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domingo, 25 de setembro de 2022

O comportamento na casa de Deus

 Ellen White 

O comportamento na casa de Deus

 

Para a alma crente e humilde, a casa de Deus na Terra é como que a porta do Céu. Os cânticos de louvor, a oração, a palavra ministrada pelos embaixadores do Senhor, são os meios que Deus proveu para preparar um povo para a assembléia lá do alto, para aquela reunião sublime à qual coisa nenhuma que contamine poderá ser admitida.

Da santidade atribuída ao santuário terrestre, os cristãos devem aprender como considerar o lugar onde o Senhor Se propõe encontrar-Se com Seu povo. Houve uma grande mudança, não para melhor mas para pior, nos hábitos e costumes do povo com relação ao culto religioso.  As coisas sagradas e preciosas, destinadas a prender-nos a Deus, estão quase perdendo sua influência sobre nosso espírito e coração, sendo rebaixadas ao nível das coisas comuns.

A reverência que o povo antigamente revelava para com o santuário onde se encontrava com Deus, em serviço santo, quase deixou de existir completamente. Entretanto, Deus mesmo deu as instruções para Seu culto, elevando-o acima de tudo quanto é terreno. 

A casa é o santuário da família; e o aposento ou a floresta o lugar mais recôndito para o culto individual; mas a igreja é o santuário da congregação. Devem existir aí regulamentos quanto ao tempo, lugar e maneira do culto. Nada do que é sagrado, nada do que está ligado ao culto divino, deve ser tratado com negligência ou indiferença. Para que os homens possam verdadeiramente glorificar a Deus, importa que em sua associação de ideias façam distinção entre o que é sagrado e o que* é profano. 

Os que têm idéias amplas, nobres pensamentos e aspirações, são os que têm associações que fortalecem todos os pensamentos sobre as coisas divinas. Felizes os que possuem um santuário, luxuoso ou modesto, seja no meio de uma cidade ou entre as cavernas das montanhas, no humilde aposento particular ou nalgum deserto. Se for esse o melhor lugar que lhes é dado arranjar para esse fim, Deus o santificará pela Sua presença e será santidade ao Senhor dos exércitos. (*Testimonies for the Church 5:491-500 (1889). 181 182 Testemunhos Seletos 2)

Antes do culto

Quando os crentes penetram na casa de culto, devem guardar a devida compostura e tomar silenciosamente seu lugar. Se houver na sala uma estufa, não convém agrupar-se em torno dela em atitude indolente e de abandono. Conversas vulgares, cochichos e risos, não devem ser permitidos na casa de culto, nem antes nem depois do serviço. Uma ardente e profunda piedade deve caracterizar todos os adoradores.

Se faltam alguns minutos para o começo do culto, os crentes devem entregar-se à devoção e meditação silenciosa, elevando a alma em oração a Deus para que o culto se torne para eles uma bênção especial, operando a convicção e conversão em outras almas. Devem lembrar-se de que estão presentes ali mensageiros do Céu.

Perdemos geralmente muito da suave comunhão com Deus pela nossa falta de quietude e por não nos darmos à reflexão e oração. O estado espiritual da alma necessita muitas vezes ser passado em revista, e o espírito e coração serem elevados para o Sol da Justiça. 

Se os crentes, ao entrarem na casa de oração, o fizessem com a devida reverência, lembrando-se de que se acham ali na presença do Senhor, seu silêncio redundaria num testemunho eloqüente. Os cochichos, risos e conversas, que se poderiam admitir em qualquer outro lugar, não devem ser sancionados na casa em que Deus é adorado. Cumpre preparar o espírito para ouvir a Palavra de Deus, a fim de que esta possa exercer impressão e influir sobre a alma.

Durante o culto

O ministro deve entrar na casa de oração com uma compostura digna e solene. Chegado ao púlpito, deve inclinar-se em silenciosa oração e pedir fervorosamente a assistência de Deus. Que impressão não fará isto! A solenidade se apoderará de toda congregação. Seu ministro ali está, comunicando-se com Deus, encomendando-se a Ele antes de ousar apresentar-se diante dela. Uma profunda solenidade invade tudo e a todos, e os anjos de Deus são trazidos para bem perto. 

Cada um dos congregados deve, de cabeça inclinada, associar-se ao pregador em silenciosa oração, e suplicar a Deus que abençoe a O comportamento na casa de Deus reunião pela Sua presença, imprimindo virtude à palavra ministrada por lábios humanos.

