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domingo, 6 de agosto de 2023

SEGREDOS PARA VENCER AS PREOCUPAÇÕES

 SEGREDOS  PARA  VENCER  AS  PREOCUPAÇÕES

 

INTRODUÇÃO 

1. A complexidade do século XX envolve indivíduos e famílias no frenético redemoinho das preocupações.

2. Para que a alegria reine no lar é necessário saber como enfrentar vitoriosamente as preocupações.

3. Em nossos dias misturam-se grandes êxitos com angustiosos problemas.

a)     Aumenta o progresso científico e ao mesmo tempo decresce a capacidade de desfrutar estabilidade e paz interior.

b)     Bertrand Russell disse a respeito: "A época atual caracteriza-se pelo predomínio de uma intuição de perplexidade impotente. O maior obstáculo de um mundo bom é o medo. No mundo moderno, o medo excessivo, acima do nível que pode ser chamado de razoável, é mais notável que nunca antes."

4. Esse aumento dos temores e ansiedades está causando sérios transtornos de saúde.

a)     Não faz muito, em um simpósio reunido em uma cidade, o Dr. Lerner expressou que "A tensão é nosso cárcere portátil." Em forma patética este facultativo destaca a tortuosa experiência daqueles que não encontraram uma forma satisfatória de resolver problemas, ou ao menos de encarar suas preocupações.

b)    Provavelmente ninguém escape, neste século tão especial por sua complexidade, a certo grau de tensão nervosa e de preocupações.

c)     Não sei se em outras épocas houve quem as tiveram, mas estou absolutamente convencido de que teremos que encontrar uma maneira sábia de vencer nossas preocupações ou pagaremos muito caro em saúde nossa ignorância a respeito.

I. INFLUÊNCIA PSÍQUICO-EMOCIONAL SOBRE A SAÚDE FÍSICA

1. E. G. White, em seu livro A Ciência do Bom Viver, pág. 241, diz: "O estado da mente atua muito mais na saúde do que muitos julgam. Muitas das doenças sofridas pelos homens são resultado de depressão mental. Desgosto, ansiedade, descontentamento, remorso, culpa, desconfiança, todos tendem a consumir as forças vitais, e a convidar a decadência e a morte".

2. Um estudo de 15.000 pacientes tratados de desarranjos digestivos na Clínica Mayo (Buenos Aires) permitiu descobrir que quatro de cada cinco não tinham uma base física para suas enfermidades do estômago. O medo, a preocupação, o ódio, um egoísmo supremo e a incapacidade para ajustar-se ao mundo das realidades eram em boa parte as causas de suas enfermidades e suas úlceras de estômago.

3. Marcelo I. Fayard cita ao Dr. Slaughter na seguinte declaração: "A úlcera péptica é quase sempre resultado de uma tensão emocional prolongada."

4. Por sua parte, o Dr. Montagne afirma que "as úlceras do estômago não vêm do que se come. Vêm daquilo que está comendo a gente..."

5. Faz poucos meses, li em um dos jornais de lima cidade a notícia do surpreendente resultado de uma pesquisa médica. Os dados provinham de Londres e correspondiam a um trabalha realizado pelo Dr. Harward, psiquiatra de West Sussex, que descobriu que de 69 operados de apendicite, 16 eram sadios! A ansiedade e angústia mentais dos pacientes haviam provocado sintomas semelhantes aos que a enfermidade provoca realmente.

6. A cientista sueca Ulia H. Olin, especialista em demografia das Nações Unidas, no discurso que pronunciou na última reunião da Associação Norte-Americana para o Progresso da Ciência, declarou que "a tensão nervosa causada pela vida nas grandes cidades diminui a fertilidade humana precisamente como sucede com os animais".

7. Praticamente não há aspecto de vida que não fique afetado pelas preocupações quando não são resolvidas satisfatoriamente. Os efeitos sobre a saúde são tão surpreendentes como para justificar a seriedade com que deveríamos enforcara filosofia de vida a adotar, não como paliativo nem para cegar-nos voluntariamente, mas para encarar com decisão e êxito as preocupações.

8. O Dr. Flanares Bumbrar e seus colegas do centro Médico de Nova Iorque têm estudado os casos de 1.500 enfermos de várias enfermidades, e mais da metade provinham de transtornos emocionais.

9. O Dr. Candey Robinson fez um estudo de 50 enfermos que se queixavam de náuseas ou dor de estômago, e em apenas seis tinha uma causa fisiológica concreta desses sintomas, Também disse que 92% dos casos de colite muco-membranosa e de espasmos no cólon, são produzidos por desgostos.

10. É interessante conhecer a influência que exercem as emoções nos casos de asma.

a)     É verdade que às vezes se considera o pólen de algumas flores, o pó e muitos outros ele mentos como causadores de alergia asmática, mas os doutores MacDermott e Cobb de Massachusetts descobriram que em 50 casos de asma, 37 evidenciavam uma forma definida de fatores emocionais.

b)    Marcelo I. Fayard cita em seu livro A Chave da Felicidade e a Saúde Mental, vários casos interessantes.

(1) Numa cidade, vivia um homem que tinha freqüentes ataques. Mudou-se para outra localidade e ficou bom, até que chegou uma carta na qual comunicava-lhe que de via voltar.

(2)  Outro cavalheiro tinha ataques invariavelmente às 17 hs. Um dia o trabalho absorveu-o tanto que não se conscientizou do transcurso do tempo até às 19 horas. Não teve o ataque às 17, mas quando olhou as horas, sofreu o ataque.

(3)  Provavelmente o caso mais extremo é o caso de uma senhora, a quem a pólen das rosas produzia ataques alérgicos. Certo dia, ao fazer uma visita, observou que na sala havia um grande ramalhete de rosas. Naturalmente, veio-lhe um violento desmaio. Enquanto explicava o efeito tremendo que lhe produzia o pólen das flores, aproximou-se delas e, surpreendida, descobriu que eram artificiais.

11. D. Carnegie cita um informe do Dr. William I. L. MoGonigle apresentado ante a Associação Dental Norte-Americana com as seguintes palavras: "As emoções desagradáveis como as causadas pelas preocupações, o medo, o enfado ... podem transformar o equilíbrio do cálcio no organismo e originar as cáries." Referiu-se a um paciente que teve uma dentadura perfeita, até que começou a preocupar-se com a repentina enfermidade de sua esposa. Durante as três semanas que ela esteve internada num hospital, ele teve nove cáries. Essas cáries eram causadas pela preocupação. (D. Carnegie, Como Suprimir las Preocupaciones, p. 37.)

12. A mesma influência têm as preocupações sobre a tensão arterial, diabetes, e tantas outras enfermidades que levaram o Dr. Alexis Carrel – prêmio Nobel da medicina em 1912 – a afirmar que "os homens de negócios que não sabem como combater a preocupação, morrem jovens.

13. Complementando o pensamento poderíamos dizer que não é necessário se dedicar aos negócios para sofrer os mesmos resultados. Enquanto não saibamos que fazer com nossas preocupações, não importa o ramo de atividades em que nos desempenhamos, estaremos encurtando nossa vida, ou no melhor dos casos, amargando-a sem necessidade alguma.

14. Deixaremos de enumerar os efeitos físicos das preocupações, pois não é esse o objetivo deste capítulo. Contudo, se o leitor acha que estas preocupações não são exatas, suspenda a leitura e entreviste o seu médico para que o esclareça a respeito. Verá como lhe falará sobre isto e muito mais. Volte a tomar este livro novamente e demore-se nas análises sem prejuízo das soluções que lhe ofereceremos.

II. A  AÇÃO  AJUDA

1. Para vencer as preocupações, temos que pôr em ação um plano. A atividade faz bem.

2. Fayard opina que "a melhor maneira de multiplicar nossas angústias, consiste em não fazer nada. Enquanto nos colocamos a fazer algo para evitar que se produza o que tememos a angústia nos abandona."

