Não conheço o autor da matéria abaixo, nem mesmo conhecia o blog Photo Jornalismo.
Por acaso encontrei o blog, e ao ler a matéria, com tristeza, tive que concordar com ele. Também acho que a própria igreja soltou uma bomba relógio em seu meio. Não acredito que essas novidades, venham ganhar para Jesus, aqueles que tem sede de salvação.
Tenho um amigo pastor em Manaus, que faz um trabalho semelhante com mentes secularizadas, sem tirar uma vírgula de nossas práticas tradicionais e, mesmo assim, tem batizado dezenas de pessoas da elite da cidade.
Ainda que a ideia tenha sido bem intencionada, o que eu acredito é que a administração da igreja, deu um tiro no pé.
Leia a matéria e tire suas conclusões
Fonte:
Por acaso encontrei o blog, e ao ler a matéria, com tristeza, tive que concordar com ele. Também acho que a própria igreja soltou uma bomba relógio em seu meio. Não acredito que essas novidades, venham ganhar para Jesus, aqueles que tem sede de salvação.
Tenho um amigo pastor em Manaus, que faz um trabalho semelhante com mentes secularizadas, sem tirar uma vírgula de nossas práticas tradicionais e, mesmo assim, tem batizado dezenas de pessoas da elite da cidade.
Ainda que a ideia tenha sido bem intencionada, o que eu acredito é que a administração da igreja, deu um tiro no pé.
Leia a matéria e tire suas conclusões
A Bomba-relógio da “Velha Semente”
Fonte:
leniojornalismo.blogspot.com.br
pabloperfil.wordpress.com
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O fio vermelho, ou o fio azul. Quem irá ter peito para cortar o fio e evitar a explosão? |
O “Projeto” Nova Semente foi trazido ao Brasil pelo Pr. Kleber
Gonçalves, um especialista em missiologia urbana, e tinha por intenção
promover uma nova abordagem de evangelismo para com pessoas de mente
secularizada e totalmente avessas a ideia de se filiarem a uma igreja
institucionalizada. Tais pessoas são produto do pós-modernismo. Em
grande maioria elas sentem necessidades espirituais, porém não recorrem
às igrejas por não se adequarem a sua cultura e visão de mundo.
Normalmente são pessoas de bom nível acadêmico ou de famílias bem
resolvidas em termos financeiros.
O método da Nova Semente para alcançar seu público alvo é o seguinte:
Aliviar ao máximo a carga “igrejeira” das reuniões. Um Espaço que não
pareça Igreja, um linguajar que não remeta a “fala de crente”, um culto
bem vivo e uma mensagem que sempre concilie uma discussão culta á
espiritualidade. Os temas das Mensagens são profundamente espirituais
procurando evitar ao máximo os “não pode” ou os “não deve”. A ideia é
quebrar a visão preconceituosa de pessoas secularizadas que acham que
ser religioso é seguir normas rígidas de conduta que os escravizariam. A
recepção aos visitantes é feita com muito esmero e carinho pelos
membros para que eles se sintam muito bem. Esse é o enfoque, fazer de
tudo para pessoas que não se sentem bem em Igreja possam enfim se
sentir.
Creio que um projeto evangelístico que seja eficaz para alcançar
diversos tipos de pessoas é de muita valia, afinal precisamos alcançar
todos para Cristo. Porém quando o projeto virou Igreja, ou melhor,
comunidade (como eles se julgam), a bomba-relógio começou a fazer “TIC”.