Ao ser aberta a reunião com oração, cada qual deve ajoelhar-se na presença do Altíssimo e elevar o coração a Deus em silenciosa devoção.  As orações dos fiéis serão ouvidas e o ministério da palavra provar-se-á eficaz. A atitude indiferente dos crentes na casa de Deus, é um dos grandes motivos por que o ministério não acusa maiores resultados. A melodia do canto, derramando-se dos corações num tom de voz claro e distinto, representa um dos instrumentos divinos na conversão de almas. Todo o serviço deve ser efetuado com solenidade e reverência, como se fora feito na presença pessoal de Deus mesmo.

Quando a Palavra é exposta, deveis lembrar-vos, irmãos, de que é a voz de Deus que vos está falando por meio de Seu servo. Escutai com atenção. Não dormiteis nessa hora; porque assim fazendo é possível escaparem-se-vos nesse momento justamente as palavras que mais necessitais ouvir — palavras que, atendidas, vos livrariam de enveredar por algum caminho errado. Satanás e seus anjos estão ativos, criando uma espécie de paralisia dos sentidos, de modo a não serem ouvidas as admoestações, advertências e repreensões, ou, se ouvidas, não terem efeito sobre o coração, transformando a vida. Às vezes é uma criança que desvia de tal modo a atenção dos ouvintes, que a semente preciosa não cai em terreno fértil para produzir fruto. Outras, são os moços e moças que revelam tão pouco respeito pela casa de Deus, que se entretêm a conversar durante a pregação. Se estes pudessem perceber os anjos que os estão observando e notando o seu procedimento, corariam de pejo e se aborreceriam a si próprios. Deus quer ouvintes atentos. Foi enquanto os homens dormiam que Satanás aproveitou para semear a cizânia.

Depois do culto

Ao ser pronunciada a bênção, todos devem conservar-se quietos, como temendo ficar privados da paz de Cristo. Saiam então todos sem se atropelar e evitando falar em voz alta, portando-se como na presença de Deus e lembrando-se de que Seus olhos repousam sobre todos. Ninguém deve deter-se nos corredores para encontros e tagarelice, impedindo a passagem aos outros que buscam a saída. 184 Testemunhos Seletos 2 Os arredores imediatos da casa de oração devem caracterizar-se por uma grave solenidade, evitando os crentes o fazer deles lugar de encontro com os amigos, a fim de trocarem frases banais ou tratarem de negócios. Tais coisas não convêm na casa de Deus. Deus e os anjos têm sido desonrados pela maneira irreverente com que os crentes se portam nalgumas igrejas, acordando os ecos com suas gargalhadas e fazendo ruído com os pés. Pais, exaltai o padrão do cristianismo no espírito de vossos filhos; ajudai-os a entretecer a pessoa de Jesus em sua experiência; ensinai-os a ter o maior respeito pela casa de Deus e a compreender que quando entram ali devem fazê-lo com o coração comovido, ocupando-se com pensamentos como estes: “Deus está aqui; esta é a Sua casa. Devo alimentar pensamentos puros e guiar-me pelos mais santos propósitos. Não devo conservar em meu coração orgulho, inveja, ciúme, suspeitas, ódio ou engano; porque estou na presença de Deus. Este é o lugar onde Deus vem ter com Seu povo e o abençoa. O Altíssimo e Santo, que habita na eternidade, me vê, esquadrinha meu coração, e lê meus mais secretos pensamentos e atos de minha vida.”

Testemunhos Seletos vol. 2 Pg. 193 - 196

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obs.

Alem dos grifos e negritos que acrescentei ao texto, eu destaquei a palavra Ajoelhar-se em letras bem graúdas, para lembrar aos leitores, principalmente aos PASTORES e ANCIÃOS que a posição de se começar um culto é ajoelhados

Não é Manoel Barbosa que esta dizendo. Foi a profetiza da Igreja, ELLEN WHITE,  Ela escreveu que ao começar um culto, todos  os crentes devem AJOELHAR-SE

Esta claro, ou precisa desenhar?

