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sábado, 16 de janeiro de 2010

O Diálogo Católico- Pentencostal no Brasil

Encontrei uma materia interessante em um site catolico (CNBB) que versa sobre ecumenismo.
É o cumprimento daquilo que nós ja pregavámos a mais de cem anos.
Leia voce mesmo e tire suas conclusões. (compare com o que está escrito no livro O Grande Conflito Pag. 588 a materia começa com a frase- mediante dois erros...
_-"peço permisão ao autor do site e da materia, para eu transcreve-la neste espaço, como não o conheço e esta postado para leitura pública, espero que o mesmo não se aborreça em eu dar mais divulgação à sua matéria".
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O Diálogo Católico-Pentecostal no Brasil
Entre desafios e possibilidades


Dr. Pe. Marcial Maçaneiro, SCJ

1. Herança histórica

Para entender as dificuldades e também as oportunidades do diálogo católico-pentecostal no Brasil, faço um breve recuo no tempo. O cristianismo brasileiro tem uma matriz ibérica, na sua maior parte, originária das missões portuguesas no chamado “novo mundo”. Era o período da Contra-Reforma e da implantação da catequese tridentina. No curso dos séculos, vieram ao Brasil os jesuítas, carmelitas, franciscanos e dominicanos. Contudo, por causa da imensidão do país e dos reveses políticos, a pregação e a catequese não tiveram uma história linear: foram interrompidas e adaptadas, deixando lacunas na evangelização do país. Havia muito catecismo e pouca Bíblia na mão do povo. Grande parte das comunidades sofria ausência do presbítero. A visão de Igreja era marcada pelo regime do Padroado: a Coroa Portuguesa e seus representantes no Brasil administravam o setor religioso e, inclusive, indicavam os Bispos para as dioceses da Colônia. As Ordens Terceiras carmelitanas e franciscanas disputavam prestígio e reconhecimento público, com sua devoção barroca, colorida e exuberante nos campos, vilas e cidades.

Ainda hoje, o catolicismo brasileiro é marcado por essa herança: visão monárquica da Igreja; devoções populares autônomas; insuficiente conhecimento bíblico; tendência ao moralismo religioso; culto a alguns santos e títulos da Virgem Maria de estilo mágico e, por vezes, sincrético. É o que chamamos “catolicismo popular”.

O tempo passou e veio o Concílio Vaticano II. A Igreja respirou ares novos, retornando às fontes genuínas da fé. Começou um grande movimento (ainda em curso) de aplicação do aggiornamento conciliar nas terras brasileiras. Emerge a Ação Católica, a Bíblia é amplamente divulgada, os leigos assumem postos de liderança, crescem as vocações autóctones, renovam-se a catequese e a liturgia, aprimora-se a formação do clero, estimula-se uma Igreja toda missionária e ministerial.

Contudo, a cada ano que passa, temos uma geração cada vez mais distante do Concílio Vaticano II. A essa distância se acrescentam a desagregação da família, o aumento da violência urbana e o subjetivismo exacerbado no campo religioso. Resultado: a recepção do Vaticano II no Brasil ainda não se concluiu e já vivemos cenários novos e desafiantes!

Esta situação influencia diretamente os programas pastorais da Igreja Católica e interfere nas relações da Igreja com a sociedade em geral e com as demais Igrejas Cristãs. Apesar das experiências de diálogo ecumênico (algumas consolidadas) há ainda muita estrada a percorrer! Pois, no imenso cenário brasileiro, ainda resiste o clima polêmico da Contra-Reforma, com católicos agarrando-se às suas devoções (assumidas como elementos de identidade), e – do outro lado – evangélicos que agem como se ainda estivéssemos no século XVI: agridem o Papa, acusam a Igreja Católica de ignorância bíblica e de idolatria. Onde falta conhecimento doutrinal e educação para o diálogo, constatamos (de ambas as partes) que o clima de disputa persiste.



2. Cenário desafiador

Aos elementos históricos e eclesiais vistos antes, se acrescentam quatro fatores mais recentes no cenário religioso brasileiro:

Missão evangélica anti-católica: as missões protestantes que vieram para o Brasil – do século XIX até as free churches mais recentes – assumiram um espírito fortemente anti-católico. Afinal, elas aportavam num país com herança do Padroado, onde o catolicismo era “religião de Estado”, repleto de devoções e sincretismos considerados anti-bíblicos. Tinham ante os olhos toda uma nação para converter. Hoje, o meio pentecostal brasileiro ainda cultiva o discurso proselitista, embora menos agressivo e com crescente respeito pela identidade católica.