3. Pode ajudar-nos a reflexionar o que aconteceu a certo agricultor.

a)     Havia um cavalo velho que caiu em um poço. Como o animal já não lhe servia mais, e vendo que tinha água até os joelhos e não dispunha de meios para tirá-lo, se lhe ocorreu que o usaria como recheio para tapar o poço. De maneira que arregaçou as mangas, tomou sua pá e começou a puxar a terra. A idéia não causou graça para o cavalo. O animal não queria morrer, assim que, à medida que a terra ia cobrindo suas patas ia pisando os torrões que caíam. Assim se foi enchendo o poço até que o cavalo pôde sair e marchar para o canto de sua "querência".

b)    Você e eu cremos ser mais inteligentes que um cavalo, e sem dúvida que é assim. Mas neste caso temos que admitir a instintiva sabedoria com a qual atuou aquele animal. Não permitiu que as contingências pouco gratas da vida o esmagassem. Pôs-se em movimento para resolver suas dificuldades e se saiu bem.

c)     E. G. White disse: "Devemos ser amos das circunstâncias e não escravos dela." E eu estou de acorda com esse pensamento. Não permitamos que as dificuldades se nos vão acumulando, sejamos nós os que orientemos as coisas, tomemos as rédeas e avancemos.

4. É possível que alguém pense: "Faz anos que estou lutando energicamente e não passo resolver a situação. As forças já começam a faltar-me e invade-me o desânimo diante da idéia do fracasso. Reagirmos e lutar não é o suficiente."

a)     E provavelmente tenha razão.

b)    Colocar-nos em ação é bom, alivia, mas não é tudo.

c)     Se até aqui, estando ativo, não obtive êxito razoável ao que pude aspirar, é porque não apontei na direção correta.

d)    Tem que descobrir o plano que dê resultado.

III. O  PLANO  MAIS  EFICAZ  QUE  CONHEÇO

1. Bernard Shaw disse que "quando se quer que uma pessoa não aprenda uma coisa, temos que tratar de ensiná-la." Não desejo discutir se estava certo ou não. Pelas dúvidas procurarei fazer-lhe caso e deixar que os amáveis leitores exerçam seu juízo crítico para decidir o valor do que diremos.

2. A. E. Housman, professor da Universidade de Cambridge, em uma conferência que pronunciou nessa casa de altos estudos, manifestou: "A verdade maior que jamais se tinha dito e o mais profundo descobrimento moral de todas os tempos foram estas palavras de Jesus: 'Quem encontrar sua vida, perdê-la-á, e quem perder sua vida, por minha causa, achá-la-á'."

a)     O mais significativo é que essas palavras foram ditas por um catedrático ateu.

b)    Apesar de todos os seus preconceitos contra a religião, chegou a reconhecer o tremendo poder e a grande importância das palavras do Senhor Jesus.

3. Faz um tempo fui convidado para assistir a uma classe de magistério ditada em uma das faculdades de Buenos Aires. Assim que finalizaram os atos, fiquei conversando com um dos membros do pessoal do corpo docente da faculdade. Em um determinado ponto de nosso diálogo, o educador expressou: "As coisas mais grandiosas que posso explicar em minhas aulas para os alunos, são extraídas do Sermão do Monte – uma das partes das Sagradas Escrituras. Se eles o soubessem escutariam com preconceitos; mas nunca lhes digo que isso foi dito por Jesus; nem onde está ou onde aparece o discurso maior de Nosso Senhor Jesus Cristo."

a)     Amigos, eu não tenho esses temores.

b)    Além disso, quero ser intelectualmente honesto reconhecendo o direito de autor de Jesus.

c)     Sei que o melhor que se disse e possa dizer-se sobre a arte de enfrentar nossas preocupações e vencê-las brotam dos lábios de nosso Senhor Jesus.

d)    E o mesmo opinou o Dr. Guillermo Sadler em sua monumental obra Modern Psychiatry, pág. 760:

"Os ensinamentos de Jesus aplicados à nossa civilização moderna – aplicados com toda compreensão e não aceitas em forma puramente nominal – nos purificariam, elevariam e vitalizariam de tal maneira que a raça humana chegaria a estar constituída de imediato por uma nova ordem de seres que possuiriam capacidades mentais superiores e uma acrescentada força moral.

"Prescindindo das recompensas futuras da religião, deixando de lado toda discussão sobre a vida do além, valeria a pena que todo homem e mulher vivessem a vida cristã tão-somente pelas recompensas mentais e morais que aquela proporciona aqui no mundo presente. Algum dia o homem despertará, talvez, ao fato de que os ensinamentos de Cristo são poderosos para prevenir e curar a enfermidade. Algum dia nosso tão comentado desenvolvimento científico será colocado em dia e a nível dos ensinamentos do Homem da Galiléia."

4. É altamente significativo e reconfortante o fato de que tantos psicólogos e psiquiatras alguns em forma consciente, outros, quem sabe, sem sabê-lo, estejam empunhando os conselhos do Senhor para restabelecer a estabilidade psíquica, e em outros casos emocional, de seus pacientes. Em especial os ensinamentos contidos no Sermão do Monte.

5. Como é lógico supor, os leitores têm convicções muito diferentes uns dos outros.

a)     Alguns serão profundos cristãos.

b)    Outros incrédulos.

c)     Alguns, talvez, ateus.

d)    Haverá os que – sem ser ateus – não vêm a Jesus como o vemos, como cristãos.

e)     Com respeito às convicções sinceras de todos, por isso convido-os somente para provar a eficiência dos conselhos de Jesus.

f)      Eu o fiz e depois de avaliar os resultados decidi não abandoná-los jamais.

g)     Poderia citar psicólogos judeus, ateus e de outras correntes de pensamento que têm conhecido o sublime dos ensinamentos de Cristo.

6. Em vez de expormos as opiniões de outros, transcrevamos alguns parágrafos que o Grande Professor apresenta de métodos a seguir, para vencer as preocupações: [Mat. 6:25-34]

"25 Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?

"26  Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?

"27  Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?

"28  E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam.

"29  Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.

"30  Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?

"31  Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos?

"32  Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas;

"33  buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

"34  Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal."

(Estas palavras estão registradas na Santa Bíblia, no Evangelho segundo de São Mateus, capítulo 6, versículo 25 a 34.)

IV. O  MÉTODO  CRISTÃO  PARA  VENCER  AS  PREOCUPAÇÕES

 Vivamos com sabedoria o presente, ou utilizando as palavras de Carnegie "vivamos um dia de cada vez".

1. Não queremos dizer com isto que temos que ser desagradecidos com o passado, nem imprevisíveis com respeito ao futuro.

a)     Desejamos fazer ressaltar o fato de que o ontem é flor murcha que já cumpriu seu dever, e o futuro é um botão sem abrir que não poderemos desfrutar e de cuja beleza e formosura devemos cuidar. 

b)    Alguém disse que "Cada dia é unta nova vida para o homem ajuizado". Não permita que o ontem arruine o presente. 

c)     Tagore disse: "Se choras por haver perdido o sol, as lágrimas te impedirão de ver as estrelas."

d)    É verdade que pode haver na vida de qualquer ser humano erros passados que tenham que ser emendados. Nossas palavras também incluem essa reparação. Se temos que arrumar algo hoje, façamos já, mas não permitamos que as sombras do passado governem o presente.

2. Deveríamos aplicar o mesmo critério com respeito no futuro. Algumas coisas nas quais já estivemos de acordo nos ajudarão a harmonizar também neste ponto.

a)     Todos nós concordamos que não é possível colher o trigo antes de que haja sido semeado; que se tornaria sem lógica pensar em descer do ônibus antes de haver subido nele; que não teria sentido procurar dar volta à esquina antes de encontrá-la; que não teria finalidade procurar subir uma montanha, antes de alcançá-la; que façamos o que queiramos não poderemos ver mais além do horizonte.

b)    Por que então querer resolver hoje os problemas que nos corresponderá resolver amanhã, ou carregar no presente com as dificuldades que pertencem ao futuro?

c)     Quando fazemos assim não estamos sendo justos com a vida nem leais com nós mesmos, pois a ânsia de viver o dia de amanhã com suas fatigas e dificuldades não nos permitirá cumprir nossas responsabilidades presentes.

d)    Ao viver sabiamente o dia de hoje estaremos colocando o fundamento sólido que merece o futuro.

3. Se a noiva escuta dos lábios de seu pretendente a proposta de casamento e pensar em quantos pratos terá que lavar até cumprir 10 anos de casada, tenho certeza que até a mais corajosa desmaiaria. Mas não é problema porque cada dia lava os pratos correspondentes a esse dia, e isso pode fazê-lo.

a)     Assim também Deus, nosso Senhor, nos dá a vida de um dia cada vez, para que em cada jornada nos defrontemos com as contingências que ela nos traz.

b)    Querer viver o futuro seria como querer roubar a Deus uma vida que ainda não nos pertence e que ignoramos se alguma vez nos corresponderia viver.

c)     Roberto Luís Stevenson expressou: "Todo o mundo pode suportar sua carga, por pesada que seja, até à noite. Todo o mundo pode realizar seu trabalho, por mais duro que seja, durante o dia. Todos podem viver suavemente, pacientemente, de modo amável e puro, até que o sol se ponha. E isto é tudo o que a vida realmente significa."