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Carta Aberta aos pais que levam seus bebês chorões e crianças pequenas às Igrejas

Carta Aberta aos pais que levam seus bebês chorões e crianças pequenas às Igrejas





Queridos pais levam crianças pequenas às Igrejas,

Vocês estão fazendo algo realmente, realmente muito importante. Eu sei que não é fácil. Eu vejo vocês com os braços assoberbados e sei que vocês vieram para a igreja já muito cansados. Criar filhos pequenos é trabalhoso. Muito cansativo mesmo.

Eu os vejo rodopiar, sacolejar e balançar incansavelmente tentando manter seus bebês quietos. Assisto todo o esforço necessário para encontrar um lugar para se sentar na igreja: Os malabarismos com o carrinho e o equilibrismo com as sacolas de fraldas e todas as dezenas de bugigangas do arsenal móvel de cada bebê.

Eu vejo vocês se sacudirem quando seus filhos choram e assisto solidária toda agitação e ansiedade com que vocês abrem os seus sacos de mágica, catando os truques que podem ajudar a acalmar os seus filhotes. 

E eu vejo vocês com as suas crianças pequenas, as que dão os primeiros passos e as de três, quatro e cinco aninhos. E vejo como vocês se irritam quando seus meninos fazem uma pergunta inocente, num tom que era para ser um sussurro, mas sai como de um megafone, ouvido em claro e bom som lá no fundo da igreja, risos.

E percebo o desespero na voz de vocês, quando pedem pela décima vez que seus filhos se sentem e fiquem quietos. E vejo os seus semblantes envergonhados, como quem imagina que todos na igreja estão olhando para vocês. Sabemos que nem todos estão, mas vocês pensam que sim.

Papais e mamães, eu sei o que vocês estão pensando: Será que isso tudo vale a pena? Por que se preocupar? Todo este trabalho e desgaste. Eu sei que muitas vezes vocês deixam a igreja muito mais exaustos do que gratificados. Mas saibam: o que vocês estão fazendo é muito importante.

Quando vocês estão aqui, a igreja está inundada com um ruído de pura alegria. Quando vocês estão aqui, o Corpo de Cristo é mais plenamente presente. Quando vocês estão aqui, somos lembrados de que este evento que chamamos de culto não é sobre estudo bíblico ou sobre uma contemplação pessoal e tranquila. Mas nos reunimos para adorar como uma comunidade onde todos são bem-vindos. Prostramo-nos junto, como Corpo, diante de Deus e compartilhamos da Palavra e do Sacramento juntos.

Queridos pais que levam seus filhos pequenos à Igreja: Quando vocês estão aqui, vivo mais fortemente a esperança de que estes bancos não estarão vazios em 10 anos quando seus filhos já tiverem idade suficiente para se sentarem calmamente e se comportarem durante a adoração. Eu sei que agora eles estão aprendendo ocomo e o porquê da nossa adoração. E o fazem antes que seja tarde demais .Eles estão aprendendo que a adoração é importante.

Vejo-os a aprender. No meio dos gritos, balbucios e risos. Assisto maravilhada o seu aprendizado, entre o chiadinho dos sacos de bolacha se abrindo e a pilha crescente de migalhas. Eu vejo a menina indócil que insiste em pular dois bancos para compartilhar a "Graça e Paz do Senhor" com alguém que ela nunca conheceu. Ouço o menino sugando (num assobio bem alto) até a última gota de seu vinho da comunhão, determinadíssimo a não perder uma gota sequer de Jesus. 

Eu vejo uma criança excitada colorir uma cruz no programa do culto. Eu me delicio com os tantos ecos de "améns" infantis que pipocam alguns segundos depois que o resto da comunidade disse-o junta. Eu vejo um menino que mal aprendeu a ler tentar encontrar o Hino 672 do livro de cantos e me lembro dos meus meninos aprendendo a fazer o mesmo.

Queridos, eu sei o quão difícil é fazer o que vocês estão fazendo, mas eu quero que vocês saibam que isto é muito importante. Isso importa para mim. É importante para os meus filhos, para que eles nunca fiquem sozinhos nos bancos. É importante para a congregação saber que as famílias se preocupam com a fé dos jovens, em estar com os mais  jovens ... E mesmo naquelas semanas, quando você não puder perceber estes pequenos momentos do Amor de Deus, tudo isto será  sempre e eternamente importante para as  almas de seus filhos.

É importante que eles aprendam que adoração é o que fazemos como uma comunidade de fé. Que na Igreja toda a gente é bem-vinda e que a adoração de cada um é importante.