Assimilação mercadológica da religião: aqui, há um verdadeiro domínio do mercado sobre a religião. Grande parte das comunidades pentecostais e neo-pentecostais assumem a Teologia da Prosperidade, que faz dos bens materiais um sinal evidente da bênção divina. Num país com imensa camada populacional carente (migrantes, desempregados, doentes, moradores de rua, trabalhadores sem-terra) é claro que a pregação pentecostal de prosperidade atrai, e muito. Neste campo, é difícil discernir entre o anúncio da libertação cristã e a proposta de uma religião mercadológica, na qual Deus aparece como garantia de riquezas e vitória material.

Manifestações de fundamentalismo: seja do lado católico, seja do lado evangélico, emerge certo fundamentalismo. Os pentecostais procuram seguir a literalidade das Escrituras, embora isso não lhes garanta consenso. Já algumas manifestações católicas assumem elementos secundários da fé (devoções, símbolos, práticas locais) como se fossem elementos primários: assim, configura-se um “fundamentalismo católico” que usa elementos do catolicismo tradicional, não com finalidades espirituais, mas com finalidades identitárias. Pois uma coisa é expressar a devoção a Maria nos termos bíblicos e tal como o Magistério propõe; outra coisa é transformar Maria em bandeira de batalha anti-protestante. Nos dois casos – evangélico e católico – o discernimento da identidade cristã, nos seus elementos fundantes legítimos, será antídoto pastoral ao fundamentalismo.

Trânsito religioso: o subjetivismo pós-moderno, de um lado, e a variada oferta de opções religiosas, de outro, favoreceram no Brasil o fenômeno do “trânsito religioso”. Há um acelerado ir e vir das pessoas nas diferentes Igrejas. Em menos de dez anos, a população católica diminuiu 10% do seu total. Contudo, a maioria dos que se declaram “evangélicos” (sem distinção entre protestantes e pentecostais) não têm pertença religiosa estável, mas transitam de uma denominação a outra.

Esses quatro fatores dificultam o diálogo católico-pentecostal. As posições se polarizam, cresce o medo de perder fiéis para a outra denominação e as pessoas envolvidas nesse contexto dificilmente se abrem ao diálogo. Aliás, se fecham de tal modo que, mesmo do lado católico, se tornam indiferentes a qualquer apelo de reflexão ecumênica. Repetem citações selecionadas do Magistério em tom apologético, esquecendo que o mesmo Magistério insiste no compromisso ecumênico em vários documentos (Unitatis redintegratio, Ut unum sint e todas as declarações ecumênicas que a Igreja Católica assinou, resultantes dos diálogos bilaterais).



3. Sinais de esperança

Uma primeira estratégia, já em curso, é investir na formação ecumênica dos agentes eclesiais: clero, laicato e vida consagrada. Apesar dos aspectos negativos acima apontados, o diálogo ecumênico se impõe historicamente como fato incontornável para a Igreja de hoje. Não é por causa do proselitismo anti-católico ou do catolicismo da Contra-Reforma que nós – cristãos do novo milênio – vamos abandonar o compromisso batismal de promover a unidade da Igreja! Ao contrário: os agentes de diálogo ecumênico persistem e se fazem ouvir, organizados em núcleos, escolas de ecumenismo, encontros regionais, movimentos de base e uma agenda dinâmica. Ainda são poucos, se consideramos a imensidão do Brasil e a autonomia das dioceses, que podem apoiar ou simplesmente tratar a causa ecumênica com indiferença.

A Conferência episcopal brasileira (CNBB) insiste na formação e prática ecumênicas, através da Comissão Episcopal para o Diálogo Ecumênico (que responde também pelo diálogo inter-religioso). Esta Comissão é organizada em nível nacional, com três Bispos, um teólogo perito e um grupo de reflexão, mais amplo e estratégico, formado por oito especialistas no campo ecumênico. Esta Comissão presta assessoria, publica material formativo, organiza encontros, forma novos agentes ecumênicos e mantém contatos regulares entre a CNBB, as demais Igrejas, os organismos ecumênicos do Brasil e os Conselhos de Igrejas (CONIC, CLAI e CMI).

Aos poucos, a formação e prática ecumênica conquista terreno nas dioceses, Institutos Teológicos e pastorais organizadas. Isso configura um cenário de contrastes na Igreja do Brasil: de um lado, setores indiferentes ao ecumenismo; de outro, iniciativas de diálogo e educação ecumênica. Por vezes, o contraste é gritante, quando constatamos dioceses vizinhas com posturas totalmente distintas em relação ao ecumenismo.