4. Um consciencioso estudo da vida nos permitirá descobrir que de cada dez problemas que avistamos no horizonte de nossa vida, sete desaparecerão antes que cheguemos a eles; um será resolvido somente amanhã; outro não tem solução; um, só um, nos compete resolver hoje, e a esse devemos dedicar-nos.

5. Quando nosso Senhor disse: "Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal", queria tirar de sobre nossos ombros esses 90% de carga factícia que levamos e que esgotam nossas energias a tal ponto de tomar defeituosa a solução de nossas dificuldades reais, ou pelo menos muito mais dificultosa.

6. Voltando ao que dizíamos momentos atrás, se em vez de procurar dar voltas à esquina antes de chegar a ela nos dedicássemos a adiantar na reta que ainda temos que percorrer, chegaríamos antes e com menos contratempos. Ao viver um dia cada vez com pureza e integridade, chegaremos ao amanhã com maior felicidade e sem os incômodos de um passado defeituoso; encontraremos que uma grande porcentagem de nossas perplexidades desaparecem e que as restantes podem ser aliviadas alegremente. Jesus quis orientar-nos neste sentido e também a respeito desses 10% de problemas que não têm solução. Falaremos sobre isso a seguir

Colaboremos com o inevitável.

1. Quando não é possível mudar as coisas, recordemos que ao menos podemos mudar nossa atitude com respeito a elas.

a)     Certa moça sentia-se infeliz pelas contínuas discórdias que havia em seu lar. Um dia ela foi vista muito contente, refletindo paz interior. Alguém perguntou:

– Como vão as coisas em seu lar?

– Como sempre – respondeu a jovem – mas agora eu sou diferente.

2. Com respeito aos problemas insolúveis ou situações inevitáveis, devemos ser diferentes do normal das pessoas, e até, talvez da maneira como temos sido até aqui.

a)     Milton dizia que "não é uma desdita ser cego e sim não ser capaz de suportar a cegueira".

b)    O grande psicólogo prático William James nos disse "Aceita que seja assim. A aceitação do que tem sucedido é o primeiro passo para superar as conseqüências de qualquer desgraça." 

c)     Não somente para superar as desgraças, mas para vencer as preocupações também.

3. Elsie McCormick opinava que "quando deixamos de lutar pelo inevitável deixamos em liberdade uma energia que nos permite criar uma vida mais rica." Por outro lado, essas energias antes desperdiçadas para lutar contra o impossível, nos permitirão solucionar as coisas que estão ao nosso alcance resolver, e também isso será fonte de alivio.

4. Yousuf Karsh, célebre fotógrafo, foi ao Vaticano para retratar o papa João XXIII acompanhado do bispo Flaton Sheen. Enquanto Karsh preparava a máquina, o papa, dirigindo-se ao bispo Sheen, observou: "Deus sabia há 77 anos que algum dia eu seria papa. Por que não me fez mais fotogênico?" Essa atitude que João XXIII fez em tom de brincadeira é uma realidade amarga na vida de milhares de pessoas que se desgastam em lutar contra o inevitável.

a)     Não aceitar o indispensável é uma atitude tão carente de bom senso como querer parar o sol ou "tapar o sol com a peneira".

b)    A verdadeira paz de espírito – dizia Lin Yutang – provém da aceitação do pior. Psicologicamente, creio que isto significa uma liberação de energia."

c)     Exato! Liberação de uma energia que necessitamos para viver prazerosa e satisfatoriamente o dia de hoje.

5. Dizem que os chineses têm um provérbio que se traduzimos para o português expressa: "O problema tem solução? Então, por que me preocupo?"

6. Se não gostou desse refrão pode ser que encontre lógica nesta outra sentença: "Para os males do mundo pode haver ou não remédios; se houver, vá procurá-los, e se não, não seja néscio."

7. Os psicólogos têm muita fé neste princípio maravilhoso. O maravilhoso é saber que já o tinha sido exposto pelo nosso Senhor nas palavras do Sermão do Monte e que já citamos anteriormente. Depois de falar da confiança com a qual deveríamos enfrentar a vida, disse: "Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?"

a)     Se com o preocupar-se uma pessoa pudesse crescer alguns centímetros, muitos viveriam com um complexo a menos, não é verdade?

b)    Mas também é certo que o complexo desapareceria se estivessem dispostas a aceitar – que é mais que resignar-se – o inevitável.

c)     Papai costumava dizer-nos: "Se com o lamentar pudéssemos ordenar as coisas, eu também o faria todos os dias. Mas as palavras 'que lástima' não solucionam nada." E é verdade, com tudo nem sempre se tomaria fácil aplicar este princípio, capaz de terminar com uma enorme quantidade de preocupações, a menos que aceitemos o outro princípio mencionado por Jesus Cristo.

Tenhamos fé em Deus.

1. Muitos de nós caminhamos na vida como as crianças que ainda não foram à escola.

a)     Tomam em suas mãos um livro, olham as páginas impressas, mas não captam seu significado.

b)    Isto nos enche de perplexidade a tal ponto de perder o sono, sofrer palpitações, hipertensões, úlceras ou qualquer outra forma como a vida nos cobra nossa falta de fé no futuro e em Deus nosso Senhor.

2. O exemplo de um soldado que foi aprisionado durante a segunda guerra mundial pode nos ajudar. Foi encerrado numa cela semelhante a uma masmorra, mas durante todo o cativeiro ele se manteve com um semblante alegre. Assobiava e cantava, a tal ponto que parecia se sentir mais feliz do que seus captores. Um dia o guardião perguntou-lhe o porquê de sua atitude e esta foi sua resposta:

– Olhe aquela janela lá em cima. Quando olho para fora, posso ver o céu azul. Não há razão para desesperar-se enquanto continue estando ali.

3. Voltava para casa depois de realizar uma de minhas viagens. Através da janelinha vi repetir-se várias vezes a mesma cena. Um homem assentado em seu trator dando voltas à terra deixando um ancinho de discos. Atrás dele, uma grande quantidade de aves brancas esvoaçando com candura e inocência. Seguiam o agricultor e iam comendo as sementes como se ele estivesse realizando essa tarefa para elas. Sem dúvida que na época da semeadura não será interessante ao chacareiro ver que as aves o seguem, mas para elas – repito – o seguirão como se a tarefa estivesse sendo realizada para elas.

a)      Ao ler parte do parágrafo das Sagradas Escrituras que já transcrevemos, sentir-nos-íamos inclinados a pensar que de certa forma é assim

(1)    O Senhor ensinou: "Portanto vos digo: Não vos preocupeis com vossa vida, que haveis de beber; nem por vosso corpo, que haveis de vestir. Não é a vida mais que o alimento, e o corpo que o vestido? Olhai as aves do céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimente. Não tendes vós muito mais valor que elas? ... E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. Eu, contudo vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas cousas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas. Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas."

4. O secretário de Oliver Cromwell teve que aprender esta lição. Foi enviado à Europa para uma missão importante. Deveria passar a noite num povoado da costa, mas não pôde dormir. A preocupação o corroía e empurrava-o a dar voltas repetidas vezes em sua cama. De acordo ao velho costume, um servente dormia em seu quarto, e a verdade é que o fazia bem profundamente. Este fato o deixou ainda mais nervoso de maneira que terminou por despertá-lo. O servo, então, perguntou por quê seu amo não podia descansar.

– Tenho medo que minha embaixada não saia bem – respondeu. 

Criando um pouco mais de confiança o servo voltou a falar.

– Senhor, posso tomar a liberdade de fazer-lhe uma pergunta ou duas?

– Claro que sim, concedeu o embaixador.

– Governava Deus o mundo antes que nós tivéssemos nascido? – perguntou timidamente o servo.

– Naturalmente.

– E Ele continuará fazendo-o depois de havermos morrido, senhor?

– Sem dúvida que sim.

– Então meu amo – disse com mais segurança – por que não deixa que Ele governe agora também?

Poucos minutos depois ambos dormiam profundamente.