Quando ensinamos as nossas crianças que a sua adoração é importante, os estamos ensinando que a sua presença aqui é plena e suficiente como a de qualquer outra pessoa entre os membros e visitantes da nossa comunidade de fé. Eles não precisam esperar até que eles possam entender, acreditar, orar ou adorar de uma certa "maneira “correta” para serem bem-vindos. Na liturgia de Cristo, eles sempre foram chamados a estar à frente. “Deixai vir a mim as criancinhas". Eu sei, e você também sabe, que até mesmo na sua igreja há muitos adultos que não possuem todas as credenciais lembradas acima e, ainda assim, estão nos bancos.

O importante é que as crianças aprendam que eles são parte integrante desta igreja, que suas orações, suas canções, e até mesmo o seu choro (se bem contidos, para alguns, risos) são sinais de júbilo recebidos por Deus e testemunham a todos que: Sim, eles estão entre nós.

Eu sei que é difícil, mas obrigado pelo que vocês fazem quando trazem seus filhos para a igreja. Por favor, saibam que a sua família - com todo o seu ruído, peleja, comoção, alvoroço e alegria - não são simplesmente tolerados, vocês são parte vital desta comunidade quando ela se reúne para a adoração.



Originalmente publicado em “I am totally *that* mom.”
Tradução livre, paráfrase e adaptação de Danilo Fernandes.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Uma teologia da adoração

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Uma teologia da adoração

por Kevin DeYoung

Não há nada mais importante na vida do que adoração. Todos nós adoramos algo ou alguém. A questão é se adoramos a pessoa certa da forma correta. Na minha igreja, nosso desejo é que toda a vida seja de adoração a Deus (Romanos 12.1-2; 1 Coríntios 10.31). Ele é digno de receber glória, honra e poder (Apocalipse 4.11). Em particular, queremos que nossos cultos de adoração no Domingo sejam agradáveis a Ele. Queremos que nossa adoração conjunta no Domingo inspire e instrua nossa adoração da Segunda ao Sábado. Se reunir com o povo de Deus no dia do Senhor para adorar perante o trono de Deus sob a autoridade da palavra de Deus é nosso dever solene e contente privilégio.
É com esse objetivo supremo em mente que nossa igreja mantém alguns valores, quando se trata da adoração comunitária. Essa lista a seguir está longe de ser abrangente ou completa. Pelo contrário, é uma tentativa de prover um breve sumário dos princípios mais importantes que baseiam nossa teologia e filosofia da adoração.

1. Glória a Deus

A adoração é para Ele. Ele é a audiência mais importante em cada culto. A adoração comunitária é uma antecipação da reunião do povo de Deus no céu. As grandiosas cenas de adoração celestial em Apocalipse são tanto do presente quanto do futuro: nós direcionamos toda a nossa atenção para o trono; cantamos sobre a obra de Cristo; somos sinceros e diretos em nossa devoção a Deus. Nossas reuniões semanais – sejam pequenas ou grandes, extraordinárias ou regulares – são um doce aperitivo da adoração celestial que um dia experimentaremos na eternidade.

2. Foco no evangelho de Cristo

O evangelho – a vida, morte e ressurreição de Jesus – é o que torna a adoração possível. O evangelho é o que proclamamos na adoração. O evangelho é o que cantamos na adoração. O evangelho é o que chama as pessoas à virem adorar em comunhão, inspira as pessoas a louvarem e envia as pessoas para viverem em constante adoração. Cada Domingo é uma nova oportunidade de cantar sobre a cruz, nos gloriarmos no nosso Redentor e nos maravilharmos com as boas novas de Cristo para nós e em nós. Jesus Cristo está no centro de todo o pensamento bíblico a respeito de adoração. Ele é o mediador entre Deus e o homem. Seu sacrifício substitutivo na cruz é a propiciação pelos nossos pecados. Ele é o agente da salvação e a benção para as nações. Ele é o novo templo onde todos os verdadeiros crentes congregam. Cristo nos atrai para si na adoração e, através dele, um novo relacionamento com o Pai é possível. Embora nossa adoração congregacional não seja especialmente focada nos não crentes (como se eles fossem a audiência que precisamos agradar mais), nosso foco em Cristo significa que nós certamente desejamos que o evangelho seja apresentado de forma inteligível e crível aos não cristãos. Somos privilegiados de termos visitantes todo Domingo, dentre os quais alguns não são convertidos. Uma de nossas orações toda semana é que os não crentes ouçam o chamado de Cristo à fé e ao arrependimento, e que Deus busque e salve os que estão perdidos.

