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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

SAUDADE

Assunção Souza

SAUDADE

               Dizem que saudade é coisa de louco
               Ou de quem vive no mundo da lua
               Perca alguém amado e vera.
               Que isso são palavras suas

                         Quem vive sendo amado
                         E por ser amado, o outro está vivendo
                         Vai ver que saudade existe
                         Quando se perde alguém amando.

               Não faça da saudade um fardo
               Nem muito menos um castigo
               Por que é gostoso amar alguém
               Mesmo que seja escondido.

                          E quando esse alguém se for
                          Terás tempo pra conferir
                          Se teu amor era verdade
                          Ou se saudade faz sentido existir.
               
               E quando ele se for não chores
               E nem deixe os outros saber
               Se vais sentir saudades
               Ou será  apenas mais um anoitecer.
              
                                           Fim.

domingo, 10 de agosto de 2014

Porque hoje é sábado

 

Porque hoje é sábado

 

vini-de-moraes

Dia da Criação

Vinicius de Moraes
I
Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na Cruz para nos salvar.

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas, por via das dúvidas, livrai-nos meu Deus de todo mal.

Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguém bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.

Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado.

II
Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado.
Há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado.
Há um homem rico que se mata
Porque hoje é sábado.
Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado.
Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado.
Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado.
Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado.
Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado.
Há um grande espírito de porco
Porque hoje é sábado.
Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado.
Há criancinhas que não comem
Porque hoje é sábado.
Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado.
Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado.
Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado.
Há um tensão inusitada
Porque hoje é sábado.
Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado.
Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado.
Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado.
Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado.
Há um garden-party na cadeia
Porque hoje é sábado.
Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado.
Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado.
Umas difíceis, outras fáceis
Porque hoje é sábado.
Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado.
Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado.
Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é sábado.
Há um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado.
Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado.
De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado.
Há a comemoração fantástica
Porque hoje é sábado.
Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado.
E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado.
Há a perspectiva do domingo
Porque hoje é sábado.

III
Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens, ó Sexto Dia da Criação.

De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevas
E depois, da separação das águas, e depois, da fecundação da terra
E depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.
Na verdade, o homem não era necessário
Nem tu, mulher, ser vegetal dona do abismo, que queres como as plantas, imovelmente e nunca saciada

Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos dias
Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos

Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicas em queda invisível na terra.
Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada dia
Não sofreríamos males de amor nem desejaríamos a mulher do próximo
Não teríamos escola, serviço militar, casamento civil, imposto sobre a renda e missa de sétimo dia,
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior do instinto dos peixes, das aves e dos animais em cópula.
Ao revés, precisamos ser lógicos, freqüentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocações morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto Dia e sim no Sétimo

E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente
Porque era sábado.

 Fonte - http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/feira-livre/porque-hoje-e-sabado-2/

terça-feira, 15 de maio de 2012

Um sentimento estranho


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Ana Paula Garcia






Eu não tinha conhecimento,
eu não sabia o que era.

Pude compreender aos poucos
a sensibilidade, de entender
o que era então...Esse ser, esse querer,
essa estrondosa e emocionante sensação, de liberdade.

Fui alimentando, na dimensão exagerada,
foi crescendo, parecia desconhecido
mas foi se tornando familiar,
era tremulo, era torcido, era realmente estranho,

Fez parte de mim.
Talvez já estivesse a muito tempo ali
mas não o reconheci
foi criando forma, foi aparecendo asas, reacendeu...
Esta ali, estava todo tempo ali
eu nunca o vi, mas estava tão perto de mim, tão dentro de mim.

Por vezes me enganava,
mudava, em agitação constante que revelava ser,
o que não parecia existir,
poucas vezes saiu. Acanhado, tímido, covarde; querendo ser valente,
foi algo diferente que resolveu me enfrentar,
mas continuava ainda estranho, errante...

Eu não conseguia entender o que queria dizer,
por diversas vezes eu ignorei, relutei
fiz confusão; criei situação pra sair da confusão,
dessa bola de neve tão leve, tão doce...

Era o céu... Era estranho, mas eu não me entregava a esse devaneio,
não ousava sonhar, acreditar.