Há o exemplo edificante de Bispos que criaram Escolas de Ecumenismo ou um programa de formação que se renova a cada ano, educando leigos e presbíteros para a ação ecumênica. Além disso, algumas pastorais organizadas são de fato ecumênicas, sem nunca ter se falado em ecumenismo. É o caso da Pastoral da Criança, da Pastoral dos Migrantes, da Pastoral dos Direitos Humanos e dos projetos da Comissão Brasileira de Justiça e Paz. Não realizam o ecumenismo doutrinal, mas sim o ecumenismo de sujeitos: atuam lado a lado, católicos, evangélicos e pentecostais, no esforço conjunto de edificar uma sociedade justa, pacífica e solidária.

Além disso, a Conferência episcopal brasileira compreende que o ecumenismo é uma realidade transversal: não se restringe à Comissão responsável pelo diálogo, mas atravessa (literalmente) os demais setores da evangelização, como a Catequese, a Formação Bíblica, a Pastoral Familiar, a Pastoral da Educação e Cultura, da Juventude e o inteiro campo de atuação do laicato brasileiro. Muitas vezes, há intercâmbio de agenda entre os responsáveis pelo ecumenismo e os demais setores da CNBB.



4. Diálogo católico-pentecostal

Na agenda ecumênica do Brasil, temos algumas iniciativas de aproximação de líderes católicos, evangélicos e pentecostais. Em algumas cidades, realizam-se encontros de padres e pastores. Em outras, o Dia da Reforma promovido pelos protestantes acolhe também convidados católicos, superando aos poucos o tom polêmico daquela data. Enquanto algumas dioceses continuam indiferentes ao ecumenismo, em outras há espaço e aprovação do Bispo para que os agentes ecumênicos atuem, organizando o Movimento Ecumênico local.

Destaca-se nesse campo, o MOFIC – Movimento de Fraternidade de Igrejas Cristãs, que agrupa católicos, protestantes e ortodoxos, no Estado de São Paulo. Também algumas Faculdades de Teologia colaboram, abrindo espaço acadêmico para o encontro de líderes católicos, evangélicos e pentecostais. É cada vez maior o número de pastores protestantes matriculados no Mestrado e no Doutorado em Teologia das Universidades Católicas. Isto aproxima os líderes e favorece uma plataforma doutrinal e convivial importante para o futuro diálogo entre as Igrejas.

Recentemente, surgiram cinco iniciativas diretamente ligadas ao diálogo católico-pentecostal:

A primeira, promovida pelo CONIC – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, que tem convocado as lideranças ao diálogo, oferecendo espaço, apoio e assessoria qualificada. No Seminário sobre Ecumenismo e Missão (comemorativo dos 25 anos de fundação do CONIC) o pentecostalismo foi contemplado como tema de estudo.

Temos também o encontro de católicos e pentecostais no Rio de Janeiro, animado pela Comunidade Bom Pastor. Esta comunidade, de vida carismática, sente-se chamada por vocação ao serviço da unidade dos cristãos.

Outra iniciativa, de âmbito pastoral e fraterno, é o contato entre católicos e pentecostais animado pelo Bispo Dom José Palmeira Lessa, da diocese de Aracaju – Nordeste do Brasil: a postura alegre e competente deste pastor quebrou barreiras e abriu possibilidades de diálogo e estima entre as confissões cristãs locais.

Grupo de Diálogo Católico-Pentecostal em Florianópolis, sul do Brasil, assessorado pelo teólogo Pe. Elias Wolff.

Grupo de Diálogo Evangélico-Católico-Pentecostal em Taubaté, próxima de São Paulo, assessorado pelo teólogo Pe. Marcial Maçaneiro (este dehoniano que vos escreve). Neste Grupo reúnem-se lideranças do Rio de Janeiro e cidades do Vale do rio Paraíba, por motivos de proximidade geográfica.

