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sexta-feira, 25 de março de 2016

Sermões da Semana Santa 2016 - Sexta Feira - COMPAIXÃO PELOS MALTRATADOS




Se por algum motivo, voce ficou sem o sermonário da Semana Santa Cujo tema desse ano é "ComPaixão", estou publicando os três últimos sermões

  • O de Hoje, sexta feira, o tema é: Compaixão pelos maltratados
  • O de sábado: Compaixão pelos perdidos
  • E o de domingo, o Tema é: Compaixão sem limites  

Que sua igreja seja impactada com essas mensagens.

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COMPAIXÃO PELOS MALTRATADOS
Lucas 10:25-37
Introdução
A parábola do Bom Samaritano é a mais conhecida dentre todas as que falam das características dos que pertencem ao reino de Deus. Ela tem sido motivo de inspiração para a fundação de muitas institui­ções de caridade no mundo, especialmente hospitais.
Sempre houve necessitados. No entanto, a situação política, am­biental e social no mundo está gerando cada vez mais necessitados. Há imigrantes desde o Mediterrâneo até as costas da Malásia, sem esquecer aqueles que tentam chegar aos Estados Unidos via México. Eles estão tentando deixar para trás velhos conflitos ou guerras no­vas, ou fogem da perseguição, da pobreza e da fome. Em 2014, mais de 170.000 pessoas chegaram à Itália. Na Síria, há mais de 7,6 mi­lhões de deslocados internos. Geralmente, os que chegam a um país ilegalmente vêm sem nada. Devem começar de novo e com grandes dificuldades para sobreviver. Enfrentam o desemprego e o racismo. No entanto, não precisamos ir tão longe. Na porta de nossa casa, temos oportunidades para praticar a compaixão. Cada necessitado é uma oportunidade para provar se a nossa religião existe só na teoria ou se é realmente prática.

ILUSTRAÇÃO
Uma mulher chamada Ana Smith chegou à casa de uma família muito pobre onde o chefe da família estava doente, sofrendo com dores crônicas. A mulher entrou para visitar esta casa com o propósito de falar algo sobre Cristo. Porém, o homem de muito mau humor disse à mu­lher: “Não quero que ninguém ore aqui nem leia a Bíblia, pois não creio em nenhuma dessas coisas”. Imediatamente, Ana Smith assegurou ao homem e à esposa aflita que faria algo para ajudá-los, e saiu para conse­guir suprimentos e roupas para a família. Quando a senhora Smith vol­tou, o homem que bruscamente lhe havia proibido de orar ou ler a Bíblia lhe disse: “Por favor, leia para mim a história do Bom Samaritano”. A senhora Smith fez isso com gosto e, quando terminou de ler, o enfermo disse: “Tenho visto muitos sacerdotes e levitas, mas nunca antes havia visto um bom samaritano”. A amargura do homem e seus preconceitos desapareceram por causa da boa ação de uma cristã.—Arnold
Para entender essa parábola a partir de outros ângulos, proponho estudá-la por meio de cinco perguntas:

I. QUANTO VOCÊ SABE E QUANTO PRATICA?

A história começa com a pergunta não muito bem intencionada de um professor judeu da lei a Jesus: “Que farei para herdar a vida eterna?”.
O Senhor Jesus Cristo aproveitou a oportunidade para dar uma lição àqueles que participavam da reunião e também a nós na atuali­dade. Jesus lhe respondeu na linguagem dele: “O que está escrito na lei? Como você a interpreta?”.
A resposta quase automática do escriba inclui uma combinação de dois textos da Torá: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com toda a tua mente; e a teu próximo como a ti mesmo” (Dt 6:5; Lv 19:18). Aparentemente, a amalgamação desses dois textos já era costume en­tre os judeus. E esta havia feito uma fusão genial de textos. O escriba demonstrava um alto grau de conhecimento da Torá. No entanto, embora fosse muito bom para argumentar e soubesse de cor uma in­finidade de textos, mais importante que a fusão de dois textos era a fusão de dois conceitos: o amor para com Deus e o amor ao próximo. Será que os judeus entenderiam nessa combinação do amor a Deus e do amor ao próximo um só amor? A resposta é um sonoro “não”. Para eles, amar a Deus não é o mesmo que amar ao próximo, nem amar ao próximo é o mesmo que amar a Deus.
Jesus aprovou a resposta do escriba, mas insistiu que havia mais do que uma resposta teórica correta. A interpretação correta de uma passagem nunca garante por si só uma vida correta dentro do pacto. Por isso, Jesus acrescenta: “Faça isso e você viverá” (v. 28).

II. QUEM É MEU PRÓXIMO?

A pergunta do escriba “quem é meu próximo?” não é uma simples evasiva. É uma pergunta muito fundamental para todo judeu contem­porâneo de Jesus. O judeu comum vivia em um mundo concêntrico: no centro estava o judeu rodeado por seus parentes mais próximos; nos círculos seguintes estavam seus parentes mais distantes; depois estavam todos os compatriotas judeus, tanto por nascimento como por conver­são. O vocábulo “próximo” continha um conceito recíproco: eu sou um
irmão para ele, e ele é um irmão para mim. Evidentemente, é um círculo tanto egocêntrico quanto etnocêntrico. Claramente, é um círculo dese­nhado especificamente com o objetivo da exclusão. O círculo assegurava auxílio aos de dentro e total falta de ajuda aos de fora (Kistemaker, p. 167). Porém, o exclusivismo era levado a extremos: os fariseus excluíam todos, menos outros fariseus. Os rabinos desejavam inclusive que os he­reges, delatores e renegados fossem jogados em um poço para não serem tirados nunca dali. O comentarista Jeremias acrescenta: “Não pedem que Jesus dê uma definição do próximo, mas que diga onde se encontram os limites do dever do amor dentro da comunidade e do povo. Até onde vai a minha obrigação?” (Roberto Fricke, Las parábolas de Jesús, p. 246).