5. O apóstolo S. Pedro, que sem dúvida haverá estado entre os que escutaram os ensinamentos que, naquele dia, o Mestre partilhou da montanha, nos aconselha: "Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, parque Ele tem cuidado de vós"

6. Amigo, por que você não faz também esta prova? Você verá como os problemas que o preocupam neste momento diminuirão instantaneamente desde o momento em que você focalizar sua fé – não importa se ela é pequena e fraca – no Todo Poderoso Criador do universo. Se Ele cuida das aves, como não Se interessaria em resolver suas dificuldades? O Senhor está esperando somente, que você tenha fé nEle e O deixe operar poderosamente em seu favor. 

E agora, encerremos esta conferência com a lição que nos conta um relato oriental. Aconteceu num desses reinos antigos.

Certo rei sentia-se aborrecido com um de seus súditos e desejava eliminá-lo. No entanto, este cumpria com tanta fidelidade e eficiência suas responsabilidades que o monarca não encontrava uma forma para terminar com ele e ao mesmo tempo manter as aparências.

Um dia, apresentou-se-lhe a oportunidade esperada. Outro rei presenteou-lhe uma magnífica coroa de ouro com a parte da frente preparada para colocar ali a inscrição que desejasse. Chamou o súdito, mostrou-lhe a coroa e ordenou-lhe:

– Você terá que encontrar a palavra que gravarei na coroa. Mas tem que ser uma palavra especial. Uma palavra que, quando me encontrar deprimido, preocupado, mergulhado na angústia, levante meus ânimos e me leve ao plano da normalidade, e que quando me encontrar demasiado eufórico, chame-me à reflexão e me coloque novamente no plano da normalidade. Você terá tempo até amanhã para isso. Se até então não encontrar essa palavra, morrerá imperdoavelmente.

O pobre homem sentiu uma corrente gelada correr por sua coluna vertebral, que seu rosto se enchia de um suor frio e que as pernas lhe tremiam. Pensou em sua esposa, que ficaria desamparada, em seus filhos que tanto necessitavam dele; na injustiça da ordem e no inapelável que resultavam as palavras pronunciadas por um soberano, e em quem sabe quantas coisas mais...

Aquela tarde regressou à sua casa um pouco mais cedo que de costume. A esposa notou a preocupação angustiosa que estava passando e interessou-se em saber o que acontecia. Mas, por que preocupá-la também com algo que aparentemente não tinha solução? Negou-se em falar várias vezes, mas diante de cada negativa a mulher redobrava mais e mais sua determinação em saber o que estava acontecendo.

– O que acontece é que você não me quer mais, por isso não me confia mais os seus problemas.

– Minha querida, como você quer que eu lhe confie meus problemas, se não os tenho? – explicava o esposo.

– Como que não os tem se nem sequer quis jantar? É o que eu disse, já não me quer mais...!

 

Amigo leitor, você sabe como são as esposas, quando querem inteirar-se de alguma coisa, não é verdade? Pois finalmente aconteceu o que havia proposto. Foi pouco depois de deitar-se para dormir. O atribulado esposo deu tantas voltas na cama que não pôde dormir e acabou contando à sua companheira o que havia acontecido.

– Por isso é que estou preocupado, meu amor. Amanhã, na primeira hora do dia o rei me pedirá que lhe diga qual é essa palavra capaz de levantá-lo do poço de suas preocupações e fazê-lo sentir-se normal, e ao mesmo tempo com poder para fazê-lo descer dos cumes de sua euforia. E eu não sei qual é a palavra. Então ordenará minha execução...

– É por isso que está tão preocupado? – replicou a esposa. Mas isso é muito simples! Eu sei qual é a palavra.

– Pois, então diga-me; assim poderei dormir em paz!

– Ah, não! Para que você aprenda a lição por não haver me dito antes, somente lhe direi amanhã bem cedo,

De nada valeram as petições e mesmo as ameaças do esposo. A esposa voltou-se para o outro lado e logo depois, dormia tranqüilamente. os primeiros raios de sol encontraram o súdito daquele rei sem haver conciliado o sono. Apenas despertou sua mulher, quis conhecer a palavra exigida pelo monarca, mas ela disse:

– Depois do desjejum.

Esse foi o desjejum mais amargo que havia servido em toda sua vida, em troca a esposa tomou-o cheia de otimismo.

Finalmente, quando estava despedindo-se para ir rumo ao palácio, a esposa consentiu em dizer qual era essa palavra tão especial. o súdito sentiu que a alma lhe volvia ao corpo. Respirou como se todo o ar do mundo não fosse suficiente para encher seus pulmões e soltou um grande suspiro de alívio. Então exclamou:

– Mas claro! Como não se me tinha ocorrido antes? E foi satisfeito rumo ao palácio.

Sentado no trono, o monarca saboreava com antecipação o que cria que seria seu triunfo. Quando viu aparecer seu súdito, perguntou-lhe maliciosamente:

– Você lembrou da minha incumbência? Já tem essa palavra que quando me encontrar mergulhado no desânimo, nas preocupações e, talvez, no desespero, levante-me o ânimo como para levar-me à linha da normalidade, e que quando me encontrar exageradamente otimista, eufórico, pensando em tocar as nuvens com minhas mãos, me faça descer ao plano da normalidade?

– Sim majestade – respondeu serenamente o servo.

– Pois bem, diga-me.

– Majestade, a palavra capaz de produzir as efeitos que você deseja é: "PASSARÁ".

CONCLUSÃO:

1.     Vivamos com plena fé em Deus.

2.     Um dia de cada vez.

3.     Aceitando o inevitável.

4.     Recordando que todo problema, por mais angustioso que seja, passará.

5.     Então desaparecerão as preocupações e poderemos desfrutar a paz dAquele que "tem cuidado de nós".

 

O SEGREDO DA FELICIDADE CONJUGAL

 O  SEGREDO  DA FELICIDADE  CONJUGAL

 

INTRODUÇÃO

1. O lar é o ambiente natural e mais propício para que floresça e frutifique a alegria.

a)     Não podemos ser felizes sozinhos.

b)    Se considerarmos que psicologicamente temos a necessidade de amar e sermos amados, compreenderemos facilmente que uma das formas mais sábias de assegurar o prazer individual é formando lares sólidos que provejam o ambiente adequado para o desenvolvimento da alegria.

2. Contudo, por paradoxal que pareça, não é fácil alcançar a felicidade familiar.

a)     A Academia de Ciências Morais e Políticas de Paris estudou o caso de 96.834 casamentos e assinala que somente 17 eram felizes.

b)    Qual é a causa de tantos fracassos? Evidentemente não se trata de uma razão mas de muitas, algumas das quais comentaremos,

3. Há os que pensam que a cultura pode garantir a felicidade doméstica.

a)     Particularmente sinto um profundo respeito pelas ciências, mas devo dizer que o termômetro da felicidade familiar nem sempre concorda com o da cultura, nem com o da capacidade intelectual.

b)    Quando penetramos na intimidade dos grandes homens de todas as épocas, surpreendem-nos pela vida do lar pouco satisfatória que teve uma porcentagem tão alta deles. 

c)     Sócrates orientou uma corrente de pensamento que chega até nossos dias, mas não pôde orientar satisfatoriamente as relações em seu lar, onde eram muitos os momentos ingratos. Conta-se que em uma ocasião Jantipa, sua esposa, começou a repreendê-lo furiosamente. Era cedo. Como as coisas não melhoravam e Sócrates chegou a cansar-se, saiu de casa. A mulher, fervendo de ódio, arremessou da janela uma bacia de água na cabeça. Sócrates parou, olhou para cima e assim como estava, molhado até os ossos disse:

– Eu já estava prevendo. Depois da trovoada costuma chover.

Lincoln, no tempo em que era advogado, realizava longas viagens recusando voltar ao seu lar quando outros colegas o faziam, pelas amarguras de sua vida conjugal.

E esses problemas continuaram até sua morte.

d)    Leon Tolstoi, pensador e novelista russo de grande talento, contraiu matrimônio e teve 13 filhos. Mas não foi feliz em seu lar. Seu diário íntimo reflete a angustiosa tragédia de seu casamento. E assim os exemplos poderiam preencher muitas páginas, mas não seguiremos com eles para dar lugar à enunciação de problemas específicos que deveríamos evitar e princípios que faríamos bem em seguir.

