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terça-feira, 11 de novembro de 2014

Jóias e Adornos na Bíblia

Jóias e Adornos na Bíblia

O uso de jóias e adornos é um assunto que tem trazido algum desconforto entre os cristãos. Os evangélicos e protestantes ficam um pouco divididos quanto a este assunto. É preciso saber diferenciar o que é doutrina bíblica e o que são costumes e normas humanos. Doutrina bíblica são princípios bíblicos que não podem ser mudados. Costumes são normas humanas que expressa a vontade de pessoas de certos lugares e épocas. As normas são mutáveis, de acordo com as gerações, e em nada contribuí para a nossa salvação e expressa a tendência humana para o legalismo religioso.

Qual é a origem de enfeites com jóias? A tradição conta que o homem começou a adornar-se após notar que entre os animais o macho destacava-se das fêmeas pela sua beleza, então os adornos foram a forma encontrada para que o homem se destacasse entre as mulheres. Os primeiros adornos eram feitos de chifre polido, espetados no nariz ou na orelha. É curioso como os piercings já faziam parte da história, e nos homens!

Os egípcios usavam muitas jóias; anéis, colares, braceletes, pulseiras, brincos, etc... Algumas carregadas de simbolismos, como os escaravelhos, que eram amuletos muito populares. O uso de adornos, no Egito, tinha ainda a função de mostrar a diferenciação social e também a devoção religiosa. Como não lembrar da Cleópatra e todo o brilho dos seus acessórios nas representações pelo cinema?

Os índios, de quase todas as civilizações, usam sementes, cocos, plumagens coloridas e penas. Um fato curioso entre eles é que as plumas são de uso exclusivo dos adornos para os homens, e as mulheres utilizam apenas pedaços de penas.

Os Romanos usavam muito ouro; pedras preciosas, prata e cobre, mas, apreciadas mesmo eram as pérolas. Os meninos quando nasciam usavam um colar com uma espécie de cápsula, onde eram colocadas substâncias protetoras e o usavam até completar dezassete anos.

Durante a Idade Média o símbolo religioso deu o tom com crucifixos e relicários que começaram a adornar as pessoas, tanto homens, como mulheres. Além da religião, as jóias também faziam o papel de distinguir os indivíduos de acordo com a sua classe social.

A Bíblia Sagrada está repleta de citações onde aparecem homens e mulheres tementes a Deus; usando jóias e adornos. Rebeca usava pulseiras. Ver Gênesis 24:22,53, José usava colares. Ver Gênesis 41:42. A Sulamita usava colares, enfeites, pinturas, vestidos perfumados e perfumes. Ver Cantares 1:10,11; 4:11,14. Ester usava óleos e perfumes especiais. Ver Ester 2:12. O próprio Deus chegou a permitir o uso de jóias e adornos na construção do tabernáculo e dos utensílios sagrados. Ver Êxodo 35:20,21. Hoje, quem defende o uso de jóias, cita esses exemplos para afirmar a sua posição. Mas é bom lembrar que Deus chegou a permitir até a poligamia e o divórcio, mesmo contra a Sua vontade. Então quem hoje usa estes textos para defender o uso de jóias e enfeites, deveria aceitar que o seu cônjuge possa ter outras mulheres ou homens ou pedir o divórcio por motivos banais. Você estaria disposto a isso?

O certo é que todas as pessoas nascem com um senso estético dado pelo próprio Deus. É por este senso estético que a pessoa escolhe um carro, uma casa, um tecido, um sapato, um relógio e outro qualquer objeto de uso pessoal. O feio ou o ridículo não é enaltecido por Deus, ao contrário; o belo é destacado em toda a Bíblia. Mas para ser belo é preciso enfeitar-se com jóias? Quando Jesus veio, Ele regulamentou e corrigiu muitas coisas que estavam erradas no passado Velho Testamento. Por exemplo: Ele proibiu o divórcio por qualquer motivo, enalteceu o casamento e disse que o casamento deve ser vitalício! Ele também regulamentou o uso de enfeites, jóias e aparência ostentosa dos cristãos. Veja este textos: "Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus. Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus". I Pedro 3:3-5.

"Quero, do mesmo modo, que as mulheres se ataviem com traje decoroso, com modéstia e sobriedade, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos custosos, mas, como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus, com boas obras." I Timóteo 2:9,10

As mulheres dos tempos bíblicos eram consideradas santas por causa do caráter espiritual e o espírito submisso e humilde. Essas mulheres não usavam roupas que mostravam partes do corpo de uma maneira sensual e nem se ostentavam com enfeites no corpo ou na roupa. Por quê? Porque eram santas!

Como vimos, na introdução deste tema, os povos pagãos é que iniciaram o usos de jóias. A relação de  enfeites com a apostasia é frequente na Bíblia Sagrada. Em Ezequiel 23:38-43 traz um relato simbólico, o povo de Deus aparece como duas mulheres que profanaram o sábado, idolatraram, chamaram amantes e por eles pintaram os olhos e colocaram enfeites; os beberrões do deserto lhes deram braceletes e diademas e elas adulteraram. Em Isaías 3:16 a 26 e o capítulo todo é dedicado a advertir a apostasia de Judá e Jerusalém, o reino do Sul. Não se pode ler o capítulo sem entender a ligação simbólica dos adornos vãos com a apostasia. O Senhor iria ferir o ponto mais forte do pecado. 