Dificilmente dávamos certo,
sua loucura por papel, uma escrita infiel,
sua dor constante, minha vida num desgaste constante,
foi entorpecendo minhas entranhas
com a loucura insuportável da dor,
dilatava minha alma, corria meu ser,
vibrava no timbre mas agudo a estranha e frenética sensação...

Era estranho,
aos poucos foi fazendo parte do que eu não conseguia entender,
gritava miseravelmente, pela morte que lhe consumia,
que achava ser sua sorte
era incompreensível, doía muito, machucava, inflamava,
mas aos poucos queria viver

Entendia depois de uma mente ofuscada,
que o melhor seria viver,
seu choro ainda era suportado,
no silencio que lhe carcomia, no horizonte da aflição;
fazia renascer a tal da esperança,
como uma voz uníssona brotava a fé...

Não importava mais as barreiras,
a intransponível conformidade foi sumindo,
no além da dor que sentia,
foi mais e mais reacendendo a labareda,
daquele toque mutilado, agora renovado,
disposto a impor sobre o medo da rejeição.

A luz aproximou, ]
onde outrora era escuro, fez nascer ali, a emoção, a canção,
reconheceu um coração apaixonado.

A ciência que evolui e que destrói,
a certeza do amanhã, de um menininho
que sonha em ser herói,
reconheceu a importância de seu papel peculiar,
de fazer do lápis, sua admiradora,
de tratar com ternura a borracha que a fere,
para um refazer melhor, uma publicação mas justa.
uma digitação organizada, uma publicação mas clara.

Eu era assim,
perdida dentro de mim.
Estranhamente perdida,
mexia com meu interior,
era meu desabafo, escondido, minha alegria sem fim,

Eu era ela assim
tremula, esquisita, apaixonada, descontraída...

Era, e sou,
e sempre será a minha iludida escrita,

Poesia metida,
minha cínica critica percorrida num papel,
meu sorrir e meu chorar, que dentro de mim vai estar,
e ela, só ela, pode me dar essa momentânea sensação de voar.

A escrita, o escrever...
Ela só existe, para me fazer viver,
Me fazer sofrer,
Ela faz parte de mim, e de você.


Ana Paula Garcia é dona de casa, mora em Goiânia, e é poetisa nas horas vagas



A vida castiga, e a rapadura é dura


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Ana Paula Garcia











Quando foi a ultima vez que conversamos?, 
eu me recordo que já faz algum tempo, 
eu não me lembro ao certo, 
mas notei que muitas vezes estavas por perto. 

Já não sou aquela criança 
em que na infância, 
havia mas liberdade de expressão. 

Lembro-me ainda que, 
não era maldade, 
mas pura simplicidade, 
Eu dizia: 
quando eu crescer eu vou me casar com você; 
tudo era motivo de graça 
e a brincadeira era com meu pai. 

Bem eu não me lembro quando foi
 a ultima vez que tive uma conversa sincera 
sem receio e sem preconceito, 
sem acusações, sem interrupções, 
já faz algum tempinho 
uns 20 ou mais aninhos 
que falar o que se pensa 
ainda não era uma ofensa 
ou deixava uma magoa, 

Eu era uma criança.

Ajude-me a crescer, 
e a entender o mundo por onde estou caminhando, 
O céu por onde eu passava, era mais azul, 
As borboletas ainda era uma revoada revoltante 
pra quem tinha pavor e medo, 
O segurar na minha mão me fez perder o medo, 
eu tinha mais equilíbrio pra andar.

Eu queria crescer e esquecer quem eu fui, 
pois estou amando. 
Quem eu sou?.. 
Não, lamentavelmente não posso dizer isso ainda, 
pois há um bombardeio que incendeia todo dia 
a imagem de quem eu sou; 
me mostrando em um corpo enorme 
o que precisa e não preciso. 

Quando meus pés já não querem caminhar, 
quando meus pensamentos já são todos misturados, 
onde tenho que fazer muitas escolhas... 
Sim escolhas, 
são elas as determinantes dessa vida 
que hoje vivo, na aflição avassaladora 
que atropela meus pensamentos singelos, 
pela mediocridade do meu crescimento, 
da maturidade ainda imatura, 
pois cresci, e tenho que andar, 
e agora sozinha devo seguir. 

