Ellen White
Preparo para a crise final
A grande crise está justamente perante nós. Para enfrentar suas
provas e tentações, e cumprir suas injunções, será necessária fé
perseverante. Podemos, porém, triunfar esplendidamente; nenhuma
alma vigilante, que ore e creia será enlaçada pelo inimigo.
No tempo de prova que está perante nós, a divina promessa
de segurança cumprir-se-á nos que guardaram a palavra da Sua paciência. Cristo dirá aos que Lhe forem fiéis: “Vai pois, povo Meu,
entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só
por um momento, até que passe a ira.” Isaías 26:20.
O Leão de Judá,
tão terrível com os que Lhe rejeitam a graça, será o Cordeiro de
Deus para os obedientes e fiéis. A coluna de nuvem, que representa
ira e terror para o transgressor da lei de Deus, é luz e misericórdia
e livramento para os que tenham guardado os Seus mandamentos.
O braço enérgico para ferir os rebeldes, será forte para libertar os
leais. Todos quantos forem fiéis serão ajuntados. “E Ele enviará os
Seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os Seus
escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos
céus.” Mateus 24:31.
Irmãos, a quem as verdades da Palavra de Deus foram desvendadas, que parte desempenhareis nas cenas finais da história deste
mundo? Estais despertos para essas solenes realidades? Reconheceis a grande obra de preparação que prossegue no Céu e na Terra?
Que todos os que receberam a luz, que tiveram a oportunidade de
ler e escutar a profecia, atentem para as coisas que nela estão escritas; “porque o tempo está próximo”. Apocalipse 1:3.
Ninguém
condescenda com o pecado, fonte
de toda miséria em nosso mundo. Não mais permaneçais em
letargia e néscia indiferença. Não vos fique o destino da alma pendente da incerteza. Tende a certeza de estar inteiramente do lado
do Senhor. Façam os corações sinceros e os lábios trementes a pergunta: “Quem poderá subsistir?” Apocalipse 6:17.
Estais vós, nestas
últimas preciosas horas de graça empregando a melhor espécie de Preparo para a crise final na formação do vosso caráter? Tendes purificado a alma de
toda mancha? Seguistes a luz? Tendes obras que equivalem à vossa
profissão de fé?
Está atuando em vós a influência suavizante e subjugante da
graça de Deus? Possuís coração que sente, olhos que vêem, ouvidos
que ouvem? É vã a declaração feita da verdade eterna, concernente
às nações da Terra? Elas estão sob condenação, preparando-se para
os juízos divinos; e neste dia, repleto de resultados eternos, o povo
escolhido para ser depositário de importante verdade deve estar
ligado a Cristo. Estais fazendo a vossa luz brilhar para iluminar
as nações que perecem em seus pecados? Reconheceis que deveis
postar-vos em defesa dos mandamentos de Deus, perante os que os
estão calcando a pés?
É possível ser crente parcial, formal, e contudo ser achado em
falta e perder a vida eterna. É possível praticar alguns dos preceitos
bíblicos, e ser considerado cristão, e ainda, pela falta das qualificações essenciais ao caráter cristão, perecer.
Se negligenciais ou tratais
com indiferença as advertências que Deus deu, se acariciais ou desculpais o pecado, estais selando o destino de vossa alma. Sereis
pesados na balança e achados em falta. Graça, paz e perdão serão
para sempre retirados; Jesus terá passado para nunca mais voltar ao alcance das vossas orações e súplicas. Enquanto se prolonga a
misericórdia, enquanto o Salvador está fazendo intercessão, façamos
preparação cabal para a eternidade.
A volta de Cristo ao nosso mundo não será muito demorada.
Seja esta a nota predominante de cada mensagem.
A bem-aventurada esperança do segundo aparecimento de Cristo,
com suas solenes realidades, precisa ser repetidamente apresentada
ao povo. A espera do breve aparecimento de nosso Senhor levar-nosá a considerar as coisas da Terra como nulidades e inutilidades.
A batalha do Armagedom logo deverá ferir-se. Aquele em cujas
vestes está escrito o nome “Rei dos reis e Senhor dos senhores”
(Apocalipse 19:16) deverá, dentro em breve, comandar os exércitos
do Céu. Não poderá ser dito agora pelos servos do Senhor, como o
foi pelo profeta Daniel: “Uma guerra prolongada.” Daniel 10:1. Não
falta senão pouco tempo para que as testemunhas de Deus tenham
feito o seu trabalho de preparação do caminho para o Senhor.