Em Oséias 2:13 Deus diz a origem dos enfeites para o seu povo apóstata: “Pendentes de Baal e suas gargantilhas”. Em II Reis 9:30 Jezabel, a apóstata, pintou os olhos e se adornou para seduzir. Em Gênesis 35: 1 a 5 encontramos um exemplo literal de como o abandono dos enfeites e da idolatria se relaciona com a reconsagração a Deus. A atitude dos filhos de Jacó deixando os ídolos e argolas é explicada em Patriarcas e Profetas, 205 e 206: “Jacó decidiu que antes de ir a esse lugar sagrado (Betel) sua casa deveria estar livre da contaminação da idolatria. (...) seus filhos também foram tocados por um poder que os constrangia; (...) então deram a Jacó todos os deuses estranhos, que tinham em suas mãos e as arrecadas que estavam em suas orelhas...“Indubitavelmente criam que a eliminação dos deuses estranhos e de todos os adornos perturbadores era necessária, se Deus havia de ser sinceramente adorado.”

Nós, os Adventistas do 7º Dia temos orientações claras a respeito do uso de jóias e enfeites, tanto na Bíblia como nos escrito de Ellen WhiteQuanto a Bíblia, já vimos os textos de Pedro e Paulo que proíbem o uso de jóias. 

E igreja cristã primitiva, no início, seguiu essas normas recomendadas pelo Espírito Santo. Em seu livro: “A História da Civilização”, Will Durant registra a oposição da igreja cristã às práticas pagãs: “As mulheres evitavam cosméticos e jóias e sobretudo cabelos postiços.” Op. Cit. P. 74 tomo I. - “A igreja proibiu aos seus fiéis a frequência aos teatros e circos e também que tomassem parte nas atividades pagãs.” –  “Fica também condenados a avareza, a desonestidade, o rouge, os cabelos tingidos, as pálpebras pintadas, a bebedeira, o adultério, etc…” Idem tomo II págs. 200, 270, 277.

Tertuliano, um dos pioneiros do Cristianismo Apostólico, e que viveu no 4º séc. d.C escreveu: “Vesti-vos com a seda da honestidade, com o linho fino da santidade e com a púrpura da castidade. Assim adornadas, Deus será vosso amigo.”

É claro que o bom gosto, asseio, combinação de cores, proteção dos membros e beleza, devem integrar o porte feminino; mas, a mulher cristã não lançará mãos de coias que Deus aconselha que não seja praticado e condena. 

Veja estes textos também inspirados por Deus: “Os pecadores acham-se entregues a um engano tremendo. Desprezam e rejeitam o Salvador. Não reconhecem o valor da Pérola que lhes é oferecido, e lançam-na fora, só voltando ao seu Salvador insulto e escárnio. Muitas mulheres cobrem-se de anéis e braceletes, julgando atrair admiração, mas recusa-se a aceitar a Pérola de alto preço, que lhe asseguraria santificação honra e riquezas eternas. Que vaidade possui o pensamento de muitos! Ficam mais encantados com ninharias terrenas, que brilham e cintilam, do que com a coroa de vida imortal, a qual é a recompensa divina da lealdade.” Mensagens Escolhidas vol. 1, 400

“Se fordes condescendentes com vossos filhos, satisfazendo os seus desejos egoístas; se neles animardes o amor do vestuário e desenvolverdes a vaidade e o orgulho, fareis uma obra que decepcionará a Jesus, que por Sua redenção pagou infinito preço. Deseja Ele que os filhos O sirvam com afeição indivisa.”Mensagens Escolhidas vol. 1, 319

“Deus quer alguma coisa em retribuição desse grande sacrifício que por vós fez. Quer sejais cristãos, não meramente em nome mas também no vestuário e na conversação. Quer que fiqueis satisfeitos com o trajar-se modestamente, não com tufos e penas e enfeites desnecessários. Que vos torneis atrativos pela maneira que o céu possa aprovar. Decepcioná-lo-eis em sua expectativa, queridos jovens?” Mensagens aos Jovens, 346.

“Queridos jovens, vossa disposição para vestir-vos conforme a moda, usando, para satisfazer a vaidade, ouro e coisas artificiais, não recomenda aos outros a religião nem a verdade que professais. As pessoas discretas considerarão vosso desejo de vos enfeitardes como prova de possuís mente débil e coração vaidoso. O vestido simples e despretensioso será uma recomendação para minhas jovens irmãs.” Mensagens aos Jovens, 348.

A fuga do plano ideal de Deus no que concerne ao adorno exterior, tem sido para muitos motivada pela franca rejeição dos ensinos de Jesus em Sua Palavra, tais pessoas tem sido motivo de escândalo na igreja e influência negativa no lar.

Na igreja Adventista do 7º Dia, espera-se que não se faça o uso de jóias, brincos, colares, pulseiras e pinturas exageradas e outros enfeites mundanos. Portanto, ao considerar os textos bíblicos vemos que o uso de jóias era um costume no Antigo Testamento, mas que não refletia a vontade de Deus para Seu povo no que se refere à simplicidade e modéstia, da mesma forma que a tolerância de Deus com o divórcio e a poligamia não significam a aprovação de Deus a tais práticas. A Bíblia menciona o uso de jóias, em passagens simbólicas, que, se entendidas em seu contexto, em última análise, não sancionam o uso de jóias. A igreja primitiva também mantinha essa posição de modéstia evitando jóias e pinturas, como demonstrado pelas referências históricas acima. O testemunho cristão é parte integrante da vida espiritual, e qualquer jóia ou pintura, ou qualquer outra coisa que dê aparência do mal ou cause escândalo, precisa ser evitado pelos que, sem reservas, querem servir a Deus. Veja estes textos: “Abstende-vos de toda a aparência do mal.”

"Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão.” Romanos 14:13

Luís Carlos Fonseca

Fonte - http://temasbblicos.blogspot.com.br/2014/1

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