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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

É o "Biochip" o Sinal da Besta?

Paulo Ramos

26/09/2012 13:52
“A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte.”
“Segue-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro.” Apocalipse 13:16 e 14:9
    Há algum tempo tenho escutado por parte da liderança de nossa igreja uma grande preocupação a cerca da implantação de um chip de identificação nas pessoas, afirmando que este pequeno “delator” só poderá ser implantado na mão ou na testa, pois disseram serem estes os lugares mais apropriados para seu uso.  Há quem diga que o livro do Apocalipse, nos textos acima, afirma isso, ou seja, a implantação do chip na mão direita e na testa.
Sinceramente procurei em minha Bíblia e em outras que tenho em meu escritório e nenhuma dela fala sobre este chip, que dizem está descrito no Apocalipse.
    Ironias a parte, qual a verdade sobre a marca da besta? Eu acreditava que este assunto sobre a marca da besta fizesse parte do “b-a-bá” dos Adventistas, mas agora veja que somos altamente influenciados pelos adeptos da “teoria da conspiração” ou os alarmistas de plantão.  Não tenho dúvidas também, que temos de estar atentos aos acontecimentos dos últimos dias e por isso, tema como este é inevitável. Mas, qual a verdade sobre a marca da Besta?
    Há algum tempo, já em nossos dias, o “Código de Barras” era tido como a Marca da Besta, por causa da sequência de seis números. Não muito tempo depois esta marca passou a ser o cartão de crédito, especificamente o VISA. Agora, ou melhor, já há algum tempo vemos que o foco das atenções está neste chip.
    Recentemente alguns sites têm divulgado que o Presidente Norte-Americano aprovou uma lei que indicará a implantação de um biochip nas pessoas, contendo uma grande quantidade de informações sobre seu portador. Em São Paulo tem um projeto que propõe fazer o mesmo com os carros, para saber se as obrigações legais para com o veículo estão em ordem e servirá também para localizar veículos roubados. A “testa” que fala o Apocalipse poderia ser o para-brisa do carro, já que é ali que deve ser colocado o chip? É possível que alguém afirme isso!
    Mas, por que o Presidente Obama assinaria algo deste tipo? Segundo consta, este chip faz parte da reforma de saúde nos Estados Unidos, para 2013.  Seria um pequeno aparelho de 7 mm de comprimento por 0,75 mm de largura – dizem ser do tamanho de um grão de arroz e contém todas as informações necessárias da pessoa em caso de acidente, para se evitar um demorado processo pré-cirúrgico, por exemplo.  Lembre-se que este chip faz parte da reforma de saúde.  No site “odiário.com” encontramos a afirmação de um especialista dizendo que este chip não seria implantado na mão para não atrapalhar as articulações, mas seria implantado na “parte carnuda do braço”, o qual facilmente poderia ser extraído com uma pequena cirurgia.
    Embora seja clara as informações sobre esse chip e percebermos que este não é o sinal da besta, está difícil de algumas pessoas entenderem isso. Assim, continuam questionando sobre o tema.
    Segundo Maxwell (1998), esta questão da marca na mão e na testa era de certa forma cultural nos dias de João, o Apóstolo. Os militares marcavam os recrutas com uma tatuagem que era a abreviatura do imperador que estaria no poder, naquele momento.  Um escravo era marcado na testa e o soldado, normalmente era marcado na mão, com este sinal do imperador.
    Maxwell ainda afirma que alguns comentaristas bíblicos creem que João estava pensando em Nero quando falou sobre a besta e sua marca, pois acreditam que ele colocou sua marca sobre os cristãos, porém jamais alguém pode comprovar isso.
    Alguns comentários bíblicos sobre o Apocalipse, antes do 14º século afirmam que a marca da Besta é uma marca da vinda do Anticristo. Após esse período, alguns pré-reformadores e protestantes identificam a marca da Besta como submissão ao papado. L.E. Froom diz que Walter Brute, escritor wickifiano, considerava a marca da Besta “como sendo supostamente uma indelével marca feita pelos sacramentos da Igreja Católica Apostólica Romana sobre os que a recebem”.  Muitas outras interpretações do que vem a ser a marca da Besta têm surgido ao longo dos tempos.
    Esta marca colocada sobre a testa de uma pessoa, na verdade representa “a concordância com as crenças e comportamentos da igreja”. Já a marca sobre a mão “representa as atividades executadas em harmonia” com essas mesmas crenças.
    Para entendermos bem a marca da Besta precisamos ter claro o assunto sobre a marca de Deus, ou seja, o “Selo de Deus”. “O povo de Deus do tempo do fim guarda os mandamentos  e aceita o selo de Deus.  Assim, o selo de Deus é o mesmo que o seu sinal” (Maxwell, 1998).  “Em Apocalipse 14:1-5, os 144 mil apresentam em sua testa o selo de Deus. Guardadores do sábado, plenamente amadurecidos, têm o nome de Deus em sua testa, no sentido de haverem permitido que o Espírito de Deus modificasse os seus caracteres até que esses retratassem o caráter de Deus.” (Ibid.)