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3. Bíblica

Todo o culto ensina o povo de Deus, então tudo – as orações, as músicas, a pregação – deve ser bíblico. Na adoração comunitária nós lemos a Bíblia, pregamos a Bíblia, cantamos a Bíblia e vemos a Bíblia nos sacramentos. Cada elemento do culto deve ser avaliado com base na revelação de Deus nas Escrituras: estamos cantando, dizendo e ouvindo a verdade? Como essa é a nossa convicção, também afirmamos que “o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo e assim limitado pela sua vontade revelada” (Confissão de Fé de Westminster 21.1). Esse “princípio regulador” não deveria ser a fonte de conflitos sem fim e especulações vazias, mas uma oportunidade para o povo de Deus encontrar unidade e liberdade ao adorar Deus da forma como ele deseja ser adorado.

4. Edificante para o povo de Deus

A adoração corporativa é diferente da adoração diária em seu foco na edificação. Por causa desse foco, há muitas atividades que são apropriadas para o cristão em sua vida que não inapropriadas para o culto. Há muitas formas de arte que podem ser praticadas e apresentadas para a glória de Deus que, entretanto, não são adequadas para a adoração coletiva. O princípio de Paulo em 1 Coríntios 14 é que a adoração conjunta deve buscar o máximo de entendimento comum. Isso significa, entre outras coisas, que o culto de adoração não apenas será centrado na Palavra, mas também será cheio de palavras.

5. Ênfase nos meios de graça

Deus pode agir de diversas formas, mas ele se comprometeu a estar conosco e nos transformar através de certos “meios de graça”. Ele comunga conosco por meio da oração, da palavra e dos sacramentos da Ceia do Senhor e do Batismo. Nossos cultos enfatizam esses meios ordinários pelos quais Deus promete nos dar mais graça. Nos reunimos para adorar para dar glória a Deus, mas também para nos encontrarmos com ele e recebermos as bênçãos de suas mãos (Números 6.24-26). O ato central do culto de adoração é a pregação da palavra de Deus. Nós cremos que isso é melhor realizado por meio da exposição da cuidadosa da Escritura, guiada pelo Espírito Santo. Normalmente, isso significa passar verso por verso de um livro da Bíblia. Independente da abordagem, todo sermão deve fluir claramente da Escritura e proclamar o evangelho de Deus. Por meio disso tudo, esperamos que cada adorador possa clamar “o Senhor está neste lugar” (Gênesis 28.16).

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6. Canto congregacional

Escolher a composição musical e o conteúdo lírico da adoração congregacional é uma tarefa que requer atenção cuidadosa aos princípios musicais e mais cuidadosa ainda à fidelidade teológica. Cremos que há canções novas que podem ser cantas para Jesus. Também cremos que há uma grande herança musical na igreja que devemos abraçar. Não vemos problema em projetar letras em uma tela. Mas também cremos no valor que existe em usar e aprender de um bom hinário. Nossos cultos usam músicas de diferentes gêneros e diferentes séculos. Usamos uma variedade de instrumentos, desde guitarras e bateria ao órgão. Em tudo isso, o som mais importante é o da congregação cantando.

7. Liturgia (sem exageros)

Praticamente toda igreja tem uma ordem de culto e um padrão familiar de fazer as coisas, o que significa que toda igreja tem uma liturgia. Mesmo que não sejamos muito rígidos em nossa liturgia, ainda assim queremos que ela seja rica, sólida e bíblica. Nosso culto tem quatro partes: louvor, restauração, proclamação e resposta. Nós vemos esse padrão nas cerimônias de pacto e aliança da Escritura e em diversos encontros divinos. Em Isaías 6, por exemplo, Isaías comparece diante de Deus e o adora; então ele confessa seu pecado e busca restauração; Deus então proclama sua palavra a Isaías; finalmente, Isaías responde com seu compromisso a Deus. Esse também é um padrão do evangelho: nos aproximamos de Deus com admiração, vemos nosso pecado, ouvimos as boas novas e respondemos em fé e obediência. Nossos cultos não são o mesmo toda semana, mas também não tentamos inventar algo novo todo Domingo. Dentro desses quatro “atos” (louvor, restauração, proclamação e resposta) podemos encontrar elementos litúrgicos básicos como uma oração de confissão de pecados e certeza do perdão, uma longa oração pastoral, leitura da Escritura e o Batismo e a Ceia do Senhor.