I. A  IMATURIDADE  CONSPIRA  CONTRA  A  FELICIDADE  CONJUGAL

1. Muitos lares fracassam porque aqueles que contraem matrimônio chegam a este ponto sem ter plena consciência do que estão fazendo.

a)     Perdem de vista a solenidade dessa união e entram para as bodas nupciais com leviandade.

b)    Crêem que o matrimônio é uma espécie de contato no qual cada uma das partes arrisca o mesmo, e que poderão dissolver diante das desavenças. É correto pensar deste modo?

(1)  Não.

(2)  O lar não deveria ser estabelecido sobre as bases de um contrato que pode ser dissolvido, mas sabre promessas de valor perpétuo, mesmo diante das dificuldades que poderão surgir. 

(3)  Mas não é suficiente que concebamos o matrimônio como um contrato para toda a vida. Quando Deus o estabeleceu propôs muito mais que fazer que um homem e uma mulher vivessem juntos para sempre. O Criador quis prover o ambiente de paz e amor onde nascessem e crescessem os filhos. Quis oferecer-nos a oportunidade de dar e receber amor, produzindo assim a maturidade da personalidade.

2. Há pouco tempo atrás, os diários de Buenos Aires publicaram a notícia de uma jovem de 20 anos de idade que castigou sua mãe e a queimou com água fervendo porque esta não lhe permitiu açoitar a seu filhinho. Esta reação colérica fala de um caráter imaturo não capacitado para ser a cabeça de um lar que, contudo, se formou.

3. Ao falar de imaturidade não nos referimos necessariamente a pessoas jovens.

a)     Nesse mesmo dia li a notícia de um casal de maior de idade que não soube encontrar uma saída pacífica para suas desavenças. O esposo tomou um pau, sua mulher o imitou e se lançaram um contra o outro em um encarniçado duelo. A esposa ganhou a partida, embora ficasse com várias costelas quebradas e muitas outras lesões. Ambos estão detidos, e quando o esposo sair do hospital – indicava a nota do jornal – passarão à disposição do juiz para prestar conta de seus atos.

b)    Um caso extremo! exclamaram muitos. Admito que é assim.

c)     Contudo a mesma imaturidade – embora se manifeste com menor ferocidade – está asfixiando a muitos casamentos da atualidade. Se não, pensemos nos gritos encolerizados, estridentes, inoportunos, bruscas represálias que não guardam relação com a magnitude dos fatos, etc.

4. Ao fazer uma análise dos motivos que levam os casais a discutir, teremos que reconhecer que no fundo da maioria das disputas há criancice.

a)     Tieche, em seu livro El Arte de Vivir, narra o caso de Felipe e Catalina. Um noite estavam em sua salinha e viram cruzar um rato. Ambos perguntaram-se de onde pôde sair.

       Entrou por aqui, disse Felipe.

       Não, foi por este lado – replicou Catalina.

       Te disse que veio desta direção!

       Não, eu o vi chegar de lá!

A disputa se agravava rapidamente até o ponto de o serão terminar em uma atmosfera carregada de eletricidade, e ambos esposos não se dirigem a palavra por vários dias. Felizmente a cena se produziu poucos dias antes do ano novo, e como é o momento dos novos começos, é necessário arrumar as coisas. Felipe rompe o silêncio e diz:

       Vamos, Catalina! Não devemos passar assim o dia de ano novo. Façamos as pazes, está bem?

       Como não, Felipe!

Confundem-se em um comovedor abraço, e enquanto Catalina seca as lágrimas por cima do ombro de Felipe, acrescenta:

       Mas recorda que o rato veio deste lado, sabes?

       Oh, não! Te asseguro que foi por este outro lado.

E a disputa se renova.

b)    Os dois esposos brigam por uma insignificância. Como não têm suficiente maturidade em suas personalidades, deixam-se levar pelo amor próprio e negam-se a ceder. Não é pois estranho que seja incômodo viver nessa casa, e talvez se torne impossível com o tempo.

c)     Joseph Sabath, magistrado de Chicago, depois de atuar como árbitro em mais de 40.000 casamentos desgraçados, declarou: "No fundo da maior parte da infelicidade matrimonial, há trivialidades."

(1)     Sem dúvida, este homem estava autorizado a dizer essas palavras, pois tinha material em abundância diante de si para emitir juízo.

(2)     Muitos outros, com experiência semelhante, mencionam-nos que aqueles que recorrem ao divórcio para solucionar suas diferenças conjugais e depois concretizar outra união, não são felizes. A mesma imaturidade que os levou a ser incapazes de estabilizar o primeiro casamento leva ao precipício a segunda tentativa.

d) Sem dúvida, expressa muita sabedoria aquele provérbio espanhol que diz: "No casamento é preferível a pior tormenta ao naufrágio."

 

II. O PRIMEIRO PASSO DA SOLUÇÃO: CRESCER EMOCIONALMENTE

 

– Pois bem – dirá alguém – que devo fazer agora para solucionar as dificuldades com meu esposo?

1. O essencial, no caso de disputa, é dar prova de boa vontade e ter um ânimo perdoador.

2. Até me animaria a dizer que nos convêm imitar o que acontece no Dahomey em ocasiões semelhantes. Os esposos aborrecidos sentam-se nos extremos da choça. Depois de um momento um deles – as más línguas dizem que é o esposo – levanta-se e passeia de um lado para outro repetindo:

       Sou um imbecil, sou um imbecil!

Ambos se reúnem no centro da choça e repetem em diversas ocasiões:

– Somos uns imbecis!

a)     Uma vez de acordo quanto ao primeiro ponto é fácil entender a respeito dos demais, e a disputa cessa.

b)    Você e eu não vivemos no Dahomey e sem dúvida não somos o que eles dizem ser. Mas, às vezes, quando penso em todas as coisas belas da vida de lares que destruímos, pergunto-me se os que nos contemplam não estarão pensando que não parecemos um pouco.

3. Antes de tomar decisões trágicas e definitivas valeria a pena que provássemos como seria colocar-nos em lugar de nossa esposa, reconhecer nossos defeitos e estar dispostos a perdoar. Com toda segurança que o resultado será visto na solução do que nos havia parecido um beco sem saída.

4. Devemos crescer emocionalmente para evitar uma das razões freqüentes pelas quais surgem dificuldades que é a perda gradual do respeito mútuo entre os casais que, como resultado lógico, culmina na falta de respeito entre pais e filhos.

a)     A melhor maneira de não cair nesta situação é evitar a primeira briga.

b)    Uma vez que esta se produziu, as seguintes terão lugar com mais facilidade, pois já existe certo grau de desvalorização da instituição matrimonial como do companheiro.

5. Evidentemente nem todos os leitores serão recém-casados, muitos estarão procurando uma solução feliz para uma vida conjugal plena de amargas dificuldades. Os tais terão que colocar muita boa vontade de sua parte e exercer muita renúncia.

6. Conheci o Dr. Santiago A. Chichizola por motivo de uma série de conferências que ministrei em Flores, Buenos Aires. Este proeminente médico que foi por mais de 20 anos diretor do Hospital Alvarez de Buenos Aires narrou-me um incidente que ilustra nitidamente o que queremos dizer.

7. Uma senhora humilde entrevistou uma curandeira para pedir-lhe que realizasse algum mal ou encanto para dominar a seu esposo, que acostumava beber e castigá-la brutalmente. Depois de dar toda sua informação, a atribulada mulher viu que em meio de uma espécie ritual misteriosa a curandeira enchia um frasco escuro de certo líquido e lhe dizia:

- Este frasco contém água milagrosa. A próxima vez que seu marido vier com ameaças e injustiças, você terá que encher a boca de água milagrosa e mantê-la ali todo o tempo que puder. Não a tome nem a jogue fora. Quanto mais tempo a conservar na boca, maior poder terá sobre ele. Logo verá como o dominará completamente.

Logo depois ao regressar para sua casa pôde colocar à prova a receita. O esposo abriu a porta visivelmente alterada e com voz áspera começou a recriminar, a ameaçar, enquanto erguia seus punhos cerrados, a proferir fortes insultos. Diante desse quadro a infeliz esposa tirou dentre suas roupas o frasco e encheu sua boca com a "água milagrosa". O marido continuou com suas injustiças e insolências. Ela manteve a "água milagrosa" na boca durante vários minutos, e finalmente viu que as palavras foram cada vez mais serenas e entre palavras entrecortadas apareceram as primeiras desculpas. Depois de um silêncio longo e finalmente chegou a calma. Então, desocupou a boca da "água milagrosa" que lhe deu tão surpreendente resultado, pois cada vez que quis responder – e os impulsos eram de utilizar o mesmo tom que seu esposo – encontrou que não podia fazê-lo sem tragar ou lançar fora a água. E como "quando um não quer, dois não brigam"...

a)     Contei esta história quando em certa oportunidade dissertava sobre a felicidade no lar. Sugeri aos assistentes que aplicassem a moral. Em meio do auditório, sorridentes, escutavam meus pais, os quais levavam quase meio século de casados. Dias depois os visitei e enquanto abraçava o papal, perguntei-lhe como marchavam as coisas.