III. ATÉ ONDE VAI A MINHA OBRIGAÇÃO?

Na história não é revelado se o ferido era pobre ou rico. Simplesmen­te descreve-se alguém que precisava de ajuda. A história não descreve se o ferido prometeu pagar todos os gastos e o tempo investido. Este atuou simplesmente por compaixão. Do ponto de vista dos negócios, o sama­ritano trabalhou à toa.
Nesta parábola, Cristo nos diz que devemos responder a uma neces­sidade que poderia não ser conveniente. Há riscos em ser compassivo. O mais sábio e seguro para o samaritano teria sido seguir seu caminho e deixar o maltratado enfrentar suas consequências. Às vezes, teremos que atuar mesmo que não haja nenhuma garantia dos resultados que gostaríamos de ver.
Alguém que não possa me agradecer nem me pagar. É parte de nós, seres humanos, querer receber crédito pelo bem que fazemos, es­pecialmente se tivermos feito algum tipo de sacrifício. Mesmo sendo cristãos, podemos nos sentir tentados a afirmar que estamos “dando glória a Deus”, quando o que realmente queremos é a gratificação de ser reconhecidos por nossos esforços. Ou podemos sentir que nosso ressentimento é justificado quando a pessoa que ajudamos parece in­grata ou não responde como nós cremos ser correto.
O samaritano sabia que o homem que estava meio morto não era capaz de expressar agradecimento nem de devolver a ajuda que havia recebido. Quando se recuperasse, o desconhecido que o ajudou já teria ido embora há muito tempo. Em Mateus 6:1-4, Jesus explica como devemos tratar os necessitados. Ele nos ensina que devemos dar aos outros em segredo, intencionalmente, e sem nos vangloriarmos do que fizemos para receber elogios. Descobriremos que nos dará mais alegria poder demonstrar amor, dando nosso tempo, energias e recursos, sem
impor condições para isso. Alguém por quem valha a pena me arriscar, mesmo que tenha meus temores.
Alguém que é amado e valorizado por Deus, apesar dos meus pre­conceitos. Os líderes religiosos viram só um homem indigno, que podia transtornar suas vidas ou causar-lhes dano. Já o samaritano viu outro ser humano que merecia ser tratado com dignidade. É evidente que o samaritano reconheceu o homem como um indivíduo com um futuro, não simplesmente alguém definido por sua situação presente.

IV. POR QUE NÃO MUDAR DE PERGUNTA?

Em seu último discurso, Martin Luther King relatou sua própria experiência pelo antigo caminho de Jericó. Quando viu o traiçoeiro e sinuoso caminho, ele entendeu quão preocupados deviam haver esta­do o sacerdote e o levita de Lucas 10 sobre a sua própria segurança, ao ver o homem moribundo. O Dr. King concluiu que, além de seu temor de ficarem cerimonialmente impuros, eles podem muito bem ter se preocupado com a possibilidade de ladrões por perto ou se o homem os estava atraindo para uma armadilha.
O Dr. King viu quão fácil nos é fazer a mesma pergunta: Se eu parar para ajudar, o que vai acontecer comigo? “Porém, logo”, disse, “veio o Bom Samaritano, e este fez a pergunta ao contrário: ‘Se eu não parar para ajudar este homem, o que acontecerá com ele?’”. Em essência, o que Jesus quer é que invertamos a pergunta para que pos­samos colocar os outros antes de nós mesmos.

Ilustração
Um pai caminhava nervoso em sua casa olhando para o relógio que já indicava mais de meia-noite. Ele temia que sua filha que tinha acabado de completar 18 anos não chegasse em casa. Ela havia pro­metido voltar antes da meia-noite. Ele não pôde mais aguentar. Ele conhecia o lugar. Então, decidiu sair para procurá-la. Estava nervoso e até obcecado. Sua filha nunca havia falhado com ele. Ele acelerava a marcha. Felizmente, a essa hora não havia muito trânsito. Ao chegar a uma área considerada não muito segura e onde se haviam registra­do alguns assaltos, ele se viu obrigado a diminuir a velocidade. Ime­diatamente, percebeu que havia acontecido um acidente e segundo se notava, este devia ter sido recente. Só havia parado uma mulher que tentava ajudar. “Tenho que deixar de lado”, pensou. “Não posso per­der meu objetivo. Além disso, já há alguém ali e, sem dúvida, vai cha­mar a emergência.” Quando ele estava prestes a acelerar, o espírito do 37

samaritano o dominou, e ele se sentiu obrigado a frear bruscamente e a aproximar-se do lugar do acidente. Quando ele se aproximou para
abrir a porta, notou que quem estava ferida e presa entre os bancos do veículo era sua própria filha. Com força incomum, ele conseguiu desprendê-la dos ferros e, quando ele a retirava em seus braços, o fogo tomou conta do veículo. Ele havia agido bem na hora. Tremendo, ele se perguntou: “O que teria acontecido se eu não tivesse parado?”.
Ao seu lado, há pessoas esperando sua ajuda. Cristo nunca Se esquivou e o deixou abandonado. Você não pode ser insensível a esse clamor. A compaixão de Cristo deve ser a sua. E lembre-se: ao salvar uma vida, você pode estar salvando a sua.