8. Tradição reformada

A igreja tem pensado em como adorar por séculos. Nós queremos aprender com nossos antepassados espirituais e construir em cima de seus fundamentos. Para esse fim, não hesitamos em empregar os Dez Mandamentos, credos, confissões, catecismos, leituras responsivas e outras formas que tem sido comuns na história da igreja. Queremos que nossos cultos contenham mais do que um “momento de louvor”, um sermão e uma música para encerrar. Como igreja presbiteriana, usamos o Diretório de Culto da nossa denominação. Queremos que nossa adoração seja cativantemente Reformada, isso é, sem ser arcaica ou arrogante, enraizada em nossa herança histórica e fiel à Escritura.

9. Oração

Nossos cultos incluem diversas orações diferentes. Às vezes temos uma oração de confissão, pois pecamos toda semana e necessitamos da misericórdia do evangelho toda semana. Normalmente temos uma oração congregacional mais longa, um tempo importante para orarmos pelas necessidades da família da igreja e pelo mundo. Outras orações também são comuns: uma oração de adoração no início do culto, uma oração por iluminação antes do sermão e uma breve oração após o sermão. Regularmente temos um culto de oração no primeiro Domingo do mês, no culto da noite. É difícil que o povo de Deus entenda que eles devem orar, ou veja que podem orar, ou aprendam a como orar, se a oração não é parte significativa do que fazemos quando nos reunimos para adorar.

10. Excelência que não distrai

Na adoração corporativa, o foco deve ser no evangelho e na glória suprema de Jesus Cristo. Se as guitarras estão desafinadas, o sistema se som está com microfonia, o pregador gagueja em cada frase e quem conduz as músicas deixa todo mundo meio nervoso, então nosso foco estará no lugar errado. Como fazer as coisas com decência e ordem ajuda os outros e é agradável a Deus, devemos buscar adorar com excelência (1 Coríntios 14.40). Mas essa excelência não pode ser algo que distrai (para usar uma expressão do John Piper). Se o guitarrista começa um solo fantástico, o sistema de som possui um sub-woofer embaixo de cada assento, o pregador exala eloquência estética e os que conduzem as músicas parecem fazer você se sentir aproveitando uma performance, então nosso foco estará igualmente no lugar errado. O objetivo é liderar de tal forma que não somos nem desastrados nem espertos demais para que não nos esqueçamos da glória de Deus.
Traduzido por Filipe Schulz | Reforma21.org | Original aqui
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domingo, 5 de julho de 2015

Nosso culto racional,

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Nosso culto racional, 5 de Julho

Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Romanos 12:1. 

O apóstolo roga a seus irmãos que consagrem o corpo a Deus. ... Quando seguimos um procedimento que diminua o vigor físico e mental — em comer, beber, ou qualquer de nossos hábitos — desonramos a Deus, pois Lhe roubamos o serviço que de nós requer. Quando condescendemos com o apetite a expensas da saúde, ou quando condescendemos com hábitos que diminuam nossa vitalidade e vigor mental, não podemos ter em alto apreço a expiação, e  uma justa estimativa das coisas eternas.
Quando nossa mente está embotada e parcialmente paralisada pela doença, facilmente somos vencidos pelas tentações de Satanás. Comer alimento insalubre para satisfazer ao apetite tem a positiva tendência de pôr em desequilíbrio a circulação do sangue, acarreta a debilidade nervosa, e em resultado há grande falta de paciência e de verdadeira, nobre afeição. A força constitucional, assim como o tono da moral e das faculdades mentais, são debilitados pela condescendência com o apetite pervertido. ... Todos os tesouros do mundo desaparecem na insignificância quando comparados com o valor das faculdades mentais e morais. E a salutar ação dessas faculdades depende da saúde física. Quão importante, pois, é que saibamos como preservar a saúde, para que nosso dever para com Deus e o homem possa ser cumprido de acordo com os Seus mandamentos! As leis de Deus são claras e distintas. Nenhuma incerteza obscurece a qualquer delas. Nenhuma delas precisa jamais ser mal-entendida. Os que não as sabem discernir têm a mente entorpecida por seus maus hábitos, que lhes debilitam o intelecto. 
Deus deseja ensinar-nos a importância da temperança em todas as coisas. Como a intemperança, pela transgressão da lei de Deus,  causou a queda de nossos primeiros pais, de seu estado santo e feliz, assim a temperança em todas as coisas guardará nossas faculdades na melhor condição de saúde possível, de modo que nenhuma névoa ou incerteza as obscureça, e o intelecto possa guiar a ações retas, na observância da lei divina. ... Temos de trabalhar em harmonia com as leis naturais, se quisermos discernir as reivindicações vigentes da lei que Deus proferiu do Sinai. — Carta 27, 1872.