E,... já faz muito tempo, 
e meu coração ainda se engana, 
na menininha pequena que não queria crescer, 
nas palavras incertas, 
onde havia risos e correções doces.

A vida castiga, e a rapadura é dura, 
E como dura... e não pode parar...

Eu queria congelar no tempo
 ou trazer para meu tempo, 
o apreço de amar e ser amada, 
de chorar e ser consolada, 
de cair e ser carregada, 
de sorrir e ter um olhar fixo dizendo-me. 
Você sorri tão gostoso! 

Gostaria de ter minhas grandes frustrações, 
como meu pirulito caído, 
meu sorvete derretido, 
ou o ovo de páscoa de numero 21, que não ganhei, 
pois queria um bem grandão.

Desde a ultima vez que conversei 
eu ia crescendo e não ia percebendo
que carregava comigo os traços de uma geração, 
o sabor amargo da independência, 
de saltar do meu lar, 
de não mas receber os aplausos familiar, 
e ter agora a tirania e a ditadura, 
das legislações já pré-concebidas 
da atualidade que eu já andava fazendo parte
que adentrava dentro do meu interior, 
que me fez trocar o pijama infantil, 
e que acima de tudo, eu compactuei com tudo isso, 
fui enganada, 
eu não vi, o tempo passar. 

A gente cresce.

Não é tarde ainda para sonhar, 
sermos cidadãos de respeito, 
receber e dar o que uma sociedade frustrante 
geme por atos despercebidos, 
por crescimentos maus compreendidos, 
o caiu a ficha ainda não caiu, 
crescemos e os mimos ainda queremos, 
e hoje vemos que a coisa esta mudando 
drasticamente, rapidamente, 

As crianças estão sendo torturadas lentamente 
pela megalomania das tecnologias 
e dos avanços estúpidos 
que não as deixam ter a infância 
que jamais queria sair.


Os atropelamentos modernos 
fazem bonsai infantis 
que são carinhosamente recebidas como inteligentes, 
ou avançados, adiantados, 
sabe tudo, ou estrela infantil. 

Uma mediocridade sem limites. 
O banho de rio ou mar no exterior 
estão marcados em “junhembro”, 
onde os junhos e os dezembros 
estão amontoados de pimpolhos desgovernados, 
claro, porque aquilo é fato raro 
para quem tem pais tão ocupados 
esperando as férias benditas. 

O choro lamentável dessa geração que carrego comigo. 
E, onde você esta meu amigo?... 
Sim, já há muito tempo que não conversamos livremente 
sem que alguém tente nos compreender, 
estou ha muito tempo marcando 
e sempre algo vem adiando 
e não sei o porque.

Talvez eu ainda me engane, 
ou fuja desse tormento de crescer, 
e ter que acompanhar as regras 
dessa sociedade que impõe sobre mim, 
minha casa, meu lar. 

Todo mundo tem uma criança dentro de si, mas cadê? 
Eu nunca vi, 
Eu só vejo pessoas com cara de paisagens, 
sorrindo, 
e quando perguntamos como vai, 
é onde o desabamento vem. 

Sim, a infância está ficando tão rara, 
pois os que nascem já querem logo crescer.

Sim já faz muito tempo, que não conversamos,
tenho obrigações, tenho planos, 
idéias, compromissos, 
uma correria infernal 
e ainda tenho que acompanhar as ultimas tendências da moda, 
pra não ser chamada de careta e sem graça. 
Pouco não?... 
Para quem não queria crescer...


Ana Paula Garcia é dona de casa, mora em Goiania, e é poetisa nas horas vagas

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A Incompreensão Moderna

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Por Ana Paula Garcia










A Incompreensão Moderna 



Eu queria entender, ver, sentir, 
Ou talvez sumir. 
Não sei qual opção é mais favorável 
Pra essa avalanche estúpida, chamada modernização. 

Tudo o que eu quero é o ser, é ter,  
Queria o dever. 
Eu queria compreender o incompreensível, 
Ver o invisível, 
Fazer o impossível, 
Ser a satisfação do seu sorriso. 

Ouvir o sonho ingênuo do sonhador, 
Sem correr o risco de sofrer uma desforra. 

A migalha que cai, 
Sufoca a garganta de quem canta, 
Deprime o vagabundo, 
Humilha o abastado. 