Quais Igrejas pentecostais têm participado? De modo mais freqüente, as Igrejas Assembléia de Deus, Evangelho Quadrangular, Metodista Wesleyana, Evangelho Pleno e O Brasil para Cristo. Contudo, os participantes não representam a “instituição” à qual pertencem, e sim a “experiência” de suas Igrejas. Por que? Porque as Igrejas pentecostais não se declaram oficialmente ecumênicas. Não há nenhum documento ou acordo estabelecido neste sentido. Há apenas a abertura pessoal dos líderes, de fato pioneiros, que superaram a postura polêmico-proselitista e acreditam sinceramente na causa da unidade dos cristãos. Em geral, a agenda do diálogo católico-pentecostal, no Brasil, prioriza a fraternidade, o conhecimento recíproco e o discipulado cristão. Dá-se grande valor à espiritualidade, ao testemunho e à experiência de vida nova no Espírito Santo. Ainda não há plataforma para o estudo teológico: este virá a seguir, quando os laços de confiança permitirem. Além disso, boa parte das Igrejas pentecostais ainda está definindo seu código doutrinal – coisa que também nós católicos levamos séculos para construir.



5. O “1º Encontro brasileiro Católico-Pentecostal”

O “1º Encontro de Irmãos Evangélicos e Católicos” acontecerá neste ano de 2008, de 30 de Abril a 1º de Maio, 2008 – na cidade de Lavrinhas, SP (Brasil). Abaixo, a carta-convite com as motivações e percurso antecedente do evento:

“Graça e paz em Jesus, nosso Senhor!

O propósito da presente comunicação é convidá-lo a participar de um Encontro Fraterno entre Católicos e Evangélicos que têm experimentado uma renovação em suas vidas e ministérios, mediante a efusão do Espírito Santo. O encontro se realizará de 30 de abril a 1º de maio de 2008, na sede da Comunidade Canção Nova em Lavrinhas - SP, com o tema: “Pai, que todos sejam um” (cf. Jo 17,21).



Sob o sopro do Espírito

Na década de 1960, começou o derramamento do Espírito Santo tanto entre Evangélicos tradicionais como entre Católicos. Naqueles anos, muitos de nós experimentamos uma verdadeira comunhão espiritual com irmãos católicos e com evangélicos de diferentes denominações. Nos últimos anos, o Senhor tem voltado a renovar essa comunhão espiritual nos países como Itália, Argentina, Estados Unidos, Índia e outros. Na Argentina, os irmãos que coordenam este movimento acharam por bem chamá-lo de CRECES – Comunhão Renovada entre Evangélicos e Católicos no Espírito Santo. Deus usou Matteo Calisi, um dos líderes leigos da Renovação Carismática Católica em nível internacional, e o Pastor Giovanni Traetino, ambos italianos e amigos entre si, como uma ponte para construir estas relações.



Encontro fraterno de oração e louvor

No Brasil, esta iniciativa surge espontaneamente e de um modo informal, a partir dos contatos de Matteo Calisi com diferentes líderes e presbíteros católicos, e dos contatos de vários pastores – como Pr. Jorge Himitian, que é um dos líderes da renovação no âmbito evangélico, tanto na Argentina como no Brasil. O encontro não terá um caráter oficial, mas fraterno. Queremos orar e louvar a Deus juntos, sob a inspiração do Espírito Santo, compartilhando nossas experiências e ouvindo a Palavra de Deus.



Muitos carismas, um só louvor!

Para guiar-nos na reflexão bíblica, formou-se uma comissão preparatória, com membros de Confissões cristãs e comunidades carismáticas do Brasil, Argentina e Chile, além de Matteo Calisi, da Itália (já mencionado). Sua participação – incluindo logística e refeições, além da riqueza espiritual do evento – corresponde ao investimento total de R$ 160,00 (cento e sessenta reais). Ore nesta intenção, com discernimento e coragem no Senhor! Para participar envie ficha de adesão (em anexo) para:

Mons. Jonas Abib

Comunidade Canção Nova

Fone-Fax: (55) (12) 3186-2078

E-mail: assessoriapejonas@cancaonova.com)



Na esperança de sua resposta, agradecemos sinceramente e apresentamos os nossos distintos obséquios, em nome dos amigos deste 1º Encontro de Irmãos Evangélicos e Católicos.