V. O MALTRATADO REPRESENTA QUEM?

Geralmente, pensamos no Bom Samaritano da parábola como uma figura semelhante a Cristo. Realmente, assim é, porque Jesus “andou fazendo o bem” (At 10:38). Porém, em um sentido mais pro­fundo, o homem que caiu entre ladrões é o representante de Cristo, o próximo que necessita de minha ajuda. Foi a Cristo, que ficou nu, espancado e deixado para morrer, que o samaritano ajudou. Este é o coração do ágape cristão: “A mim o fizestes”. Não há mérito em nos­so serviço, porque o melhor que podemos fazer não é digno dAquele que fez tanto por nós. O pobre que sofre, a quem eu ajudo, me confere um favor, não eu a ele, porque ele me mostra a Cristo, faz com que Cristo seja real para mim, me permite tocar, atender e servir a Cristo.
Da próxima vez que você vir alguém digno de compaixão, pense nis­so. O necessitado que está diante de mim é a oportunidade de devolver um pouco a compaixão que Cristo teve por mim. Na verdade, eu sou o maltratado que jazia no caminho, sofrendo as consequências das mi­nhas transgressões e loucuras, mas Cristo passou perto de mim, parou, limpou as minhas feridas, me carregou em Seus braços, me levou a um lugar seguro e ainda pagou a conta dos meus gastos. Imerecidamente, eu recebi a misericórdia de Cristo. E esse pagamento não foi pouco; signi­ficou o sangue de Cristo que pagou o meu resgate. Ele morreu para que eu pudesse viver.

Conclusão
Esta é a verdadeira compaixão: esplagnízomai, um amor verda­deiro, um amor que vem das entranhas e que não tem limites, um amor que temos que aprender.

Faça esta oração:

Senhor, não quero me esquivar
diante do homem ferido no caminho da vida.
Quero me aproximar
e me contagiar da Tua compaixão
para expressar Teu amor e Tua ternura.
Tu, Jesus, bom samaritano,
aproxima-Te de mim,
ferido pelas flechas da vida,
pela dor de tantos irmãos,
pelos mísseis da guerra.
Sim, aproxima-Te de mim,
bom samaritano;
e leva-me em Teus braços.
Vem, bom samaritano,
e faz-me ter os Teus mesmos sentimentos,
para não dar nunca nenhum rodeio
ante o irmão que sofre,
mas fazer-me companheiro de seus caminhos,
amigo de suas tristezas,
próximo de suas doenças,
para ser, como Tu, “ilimitadamente bom”
e passar pelo mundo “fazendo o bem”
e “curando as doenças”.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Salmos da Bíblia - SALMO 143

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Ó Senhor, ouve a minha oração, inclina os ouvidos às minhas súplicas; escuta-me segundo a tua verdade, e segundo a tua justiça. E não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista não se achará justo nenhum vivente. Pois o inimigo perseguiu a minha alma; atropelou-me até ao chão; fez-me habitar na escuridão, como aqueles que morreram há muito. Pois que o meu espírito se angustia em mim; e o meu coração em mim está desolado. Lembro-me dos dias antigos; considero todos os teus feitos; medito na obra das tuas mãos. Estendo para ti as minhas mãos; a minha alma tem sede de ti, como terra sedenta. (Selá.) Ouve-me depressa, ó Senhor; o meu espírito desmaia. Não escondas de mim a tua face, para que não seja semelhante aos que descem à cova. Faze-me ouvir a tua benignidade pela manhã, pois em ti confio; faze-me saber o caminho que devo seguir, porque a ti levanto a minha alma. Livra-me, ó Senhor, dos meus inimigos; fujo para ti, para me esconder. Ensina-me a fazer a tua vontade, pois és o meu Deus. O teu Espírito é bom; guie-me por terra plana. Vivifica-me, ó Senhor, por amor do teu nome; por amor da tua justiça, tira a minha alma da angústia. E por tua misericórdia desarraiga os meus inimigos, e destrói a todos os que angustiam a minha alma; pois sou teu servo. Salmos 143:1-12
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quarta-feira, 23 de março de 2016

O outro lado do adultério

Prof. Gilson Medeiros

O outro lado do adultério

Antes de mais nada, quero deixar claro que o ADULTÉRIO É PECADO e que não se justifica, ou seja, nada o torna justo.

Entretanto, em alguns casos, vemos que o adultério pode ser "explicado", isto é, pode haver uma forma de entender o porquê de ele ter acontecido na vida de um casal.

Sei que o tema é profundamente polêmico, e muitos que já sofreram com a infidelidade em um relacionamento (seja namoro, noivado, casamento) vão esbravejar que não existe explicação, que é errado, pecaminoso, e pronto!

Eu entendo este sentimento de mágoa, revolta e, às vezes, até ódio por parte dos que um dia foram traídos... Mas... quero convidar meus amigos virtuais aqui do blog a refletirem sobre os motivos que podem levar a um adultério e, assim, poderem prevenir seus relacionamentos para que este mal não os alcance.

O que diz a Inspiração?

Quando olho para as Escrituras, vejo que Deus condena grandemente o adultério (Êxo. 20:14). E todos os que enveredaram por este caminho tiveram grandes tristezas em suas vidas.

Entretanto, também vejo que Deus, em certos casos, agiu com grande benevolência para com os adúlteros. Não lhes aprovou a prática, mas reconheceu que eles foram levados pelas circunstâncias a cometerem tão grave pecado. 

Já escrevi aqui sobre a maneira "ilógica" com que Deus age em certos casos, e por isso vou me deter em apenas dois que ilustram bem a postagem de hoje.

A mulher que ungiu os pés de Jesus (e que também se chamava Maria) é um exemplo clássico de alguém que foi levada para uma situação de pecado, e Jesus reconheceu isso ao ver a hipocrisia no coração das pessoas que a estavam condenando, mas que não atentavam ao "contexto" de sua vida (cf. Mateus 26:6-13; Marcos 14:3-11; Lucas
7:36-50; João 11:55-57; 12:1-11
). 


