao rei de Babilônia. “Servir” não implica necessariamente uma deportação e desolação da terra durante 70 anos (ver Jer. 27:8 e 11).

B) Comparando-se Jer. 25:1 e 27:3 percebe-se que a recomendação do profeta no cap. 27 foi feita depois do que consta no cap. 25. As nações continuariam servindo ao rei de Babilônia sem serem afastadas de seus territórios.

C) Que Jerusalém não precisava estar em ruínas para que se cumprissem as profecias de servidão sob Babilônia vê-se por Jer. 27:16-22.
     Obs.: Quando Jeremias escreveu tais palavras, o Templo não havia sido desolado, mas o povo de Israel já estava, em parte, sofrendo as agruras do cativeiro.

D) Em II Reis 24:1, no tempo da primeira invasão de Nabucodonosor em 605 A.C., já o rei de Judá teve de servir ao rei de Babilônia. (Ver Jer. 25:1; Dan. 1:1, 2; II Crôn. 36:7).

2. Jeremias 29:10.

A) O capítulo começa informando (vs. 1 a 4) que o profeta enviou carta aos cativos já em Babilônia mencionando indivíduos levados para lá na primeira investida de Nabucodonosor; antes, pois, da destruição de Jerusalém em 586 A.C.

B) Ao que parece, alguns estavam querendo livrar-se logo do cativeiro (vs. 8 e 9), mas o profeta lhes escreve reassegurando a duração deste como sendo de 70 anos (v. 10). Deveriam ter paciência e esperar, conforme a Palavra do Senhor.

C) Decerto, a carta foi enviada como confirmação das profecias anteriores (caps. 25:11, 12) e a dedução lógica é que o período de 70 anos já havia começado quando do seu envio. Segundo o ex-ancião TJ Carl Olaf Jonsson, Jer. 29:10 está mal traduzido, ocorrendo em inúmeras versões “setenta anos PARA Babilônia”, e não “EM Babilônia”. São 70 anos de predomínio de Babilônia sobre as várias nações que subjugou.

D) Embora não esteja datada com precisão, a carta foi enviada quando Zedequias ainda ocupava o trono (v. 3), em período anterior, pois, à destruição de Jerusalém em 586 A.C.

3. Daniel 9:2.

A) É aos escritos de Jeremias, discutidos acima, que a referência a Daniel se aplica.

B) É significativo que Daniel (levado em cativeiro na 1ª invasão de Nabucodonosor, em 605 A.C.) se refira às “assolações”, usando, portanto, o plural. Isso só pode referir-se às múltiplas investidas contra a cidade (II Reis 24:1-3, 12-17; 25:8-10; Jer. 52:30).

C) A palavra “assolação” em hebraico refere-se “àquilo que foi destruído em guerra, ou negligenciado” (cf. Cyclopaedia of Biblical Literature, de Kitto, vb. “deserto”). Após progressivas desolações do território e da cidade pelas invasões de Nabucodonosor, na primeira metade de seu reinado, as “assolações” foram completadas por posterior abandono da região durante uns cinquenta anos.

D) Assim, os setenta anos cumpriram, ou completaram, “as assolações de Jerusalém”.

4. II Crônicas 36:21.

A) As palavras de Jeremias são, uma vez mais, a base para se ter perfeita compreensão do texto. Já vimos que Jeremias não confirma a tese de que os 70 anos seriam de completa desolação. O cronista não iria contradizer o profeta.

B) O texto na versão Almeida fala que a terra repousaria até que se agradasse dos seus sábados. Tenha-se em mente que a transgressão do sábado foi um dos fatores para o castigo do cativeiro (Jer. 17:19-27).

C) A passagem diz que a terra repousou por ocasião da sua desolação. Isso, porém, não implica que tal desolação seja de 70 anos (ver. s/Jer. 25:11 e 12, nº 1. acima). A servidão (tributo, cativeiros, etc.) durou, sim, 70 anos, mas a desolação da terra, entre 586 a 537/6, esteve incluída nesse período.

D) O fim dos 70 anos de cativeiro seria assinalado pela desolação da própria Babilônia (ver Jer. 25:12 e 13). O que se deu, contudo, é que apenas ocorreu a sua invasão pelos persas em 539 A.C. sem ser literalmente destruída.

5. Uma passagem que as “testemunhas” não citam, e que lança grande luz sobre o problema dos 70 anos de cativeiro é Zacarias 1:12: “Então o anjo do Senhor respondeu, e disse: Ó Senhor dos Exércitos, até quando não terás compaixão de Jerusalém, e das cidades de Judá, contra as quais estiveste irado ESTES SETENTA ANOS?” (cf. capítulo 7, vs. 5).

A) Em Toda Escritura, pág. 162, é dito que “a profecia de Zacarias seria, sem dúvida, proferida e também registrada durante os anos 521-519 A.E.C.”

B) Logo, se ao tempo da escrita de Zacarias já os setenta anos se tinham praticamente contado, então “sem dúvida” a cronologia das “testemunhas” está absolutamente errada e não foi inspirada pelo “anjo do Senhor”.

C) Pela cronologia no livro Aid to Bible Understanding [Estudo Perspicaz das Escrituras, em português)] e outros, esses setenta anos se cumpririam em 537 A.C. No entanto, praticamente 20 anos mais tarde ainda se fala em “setenta anos” como em andamento, o que se harmoniza com a idéia de um período de 586 A.C. a 516 A.C. em que a desolação do Templo representava a desolação e cativeiro da nação, como é a interpretação dos historiadores da própria nação de Israel, que certamente conhecem melhor sua própria história e os sentimentos de seu povo do que os homens da Torre de Vigia (ver este Est. Subt. III, § 6).

6. O historiador judeu Flávio Josefo reconhecidamente não se preocupava muito com a transmissão dos fatos segundo princípios de exatidão científica, documentada, como o fazem os modernos historiadores. Era também o caso de Heródoto, o “Pai da História”, que costumava misturar fatos históricos com lendas. Mas Flávio Josefo é bastante citado pela “Sociedade”  quando lhe convém. Ele declara em sua conhecida obra Contra Apion, Livro I, § 21 (pág. 614 da edição em inglês):

     “Esses relatos [falando sobre a sucessão de reis após a morte de Nabucodonosor ‘quando havia reinado quarenta e três anos’] concordam com a verdadeira história em nossos livros; pois neles está escrito que Nabucodonosor, no décimo nono ano de seu reinado, deixou nosso Templo desolado, e assim tem estado neste estado obscuro por cinquenta anos”.
     Obs: O 19º ano de Nabucodonosor foi 587/586. O templo havia estado desolado “cinquenta anos”, e não setenta, quando eles haviam retornado e lançado os alicerces, o que está em harmonia com a história secular, em contraste com a história malcontada pela Torre de Vigia.

7. CONCLUSÃO: Primariamente, o período de cativeiro deve ser datado desde o 1º ano de Nabucodonosor (605), quando de sua primeira invasão a Judá, e não quando, em seu 19º ano, destruiu Jerusalém. Não obstante, a 2ª data (586) também é válida para uma consideração do cativeiro, em relação à desolação do Templo (de 586 A.C. a 516 A.C.) conforme o Prof. E. R. Thiele.

Do Livro Desafio da Torre de Vigia pag. 34 - 39

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