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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Em se tratando de Reavivamento, A Última Impressão é a que Fica

Vivemos em tempos de Reavivamento. Muito se tem escrito sobre esse tema em nossas fileiras. Porém, uma das melhores definições sobre esse tema, encontrei no site Genizah, que apesar de não ser adventista, e não usar este termo, Reavivamento, descreve com maestria, o que Deus espera que seus filhos sejam. Adoradores

A Última Impressão é a que Fica


Carlos Moreira

Na sociedade da imagem, o que importa é causar impacto logo na partida, pois o senso comum afirma que “a primeira impressão é a que fica”. Mesmo que tudo seja uma farsa, é melhor parecer sem ser do que ser e não aparecer.

Esse também é um tempo de busca por resultados: acionistas esperam resultados, clientes desejam resultados, o mercado projeta resultados. As pessoas não pensam, apenas executam. Ninguém se pergunta: “por que isso está sendo feito?”. Ao contrário, afirmam: “tem que ser feito, está na programação!”.
Essa dinâmica produziu um fenômeno ligado à fé: o evangelho burocrático. Ele transformou a igreja numa fábrica e os discípulos em trabalhadores. No evangelho burocrático a mudança da vida não é algo imprescindível, pois é possível viver apenas uma projeção. O que se requer é tão somente o engajamento do indivíduo na linha de produção da igreja-fábrica, de tal forma que ele siga as rotinas da religião, e isso sem questionar nada. É o “fordismo” cristão!
Esse “trabalhador”, então, passa a se envolver em campanhas, obras sociais, ministérios para-eclesiásticos e na evangelização, todas tarefas que movem a “engrenagem”. A grande maioria, todavia, produz ações inócuas, pois as realizam sem as motivações corretas para fazê-las. É que mudar a agenda não implica em mudar a consciência! De que adianta cumprir a grade da programação e, fora dela, a vida continuar seguindo insólita?   
Essa neurose obsessiva em realizar se faz acompanhar por aquilo que chamo de “síndrome do camaleão”. Trata-se de uma metamorfose epidérmica, calcada na imagem. As mudanças são condicionadas, estão associadas a contextos, ambientes, etc. É a fé teatralizada, que se adéqua as demandas sociais, que “posa para a foto”, porém, fora dessa ambiência, a vida agoniza em meio a desencontros pessoais, desarranjos familiares e desvios profissionais. 
Ora, a proposta do Evangelho tem a ver com a ressignificação da vida, não com a realização de um trabalho! Deus não está atrás de trabalhadores, mas de adoradores. E adoração não é algo associado a nenhuma arquetipia estética, ou a geografias do sagrado – “nem neste monte nem em Jerusalém” – mas ao que acontece “em espírito e em verdade”, no chão da Terra, em qualquer lugar e em todo tempo, pois o altar é o coração e o culto é a vida! Além disso, tem que ser expressa em absoluta verdade, pois toda performance que se constitui estelionato do ser é abominação a Deus.   
Alguém já afirmou que o caminho de todo discípulo é uma maratona, não uma corrida de cem metros. Mais importante do que começar bem, é terminar bem. Muitos começam bem, mas terminam mal! Talvez por isso o sábio do Eclesiastes afirme: “o fim das coisas é melhor do que o seu início...”. Ec. 7:8. Nas palavras de Paulo, seria como dizer: “combati o bom combate, completei a carreira e guardei a fé”. Assim, mais importante do que contabilizar “o que você fez”, é saber “por que você fez”.
“O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher...”. Cora Coralina. Estou certo de que, ao final da jornada, quando o Senhor me chamar, tudo o que me tornei será registrado em uma “lousa de bronze”. Nela constará aquilo que, em Deus, eu conquistei, o que o Espírito produziu em mim. Essa será a minha glória, representará o mais perto que eu consegui chegar da estatura de Jesus, o meu Senhor.
E assim, olhando desta perspectiva e pensando na eternidade como a fronteira mais avançada, a última impressão é a que fica, e não a primeira, pois o mais relevante na soma das ambiguidades da vida é quem você se tornou e não o que você fez.   


Carlos Moreira é editor do Genizah e escreve também para a Nova Cristandade.

Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2013/07/a-ultima-impressao-e-que-fica.html#ixzz2YhQrA5Lh
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