Veja que texto revelador:

"(...)
A maneira de Simão era não fazer caso do penitente serviço de Maria. Seu ato de beijar os pés de Cristo e ungí-Los com o unguento foi exasperante para seu coração endurecido. Pensou que se Cristo fosse profeta, reconheceria os pecadores e os repreenderia.
A esse inexpresso pensamento, respondeu o Salvador: “Simão, uma coisa tenho a dizer-te. [...] Um certo credor tinha dois devedores; um devia-lhe quinhentos dinheiros, e outro cinquenta. E, não tendo ele com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Dize pois: qual deles o
amará mais? E Simão, respondendo, disse: Tenho para mim que é aquele a quem mais perdoou. E Ele lhe disse: Julgaste bem”. Lucas 7:40-43. Como fizera Natã com Davi, Cristo ocultou Seu bem atirado golpe sob o véu de uma parábola.  
Lançou sobre o hospedeiro a responsabilidade de proferir a própria sentença. Simão induzira ao pecado a mulher que ora desprezava. Fora por ele profundamente prejudicada. Pelos dois devedores da parábola, eram representados
Simão e a mulher. 
(...)
 Maria fora considerada grande pecadora, mas Cristo sabia as circunstâncias que lhe tinham moldado a vida. Poderia ter acabado com sua esperança, mas não o fez. Fora Ele que a erguera do desespero e da ruína. Sete vezes ouvira ela Sua repreensão aos demônios que lhe dominavam o coração e a mente. Ouvira-Lhe o forte clamor ao Pai em benefício dela. Sabia quão ofensivo é o pecado à Sua imaculada pureza, e em Sua força vencera. Quando, aos olhos humanos, seu caso parecia desesperado, Cristo viu em Maria aptidões para o bem. Viu os melhores traços O banquete em casa de Simão de seu caráter. O plano da redenção dotou a humanidade de grandes possibilidades, e em Maria se deviam as mesmas realizar. Mediante Sua graça, tornou-se participante da natureza divina. Aquela que caíra e cuja mente fora habitação de demônios, chegara bem perto do Salvador em associação e serviço. Foi Maria que se assentou aos pés de Jesus e dEle aprendeu. Foi ela que Lhe derramou na cabeça o precioso unguento, e banhou os pés com as próprias lágrimas. Achou-se ao pé da cruz e O seguiu ao sepulcro. Foi a primeira junto ao sepulcro, depois da ressurreição. A primeira a proclamar o Salvador ressuscitado. Jesus conhece as circunstâncias de toda alma. Podeis dizer: Sou pecador, muito pecador. Talvez o sejais; mas quanto pior fordes, tanto mais necessitais de Jesus. Ele não repele nenhuma criatura que chora, contrita. Não diz a ninguém tudo quanto poderia revelar, mas manda a toda alma tremente que tenha ânimo. Perdoará abundantemente todos quantos a Ele forem em busca de perdão e restauração.
Cristo poderia comissionar os anjos do Céu para derramar as taças de Sua ira sobre nosso mundo, a fim de destruir a todos quantos estão cheios de ódio contra Deus. Poderia apagar essa mancha negra do Seu Universo. Mas assim não faz. Acha-Se hoje ante o altar de
incenso, apresentando perante Deus as orações dos que desejam Seu auxílio.
A pessoa que a Ele se volve em busca de refúgio, Cristo erguerá acima da acusação e da contenda das línguas. Nenhum homem ou anjo mau pode incriminar a essas almas. Cristo as liga a Sua própria natureza humano-divina. Acham-se ao lado dAquele que tomou sobre Si os pecados, na luz que procede do trono divino. “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e
também intercede por nós”. Romanos 8:33, 34
- O Desejado de Todas as Nações, pág. 483-493 - grifos meus.

Outra Maria (que costumamos chamar de Madalena) também foi colocada em uma situação que revelava a hipocrisia no coração das pessoas que a estavam acusando (cf. João 8), em um dos momentos mais conhecidos do Evangelho de João.

"Jesus contemplou um momento a cena - a trêmula vítima em sua vergonha, os mal-encarados dignitários, destituídos da própria simpatia humana. Seu espírito de imaculada pureza recuou do espetáculo.
Bem sabia para que fim fora levado esse caso. Lia o coração, e conhecia o caráter e a história da vida de cada um dos que se achavam em Sua presença. Esses pretensos guardas da justiça haviam, eles próprios, induzido a vítima ao pecado, a fim de prepararem uma armadilha para Jesus. Sem dar nenhum indício de lhes haver escutado a pergunta, inclinou-Se e, fixando no chão o olhar, começou a escrever na terra. Impacientes ante Sua demora e aparente indiferença, os acusadores aproximaram-se, insistindo em Lhe atrair a atenção sobre o assunto. Ao seguirem, porém, com a vista, o olhar de Jesus, fixaram na na areia aos Seus pés, e transmudou-se-lhes o semblante. Ali, traçados perante eles, achavam-se os criminosos segredos de sua própria vida. O povo, olhando, reparou na súbita mudança de expressão e adiantou-se, para descobrir o que estavam eles olhando com tal espanto e vergonha.
Com toda a sua professada reverência pela lei, esses rabis, ao trazerem a acusação contra a mulher, estavam desatendendo às exigências da mesma. Era dever do marido mover ação contra ela, e as partes culpadas deviam ser igualmente punidas. A ação dos acusadores era de todo carecida de autorização. Entretanto, Jesus os rebateu com as próprias armas deles. A lei especificava que, nas mortes por apedrejamento, as testemunhas do caso fossem as primeiras a lançar a pedra. Erguendo-Se, então, e fixando os olhos nos anciãos autores Por entre laços da trama, disse Jesus: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela”. João 8:7. E, inclinando-Se, continuou a escrever no chão.
Não pusera de lado a lei dada por Moisés, nem fora de encontro à autoridade de Roma. Os acusadores haviam sido derrotados. Então, rotas as vestes da pretendida santidade, ficaram, culpados e condenados, em presença da infinita pureza. Tremeram de que as ocultas iniquidades de sua vida fossem expostas à multidão; e um a um, cabisbaixos e confusos, foram-se afastando silenciosos, deixando a vítima com o compassivo Salvador
" - O Desejado de Todas as Nações, pág. 399-401 - grifos meus
.