O Verbo transitório, 
O iludido, perdido, absurdo, 
Vaga na mente da gente, 
“De gente” 
Do executivo transigente, inteligente, 
Do medíocre ignorante ao valente. 

Tudo isso não fecha o buraco profundo 
Que invade a compreensão insana 
Do coração ferido, quebrado, remendado 
Do ser atordoado e magoado.  

Eu queria um momento de glória, 
Uma página nessa história, 
Do ser, ter, querer, do entender... 

A incompreensão não tem limites, 
É vendo e crendo. 
E ao discernir essa metamorfose da “encrenca”, 
Que é este outro ser; 
É ter uma ideia vaga, de que tudo é possível.

Vendo, sabe-se no que vai dar. 
E eu só queria entender...  
Se é que você me entende!

Lutar pra fazer sorrir ao que padece, 
Trazer o amor para quem não tem mais satisfação,  
Tocar na alma do iludido; 
E fazer ver; ao transitório e ignorante, 
A mediocridade que assola as elites, 
Os “barriga verde” 
Os cheios de “autoestima alta” 
Que juram que sabem mais. 

Oh sim, como eu queria o ser e o ter, 
Para entender, essa nossa trajetória de vida. 
Essa “bagunça organizada”, 
Valores  perdidos, na mala,  
Mudou para Somália, acredito, 
E lá morreu de vez.

A compreensão humana resolveu ir junto 
Com os valores e a decência moral. 
O carinho o amor fraternal, ágape, eros... 
Está uma decadência. 

A classe dos magnatas, 
Dos doutores, da elite, 
Dos eruditos, do que é, e não é, 
Do ser ou não ser, idem.

Dói. 
Dói ver a competitividade, 
A desigualdade, 
A corrida pela sobrevivência, 
O luxo desmedido dos imprudentes, 
Incompetentes, corruptos, 
Ante ao escasso pão e água 
Do laborioso homem sofredor.

Dói  sentir a dor da perda, 
Dos amores que não voltam mais. 
Medito na “gentileza”, camuflada no sorriso, 
Pelo olhar, da elegância transvestida de “humildade”, “Generosidade”, “honestidade", 

Medito na deselegância do erro, 
Mudando, florindo, 
Reconhecido e recebendo o perdão. 

Imagino o fingimento banido 
Pela áurea da sinceridade, 
Onde a desconfiança cai, 
E nasce a certeza, a segurança e a satisfação de um ser.

Ter, e querer ser, mais humano e justo; 
É mais justo e mais humano. 

Dói saber, que boas maneiras, 
Só ficam no papel. 
Modernização agora  é outro nível, é falcatrua. 
A decência e o resto foram para o beleléu.
Sinceramente fico aturdida, 
também perdida, 
Com a extinção prazerosa do ser, do ter e do querer, 
Do envolvimento afetivo correto, lindo de ver. 

Fico aturdida com a extinção, da solidariedade, 
Tão rara, da amizade tão cara, 
Valia a pena ter, segurar, ser, querer...  

Não há duvidas que tudo isso ainda exista, 
Estão todos  ali, sendo sufocados, esmagados, 
Mudados pela pressão 
Da “quebra dos paradigmas” 
Entrando a modernização, 
Que está vindo a todo vapor. 

Eles estão ali, escondidos 
Por um número insignificantes 
Dos chamados valores dignos e decididos, 
Que alguns insistem em chamá-los de caretas, 
Desqualificados e ultrapassados 
Por estes novos conceitos da atualidade. 
E a tensão emocional é intensa devido à pressão da sociedade.

Deixamos muitas vezes o ser, o ter, e o querer...
Para, nos
  entregar aos ditames dessa sociedade, 
Tão pouco igualitária, 
Que me enoja, e me faz chorar. 