A verdade é que a IASD no Brasil é, majoritariamente, uma igreja
conservadora. O conceito “conservador” aqui utilizado foi escrito no
sentido de apontar uma valoração ás regras de conduta privada quanto ao
vestuário, hábitos e lazer e de conduta pública da membresia quanto às
formas de adoração e louvor. São veementemente condenadas por algumas
igrejas, por exemplo, o uso de calças para mulheres nos cultos, o uso de
adornos e maquiagem forte, o frequentar cinemas e teatros, e uso de
baterias e outros instrumentos que remetam à estilos de música
considerados mundanos. Em algumas igrejas, inclusive, essas práticas são
passíveis de disciplinamento (punição eclesiástica). Não é propósito
meu questionar a validade ou não dessas regras de conduta, porém é
lógico que algumas delas se tratam de normas engessadas e dissociadas
culturamente de seu principio bíblico, outras, porém são ensinadas como
crenças básicas da Igreja, como o não uso de joias. Só que a Nova
Semente como Igreja não tem como foco essas normas, haja vista que se
trata de práticas que pessoas de mente secularizada não se coadunam. Ou
seja, tais práticas conservadoras não são ensinadas aos novos membros
que se converteram pela Nova Semente. A mesma instituição que não
trabalha para a superação de normas que não tem mais validade cultural,
implanta uma Igreja em que o que não se pode lá se pode cá. É aí que a
bomba-relógio criada pela própria “Velha Semente” faz “TAC”. Cria-se uma
distinção cultural. E cultura religiosa, por vezes inadequadamente, é
vista como principio moral.
Essa ruptura, criada administrativamente, possui duas nuances
problemáticas: Primeiramente, os membros da Nova semente não se sentem a
vontade nas ditas, por eles mesmos, igrejas adventistas tradicionais.
Falam eles, que sua igreja é para pessoas de mente mais aberta e mais
moderna. Um adventismo ligth, mais liberal, talvez um Neo adventismo.
Eles não se sentem, em termos culturais, identificados com os membros
tradicionais ou com as formas de culto tradicionais. Em segundo lugar,
as práticas secularizadas de adoração, vestuário e conduta provocam
escândalo e estranhamento nas igrejas tradicionais. Nessas igrejas
existem dois tipos de reação quanto ás práticas da Nova Semente, ou
daquelas de irmãos mais antigos que forçam a continuação da validade de
suas práticas e que julgam os neófitos liberais como mundanos ou
daquelas de irmãos que já lutam pelo avanço equilibrado de uma forma de
adoração e de vestuário mais condizente com a cultura presente e que se
veem de mãos amarradas em suas igrejas e não entendem como que na Nova
Semente essas mudanças não são um problema, visto se tratar da mesma
religião. A criação dessa “Igreja Adventista 2.0” está a jogar os
próprios irmãos uns contra os outros. E membros têm sido perdidos dos
dois lados. Exemplo disso é o da cantora Daniela Araújo que, antes
assembleiana, ao se relacionar com seu marido, o cantor Leonardo
Gonçalves, conheceu a IASD através da Nova Semente. Porém mesmo sendo
membro da IASD, não deixou de usar suas joias e de possuir um vestuário
mais liberal porque era da Nova Semente. Como pessoa pública, começou
uma onda de julgamentos e condenações e dúvidas sobre sua instituição
religiosa. Resultado: hoje ela frequenta uma Igreja Batista, um lugar
que não a julga. É claro que, em primeiro lugar, nossos irmãos não tem
dado exemplo de cristianismo com tais críticas. Porém, em segundo lugar,
não culpo totalmente os irmãos escandalizados. Culpo a administração da
Igreja que não está atenta à bomba-relógio que ela soltou em seu
próprio seio. Se for preciso ter novos métodos para alcançar pessoas
secularizadas, (sinceramente, quem não é secularizado no nosso mundo
ocidental?), que se faça isso de forma institucional e que abranja todas
as igrejas para que os novos membros quebrem realmente os preconceitos
quanto á vida na Igreja e que os antigos membros possam avançar em suas
práticas, principalmente no quesito “amor ao próximo”. O que acontece
hoje com a convivência mútua de duas culturas distintas e conflitantes é
a existência de uma hipocrisia institucionalizada em que aqueles que
estão á frente e que apoiam esse “Projeto” serão responsabilizados. É
preciso uma atitude. Será que alguém com coragem irá conseguir acabar
tal conflito? Acho difícil, haja vista que o conceito da Nova Semente
tem sido copiado em outras regiões. Porém tal negligência poderá levar a
IASD á um colapso identitário. O fio vermelho, ou o fio azul. Quem irá
ter peito para cortar o fio e evitar a explosão?