Ellen White
Nos Lugares Celestiais Pag. 400

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Qual a serventia do culto cristao?


Qual a serventia do culto cristao?


 Marcelo Lemos

A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração” (Colossenses 3.16).


Estou lendo um livro bem interessante, Worship Whithot Dumbing-Down, de Peter Toon, cujo subtítulo poderia ser traduzido como “Conhecendo Deus através da Liturgia”. Uma obra deliciosa, bem escrita, e com um grande embasamento teológico. Estritamente falando é um livro voltado para os cristãos anglicanos dos Estados Unidos. Trata-se de uma critica bem embasada a respeito dos desmandos litúrgicos da hoje chamada The Episcopal Churc (TEC), marcada em anos recentes pelo liberalismo teológico, anglo-catolicismo e uma nova ética “cristã” sobre a sexualidade humana (no que, infelizmente, tem sido seguida bem de perto pela mais tradicional denominação anglicana brasileira). No entanto, o coração das reflexões do livro pode ser aplicado não apenas a nós, anglicanos, como a todos os cristãos comprometidos com um culto centralizado em Cristo.

Falta Cristo em nossos cultos. Acredito que uma parte dos meus leitores, seja qual for a agremiação cristã, concordará com essa afirmação. ‘Conhecendo Deus através da liturgia’ é uma sinopse que raramente pode ser aplicada aos nossos serviços dominicais de adoração. Daí o livro de Peter Toon conseguir me encantar. Apesar de ele falar sobre uma realidade denominacional bem definida, sua mensagem parece ter sido escrita para a Igreja Brasileira.  Logo no primeiro capítulo ele diz que a nova geração de crentes não pode saber (avaliar) que há um “declínio” na adoração cristã, pois nunca chegou a conhecer algo melhor. Em outras palavras, eles entendem que tudo está bem, não diferenciam entre o “bom” e o “ruim”, pois o “bom” nunca lhes foi realmente apresentado.

Não se aplica isso a nossa realidade? Por acaso um adorador “extravagante” aceita a acusação de não existir Cristo em sua adoração?  Aceitam os místicos com suas garrafas de água consagrada sob o braço, que sua religiosidade é paganismo travestido de fé cristã? Pelo que temos visto a resposta é um sonoro “não”. De fato, eles acham que tudo está bem, são incapazes de identificar o erro por nunca terem tido contado com algo melhor.

Não estou dizendo que algo melhor não exista hoje. Existe. No entanto, a maior parte dos cristãos atuais não o conhece, seja por terem sido cristãos meramente professos, seja por já terem ingressado na Igreja pela porta dos modismos teológicos e litúrgicos. Para eles tudo é normal, e se sabem algo sobre o que é mais elevado, tomaram o “mal por bem” e o “bem por mal”; isso tamanha sua incapacidade de fazer tal julgamento. E, o pior, onde ainda vemos um culto cristocêntrico e bíblico, a invasão dos modismos é tão violenta, que provavelmente a próxima geração conhecerá menos ainda o assunto que estamos discutindo nesse texto...

“Pode-se dizer que eles estão envolvidos no que podemos chamar de atividades de lazer religioso. Eles não vêm primeiramente para alargar seus horizontes, para cultivar uma mentalidade espiritual e celestial, para ser contestados pela Palavra do Deus vivo, para ponderar sobre a natureza e os atributos de Deus, para ver a profundidade e magnitude de seus pecados e a surpreendente e abundante misericórdia Deus, em Cristo Jesus para eles, ou para serem chamados a uma vida cotidiana consagrada, no temor e no amor do Senhor. Ao contrário, estão ali para satisfazer algum tipo de curiosidade espiritual ou moral... Estão ali para se auto afirmarem, para serem aceitos, para sentirem e descobrirem a autoestima, e aceitarem que são filhos de Deus!” (Peter Toon, adaptado do texto inglês).