– E já verás, filho – respondeu – com o frasquinho no bolso.

b)    Eu não sou curandeiro e não creio nisso. Mas se me ocorre que alguns de nós deveríamos pensar na possibilidade de aplicar de alguma maneira esta receita, não é verdade?

7. Omito voluntariamente neste capítulo as conseqüências que produz nos filhos a ruptura do vínculo matrimonial, pois será tratado ao falar da delinqüência juvenil. Contudo, será bom dizer claramente que o homem ou a mulher que procuram solucionar suas diferenças conjugais por vias do divórcio devem pensar antes que têm uma responsabilidade contraída com os filhos: Diante deles, da sociedade e diante do Criador. Se nas decisões não estão incluídos os interesses reais dos filhos estaríamos frente a um ato egoísta que não trará alívio e menos ainda felicidade. Onde quer que procurássemos formar um novo lar, a sombra desses pequenos nos perseguirá.

 

III. O  AMOR  QUE    CRESCIMENTO  EMOCIONAL,  CRIA  A  FELICIDADE  CONJUGAL

 

1. Hamilton enumera o que considera são elementos necessários para um lar feliz. Expressa-o assim: "Seis requisitos são necessários para um lar feliz. A integridade deve ser o arquiteto e o asco o tapeceiro. Deve ser amornado pelo afeto, iluminado pela alegria e a laboriosidade deve ser o ventilador que renova a atmosfera e traz nova saúde; tanto que, sobretudo, como pavilhão protetor e de glória, nada será suficiente exceto a bênção de Deus.

2. É provável que alguém pergunte a si mesmo: Por que incluímos Deus ao falar do casamento? A resposta é clara: parque a experiência demonstra que assim deve ser.

a)     Costuma-se dizer que para o matrimônio necessitam-se de dois seres: um homem e uma mulher. Tornou-me muito sábia a declaração do monsenhor Tihamer Toth: "Na realidade necessitam-se de três: um homem, uma mulher... e Deus."

b)    Nos Estados Unidos, onde de cada três enlaces produz-se um divórcio, comprovou-se que dentre as famílias que assistem assiduamente aos cultos religiosos só se divorciam um de cada cinqüenta casamentos. Ou seja, apenas dois por cento. Essa é a diferença que existe entre o lar onde se praticam os princípios cristãos e o que os esquece.

3. Finalmente quero dizer que para que a alegria reine no lar este deve estar fundado no amor.

a)     Há os que formalizam o compromisso matrimonial por interesses de ordem material e logo choram por não haver encontrado a felicidade que esperavam;

b)    Outros chegam ao matrimônio pela força das paixões, que se desvanece quando se murcha a beleza física, e ainda antes, ao desaparecer o deslumbramento inicial.

c)     Severo Catalina expressou: "O matrimônio é um magnífico castelo que não tem mais que uma porta: o amor."

d)    E quando dizemos amor não nos estamos referindo a um arrebatamento, a uma atitude mística, nem tampouco ao fogo impetuoso das paixões.

e)     Falamos desse princípio inspirado no caráter sublime do Criador. Um princípio que rege a vida e que nos leva voluntariamente ao respeito da personalidade alheia e ao desprendimento, à renúncia sem segundas intenções nem malícia, ao bem do ser amado.

4. O amor é tão necessário para manter o lar como foi no momento em que este foi constituído.

a)     Através dos anos os cônjuges deveriam buscar a forma de cultiva-lo a fim de manter sua louçania inicial.

b)    O esposo deveria manter o trato cortês e as considerações que tinha para sua esposa quando eram noivos e lhe prometia amor eterno. Lembre-se de que sob essa promessa você a tirou da casa de seus pais para fazê-la sua esposa. Quando você uniu sua vida à dela recebeu o produto dos sacrifícios e ilusões de um pai; dos desvelos e esforços que durante anos ofereceu uma mãe que sonhava com a felicidade da que hoje é sua esposa. E você tomou essa menina da casa desses pais com a promessa de amá-la toda a vida. Não esqueça nunca disso.

c)     Quando chegarem as datas especiais ou aniversários, dê-lhe um presente, como o fazia antes... e embora não haja datas especiais, qualquer dia é propício para a galanteria e o reconhecimento dos esforços de uma boa esposa.

d)    Seus filhas aprenderão o exemplo e lhes será natural e agradável amar e respeitar a mãe. Eles recordarão sempre com respeito e gratidão o trato considerado que você tenha para com ela.

5. Carlyle, depois da morte de sua esposa, escreveu em seu diário: "Oh, se pudesse vê-la outra vez para dizer-lhe que sempre a amei! Oh, que pena! Ela nunca o soube!"

a)     Muitas esposas estão sedentas de manifestações de amor por parte de seus esposos e, como a companheira de Carlyle, descem à tumba sem havê-lo percebido no trato cotidiano.

6. O mesmo costuma ocorrer com esposos que não têm a felicidade de ver suas esposas empunhar as agulhas que tecem a felicidade doméstica.

a)      Quando vejo 200 homens sozinhos, sentados num salão público, penso: aqui há 200 pobres homens que não sabem o que é companheirismo no lar.

b)     Uma revista muito prestigiada, publicou em certa oportunidade uma nota interessante.

Intitulava-se "Como trata você ao seu cachorrinho?"

Toda a página estava cheia de fotografias que ilustravam o trato carinhoso que uma senhora oferece a este animal: como o penteia, acaricia-o, dá-lhe de comer, preocupa-se com seus passeios, etc. etc. Ao dar volta a folha lia-se: "Trata assim ao seu marido?"

c)      Um esposo tratado dessa maneira não terá muito interesse em sair de casa.

d)     Quando ele sente que é querido, que é tratado como um rei, termina por ficar como um escravo voluntário.

CONCLUSÃO:

Amigos, cultivemos o amor a fim de que o lar seja o reino do pai, o paraíso dos filhos, e o mundo da mãe.

 

sexta-feira, 30 de junho de 2023

UM DIA PARA DEUS

 

UM DIA PARA DEUS

 

Assunto: Sábado.

Objetivo: Reconhecer a Importância do Sábado.

Tese: O Sábado é uma Benção de Deus para Nós.

Texto: Gn 2:3.

 

INTRODUÇÃO

Todos nós já sentimo-nos estressados. A vida é corrida e a cada dia as responsabilidades aumentam e constantemente estamos exaustos. Será que Deus tem alguma solução para o nosso problema? Como viver de forma mais feliz e saudável?

I UM DIA ABENÇOADO. No final da criação Deus nos deu um bom exemplo,(v. 2). E através de todos os tempos, o Sábado tem se demonstrado um presente de Deus para nosso enriquecimento espiritual. Mas além das bênçãos espirituais, há outras bênçãos para quem cessa suas atividades ao pôr-do-sol de sexta-feira.

Ilustração: Em 1995, o Hospital Adventista da Flórida foi escolhido pelas Organizações Disney para prestar serviços de saúde. Como resultado das palestras feitas no evento, o Dr. Ted Hamilton escreveu: “Criados a imagem do seu Criador, os homens e mulheres foram feitos para trabalho e descanso, para sociabilidade e adoração. Os adventistas crêem que a saúde é alcançada hoje abraçando estes mesmos princípios fundamentais de vida”.

Sim, desta forma o Sábado tem sido uma benção para saúde dos que o guardam. Porém ele também é um dia santificado.

II-UM DIA SANTO. “Este ato de santificação consistiu em uma declaração de que o dia era santo e posto para propósitos santos”. Ellen White diz que : “Foi para memória da obra da Criação que o sétimo dia foi santificado como dia de repouso para o homem”.

