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quinta-feira, 18 de abril de 2013

E agora, Joaquim?

Por Walter Brunelli




Parece que de nada adiantou o STF condenar os 25 réus do mensalão, afinal eles estão amparados pelo Governo Federal o qual representam muito bem. Dentre eles,  o destaque do momento é o João e o José e quem levantou a bola foi o Marco, aquele “despreparado, preconceituoso e rejeitado pelos defensores dos direitos humanos”.

O Deputado João Paulo Cunha foi condenado por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro a cumprir uma pena de nove anos e quatro meses em regime fechado em prisão de segurança média e máxima. O José Genoino, ex-presidente do PT foi condenado a seis anos e onze meses de prisão. Apesar do processo em andamento, foi empossado como Deputado Federal em janeiro deste ano, em lugar de Carlos Almeida que renunciou ao cargo de deputado por ser eleito prefeito em São José dos Campos, interior de São Paulo.

Como se nada estivesse acontecendo com eles, ambos os condenados pela Justiça foram recentemente escolhidos para integrar a Comissão de Constituição e Justiça! Do que mesmo? Constituição e Justiça. Ma, ma, ma... Jus... o que? É verdade, pode apostar: JUS-TI-ÇA!

Por incrível que pareça, isso acontece num país governado por um partido tão ilibado, tão justo e tão honesto, como esse aí da situação! Afinal ele está ganhando sempre os votos da população, inclusive de boa parte dos crentes que não são capazes de entender os ideais que ele traz consigo! “O que importa é que a economia do país melhorou” – dizem alguns inocentes. Só precisamos saber para quem, de fato, melhorou: para o povo ou para os seus políticos?

O fato é que ser político neste país é uma maravilha! Principalmente se for da situação. É tudo de bom! Pode levar dinheiro à vontade. Pode criar o mensalão que está tudo bem! Pobre sim, daquela mãe que no desespero de alimentar o filhinho em casa, é apanhada com uma lata de leite em pó escondida debaixo da blusa ao tentar passar despercebidamente pelo caixa do supermercado! Não que não seja roubo, erro. Ela sim irá para a prisão “merecida” (?), sabe-se lá por quanto tempo! Mas quanto ao mensalão não, afinal esses homens têm dado a vida pelo país!

Quando a nação, satisfeita com a decisão do STF começou a recitar o poema de Carlos Drummond de Andrade: “E agora, José?” (cuja leitura, eu recomendo), o José deu a volta por cima, sendo empossado Deputado Federal e enquanto os holofotes são postos sobre o Deputado Marco Feliciano, o José desaponta novamente o Carlos e, assim, ninguém consegue recitar o seu poema.

Mas não se iludam! O Marco resolveu que o poema será recitado: “Eu renuncio sim, desde que o João e o José renunciem”. Claro, é só uma questão de coerência, não é? Por que o Marco que teve 211 mil votos – não pode presidir a Comissão de Diretos Humanos e o condenado João e o condenado José podem fazer parte do Conselho de Constituição e Justiça e está tudo bem? Que brincadeira é essa?

O Marco é vilipendiado por artistas, cujo padrão de vida moral não é exemplo para ninguém, e por políticos do tipo do Jean Wyllys que teve apenas 13 mil votos e somente é deputado porque foi ajudado por votos da sua legenda, além do que, responde a processo por ter ofendido um aluno a Universidade da Bahia e outras coisas mais. Esse fala alto e é acatado, ajudado, apoiado pela imprensa! Aproveito aqui para parabenizar à nossa imprensa pela sua imparcialidade e excelente senso de justiça! Nós, brasileiros somos todos idiotas e não percebemos nada!

Mas a essa altura estou pensando também na sua excelência o Ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF que bateu o martelo condenando tanto o João Paulo Cunha quanto o José Genoino, mas o que se vê, depois disso?

Pareço assistir, por uma câmera secreta, uma reunião “conciliadora” numa sala a portas fechadas, com uma mesa farta de canapés – sem nada de tomate, é claro, afinal, o tomate agora é a bola da vez. Na reunião estão presentes o Marco, o Jean, o José e o João. 
O Marco se põe em pé, pede silêncio a todos para recitar o poema de Carlos, o Jean protesta.
De repente entra o Joaquim. O telefone toca, Marco atende. É um brasileiro simples, pobre e sem nenhuma expressão que pergunta:
“O que você está fazendo Marco?”
– Estou tentando ler o poema do Carlos, responde Marco.
“Quem está aí com você, Marco?” – Ao saber que o Joaquim está presente, ele orienta:
“Marco, você só precisa aprender a falar a língua do jota. Tente ler o poema novamente. Pode ser que o João e o José escutem: se não quiserem ouvir cite o Joaquim”.
– Como assim? – indaga o Marco.
“É simples, apenas pergunte: e agora, Joaquim?”.


Walter Brunelli é pastor da Assembléia de Deus Bereana e apresentador do programa TV BEREANA

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