    Já a marca da besta será um dos últimos acontecimentos no tempo do fim e imposta universalmente “sob a influência política co-religiosa dos Estados Unidos.” Será acompanhada por milagres feitos por demônios e resultará na pena de morte aos que não aceitarem esta marca.
    A grande questão aqui tem a ver com ADORAÇÃO. Nos últimos dias, segundo as três mensagens angélicas, as pessoas adorarão Deus ou Satanás, o Criador ou a criatura.
    Uma citação da Lição da Escola Sabatina de 1974, a qual fala sobre este tema, diz o seguinte:
“Os adventistas não interpretam este sinal (sinal da besta) como sendo uma marca literal, mas algum sinal de submissão que identifica o portador como leal ao poder apresentado pela besta.  A controvérsia centralizar-se-á então na Lei de Deus, e particularmente no quarto mandamento. (...) Daí, pois, que a observância do domingo constituirá o referido sinal, mas somente quando o poder da besta for reassumido e a guarda do domingo tornar-se uma questão de transigência em face de uma lei civil.”
    A marca da Besta representa uma submissão a autoridade da primeira besta. Para forçar essa submissão serão aplicadas sansões econômicas e eventualmente a pena de morte. No Apocalipse, claramente vemos a marca da Besta em contradição com o selo de Deus. Veja a clara afirmação de Ellen White, sobre o que é marca da Besta: “A observância do primeiro dia como um dia de santo repouso, em vez de o sétimo, é a marca da besta e indubitavelmente a marca mencionada na solene mensagem do terceiro anjo.” (Present Thurth, abril 1868).
    Outra questão importante a ser tratada dentro desse tema é que os Adventistas negam que qualquer um tenha AGORA a marca da Besta. Veja esta afirmação de Tiago White: “não ensinamos que os que guardam o primeiro dia como o sábado, e que creem que o sábado foi abolido, têm a marca da besta” (RH, 02/03/1852). Urias Smith faz uma afirmação semelhante na Review and Herald em 28/07/1874 e Ellen White também dá ênfase a esse assunto no livro “O Grande Conflito”, ela diz:
Quando a observância do domingo for reforçada pela lei, e o mundo for iluminado a respeito desta obrigação do verdadeiro sábado, então todo o que transgredir o comando de Deus, de obedecer a um preceito que não tem autoridade superior a não ser a de Roma, honrarão então ao papado mais do que a Deus. ... Irão com isso aceitar o sinal de obediência a Roma – “a marca da besta”. (GC, 433-451; Ev, 233-234)
    Ainda no livro Evangelismo, Ellen White afirma: “Ninguém recebeu até agora a marca da besta. Ainda não chegou o tempo de prova. Há cristãos verdadeiros em todas as igrejas, inclusive na igreja católica romana. Ninguém é condenado sem que haja recebido iluminação nem se compenetrado da obrigatoriedade do quarto mandamento”. (Ev, 234)
    Possivelmente teríamos material para muitas páginas sobre o sinal da besta. Assim, segue uma breve síntese sobre este tema:
  1. A marca da besta é caracterizada pela mudança obrigatória do sábado para o domingo através de decreto. (veja GC, 449)
  2. A marca, portanto, é a fidelidade para com Roma. (veja GC, 450)
  3. Profeticamente só existirá quando for posto em prática o decreto dominical. (ver GC, 450, 610)
  4. As pessoas somente receberão o sinal quando estiverem, no contexto da controvérsia do decreto dominical, conscientes sobre a questão. (ver GC, 450, 610, 611)
    “A observância do domingo não é ainda da marca da Besta, e não o será até que se promulgue o decreto que obrigue aos homens a santificar esse falso dia de repouso. Chegará o tempo quando este dia será a prova; mas ainda não chegou.” (MS 118, 1899)
    “João foi chamado a contemplar um povo distinto dos que adoram a Besta e a sua imagem observando o primeiro dia da semana. Receber esta marca significa adotar a mesma decisão da Besta e apoiar as suas mesmas ideias em oposição direta a Palavra de Deus.” (Ibid., 990)
    “Na disputa do grande conflito se formam dois grupos: os que adoram a besta e a sua imagem e recebem a sua marca; e os que têm o nome ...de seu Pai escrito em sua fronte. Esta não é uma marca visível.” (ST, 01/11/1899)
    “Haverá uma marca colocada sobre o povo de Deus, e essa marca é a observância do Santo dia de repouso.” (HS, 217)
    “Que é, pois, a mudança do Sábado se não o sinal da autoridade da igreja de Roma ou o sinal da besta?” (GC, 449)
    Espero ter auxiliado na compreensão deste tema, ou pelo menos levantado alguns pontos, os quais sirvam de estímulo para novas pesquisas.

Pr. Paulo Ramos
O pastor Paulo Ramos é distrital em Tailandia Pará .
Veja o link abaixo o Site do Pastor Paulo Ramos

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