O outro lado do adultério
Com base nestes casos bíblicos, e em outros que observo no dia-a-dia, vemos que há, sim, situações que devem nos levar à "empatia" (colocar-se no lugar do outro) para com aqueles que incorrem em algum pecado, especialmente no campo sexual.
As pessoas têm "seu mundo", com todos os traumas, desilusões, expectativas, frustrações, sonhos... e cada uma diferente da outra. Por isso tantos conflitos, seja na família, na escola, na igreja, no trabalho. 
Como cristãos, precisamos usar de COMPAIXÃO (palavra muito usada pelos Adventistas nestes dias da Semana do Calvário), e procurar entender que alguém que cai em pecado (no caso em questão, no adultério), não é um monstro, uma vadia, um canalha... às vezes (eu disse "às vezes") pode ser apenas alguém frustrado com o casamento, sem o companheirismo de um cônjuge que o ajude em todos os momentos, e que vê em um relacionamento extraconjugal uma espécie de "fuga" para os problemas.
Conheço casos de relacionamentos que se desfizeram (alguns acabando no adultério), como consequência da negligência por parte daquele(a) que se sentiu a vítima da história. Ou seja, em alguns casos, a "vítima" também contribuiu para "empurrar" seu cônjuge ao adultério, uma vez que não ofereceu um ambiente familiar de cumplicidade, diálogo, respeito, compreensão.... amor verdadeiro.
Quantas esposas não sucumbem aos elogios de colegas de trabalho, pelo fato de nunca serem elogiadas por seus maridos?! Quantas namoradas não começam a flertar com algum amigo da escola, porque seus namorados só pensam em videogame e pelada com os amigos?! Quantos maridos não se deixam levar por um romance virtual, porque já não suportam o ambiente de brigas e desrespeito por parte de esposas que deixam de lado os filhos e o marido para viverem seu "sonho profissional"?!
Como eu disse no início, NÃO APROVO O ADULTÉRIO... Mas não sou cego para não enxergar que, em alguns casos, ninguém é 100% vítima.
Quer vacinar seu casamento/namoro contra o adultério?  - Seja um marido/namorado romântico, fiel e dedicado à sua esposa/namorada. - Seja uma esposa/namorada atenciosa, dedicada e fiel ao seu marido/namorado.
Se você fizer sua parte (DE VERDADE) e mesmo assim for traído/traída, então, neste caso (e apenas neste caso), você foi 100% vítima e o(a) outro(a) tem 100% de culpa pela canalhice.
Esse tema é polêmico e não tenho a pretensão de esgotá-lo aqui... até porque não gosto de escrever textos muito longos, porque sei que poucos os leem...rsrsrs
Meu objetivo era despertar a semente da reflexão... só isso!

