Nas
Reformas de 1914 é estabelecido como prova de comunhão que os vestidos
ou saias das irmãs tenham comprimento que fique no mínimo a 9 polegadas
ou 23 centímetros do chão. Isto com base em um testemunho dado em 1867,
ou antes. (Ver Testemunhos para a Igreja, vol. 1, pág. 521 - edição
recente)...
Quando foi dado esse Testemunho, a moda era que as
vestes femininas chegassem ao chão. Em 1868, escreveu Ellen White um
folheto intitulado A Reforma do Vestuário, em que disse:
“Se ela vai para o jardim a passear ou trabalhar entre as flores, para aproveitar o refrigerante ar matutino, a menos
que
as segure com ambas as mãos, suas saias arrastam pela lama e o orvalho,
até que ficam úmidas e enlameadas. A moda se apega a essa roupa, que
passa a ser usada nesse caso como uma espécie de esfregão. Isto é
excessivamente inconveniente. Mas por amor da moda precisa ser
suportado.” Folheto “A Reforma do Vestuário”, pág. 4, citado em Crede em seus Profetas, pág. 200.
"Quando foi estabelecido o Instituto da Reforma da Saúde, os médicos
acharam que era desejável para as mulheres um estilo de vestido melhor
que as saias longas, arrastando...." (Destaque acrescentado).. Crede em seus Profetas, pág. 199.
Neste tópico, respondemos às perguntas:
Foi a igreja orientada a fazer prova de comunhão quanto àquela medida
dos vestidos e saias para todos os tempos, ou tal estabelecimento de
prova pela Reforma contraria a orientação da profetisa? Houve alguma
outra orientação posterior?
Estudando a questão da
medida do vestido acima referida nos testemunhos, conclui-se que o
problema estava mais relacionado com a saúde, a conveniência e a
modéstia, do que com a decência.
Não dado como regra absoluta ou prova de comunhão
Cremos que se em 1925 os reformistas conhecessem bem os Testemunhos,
não teriam estabelecido esse "princípio de fé". Nos escritos de Ellen
White é bem claro que o testemunho não foi dado para estabelecer uma
regra absoluta para a Igreja. Note estas citações:
"Não fiz do vestido uma pedra de toque." - 4T, 637, em Crede em seus Profetas, pág. 205.
"Da parte dos extremistas, esta reforma parecia constituir a suma e
substância de sua religião. Era o assunto de conversa e a preocupação
da sua alma, e a mente foi assim desviada de Deus e da verdade....". - 4T, 636,637, em Crede em seus Profetas, idem.
"Elas procuravam controlar a consciência das outras pela sua própria. Se a usavam, as outras precisavam fazê-lo. Esqueciam que ninguém devia ser obrigado a usar o vestido da reforma". - 4T, 636 em Crede em seus Profetas, pág. 205.
"Algumas ficavam muito perturbadas por eu não tornar o vestuário uma questão de prova,
e ainda outras, porque eu aconselhava as que tinham maridos ou filhos
descrentes a não adotar o vestido da reforma, visto poder tal ato levar a
infortúnio que contrabalançasse todo o bem a ser derivado de seu uso".
- 4T, 637 em Crede em seus Profetas, págs. 205,206 (Destaques acrescentados).
Ellen White deixa de falar sobre a reforma do vestuário
"Foi em princípios e meados da década dos sessenta que se viu em
nossas fileiras a maior agitação por causa da questão da reforma do
vestuário feminino. Em razão dos extremistas e dos oponentes das
mudanças no modo de vestir, a Sra. White deixou cair o assunto por
vários anos. Bem pouco mais se ouviu sobre a questão entre nossos
escritos até por volta de 1897, quando alguns indagaram por que a
reforma específica do vestuário não estava sendo usada, e desejaram
reviver o assunto." - (Crede em seus Profetas , pág. 206; Destaque nosso) .
A Sra. White escreveu o que damos a seguir:
Ellen White explica por que deixou de falar sobre o assunto
"Em resposta às perguntas que me têm chegado recentemente com
respeito a reencetar a reforma do vestuário, desejaria dizer que aqueles
que têm estado a agitar esta questão podem ficar certos de que não têm
sido inspirados pelo Espírito de Deus. O Senhor não indicou que seja
dever de nossas irmãs voltarem à reforma nesse sentido. As dificuldades
que uma vez tivemos de enfrentar não devem ser suscitadas outra vez.