Pastor Jamê Nobre

Comunidade Cristã Missionária (Jundiaí, SP)


Pastor Anésio Rodrigues

Comunidade Carisma (Osasco, SP)


Pastor Sergio Franco

Aliança Missionária de Discípulos (Rio de Janeiro, RJ)



Pastor Jorge Himitian

Pentecostal (Argentina)


Pastor Christian Romo

Pentecostal (Chile)


Sr. Matteo Calisi

Comunità di Gesù (Itália)





Sra. Angela De Bellis

Comunità di Gesù (Rio de Janeiro)


Sra. Doris Hoyer de Carvalho

Comunidade Bom Pastor (Rio de Janeiro)


Sr. Izaías de Souza Carneiro

Comunidade Coração Novo (Rio de Janeiro)”






A CNBB expressou apoio ao evento:



“Fiéis à oração de Jesus (cf. Jo 17,21) e acolhendo as orientações da Igreja na encíclica Ut unum sint e, mais recentemente, no Documento de Aparecida, recebemos com alegria o convite para participar do “1º Encontro de Irmãos Evangélicos e Católicos” (Lavrinhas, SP – 30 de abril a 01 de maio 2008).

O evento é promovido pela ação conjunta de Novas Comunidades católicas e representantes pentecostais. Do lado católico, temos o Sr. Matteo Calisi (Comunità di Gesù, Itália), a Sra. Doris Hoyer de Carvalho (Comunidade Bom Pastor, Rio de Janeiro) e o Sr. Izaías de Souza Carneiro (Comunidade Coração Novo, Rio de Janeiro). O monsenhor Jonas Abib oferece a hospitalidade da Comunidade Canção Nova, como anfitrião.

Superando décadas de distância, estes irmãos e irmãs sentiram profundamente o apelo do Senhor ao testemunho comum e discerniram que era o momento de reunir-se, para orar e ouvir a Palavra de Deus. Será um primeiro passo desse tipo no Brasil, semelhante ao que tem acontecido na Itália (Bari) e na Argentina (Buenos Aires) – sempre sob o olhar pastoral dos Bispos católicos.

Além de acompanhar a preparação do encontro, esta Comissão da CNBB estará presente no evento, com seu presidente Dom José A. Moura e seu assessor, Pe. Marcial Maçaneiro SCJ.

Sabemos que muitos desafios nos esperam no caminho da unidade. Mas não podemos recusar a graça do encontro, quando o Espírito de Deus move corações sinceros a fazê-lo. Foi assim na primitiva comunidade (At 2,46-47), no contato com Cornélio (At 10,34-36) e na relação de Pedro e Paulo com os gentios convertidos (Gl 2,14-16). Este encontro oferece a oportunidade de viver uma experiência de reconciliação, fundada no Batismo e na vida da graça que todos nós recebemos.

Convidamos você e sua Comunidade a orar e discernir o convite, como fizemos nós, com fé e coração generoso. Esperamos encontrá-lo em Lavrinhas!



Dom José Alberto Moura

Presidente”





6. O “ministério da reconciliação”

Como já sabemos por experiência e discernimento, o cenário de divisão entre os cristãos não será superado apenas pelo diálogo doutrinal. Incluem-se na tarefa da unidade também o perdão entre pessoas e Igrejas, a oração perseverante e o testemunho conjunto das virtudes teologais. Justamente por ser complexo e eminentemente espiritual – no sentido de “conduzido pelo Espírito Santo” – o diálogo ecumênico só avança entre sujeitos eclesiais com certa maturidade de fé. Para isso, é imprescindível que se prossiga na estrada aberta pelo Concílio Vaticano II, quando nos propõe uma eclesiologia de comunhão. Desde Paulo VI e João Paulo II, o diálogo ecumênico cresceu passo a passo com a consciência de que a unidade é um dom do Paráclito para a inteira communio do Corpo de Cristo – formado por todos os batizados, na e além da Igreja romana. Nossa esperança é que Bento XVI insista corajosamente nessa via. Se o Magistério pontifício ou episcopal negligenciar a eclesiologia de comunhão proposta pelo Vaticano II, corremos grave risco de retrocesso no caminho da unidade cristã.

Voltando à complexidade e espiritualidade do diálogo ecumênico, tem crescido ainda a consciência de que servir à unidade é um verdadeiro ministério do Povo de Deus. A promoção da unidade – que passa necessariamente pelo perdão e encontro dos batizados ainda divididos – é uma realização do que Paulo chamou “ministério da reconciliação” (2Cor 5,18). No Brasil, acreditamos que chegou o momento de explicitar a ministerialidade do ecumenismo entre as Igrejas, consolidando suas motivações e métodos a partir da Sagrada Escritura. O diálogo ecumênico não se restringe aos técnicos nem a uma mera dimensão da pastoral diocesana. É, antes, um ministério a ser assumido por todos os batizados.


Texto disponibilizado pela

COMISSÃO EPISCOPAL PASTORAL PARA O ECUMENISMO

E O DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO da CNBB


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