Fonte - http://prgilsonmedeiros.blogspot.com.br/2016/03

domingo, 20 de março de 2016

O Maior Pedido

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Salomão Sarmento 

O Maior Pedido

No princípio de seu reinado, Salomão orou: “Ó Senhor meu Deus, Tu fizeste reinar a Teu servo em lugar de Davi meu pai. E sou ainda menino pequeno nem sei como sair, nem como entrar.” 1 Reis 3:7. – {TS3 304.4}
Salomão havia sucedido a seu pai Davi no trono de Israel. Deus o honrara grandemente e, como sabemos, tornou-se ele posteriormente o maior, mais rico e mais sábio rei que já se assentara sobre um trono terrestre. Já no princípio de seu reinado impressionou-o o Espírito Santo com a solenidade de suas responsabilidades, e embora rico em talentos e habilidade, reconheceu Salomão que sem auxílio divino estava desamparado como uma criancinha para os executar. Salomão não foi nunca tão rico nem tão sábio ou tão verdadeiramente grande como quando confessou ao Senhor: “Sou ainda menino pequeno; nem sei como sair, nem como entrar.” 1 Reis 3:7. – {TS3 305.1}
Foi num sonho, em que o Senhor lhe apareceu, dizendo: “Pede o que quiseres que te dê” (1 Reis 3:5), que Salomão assim deu expressão à sua sensação de desamparo e necessidade de auxílio divino. Continuou: “Teu servo está no meio do Teu povo que elegeste; povo grande, que nem se pode contar, nem numerar, pela sua multidão. A Teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a Teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque, quem poderia julgar a este Teu tão grande povo? – {TS3 305.2}
“E esta palavra pareceu boa aos olhos do Senhor, que Salomão pedisse esta coisa. E disse-lhe Deus: Porquanto pediste esta coisa, e não pediste para ti riquezas, nem pediste a vida de teus inimigos, mas pediste para ti entendimento, para ouvir causas de juízo, eis que fiz segundo as tuas palavras. Eis que te dei um coração tão sábio e entendido, que antes de ti teu igual não houve, e depois de ti teu igual se não levantará. E também até o que não pediste te dei, assim riquezas como glória; que não haja teu igual entre os reis, por todos os teus dias.” Agora as condições: “E, se andares nos Meus caminhos, guardando os Meus estatutos, e os Meus mandamentos, como andou Davi teu pai, também prolongarei os teus dias. – {TS3 305.3}
“E acordou Salomão, e eis que era sonho. E veio a Jerusalém, e pôs-se perante a arca do concerto do Senhor, e sacrificou holocaustos, e preparou sacrifícios pacíficos, e fez um banquete a todos os seus servos.” 1 Reis 3:8-15. – {TS3 305.4}
Todos os que ocupam posições de responsabilidade precisam aprender a lição que é ensinada na humilde oração de Salomão. Devem sempre lembrar-se de que a posição jamais muda o caráter ou torna o homem infalível. Quanto mais alta a posição que um homem ocupa, quanto maior a responsabilidade que tem sobre si, tanto mais ampla será a influência que exerce, e tanto maior sua necessidade de sentir sua dependência da sabedoria e força de Deus, e de cultivar o melhor e mais santo caráter. Os que aceitam uma posição de responsabilidade na causa de Deus devem lembrar-se sempre de que com o chamado para esta obra, Deus os chamou igualmente para andar circunspectamente diante dEle e de seus semelhantes. Em vez de considerar seu dever ordenar e impor e comandar, devem reconhecer que lhes compete aprender. Ao deixar um obreiro de responsabilidade de aprender esta lição, quanto mais cedo for ele despedido de suas responsabilidades tanto melhor será para ele e para a obra de Deus. A posição nunca dará santidade nem excelência de caráter. Quem honra a Deus e guarda os Seus mandamentos, é ele mesmo honrado. – {TS3 305.5}
A pergunta que cada um deve dirigir a si mesmo, com toda a humildade, é: “Estou eu habilitado para esta posição? Aprendi eu a manter-me no caminho do Senhor, a fazer justiça e juízo?” O exemplo terrestre do Salvador nos foi dado para que não andemos em nossa própria força, mas para que cada um se considere, como disse Salomão, “menino pequeno”. 1 Reis 3:7. – {TS3 306.1}
“Imitadores de Deus, como filhos amados”
Toda alma verdadeiramente convertida pode dizer: “Sou apenas um menino pequeno (1 Reis 3:7); mas sou filho de Deus.” Foi a preço infinito que se tomaram providências pelas quais a família humana pudesse ser restaurada à filiação divina. No princípio Deus fez o homem à Sua própria semelhança. Nossos primeiros pais escutaram a voz do tentador e cederam ao poder de Satanás. Mas o homem não foi abandonado aos resultados do mal que ele escolhera. Foi-lhe feita a promessa de um Libertador. “Porei inimizade entre ti e a mulher”, disse Deus à serpente, “e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Gênesis 3:15. Antes de ouvirem acerca dos cardos e espinhos, acerca da tristeza e labores que teriam que ser o seu quinhão, ou do pó a que teriam que voltar, ouviram palavras que não podiam deixar de lhes incutir esperança. Tudo que se perdera pela submissão a Satanás podia ser reavido por intermédio de Cristo. – {TS3 306.2}
O Filho de Deus foi entregue para redimir a raça humana. A custo de sofrimento infinito, o inocente pelo pecador, foi pago o preço que deveria remir do poder do destruidor a família humana, e restaurá-la à imagem de Deus. Os que aceitam a salvação que lhes é trazida em Cristo, hão de humilhar-se perante Deus como filhinhos Seus. – {TS3 306.3}
Deus quer que Seus filhos peçam as coisas que O habilitem para, por eles, revelar Sua graça ao mundo. Ele quer que busquem Seu conselho, que reconheçam o Seu poder. Cristo tem reivindicações de amor quanto a todos pelos quais deu Sua vida: devem eles obedecer à Sua vontade, se quiserem participar das alegrias que Ele preparou para todos os que refletem Seu caráter aqui. Bem nos convém sentir nossa fraqueza; porque então buscaremos a força e sabedoria que o Pai Se deleita em dar a Seus filhos para sua luta diária contra os poderes do mal. – {TS3 306.4}
Conquanto a educação, preparo e conselho dos que têm experiência sejam todos essenciais, precisam os obreiros ser ensinados a que não devem confiar inteiramente no juízo de qualquer homem. Como livres agentes de Deus, dEle todos devem pedir sabedoria. Se o principiante confia inteiramente nos pensamentos de outro, aceitando os seus planos e não indo além, ele só vê através dos olhos desse homem e é, nesse sentido, apenas o eco de outro. – {TS3 307.1}


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O pastor Salomão Sarmento é o Presidente da Missão do Tocantins, da Igreja Adventista do Sétimo Dia, 

Salmos da Bíblia - SALMO 142

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Com a minha voz clamei ao SENHOR; com a minha voz supliquei ao SENHOR.
Derramei a minha queixa perante a sua face; expus-lhe a minha angústia.
Quando o meu espírito estava angustiado em mim, então conheceste a minha vereda. No caminho em que eu andava, esconderam-me um laço.
Olhei para a minha direita, e vi; mas não havia quem me conhecesse. Refúgio me faltou; ninguém cuidou da minha alma.
A ti, ó Senhor, clamei; eu disse: Tu és o meu refúgio, e a minha porção na terra dos viventes.
Atende ao meu clamor; porque estou muito abatido. Livra-me dos meus perseguidores; porque são mais fortes do que eu.
Tira a minha alma da prisão, para que louve o teu nome; os justos me rodearão, pois me fizeste bem.
Salmos 142:1-7

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sábado, 19 de março de 2016

Livros da morte

Livros da morte 

FLÁVIO PEREIRA DA SILVA FILHO,

Como autores têm usado o poder da literatura para o mal enquanto outros levam vida e salvação por meio da página impressa