Não precisa haver agora ramificações em formas singulares de vestido.
Surgirão continuamente coisas novas e estranhas para levar o povo de
Deus a falsas excitações, reavivamentos religiosos e curiosas expansões;
NOSSO POVO, PORÉM, NÃO DEVE SER SUJEITO A QUAISQUER PROVAS DE INVENÇÃO HUMANA que venham criar conflitos em nenhum sentido.
"A defesa da velha reforma do vestuário demonstrou-se a cada passo
uma batalha. Não havia da parte de alguns uniformidade nem gosto no
arranjo do costume, e os que se recusaram a aceitá-lo causaram dissensão
e discórdia. Assim foi a causa desonrada. Porque aquilo que foi dado
como uma bênção tornou-se em maldição, foi removido o encargo de
defender a reforma do vestuário.
"Havia certas coisas
que tornavam a reforma do vestuário decidida bênção. Com ela, as
anquinhas ridículas, então em moda, não podiam ser usadas; nem a saia
longa, arrastando, varrendo a sujeira das ruas...." Manuscrito 167, 1897, citado Crede em seus Profetas, págs. 206, 207. (Destaques acrescentados)
Moda aceitável antes da declaração acima
Em continuação ao que E. G. White vinha dizendo acima, escreveu:
"Nos
últimos anos, porém, foi adotada pelo mundo uma moda mais sensata de
vestir, que não envolve esses aspectos objetáveis; e se nossas irmãs
desejarem fazer seus vestidos segundo esses modelos, simples e singelos,
o Senhor não será desonrado por assim fazerem." - Idem, idem. (Negrito acrescentado)
Não era a verdade presente
"A questão do vestuário não tem de ser nossa verdade presente".
Criar um caso a esse respeito agora, seria agradar ao inimigo. Ele se
deleitaria em ver as mentes desviadas para qualquer assunto pelo qual
pudesse criar divisão de sentimentos, e levar nosso povo à contenda. -
Ms. 167, 1897, em Crede em seus Profetas, pág. 207.
"Rogo a nosso povo que ande cuidadosa e circunspectamente diante de
Deus. Na questão do vestuário, sigam os usos até ao ponto em que eles
estejam de acordo com os princípios de saúde. Trajem-se nossas irmãs
com simplicidade, como fazem muitas, fazendo seus vestidos de fazenda
boa e durável, apropriados para esta época, e não encha a mente a
questão do vestuário. Nossas irmãs devem vestir-se de modo simples. Devem trajar-se com roupas modestas, com pudor e sobriedade...." - Idem, idem. (Destaque acrescentado).
É correto o procedimento das reformas de 1914?
Oito anos antes, a Sra. White escrevera:
"Muitos há cuja religião consiste em criticar os hábitos de vestuário e as maneiras.
Querem levar todos á sua própria medida. Desejam alongar os que parecem
demasiado curtos para sua norma, e cortar outros que parecem por demais
compridos. Eles perderam o amor de Deus do coração; porém, julgam
possuir espírito de discernimento. Acham que é prerrogativa sua
criticar, julgar, devem, porém, arrepender-se de seu erro, e desviar-se
de seus pecados.... Amemo-nos uns aos outros. Tenhamos união em nossas
fileiras. Tenhamos santificado o coração para com Deus. Olhemos a luz
que para nós reside em Jesus. Lembremo-nos de quão paciente e sofredor
Ele foi para com os errantes filhos dos homens. Estaríamos em um estado
miserável se o Deus do Céu fosse como um de nós, e nos tratasse como
somos inclinados a tratar-nos uns aos outros". - R&H, 27/8/1889,
citado em "Ellen White - Mensageira da Igreja Remanescente", pág. 201. (Destaque acrescentado).
"Vi que toda a religião de algumas pobres almas, consiste em observar a roupa e os atos dos outros e em os criticar. A menos que se reformem, não haverá no Céu lugar para elas, pois achariam defeitos no próprio Senhor". - 1TS, pág. 44 (Negrito acrescentado).