III- UM DIA DE DESCANSO. Vivemos em um mundo sedentário e como ter vidas saudáveis diante da correria? Richard Eckey sugere: “O trabalho se tornou um deus para nós. É o fator mais importante para a organização da vida humana e para estabelecer a identidade pessoal de alguém. Domina a vida das pessoas a tal ponto que pouco tempo resta para elas mesmas ou para família. O Sábado é a resposta de Deus. Serve como um contrapeso, estabelecendo o inalienável direito humano ao descanso. Tem a função de nos proteger contra a exaustão física, o estresse psicológico e a alienação interpessoal que resulta de idolatrar ou superestimar o trabalho”.

CONCLUSÃO

Este dia de repouso é uma instituição divina , e Deus pede para observarmos o Sábado, como um dia abençoado. Um dia santo e um dia de descanso físico e espiritual.

Apelo: Quantos gostariam de agradecer pela benção que é o Sábado? Quantos querem se comprometer a observar este dia de acordo com a vontade de Deus?


Desconheço o autor

 

segunda-feira, 26 de junho de 2023

Tentação não é Desculpa

                        Tentação não é Desculpa

MJ - Pag. 62 

A Tentação não é Desculpa Para o Pecado

Não há um impulso de nossa natureza, nem uma faculdade do espírito ou inclinação do coração, que não necessite de achar-se a todo instante sob a direção do Espírito de Deus. Não há uma bênção que Deus confira ao homem, nem uma provação que permita recair sobre ele, de que Satanás não possa e não queira prevalecer-se para tentar, perturbar e destruir a alma, se lhe dermos a menor vantagem. Portanto, por maior que seja a luz espiritual de alguém, por mais que goze do favor e bênção de Deus, deve andar sempre humildemente perante o Senhor, rogando pela fé que Deus lhe dirija todo o pensamento e domine todo impulso.

Todos os que professam piedade estão sob a mais sagrada obrigação de guardar o espírito, e exercitar o domínio próprio sob a maior provocação. Os encargos colocados sobre Moisés eram muito grandes; poucos homens serão tão severamente provados como ele foi; contudo, isto não lhe permitiria desculpar o pecado. Deus fez amplas provisões para Seu povo; e, se depositarem confiança em Sua força, jamais se tornarão o joguete das circunstâncias. A tentação mais forte não pode desculpar o pecado. Por maior que seja a pressão exercida sobre a alma, a transgressão é o nosso próprio ato. Não está no poder da Terra nem do inferno compelir alguém a fazer o mal. Satanás ataca-nos em nossos pontos fracos, mas não é o caso de sermos vencidos. Por mais severo ou inesperado que seja o ataque, Deus nos proveu auxílio e em Sua força podemos vencer. Patriarcas e Profetas, pág. 421

Do livro Mensagem aos Jovens Pag. 62

sexta-feira, 16 de junho de 2023

Regras do Sucesso

   Ellen White  

                                Regras do Sucesso

MJ - Pag. 27 

Normas do Êxito

"O temor do Senhor é o princípio da sabedoria." Sal. 111:10. Muitos de nossos jovens não sentem necessidade de porem suas faculdades em vigoroso exercício, a fim de fazerem o melhor que lhes seja possível, em todas as ocasiões e sob todas as circunstâncias. Não têm diante dos olhos o temor do Senhor, e seus pensamentos não são puros e elevados.

Todo o Céu é sabedor de todo pensamento e de toda ação. Vossos atos podem não ser vistos por vossos companheiros, mas estão patentes à inspeção dos anjos. Os anjos são comissionados para ministrar aos que lutam por vencer todo mau hábito e livrar-se dos ardis de Satanás.

Fiel Integridade

A influência dos pequeninos atos maus, das pequenas incoerências em moldar o caráter, não são avaliadas como deveriam ser. Os maiores e mais elevados princípios são-nos revelados na Palavra de Deus. São-nos dados para fortalecer todo esforço para o bem, para controlar e equilibrar a mente, para levar-nos ao desejo de alcançar elevada norma.

Na história de José, de Daniel e seus companheiros, vemos como a áurea cadeia da verdade pode ligar a juventude ao trono de Deus. Não podiam ser tentados a desviar-se de seu procedimento de integridade. Estimavam o favor divino mais que o favor e o louvor de príncipes, e Deus os amava e sobre eles estendia Sua proteção.

 

Devido a sua fiel integridade, a sua resolução de honrar a Deus acima de todo poder humano, o Senhor os honrou notavelmente diante dos homens. Foram exaltados pelo Senhor dos Exércitos, cujo poder está sobre todas as obras de Suas mãos, em cima no Céu e embaixo na Terra. Esses jovens, não se envergonhavam de desfraldar sua bandeira. Mesmo na corte do rei, por suas palavras, hábitos e práticas, confessaram sua fé no Senhor Deus do Céu. Recusaram-se a inclinar-se perante qualquer poder terrestre que diminuísse a honra divina. Tinham força do Céu para confessar sua fidelidade a Deus.

Deveis estar preparados para seguir o exemplo desses nobres jovens. Nunca vos envergonheis de vosso estandarte; tomai-o e desfraldai-o à vista dos homens e dos anjos. Não sejais dominados pela falsa modéstia, pela falsa prudência que vos sugere um procedimento contrário a este conselho. Por vossas palavras escolhidas e vosso procedimento coerente, vossa correção e sincera piedade, fazei confissão de vossa fé, resolvidos a que Cristo ocupe o trono no templo da alma; e, sem reservas, deponde a Seus pés os vossos talentos para serem usados em Seu serviço.

Consagração Completa

Para vosso bem, presente e eterno, convém que vos entregueis inteiramente ao bem, para que o mundo saiba onde vos achais. Muitos não se entregam inteiramente à causa de Deus, e sua atitude vacilante é fonte de fraqueza para si mesmos, e uma pedra de tropeço para os outros. Com princípios indecisos, sem consagração como se acham, as ondas da tentação os arrastam daquilo que sabem ser justo, e não fazem santos esforços para vencer todo mal e, pela justiça imputada por meio de Cristo, aperfeiçoar um caráter justo.

O mundo tem o direito de saber justamente o que se pode esperar de todo ser humano inteligente. Quem for um conjunto vivo de princípios firmes, decididos e justos, será uma influência viva sobre os companheiros; e influenciará os outros pelo seu cristianismo. Muitos não discernem nem apreciam quão grande é a influência de cada um para o bem ou para o mal. Todo estudante deve compreender que os princípios que adota se tornam uma influência viva, a moldar o caráter. O que aceita a Cristo como seu Salvador pessoal, há de amar a Jesus e a todos pelos quais Ele morreu; pois Cristo será nele uma fonte de água que salta para a vida eterna. Entregar-se-á sem reservas à direção de Cristo.

Manifestar a Liberdade

Tornai a lei de vossa vida, da qual nenhuma tentação ou interesse secundário vos faça desviar, honrar a Deus, porque Ele "amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna". João 3:16. Como redimido agente moral livre, resgatado por preço infinito, Deus vos chama a declarar vossa liberdade e, como súditos livres do reino do Céu, a empregardes as faculdades por Ele concedidas. Não estejais mais sob o cativeiro do pecado, mas como súditos fiéis do Rei dos reis, provai vossa lealdade a Deus.

 

Mostrai, mediante Jesus Cristo, que sois dignos do santo legado com que o Senhor vos honrou, ao conceder-vos vida e graça. Deveis recusar sujeitar-vos ao poder do mal. Como soldados de Cristo, precisamos deliberada e inteligentemente aceitar Suas condições de salvação sob todas as circunstâncias, acariciar retos princípios e agir de acordo com eles. A sabedoria divina deve ser uma lâmpada para os vossos pés. Sede fiéis a vós mesmos e a vosso Deus. Tudo quanto puder ser abalado, sê-lo-á; mas arraigados e fundados na verdade, permanecereis com as coisas que não podem ser abaladas. A lei do Senhor é firme, inalterável; pois é a expressão do caráter de Jeová. Resolvei-vos a não lançar, por palavra ou influência, a menor desonra sobre sua autoridade.

Entrega Completa

O terdes a religião de Cristo significa que rendestes absolutamente todo o vosso ser a Deus, e consentistes na guia do Espírito Santo. Mediante o dom do Espírito Santo, ser-vos-á dado poder moral, e não somente tereis os talentos que vos foram previamente confiados para o serviço de Deus, mas sua eficiência será grandemente multiplicada. A entrega de todas as faculdades a Deus, simplifica grandemente o problema da vida. Enfraquece e abrevia milhares de lutas com as paixões do coração natural. A religião é como uma cadeia de ouro que liga a Cristo tanto a vida de jovens como a de adultos. Por meio dela, os voluntários e obedientes são seguramente conduzidos através de escuros e intrincados caminhos para a cidade de Deus.