Há uma luz bruxuleando no meu ser.
Sim, uma luz  tremula e solitária.
Ela quer entender e compreender esta devastação,
Causada pela falta do ser, do ter, do querer o amor,
De querer amar.
De acreditar que podemos muito mais.
Que o importante não é apenas  ter,
É ser, é querer, é amar.
É o amor.  
Ana Paula Garcia é poetisa, mora em Goiania, e é colaboradora deste blog.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Vida Escondida


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Ana Paula Garcia

Com certeza, você já deve ter brincado de esconde – esconde, ou se não, pelo menos já ouviu ou viu alguém brincar. Bem, vamos endossar essa brincadeira com uma pitadinha do céu, vamos entrar nela e trazê-la para a Bíblia, vamos analisar o texto do apóstolo Paulo em sua carta aos Colossenses “Porque já estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus”. Col. 3:3.
Vamos ressaltar esta brincadeira, esconde – esconde e fazer um paralelo simples trazendo-a para a nossa vida espiritual. A criança brinca de esconder atrás de um determinado objeto podendo ser árvores, casas, carros, muro, etc... Quando dentro de casa, pode ser debaixo da cama ou, em outros cômodos da casa. O interessante da brincadeira, é que ela deve estar escondida ela não deve aparecer antes do tempo previsto se não perde a brincadeira.
Pensando nisto, resolvi fazer um paralelo com a vida espiritual. A vida do Cristão devia ser assim, escondida em Cristo, como nos mostra o texto do Apóstolo Paulo. Se a criança se escondeu atrás de uma árvore, quem a procura, verá somente uma árvore ou o objeto no qual ela está escondida.
Se ela resolve sair, atirar-se à frente e disser: Estou aqui, Estou aqui, Se ela não correr para o seu ponto de segurança ela perde. Da mesma forma o cristão, se deixa o esconderijo do altíssimo, Jesus, também perde
Outro ponto interessante nesta brincadeira é que se a criança que estava escondida, se expõe, ela deve imediatamente correr.
A vida do Cristão que não está escondida com Cristo, em Deus, torna-se uma vida de muitos riscos, podendo ser na vida profissional, familiar, espiritual, e outros. Um fracasso, pois está escrito: “sem mim nada podes fazer”. João 15:5.
Há em nosso encalço “um leão que brama querendo nos devorar”. Devemos correr novamente para trás de os braços de Cristo que nos perdoa, purifica e nos salva.
Se não corremos, o inimigo de nossas almas nos alcançará e com suas vans sutilezas, com suas belas e formosas atrações deste mundo, e pode nos tragar.
Como na brincadeira, às vezes perdemos. Mas podemos recomeçar. Nosso Pai nos da uma nova oportunidade, uma folha em branco para escrevermos uma nova história, uma nova vida e pede pra que escondamo-nos atrás dele. “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos que Eu vos aliviarei” Ele, O nosso Deus, nos deu Jesus como intercessor, e o Espírito Santo para nos consolar, confortar, e nos fazer lembrar-se das promessas: 1. Que Ele é fiel e justo para nos purificar de toda a injustiça. 2. Ele nos ensina. 3. Que a vereda do justo e como a luz da aurora, que vai brilhando sempre mais até ser dia perfeito. 4. Ele é a sombra a nossa direita,
Ele quer que escondamos nossa vida nele, o filho. Nada nos atingira porque estamos olhando para o autor e consumador da nossa fé. Quando outros nos procurarem, não encontrarão a nós, mas O Cristo que vive em nós.

Ana Paula Garcia

Ana Paula Garcia é uma jovem estudante e colaboradora deste Blog. Escreveu o poema "Queria aquela amizade de volta", um dos mais lidos neste blog



terça-feira, 10 de maio de 2011

Queria aquela amizade de volta!


Queria aquela amizade de volta!
Ana Paula Garcia


Queria aquela amizade de volta!
Aquela que quando eu errava, era uma risada sem fim,

O choro aumentava, mas vinha o conforto pra mim.
Queria aquela amizade de volta!

Segredos às escondidas, onde o pode e o não pode era fiel,
Até que tudo mudava, pedia, mostra pra ele o papel.


Queria de volta, as noites de pique pega,
O beijo do caiu no poço que nunca saiu!
A morena apareceu! E ele sumiu!

Sim ,seria maravilhoso, queria de volta! Aquele amanhecer
Na porta, vamos correr, já vem o ônibus! Vamos perder!

Queria aquela amizade de volta, como eu queria, oh! Chororô,
Ele não olha pra mim, cartas, escritas sem fim.

Queria de volta, àquelas horas no quintal,
 poesias e prosas lidas no jornal.
Tarefas a fazer perdidas as provas.