Devemos desfazer-nos dos nossos planos acanhados, egoístas,
lembrando que temos um trabalho da maior magnitude e da mais
elevada importância. Ao realizar esse trabalho, estamos fazendo soar
a primeira, segunda e terceira mensagens angélicas, e assim, sendo
preparados para a vinda do outro anjo celeste que com sua glória
iluminará o mundo.
A passos furtivos aproxima-se o dia do Senhor; mas os homens
supostamente grandes e sábios não conhecem os sinais da vinda
de Cristo e do fim do mundo. Prevalece a iniqüidade, e o amor de
muitos esfriou.
Milhares e milhares, milhões e milhões há que agora fazem a sua
decisão para a vida ou morte eternas. O homem inteiramente absorto
no seu escritório, o que se deleita na mesa do jogo, o que ama o
apetite pervertido e com ele condescende, o amante de diversões, os
freqüentadores de teatros e salões de baile, põem a eternidade fora
das suas cogitações. Toda a preocupação da sua vida é: Que comeremos? Que beberemos? e com que nos vestiremos? Não compõem
o grupo que se encaminha para o Céu. São guiados pelo grande
apóstata, e com ele serão destruídos.
A menos que compreendamos a importância dos momentos que
rapidamente se escoam para a eternidade, e nos preparemos para
enfrentar o grande dia de Deus, seremos mordomos infiéis. Deve
o vigia saber que horas são da noite. Tudo está agora revestido de
uma solenidade tal que a devem reconhecer todos quantos crêem a
verdade para este tempo. Devem proceder em conformidade com o
dia de Deus. Os juízos divinos estão para se abater sobre o mundo, e
precisamos nos preparar para esse grande dia.
Nosso tempo é precioso. Não temos senão poucos, pouquíssimos
dias de graça em que preparar-nos para a vida futura, imortal. Não
dispomos de tempo para desperdiçar com movimentos negligentes.
Devemos ter o temor de ser superficiais no tocante à Palavra de
Deus.
Tanto é verdade agora como quando Cristo esteve na Terra,
que cada incursão feita pelo evangelho do domínio do inimigo é
enfrentada com tenaz oposição por seus vastos exércitos. O conflito
que está para acometer-nos será o mais terrível já testemunhado.
Mas
conquanto Satanás seja representado como sendo tão forte quanto o
mais forte homem armado, sua derrota será completa, e cada pessoa que com ele se une na escolha da apostasia, em vez da lealdade, com
ele perecerá.
O refreador Espírito de Deus está mesmo agora sendo retirado
do mundo. Furacões, tormentas, tempestades, incêndios e inundações, desastres em terra e mar, seguem-se um ao outro em rápida
seqüência. A ciência busca a explicação para tudo isso. Os sinais
que em torno de nós se avolumam, prenunciando a próxima manifestação do Filho de Deus, são atribuídos a outra causa que não a
verdadeira. Os homens não discernem as sentinelas angélicas que
retêm os quatro ventos para que não soprem sem que os filhos de
Deus estejam selados; mas quando Deus mandar que Seus anjos
soltem os ventos, haverá uma cena tal de luta que pena nenhuma
pode descrever.
Para os que são indiferentes neste tempo, a advertência de Cristo
é: “Porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da
Minha boca.” Apocalipse 3:16.
A figura de vomitar da Sua boca
significa que Ele não pode oferecer a Deus as vossas orações ou
expressões de amor. Não pode aprovar de forma alguma o vosso
ensino de Sua Palavra ou o vosso trabalho espiritual. Não pode
apresentar os vossos cultos religiosos com o pedido de que vos seja
concedida graça. Caso a cortina pudesse ser erguida, pudésseis vós discernir os
propósitos de Deus e os juízos que estão para abater-se sobre o
mundo condenado, caso pudésseis ver a vossa própria atitude, temeríeis e tremeríeis por vossa própria alma e pela de vossos semelhantes. Fervorosas orações e angústia de coração quebrantado
elevar-se-iam ao Céu. Choraríeis entre o pórtico e o altar, confessando a vossa cegueira e rebeldia espirituais.
Do livro Testemunhos seletos, Vol. 3 Pags. 12 - 15