Não tornar o vestuário ponto principal da religião
"Não incentiveis uma classe que centraliza sua religião no vestuário.
Cada um estude os claros ensinos das Escrituras quanto à simplicidade e
singeleza do vestuário e, pela fiel obediência a esses ensinos, se
esforce para dar digno exemplo ao mundo e aos novos na fé". - Orientação da Criança, pág. 429.
"Não há necessidade de tornar a questão do vestuário o ponto principal da vossa religião". - Idem, pág. 428. (Destaques acrescentados)
O vestido da reforma caiu de foco
Em 1883, George I. Butler escreveu:
"Chegou-se a um ponto em que se tornou evidente que o vestido curto,
destinado a ser um benefício para nosso povo, veio a ser real entrave à
causa, devido à orientação irrazoável de muitos entre nós a esse
respeito. A irmã White deixou de falar em seu favor, nem o usou mais ela própria, e dentro em pouco ele deixou de ser geralmente usado". - Suplemento da R&H de 14/8/1883. (Destaque acrescentado).
Note como o vestido das 9 polegadas acima do chão era chamado de
vestido curto. A irmã White, ao deixar de usá-lo passou por certo a usar
um pouco mais comprido, mas, de qualquer forma, foi retirada a questão
da medida, porque estava trazendo confusão na igreja.
Modéstia fictícia e discussões
"Digo portanto às minhas irmãs: Não entreis em discussões quanto ao
traje exterior, mas estai certas de possuir o adorno interior de um
espírito manso e quieto....
"A falsa prudência, a modéstia
fictícia, podem manifestar-se pelo traje exterior, ao passo que o
coração se acha em necessidade de adorno interior. Permanecei sempre
entregues ao direito". - Ms. 167, 1897, citado em Crede em seus Profetas, págs. 207, 208 (Destaque acrescentado).
O fator "época"
"Quanto aos testemunhos... o tempo e o lugar, porém, têm que ser considerados". - 1ME, pág. 57.
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Resumo do que aprendemos acima:
1 -
Foi dado um testemunho sobre comprimento do vestido: 9 polegadas ou 23
cm acima do chão, porque os vestidos da moda eram compridos demais.
Chegavam ao chão.
2 - Foi recomendação e não estabelecimento de princípio. Não foi dado como prova de comunhão.
3 - O assunto criou confusão na Igreja.
4 - Ellen White deixou de falar na "reforma do vestido".
5 - O "vestido da reforma" caiu de foco. Ellen White deixou de usá-lo.
6 -
Interrogada sobre o porquê de seu silêncio, respondeu que o Senhor não
indicou que era dever de nossas irmãs voltarem à reforma nesse sentido. O
que foi dado como bênção tornou-se em maldição. Foi removido o encargo
de defender a reforma do vestuário.
7 - O mundo lançou uma
moda mais sensata de vestir com modelos simples e singelos que não
envolviam "esses aspectos objetáveis". O Senhor não seria desonrado se
as nossas irmãs os aceitassem.
8 - Ellen White escreveu que a questão do vestuário não tinha de ser nossa verdade presente.
9 - Recomendou que não entrassem em discussões "sobre o traje exterior."
Meditemos nos testemunhos que citamos a seguir:
Evitar o fanatismo
"Há uma consciência que tudo leva a extremos, tornando os deveres
cristãos tão molestos como os judeus tornavam a observância do
Sábado.... Um só fanático, de espírito forte e idéias radicais, que
oprima a consciência dos que querem proceder direito, fará grande dano.
A igreja precisa ser purificada de todas essas influências." - 2ME, pág. 319.
"Alguns tinham introduzido falsos testes e feito de suas próprias
idéias e noções o critério, exagerando questões de pouca importância e
tornando-as o teste da comunhão cristã, e atando sobre outros fardos
pesados. Assim se insinuara um espírito de crítica, censura e dissensão,
o que se tornou grande dano para a igreja. E foi dada aos descrentes a
impressão de que os adventistas, observadores do sábado, eram um grupo
de fanáticos e extremistas, e que sua fé singular se tornava descortês e
mesmo de caráter não cristão. Assim, o procedimento de uns poucos
extremistas impediu que a influência da verdade alcançasse o povo. 2ME,
pág. 318, 319.