Volta, volta, o tempo sem tempo, o tempo que era tempo,
 porque era o meu tempo, o tempo que todos têm!


Queria aquela amizade de volta! Brigas, ciúmes, fofocas,
.. Alguém quer um doce! Eu quero, eu quero, eu quero,
 tudo era esquecido, por paçocas!

Sim era um tempo muito bom!
Não existia net, andávamos de patinet,

Não existia celular, oi cheguei, acabava ficando paro o jantar,
Não tinha "I Phone", "I ped", nem computador,
o que tinha era emprestado, tudo com amor.

Queria aquela amizade! aquela que existia do lado,
chamada vizinha,
Você tem isso! tem aquilo!
Pode me dar, depois vou pagar!

Queria aquele tempo, trabalhos em bibliotecas,
amizades unidades,
Não se perdiam tempo em discoteca,
Ou passa ou reprova! Não existia moleza, do "X".

Como eu queria aquela amizade que não volta,
Não ouvia sobre drogas, nem "homo assexuado",
Sem sentido sem nexo, tudo "atrapalhado" .

Era raro, brigas e rival, hoje é amiga e animal,
tudo igual,
Não tem distinção, tudo normal!
Não existe simplicidade, em um beijo de amizade!

É,... eu queria, queria de volta aquela amizade,
"Vamo ali cumigu", quero ir sozinha não.
Tá, vamos então!

Queria de volta, aquela mistura de amizade com tempo,
Onde se corre sem maldade, é bom quando lembro!
Bebia água de chuva, chutar enxurrada...

Queria, como eu queria, àquelas horas,
 de conversas jogadas fora,
“menina vem pra dentro!" "Já vô!",
 "to indo! só mas um “poquim”,
"ja vo embora!"

Não, não existem aquelas amizades,
O tempo já Não deixa mais aquelas marcas
que nos fazem ser,
Homens e mulheres de valor.


Hoje a correria pelo ganho,
tecnologias sempre atualizadas
 e cada dia mais avançadas,
Onde pais e mães correm para sempre ter, ter e ter,
Onde o ser, É esquecido,
 as amizades, não são as mesmas.

Tempos bons que Não voltam atrás,
Consumos: diversões, comidas, roupas, e tais
Celulares, brinquedos pedagógicos
Já têm cara "de quero um desse igual".

Coisas que incentiva um consumo futuro,
Não existe momento preparatório,
O momento é "saiu, já é grande"
Sim tempos e amizades boas foram,

Na pequenina idade, onde não existia maldade,
Onde papai Noel era ainda o Noel, não o "pedófilo"
Onde deixar o pequeno estudar, era no lar,
Ou se na escola era segura, podia confiar,
Não iam bater ou maltratar...

Eu me seguro no inseguro,
Ainda querendo essa amizade de volta,

Os parentes se vão, só da um “oi”
ou se prende em televisão,
já não existe diálogo, cada um vive em seu mundão!

Eu corro, mais devagar, não quero escorregar,
Infelizmente é assim, todos são diferentes de mim,
Eu quero aquela amizade de volta
Eu quero aquela amizade pra mim


Mãe, ter você...

É ter a certeza que és meu porto seguro.
Que a vida sem teu cuidado provido por Deus,
Deixar-me-ia incapacitado para o futuro...

É reconhecer que em prol do meu desenvolvimento,
Tantas renúncias fizeste, dispondo-te totalmente em eu favor,
Que quando me corriges, é para meu crescimento,
Demonstrando assim, o teu Amor...


É saber que estás sempre disposta a me orientar e ouvir.
Que és como a brisa suave a soprar,
Mesmo não a vendo, podemos sentir...


É perceber que o teu Amor não tem medida,
Que ainda que eu não queira,
Estás sempre presente em minha vida.
Obrigada, querida Mamãe!!


( Deuza Santos)





quinta-feira, 14 de abril de 2011

Refaz-me Senhor

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Refaz-me Senhor

Ana Paula Garcia

Andando aqui na Tua palavra posso,
Ver esse meu interior cheio de si...
Posso perceber como são tantos os meus pecados,
Me vem à vontade de desistir,
sinto medos, incertezas e uma luta atroz,
Então sinto em minha alma que não sou nada sem Ti.