 

Há jovens que têm apenas faculdades comuns e, no entanto, mediante educação e disciplina de professores movidos por princípios elevados e puros, podem sair do processo de preparo qualificados para alguma posição de confiança a que Deus os chamou. Mas há jovens que fracassarão por não estarem resolvidos a vencer as inclinações naturais, e eles não ouvirão a voz de Deus em Sua Palavra. Não defenderam a alma da tentação nem determinaram cumprir seu dever a todo transe. São como alguém que, em perigosa viagem, recusa qualquer guia ou instrução pelas quais possa escapar de acidente e ruína, e prossegue em certo curso de destruição.

A Escolha do Destino

Oh! pudesse cada pessoa compreender ser ela o árbitro de seu destino! Convosco está vossa felicidade para esta vida e para a futura vida imortal. Se o preferirdes, podeis ter companheiros que, por sua influência, vulgarizarão vossos pensamentos, palavras e moral. Podeis dar rédea solta ao apetite e à paixão, desprezar a autoridade, usar linguagem rude e degradar-vos até ao mais baixo nível. Vossa influência pode ser tal que contamine outros e podeis ser a causa da ruína dos que poderíeis ter levado a Cristo. Podeis desviá-los de Cristo, da justiça, da santidade e do Céu. No juízo, os perdidos podem apontar para vós, dizendo: "Se não fosse sua influência, eu não teria tropeçado e zombado da religião.

 

Ele tinha luz, conhecia o caminho para o Céu. Eu era ignorante e fui de olhos vendados no caminho da destruição." Oh! que resposta podemos dar a semelhante acusação? Quão importante é que cada um considere para onde está guiando as almas! Estamos à vista do mundo eterno, e quão diligentemente devemos calcular o custo de nossa influência. Não devemos deixar a eternidade fora de nosso cálculo, mas acostumar-nos a perguntar continuamente a nós mesmos: Será este procedimento agradável a Deus? Qual será a influência de meu ato sobre o espírito dos que tiveram muito menos luz e evidências quanto ao que é justo?

Perguntas que Ajudam

Oh! examinassem os jovens as Escrituras e fizessem o que julgam que Cristo faria em idênticas circunstâncias! Nossas oportunidades de alcançar conhecimentos do Céu, colocaram sobre nós grandes responsabilidades e, com intensa solicitude, devemos indagar: Estou eu andando na luz? Estou, de acordo com a grande luz que me foi dada, guiando no caminho reto, ou seguindo caminhos tão tortuosas que o coxo se desviará dele? ...

Deve invadir-nos um profundo, permanente sentimento do valor, santidade e autoridade da verdade. Os brilhantes raios da luz celestial resplandecem sobre vosso caminho, querida juventude, e oro para que tireis o melhor proveito de vossas oportunidades. Recebei e acariciai todo raio de luz mandado do Céu, e vosso caminho se tornará mais e mais brilhante até ao dia perfeito. The Youth"s Instructor, 2 de fevereiro de 1893.


Do Livro Mensagens aos Joves Pags, 27 - 32

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Como Agradar a Deus

Ellen White

                            Como Agradar a Deus

MJ - Pag. 26 

Procurando Agradar-lhe

O Senhor tem uma obra especial a fazer por nós individualmente. Ao vermos a impiedade do mundo trazida à luz nos tribunais de justiça e publicada nos jornais diários, aproximemo-nos de Deus e, pela fé viva, apeguemo-nos às Suas promessas, para que a graça de Cristo seja manifesta em nós. Podemos exercer influência, poderosa influência, no mundo. Se estiver conosco o convincente poder de Deus, seremos habilitados a levar à conversão pessoas que estão no pecado.

Nossa simplicidade muito realizará nessa obra. Não, devemos procurar galgar elevadas posições ou alcançar o louvor dos homens. Não devemos ter o alvo de ser o maior. Nosso único fito deve ser a glória de Deus. Cumpre-nos trabalhar com toda a inteligência que Deus nos deu, colocando-nos no conduto de luz, a fim de que venha sobre nós a graça divina para moldar-nos e talhar-nos à semelhança divina. O Céu está à espera para conceder suas mais ricas bênçãos aos que se consagrarem à obra de Deus, nos últimos dias da história terrestre. Seremos provados e experimentados; podemos ser chamados a passar noites em vigília; mas sejam tais horas passadas em fervorosa oração a Deus, a fim de que Ele nos dê entendimento e nos vivifique o espírito para discernirmos os privilégios que são nossos. Review and Herald, 1º de abril de 1909

segunda-feira, 12 de junho de 2023

Chamados a um Alto Destino

Ellen White

                                        Chamados a um Alto Destino

Oh! pudessem os jovens apreciar o alto destino a que são chamados! Ponderai bem as veredas de vossos pés. Começai vossa obra com elevado e santo propósito e estai decididos, mediante o poder da graça divina, a não vos desviardes do caminho da retidão. 

Se começardes a ir em direção errada, cada passo será cheio de perigo e desastre, e continuareis a afastar-vos da verdade, da segurança e do êxito. Precisais de que vosso intelecto seja fortalecido, vossas energias morais vivificadas pelo poder divino.

A causa de Deus requer as mais elevadas faculdades do ser e, em muitos campos, há urgente necessidade de jovens de habilitações literárias. Há necessidade de homens a quem se possa confiar o trabalho em extensos campos que hoje se acham brancos para a ceifa. Jovens de aptidões comuns, que se entreguem completamente a Deus e não sejam corrompidos por vícios e impurezas, hão de ter êxito e ser habilitados a fazer uma grande obra para Deus. Atendam os jovens à advertência e sejam sóbrios!

Quantos jovens não têm desperdiçado em extravagância e dissipação as forças dadas por Deus! Quantas histórias dolorosas surgem diante de mim, de jovens que se tornaram meras ruínas da humanidade, mental, moral e fisicamente, devido à condescendência com hábitos viciosos! Arruinou-se-lhes a constituição, prejudicou-se-lhes grandemente a utilidade da vida, por causa da condescendência com prazeres ilícitos.

Rogo-vos, descuidosa, indiferente juventude de hoje, convertei-vos e tornai-vos coobreiros de Deus. 

Seja a bênção e salvação de outros o estudo de nossa vida. Se buscardes auxílio de Deus, Seu poder a operar em vós anulará as forças oponentes, e tornar-vos-eis santificados pela verdade. 

O pecado prevalece de maneira alarmante entre os jovens de hoje, mas seja vosso propósito fazer o que puderdes para salvar almas do poder de Satanás.


Do livro Mensagem aos Jovens pag. 22

sábado, 10 de junho de 2023

Um chamado aos jovens

Ellen White 

                           Um chamado aos jovens 


Deus quer que os jovens se tornem pessoas de espírito zeloso, a fim de estarem preparados para a ação em Seu nobre trabalho e serem aptos a assumir responsabilidades. 

Deus chama jovens de coração puro, fortes e valorosos, e determinados a combater corajosamente na luta que se acha diante deles, a fim de glorificarem a Deus e beneficiarem a humanidade. 

Se os jovens verdadeiramente fizessem da Bíblia o seu estudo, de fato acalmassem seus impetuosos desejos e ouvissem a voz de seu Criador e Redentor, não só es Umtariam em paz com Deus, mas eles próprios se achariam enobrecidos e elevados.

 É de interesse eterno para você, meu jovem amigo, atender às instruções da Palavra de Deus, pois elas são de inestimável importância para você. 

Rogo-lhe que seja prudente, e considere qual será o resultado de levar vida desordenada, não regida pelo Espírito de Deus. “Não se enganem: ninguém zomba de Deus. O que uma pessoa plantar, é isso mesmo que colherá. Se plantar no terreno de sua natureza humana, desse terreno colherá a morte.” Gálatas 6:7, 8.

 Por amor de sua salvação, por amor de Cristo, que deu a Si mesmo para salválo da ruína, pare agora no começo de sua vida, e pese bem suas responsabilidades, suas oportunidades, suas possibilidades. Deus lhe deu oportunidade de ter um alto destino. 

Sua influência pode pesar na balança em favor da verdade de Deus; pode ser um cooperador Seu na grande obra da redenção humana. ...


Livro, Mensagens aos Jovens Pags. 25

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