Ilustração: Eduardo Olszewski
Ilustração: Eduardo Olszewski
No contexto da literatura europeia e, mais especificamente, da literatura alemã, 2016 tem sido considerado o ano do livro Mein Kampf (Minha Luta). Inclusive, um raro exemplar da obra escrita por Adolf Hitler foi arrematada por 20.665 dólares em um leilão realizado nesta sexta-feira, 18 de março, nos Estados Unidos. A cópia leiloada foi encontrada por soldados americanos da 45º Divisão de Infantaria no apartamento do ditador alemão, em Munique, em maio de 1945, durante a tomada da capital pelas tropas aliadas. Segundo os responsáveis pela casa de leilões, provavelmente o exemplar tenha sido mantido por Hitler para seu próprio uso ou com o intuito de presentear algum admirador.
Setenta anos depois do suposto suicídio de Hitler, o livro entrou em domínio público no dia 1º de janeiro deste ano, e tem quebrado recordes de venda, figurando na lista dos best-sellers alemães desde o fim de fevereiro.
No entanto, Mein Kampf, a “bíblia do nazismo”, é caracterizada pela incitação ao ódio e ao racismo. Como consequência da aplicação prática de sua doutrina política, o livro autobiográfico e propagandístico de Hitler alimentou a ideologia que levou ao extermínio de seis milhões de judeus, bem como à perseguição a negros, ciganos, homossexuais e a outros grupos que não se enquadravam no ideal de uma suposta “raça pura”.
Outro livro da morte é O Manual Completo de Suicídio, de Wataru Tsurumi, publicado em 1993. Na obra, o autor ensina, de maneira sistemática, vários métodos de suicídio. Como desdobramento dessa terrível pedagogia, existem muitos registros de suicídio, nos quais o “manual” foi encontrado próximo ao corpo.
Com mais de um milhão de cópias vendidas, o livro de Wataru também se tornou um best-seller. No entanto, seis anos após seu lançamento, as autoridades japonesas cogitaram restringir a venda do livro, haja vista que em 1999, a taxa de suicídio entre os jovens de Tóquio aumentou 85% – e entre a população japonesa em geral houve um crescimento de 35%. “Nós temos recebido ligações de pessoas que seguiram as instruções do livro, mas falharam em se suicidar, estando sob grande dor”, afirmou na época Yukiko Nishihara, fundador de um serviço telefônico de emergência em Tóquio, em entrevista à BBC.
É pertinente lembrar que muito tempo antes, em 1774, a publicação do romance Os Sofrimentos do Jovem Werther pelo escritor alemão J. W. Goethe já gerou uma onda de suicídios entre os jovens. Em boa parte dos casos, as vítimas imitavam as características da morte do protagonista do livro. Devido a esse incidente, ainda hoje, na literatura psiquiátrica, o tipo de morte em que o suicida imita algum personagem midiático recebe o nome técnico de “efeito de Werther”.
Em suma, tanto Mein Kampf quanto o Manual Completo do Suicídio e Os Sofrimentos do Jovem Werther, entre várias outras literaturas que fazem apologia à destruição da vida, ou à autodestruição, são pregadores silenciosos que agem como legítimos livros da morte.
Livros que salvam
Enquanto alguns escritores têm usado sua influência para o mal outros levam vida e salvação por meio da página impressa, ajudando a reerguer o ser humano. Falo por experiência própria, pois testemunhei o poder de transformação dos bons livros.
No início do ano 2000, com um histórico de consumo de cocaína, maconha e álcool, eu estava numa condição de debilidade física e mental. Um dia tive uma forte sensação de taquicardia que me levou ao estado de pânico. Naquele momento, com apenas 22 anos de idade, pensei que seria o fim da linha. Porém, sobrevivi. E dali em diante comecei a repensar meus hábitos de vida.
Foi um momento de desespero e de procura por respostas. Naquela ocasião, o Espírito de Deus me fez lembrar do livro Nutrição Orientada, de Durval Stocler de Lima (publicado pela CPB), que havia lido quando criança. Essa obra foi distribuída pelos colportores na década de 1980. “Como o braço direito da terceira mensagem angélica, os métodos de Deus para tratamento da doença abrirão portas para a entrada da verdade presente” (Evangelismo, p. 516). Pude experimentar na prática o significado desse texto da escritora norte-americana Ellen G. White.
Pastor guarda livro publicado pela CPB que o influenciou a mudar de vida. Créditos da imagem: arquivo pessoal
Pastor guarda livro publicado pela CPB que o influenciou a mudar de vida. Créditos da imagem: arquivo pessoal
Ao seguir as instruções do livro, comecei a sentir uma grande mudança na minha condição mental. Diminuí o consumo de cafeína, açúcar e carne na dieta alimentar. Depois de ter iniciado essa reforma de saúde, também abandonei o ateísmo e comecei a acreditar em Deus através da simples observação da natureza. Como afirma o apóstolo Paulo, “os seus atributos invisíveis, seu eterno poder e divindade, são vistos claramente desde a criação do mundo e percebidos mediante as coisas criadas, de modo que esses homens são indesculpáveis” (Rm 1:20).
Em meados daquele mesmo ano, ouvi mentalmente uma voz que me disse: “Você é tão preocupado em ajudar as pessoas, mas não tem ajudado aquelas que mais precisam de seu auxílio: sua esposa e sua filha”. Até aquela ocasião, meu casamento havia sido uma farsa. Eu vivia em uma cidade e minha esposa em outra, tendo que carregar sozinha o fardo das responsabilidades familiares.
Ao ouvir aquela voz, fui imediatamente até minha casa e arrumei as malas. Meu objetivo era resgatar minha família. O único livro que levei para ler durante a viagem foi uma edição antiga do Vida de Jesus, de Ellen G. White. Em ocasiões anteriores, quando alguém olhava para minha biblioteca e perguntava sobre esta obra, eu dizia que era uma literatura sem valor e que não desse importância para ela. Mas, a partir daquele dia, passei a ver esse livro com outros olhos.
Em 2001, Jorselins Barbosa, um professor de matemática, pregou o evangelho para mim, e me presenteou com o livro O Grande Conflito. No ano seguinte, tomei a decisão de me batizar.
Mais recentemente, seguindo os passos de meu avô, Francisco Lago Souza, que trabalhou como colportor durante as décadas de 1970 e 1980, tive a oportunidade de dedicar cerca de oito anos da minha vida para evangelizar por meio da literatura. Na minha história, os livros da vida venceram os livros da morte.