Refaz-me Senhor quebra meu interior,
Refaz-me Senhor, dá-me um novo coração,
Refaz-me Senhor, tira toda minha culpa e dor,
Refaz-me Senhor, para o Teu louvor...

Falas comigo na Tua palavra
Que meu coração possa mudar
Essa é a certeza da minha vitória que ...
Através da fé posso vencer

Os Teus ouvidos estão atentos às minhas orações e por isso
Que te peço, refaz-me...
Refaz-me Senhor quebra meu interior...
E quando vejo que nada sou capaz de fazer,
Eu posso me entregar a Cristo que tudo Ele vê...


Refaz-me Senhor, quebra meu interior...
Transforma a minha vida, faz de mim um novo ser




sexta-feira, 11 de março de 2011

Discípulas na Bíblia

Discípulas na Bíblia
Heloisa Barbosa


Há muitas mulheres na Bíblia que seguiram os passos de Cristo.
E há muitas outras, humanas, que erraram em algum caminho.
Todas deixaram suas marcas na história.
E hoje podemos aprender com erros e acertos dessas mulheres.


Sara ouviu a promessa de Deus, mas a mediu com medidas humanas.
E por achar impossível, rindo, não creu que teria um filho.
Mas Deus tem seu tempo e sua hora, e a benção prometida foi cumprida.

As mães são a escola dos filhos.
Rebeca arquitetou um plano infalível
Para dar a Jacó, seu filho, a benção por Deus prometida
Ensinando astúcia e mentira
Trouxe mágoa e separação à família.


Ai das mulheres como a de Ló!
Ajuntando tesouros em uma terra de pecado
Buscando conforto em um mundo decadente!
As coisas do mundo queimam, desmoronam.
As discípulas de Cristo olham para o alto, para a cruz.


Safira começou bem sua história.
Prometeu uma grande oferta para o tesouro da casa de Deus
Mas depois, arrependida, mentiu para Deus que tudo vê.
A morte foi seu castigo!
Se fiel houvesse se mantido
muitas bênçãos teria recebido!


Marta, boa e dedicada, inventou a maior correria
Cozinhou, limpou, serviu
Mas a benção, foi para Maria:
Que apenas se assentou e ao Mestre escutou.


E o exemplo mais bonito é de Maria Madalena.
Uma mulher com seus erros e fraquezas
Vivendo a culpa e a injustiça do mundo
E sem hesitar, apenas aceitou o olhar de Cristo.
Teve as pedras e pecados removidos
E foi discípula até o fim!


A lição que cada uma ensina, é que o mundo precisa de mulheres que acreditam em milagres. As famílias precisam de mães que ensinem os caminhos de Deus. Que o céu terá mulheres que dão as costas para a beleza do mundo. Ensinam que a salvação é simples: basta aceitar o perdão de Cristo. E finalmente, que a igreja precisa de mulheres fiéis e verdadeiras, e sua alma precisa das palavras do Mestre para viver.

Ser discípula, não é ser perfeita. E sim crescer continuamente em Cristo.

Seja uma discípula hoje!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

EU OUVI SENHOR

Nezin Lima


Senhor.
Um dia eu te encontrei.
Perdão senhor,
Não fui eu que te encontrei,
Foste tu, que me encontrastes
Pois, confesso, eu não te procurava

Andava, eu, sem rumo, à toa, ao leu...
Tu me chamaste, ouvi tua voz...
Engraçado, tua voz não soa no ouvido,
Mas no íntimo, na consciência.
E fala tão nítida, tão suave...
Eu ouvi senhor.
Voltei-me e te avistei
Estavas com a mão estirada em meu rumo.
Obrigado Senhor!

Uma coisa, porém, Senhor,
Deixou-me intrigado.
Por traz do teu sorriso alegre, por me receberes,
Eu vi tristeza.
Senhor, tu estavas, profundamente, triste.
Quis descobrir a razão.

Tu estavas triste,
Por que os outros, aqueles que passavam,
Não atendiam ao teu chamado.
Muitos ouviam, outros, até paravam,
Porém seguiam em frente;
Não tinham tempo.

Outros, Senhor, eu vi.
Nem ao menos te ouviam,
Tapavam os ouvidos para não te ouvir.
Para te deixar triste.
E seguiam, eles seguiam,
Sem rumo... À toa... Ao léu...

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