O novo culto não se parece muito com o antigo? A mensagem não está muito bem camuflada? Tão perfeito é o disfarce que muitos não se dão conta do perigo. Faz-nos pensar na melhor forma de cozinhar um sapo vivo: aquecendo a frigideira lentamente, até cozinha-lo por completo.  “Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?” (I Coríntios 5.6).

Se fatiarmos o pensamento de Tonn iremos descobrir o que, na opinião dele, deve ser o culto cristão, no qual, por meio da liturgia, podemos ter um encontro com Cristo.

1) O culto cristão deve “alargar horizontes”. Em outras palavras o culto cristão dever visar sempre a edificação do corpo de Cristo, com aprendizado intelectual e espiritual. Na verdade não sei se podemos separar essas duas coisas. A cada culto devemos aprender mais sobre Cristo, o Pecado, a Redenção, e assim por diante. Têm nossos pastores a mesma preocupação de “anunciar todo o conselho de Deus” (Atos 20.27) que havia no coração do apóstolo S. Paulo? Tem no coração das nossas ovelhas a mesma disposição que havia em Beréia (Atos 17.11)?

2) O culto cristão deve cultivar a vida espiritual. Ou, “cultivar uma mentalidade espiritual e celestial”, nas palavras do autor. Infelizmente não temos uma noção muito precisa do que é ser espiritual. Quase sempre imaginamos o homem espiritual como um ser místico, dotado de poderes extraordinários ou qualquer coisa inatingível aos demais. Ao contrário, a Bíblia nos apresenta a vida espiritual como sendo aquela guiada pelo Espírito Santo, ou seja, que produza as qualidades do Fruto do Espírito Santo. Definindo numa frase, o homem espiritual é aquele que obedece aos mandamentos do Senhor. Obedecer a Cristo é o lema central daquele que vive no Espírito.

“Se alguém cuida ser profeta ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamento do Senhor!” (I Coríntios 14.37)“Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda sabedoria e inteligência espiritual – para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus!” (Colossenses 1.9,10)“Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (I Pedro 2.5).

Estamos sendo instruídos em nossos serviços de adoração a sermos “casa espiritual” e “sacerdócio Santo”? Ou, ao contrário, temos nos deixado convencer que “vida espiritual” é “romper em fé, andar sobre as águas e dar um grito de júbilo”? O que realmente sabemos sobre o que é se um homem [ou mulher] espiritual?

3. O culto cristão deve confrontar o homem com a Palavra de Deus. Nas palavras do autor, “contestados pela Palavra”. Não temos a impressão que em lugar de confronto nos deparamos com bandeiras brancas em muitos de nossos cultos? Não nos parece que no lugar de Voz Profética temos ouvido “palavras proféticas”, de profetas autoproclamados? Onde esconderam a Cruz e sua Mensagem? Onde esconderam o Cristo e Sua Cruz? Quando dissociaram o Espírito dos seus Frutos? Onde se declarou guerra entre a Fé e a Razão?

De fato, não temos a impressão de ser cada vez mais raro encontramos um Púlpito onde sejamos confrontados com as grandes verdades da Religião Cristã? Como diz Peter Toon, não estamos ali, no culto, a fim de “ponderar sobre a natureza e os atributos de Deus, para ver a profundidade e magnitude de seus pecados e a surpreendente e abundante misericórdia Deus, em Cristo Jesus, ou para seremos chamados a uma vida cotidiana consagrada, no temor e no amor do Senhor”.   Para que, então? Domingo após Domingo, nos colocamos sobre bancos a fim de alimentarmos nosso ego com mensagens que poderiam ser encontradas, a preço bem menor, em qualquer livro de Paulo Coelho.

Talvez nossa geração considere o culto do “passado” – prefiro dizer, “de sempre” – algo maçante e antiquado. Contudo, ele nos livra da maior de todas as desgraças que já se abateu sobre o Cristianismo: a ausência do Evangelho.

“Assim diz o SENHOR: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para a vossa alma” (Jeremias 6.16).



Marcelo Lemos, do Olhar Reformado para o Genizah.

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