FLÁVIO PEREIRA DA SILVA FILHO, mestre em Teologia Bíblica, é pastor e jornalista

Fonte - http://www.revistaadventista.com.br/blog/2016/03/18/livros-da-morte/

VEJA TAMBÉM: Pastor conta sobre sua transformação de vida no programa 180 graus

sexta-feira, 18 de março de 2016

URGENTE! LEIA ANTES DE SAIR ÀS RUAS

Hermes C. Fernandes

URGENTE! LEIA ANTES DE SAIR ÀS RUAS



“As pessoas que querem fazer deste mundo um lugar pior 
não descansam, por que eu vou descansar?" Bob Marley


A queda do muro de Berlim marcou o fim de uma era caracterizada pela polarização entre duas super potências: os EUA e  a União Soviética. Lançava-se uma pá de cal na guerra fria que assombrou a civilização por décadas. Há fortes indícios de que o mundo esteja caminhando para uma nova polarização. Basta verificar as novas produções hollywoodianas que refletem bem o espírito desta época. “Batman vs Superman”, “Guerra Civil” (Capitão América vs Homem de Ferro), e tantas outras. Nem produções cristãs escapam deste espírito. Observando o cartaz do filme “Deus não está morto 2”, encontrei no subtítulo a provocante pergunta “De que lado você está?” e a imagem de uma mulher caminhando em direção a uma Corte, cercada por dois grupos:  o da esquerda (tinha que ser!) exibindo cartazes que dizem: “Deus está morto!”, “Jesus é um mito”, “Para um mundo sem atraso”, etc.; o da direita com cartazes que dizem: “Deus está vivo!”, “Deus é amor”, “Eu acredito na cruz”, etc.

De fato, Deus não está morto. Mas o que está moribundo é o bom-senso.

Se a polarização ficasse só nas telas, tudo bem. O problema é quando ela vem para as ruas, dividindo povos, provocando hostilidade entre grupos de matizes ideológicos diferentes, arruinando assim, qualquer projeto de nação. Afinal, o que seria mesmo uma nação, senão um povo reunido em torno de um propósito? Ainda que não estejam 100% de acordo, decidiram caminhar juntos, transpondo abismos, superando diferenças étnicas, religiosas, culturais, a fim de possibilitar um futuro promissor às próximas gerações. Sem que haja isso, podemos até ser um país, mas não uma nação.

A polarização só serve aos interesses de quem pretende nos enfraquecer para nos dominar ou de quem trabalhe na indústria armamentista. 

Num momento de ânimos acirrados como o que estávamos vivendo agora, precisamos de gente que leve a paz à sério, caso contrário, corremos o risco de ter nossas ruas banhadas de sangue.

Jamais me opus à liberdade de expressão. Está insatisfeito? Põe pra fora! Achou que alguma medida foi arbitrária? Exponha sua decepção. Esta é a vantagem de se viver numa democracia. Mas daí, sair ofendendo a todos os que pensam diferentemente...

No mesmo sermão em que Jesus diz ser bem-aventurado os que têm fome e sede de justiça, também diz ser bem-aventurados os pacificadores. Será que dá para ter fome e sede de justiça e ainda assim ser um pacificador? Estou convencido de que não são coisas excludentes. Por isso lemos que "o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz" (Tiago 3:18). Mas devemos redobrar os cuidados com os que preferem atear fogo! Não é à toa que entre as coisas abominadas por Deus está "o que semeia contenda entre irmãos" (Provérbios 6:19). Não importa o quão ortodoxo seja a sua teologia, se não prega a verdade em amor, não serve. 

Há coisas que precisam ser ditas, porém, na hora certa. O mesmo álcool usado para desinfetar algo, pode ser usado para provocar um incêndio. Então, nada de pôr álcool próximo de fogo!

Alguns, não satisfeitos com tal postura pacificadora, vão nos chamar de isentões. Talvez chamassem Jesus assim por não instigar os judeus contra os romanos. Talvez até desconfiassem que Ele fosse um partidário de Roma devido aos rasgados elogios feitos a um centurião por sua fé. Mas o Príncipe da Paz não estava nem aí para os comentários maliciosos.

Antes de ser recebido em Jerusalém aos brados de “hosanas”, “quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela, dizendo: Ah! Se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos” (Lucas 19:41-42). Em outra ocasião exclamou: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste!”(Lucas 13:34).

Quão frustrante é não conseguir fazer as pessoas verem o que se está aproximando. Quanta desgraça poderia ser evitada! Mas os que deveriam pregar a reconciliação, preferem emprestar os lábios ao ódio.

Peço a Deus que levante nesses dias pessoas com a envergadura moral de Nelson Mandela e de Desmond Tutu que se deixaram usar pelo Espírito da Graça para promover a reconciliação de uma sociedade profundamente dividida pelas feridas causadas pelo Apartheid. Que Deus levante homens como Gandhi e Luther King para conduzir nosso povo pelas trilhas da paz e não do ódio. 

Sabe aquele ser humano vestido de verde amarelo? Ele não é um coxinha, mas um brasileiro que almeja um lugar melhor para criar seus filhos. Em suas veias corre um sangue tão vermelho quanto o seu.

Sabe aquele ser humano de camiseta vermelha? Ele não é um petralha, mas um brasileiro tão patriota quanto você, cujo coração é tão verde e amarelo quanto o seu.
Lembre-se de que nossa luta não é contra carne ou sangue, mas contra principados e potestades nos lugares celestiais (Efésios 6:12). Traduzindo: Jamais leve o embate para o lado pessoal. Mantenha-o no campo das ideias. Os gregos para os quais Paulo escrevia acreditavam que toda estrutura de poder estava baseada num protótipo nos lugares celestiais (eufemismo platônico para o mundo das ideias). Enquanto certas ideias não forem desarticuladas, tais estruturas se perpetuarão. No nosso caso, há uma verdadeira fortaleza de ideias que mantém nosso país refém. A corrupção que nos assola é endêmica, semelhante a um câncer cuja metástase já espalhou por todo o tecido social. Não adianta mudar os atores, porém, manter o enredo da peça. Logo, não faz sentido ficar trocando farpas entre nós. Todos almejamos mudança, mas cada um tem sua opinião sobre como ela será promovida.

Sem querer dar spoiler, tomara que este filme termine como os dois primeiros que citei acima, em que Batman e Superman se unirão para fundar a Liga da Justiça e somarão esforços para combater um inimigo em comum, e o Capitão América e o Homem de Ferro se reconciliarão para o bem de todos. Se não, o que é mesmo que vai sobrar de tudo isso?

"Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e,
derrubando o muro de separação que estava no meio, na sua
 carne desfez a inimizade." S. Paulo em Efésios 2:14-15a
 

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