"À medida que o fim se aproxima, o
inimigo há de trabalhar com todas as suas forças para introduzir entre
nós o fanatismo. Ele se regozijaria em ver adventistas do sétimo dia
indo a tais extremos que fossem considerados pelo mundo como um bando de
fanáticos. Contra esse perigo é-me ordenado advertir ministros e
membros leigos. Nossa obra é ensinar homens e mulheres a edificar sobre
uma base verdadeira, e firmar os pés num CLARO 'assim diz o Senhor'.
"Os que seguem o exemplo de Cristo não serão extremistas..." - Obreiros Evangélicos, pág. 316 (Destaques acrescentados).
Não é fácil traçar uma linha entre o zelo e o fanatismo. Cada pessoa
deve, com ardor e com oração, buscar o "zelo com entendimento", cuidando
para não se tornar fanática. "Não sejas demasiadamente
justo, nem exageradamente sábio, porque te destruirias a ti mesmo".
(Ecl. 7:16).
Um equívoco sobre adoção do "vestido da reforma" como “norma”
Uma senhora de outra reforma, certa vez, mostrou-nos no livro
“Crede em Seus Profetas”, pág. 204, uma citação de "The Health Reformer"
de março de 1868 (O Reformador da Saúde), onde diz:
"A meu
pedido, os médicos do Instituto citaram uma porção de doentes
internadas.... Medi a altura de doze delas com a distância de seus
vestidos até o chão.... A distância dos vestidos era de 8 a 10,5
polegadas. A média, nove polegadas, foi resolvido que fosse a distância
justa E ESTÁ ADOTADA COMO NORMA". (Destaques acrescentados)
“Crede em Seus Profetas” diz que "alguém escreveu". Mandamos
buscar do White Estate cópia do documento que é citado: "The Health
Reformer" (O Reformador da Saúde). O autor do artigo é J.H.Waggoner, pai
de Ellet Waggoner. O comprimento do vestido foi adotado como norma
NO INSTITUTO DE REFORMA DA SAÚDE (HEALTH REFORM INSTITUTE), E NÃO PELA
SRA. WHITE OU PELA IGREJA ADVENTISTA.
Reflexão sobre o problema do vestuário
Ponderemos agora, irmãos reformistas: Se o "vestido da reforma",
assim chamado nos escritos de Ellen White, não foi imposto à igreja no
século atrasado quando sugerido, por que impô-lo hoje, quando o seu uso
(quando a moda não é vestido comprido) serve de escândalo? Como se vê
pelos testemunhos citados, a sugestão para o nosso tempo, quanto ao
comprimento, seria certamente diferente. Lembremo-nos do fator "época" e
usem as nossas irmãs o que "não envolver aspectos objetáveis".
Quanto a todos os outros inconvenientes da roupa moderna, os nossos
irmãos devem ser seriamente orientados. Quanto saibamos, naqueles
tempos não eram comuns as modas indecentes da atualidade, como, por
exemplo, as mini-saias, roupas transparentes, sem mangas, muito
decotadas, etc.. Se as houvesse, Ellen White certamente as condenaria
energicamente. A Igreja não pode acompanhar o mundo na indecência da
moda. A decência é para todas as épocas. Em Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 600, está escrito:
“A moda está deteriorando o intelecto e carcomendo a espiritualidade
de nosso povo. A obediência à moda está penetrando nossas igrejas
adventistas do sétimo dia, e fazendo mais que qualquer outro poder para
separar nosso povo de Deus. Foi-me mostrado que as regras de nossa
igreja são muito deficientes. Todas as manifestações de orgulho no
vestuário, proibidas na Palavra de Deus, devem ser motivo suficiente
para disciplina na igreja. Caso haja continuação em face de
advertências, apelos e ameaças, perseverando a pessoa em seguir sua
vontade perversa, isto poderá ser considerado como prova de que o
coração não foi absolutamente levado à semelhança com Cristo. O eu, e
unicamente o eu, é objeto de adoração, e um professo cristão assim
induzirá muitos a se afastarem de Deus. . (Ler o capítulo "A simplicidade no Vestuário" em Testemunho Seleto, págs. 592 a 600).